quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Busca pela espiritualidade | O que é Atenção Plena? | Como vencer a insegurança? | Mestre Gualberto

As pessoas têm uma ideia de que elas encontrarão a espiritualidade. É por isso que elas se propõem a essa assim chamada busca pela espiritualidade. Aqui no canal temos diversos vídeos tratando desse tema.

Por que será que as pessoas estão nessa busca pela espiritualidade? Qual será o propósito de alguém se tornar espiritual? Em geral, a crença é que você se torna uma pessoa melhor, uma pessoa especial. Você alcança um status que lhe diferencia das demais pessoas à sua volta. Reparem, o que há por detrás de tudo isso? É ainda a ambição, a vaidade, o desejo de ser especial, notem, é puramente egoico. Aqui estamos lhe convidando a fazer perguntas, a olhar, a escutar, a investigar todas essas questões. Ou talvez a sua busca pela espiritualidade seja para resolver problemas.

O ser humano carrega muitos problemas. Então você termina acreditando que uma pessoa espiritual ou espiritualizada não tem problemas. Há sempre a ideia de uma pessoa na conquista, no objetivo, na realização. Aqui nós estamos investigando com você essa questão da pessoa.

O que é a pessoa? Quem sou eu? Se o seu propósito na vida é descobrir a verdade, isso é algo inteiramente diferente de encontrar uma posição, ou um lugar privilegiado para ser alguém lá. O encontro com a verdade é a revelação da ciência divina, da ciência de Deus.

Não se trata dessa assim chamada espiritualidade, como o ser humano identifica. Nós temos muitas perspectivas, modos de abordagem, de olhar, de perguntar, de investigar, já com um propósito, com um objetivo, com um ideal. Esse ideal, propósito, objetivo, se assenta ainda no ego, nesse modelo de ser alguém, buscando algo.

Nós temos aqui algumas coisas para lhe mostrar, na verdade, para ver com você. É necessário que dentro de você exista algo, muito honesto nessa direção do encontro com a verdade e não com um lugar, com uma posição ou com um destaque, ou com um poder que um objetivo, um alvo, essa tal espiritualidade possa lhe dar.

Aqui nós estamos com você nesse canal, lhe mostrando que uma vida nova é possível, um novo modo de agir. Mas isso requer um novo modo de sentir e um novo modo de pensar. E não podemos ter isso dentro desse formato, dentro desse programa, dentro dessa maneira de ser que recebemos da cultura, da sociedade, do mundo e também da tradição.

A nossa tradição é religiosa, é filosófica, é política, é familiar. O que isso tem nos dado? Você hoje tem o quê, 30 anos, 40, 50? Ou você só tem 20 anos? Ou já passou dos 60? O que nós recebemos da sociedade, do mundo, é um modelo de sentir, um modelo de pensar, um modelo de agir com base nos valores culturais, sociais, educacionais que recebemos. Nós somos competitivos, somos vaidosos, ambiciosos, temos características internas psicológicas de arrogância, isso é vaidade.

É nesse sentido que uso aqui a expressão vaidosos. Não é cuidar do cabelo, não é fazer as unhas. Não é isso que faz de você alguém vaidoso. Ser alguém é a vaidade.

Cuidar do cabelo, das unhas, isso não faz alguém vaidoso. Alguém é a vaidade por ser alguém, por carregar esse sentido psicológico de ser alguém no mundo. Aqui estamos vendo com você a ilusão desse ser alguém e os problemas que isso traz.

Um dos aspectos desse ser alguém, esse é só um exemplo, nós temos inúmeros outros exemplos para você, seria melhor que você olhasse para a sua própria vida e percebesse diretamente o que estamos tratando aqui. Na verdade, é assim que se resolvem essas questões, quando nós, por nós mesmos, tomamos ciência disso.

Não se trata de ouvir uma fala como essa e acompanhar essa linguagem ou esse modo de colocação, para depois fazer reflexões sobre isso. É importante que você acompanhe isso e descubra isso no viver, na sua própria vida, tudo que nós temos compartilhado aqui com você. Então, a dica é você perceber em sua própria vida esses exemplos desse sentido de ser alguém e o problema que isso lhe causa.

Então, essa questão de ser alguém, por exemplo, esse é só um, tome ciência dos outros, na vida, no seu viver. A sua relação com o marido, com a esposa, com o filho, com a família, não é outra coisa, senão a relação que você tem com você. Se você não está em paz, em silêncio, em serenidade, em quietude, em amor, em você, com você, na relação com ele ou com ela, o conflito está estabelecido. Porque se você não está em seu natural estado de ser, que é o estado livre desse sentido do "eu", do ego, está oneroso, pesado, difícil, intratável, veja, com você mesmo, é isso que você reflete, é isso que você compartilha, é isso que você divide nas relações.

Então, o seu modo de lidar com a esposa é a partir do modo que você está lidando com você mesmo. Se você está inquieto, sua relação com ele ou ela é de inquietude. Se não está em paz, sua relação com ela ou ele é de ausência de paz.

Seu modo de lidar com a pessoa que você acredita ser é, naturalmente, o modo de lidar com o outro, como você acredita que o outro é. Reparem como é importante nós termos um olhar novo nesse instante para a novidade da vida desse momento.

Agora mesmo, nesse momento em que estamos juntos aqui, ele nunca aconteceu, ele não irá se repetir. Então, não é algo que aconteceu, nem é algo que irá acontecer. Notem, a vida é assim.

É uma novidade. Estamos sempre diante de um momento novo e tudo é novo nesse momento. Com um momento novo seu contato com a pessoa com quem você está falando é um contato novo e você está diante de uma nova pessoa.

Reparem como isso é importante. Mas o pensamento, o sentimento, a sensação em você, algo que vem desse movimento do passado, porque vem desse movimento da imagem, da representação mental que você tem sobre você, está agora no contato com esse momento, a partir desse lugar. Reparem como é fascinante nós termos essa compreensão. O seu estado, que é o estado do "eu", do ego, desse elemento que vem do passado, que é essa pessoa, como você se vê, repare, é um retrato do pensamento sobre você, do sentimento sobre como você se sente, da emoção como você está nesse momento se sentindo.

Isso vem do passado, não tem nada a ver com esse momento, tem a ver com esse elemento que costumeiramente se mostra nesse instante, nesse momento presente, para lidar com essa novidade, que é a novidade da vida. E isso não se ajusta.

E não há como ocorrer um ajustamento entre o passado e esse instante. Esse é o sentido do "eu". Quando você pergunta: afinal, o que é o ego? O ego é isso, é a pessoa que vem do passado, que se depara com esse momento e tenta ajustar o seu sentir, o seu pensar, o seu agir à isso que está aqui nesse momento.

Isso produz conflito, produz desordem, produz problemas, produz confusões, produz sofrimento. Estamos juntos? O seu contato com a pessoa que você está vendo diante de você é uma representação mental que você traz do passado sobre quem ela é, porque tem registros de memória dele ou dela. Então, o seu contato com ele ou ela não é real, porque está estabelecido nesse tempo que é o passado.

Esse é o modelo egocêntrico de ser, de sentir e de agir nas relações. Então, esse é um exemplo.

O marido convive com a esposa há dez anos, na verdade, ele não convive com ela há dez anos. O que ele tem dos últimos dez anos de convivência com ela é um conjunto de imagens.

Esse conjunto de imagens, está em relações. Então, o marido há dez anos com ela e ela há dez anos com o marido, mas, na verdade, não há esta verdade da relação, porque o que temos é um jogo entre imagens de dez anos de relacionamentos. Naturalmente todos esses relacionamentos assentados no ego, no "eu". Ele tem os seus interesses e ela tem os interesses dela.

Então, o que temos nesta relação? Acordos, negociações, ajustamentos egocêntricos, pessoais, de imagens. Não estamos num contato real com a vida como ela é. Esse jogo, que é o jogo do "eu", do ego, nas relações, não se enquadra, não se ajusta à vida como ela é, como de fato ela está acontecendo nesse instante. Então, o que existe entre pessoas? Acordos, ajustes, um modelo de pensar, agir, sentir egocêntrico. Não temos a verdade da relação livre do ego e, portanto, não temos a presença da verdade, a presença do amor, da felicidade. Nós temos o prazer, nós temos o preenchimento, a satisfação, mas também temos os desajustes, além dos ajustes, temos o sofrimento, temos esses interesses entrando em conflito.

Então, os casais brigam e se amam. Eles sentem raiva uns dos outros e depois trocam carinhos, carícias e beijos. Assim são nossas relações também com os vizinhos, com os colegas de trabalho. Tudo isso ocorre porque aquilo que eu sou não está bem. Esse mim, esse "eu" é egocêntrico. Ele é auto-interesseiro. Ele está envolvido exclusivamente com ele mesmo, mas em uma negociação de interesse, de barganha, de troca de prazer, de sensação.

Eu sei que tudo isso soa muito estranho para você, mas repare, isso é um fato, isso é assim. Se carrego medo o medo está presente em minhas relações. Se carrego desconfiança, isso está presente nessas relações.

É muito interessante quando as pessoas perguntam: como vencer a insegurança? Repare: como vencer a insegurança? Basicamente, essa pergunta é como vencer a insegurança nas relações, nos relacionamentos. Mas o que é a insegurança? Insegurança é a presença do medo.

Mas o que é o medo? O seu medo é do outro ou o seu medo é o medo? Nossas relações se sustentam no desejo, no prazer, no medo porque há dependência, apego, posse, controle. Há todo um jogo por detrás que sustenta nossas relações. Enquanto elas são vantajosas, o sentido do "eu" se sente bem, confortável. Mas quando essas relações são ameaçadas, existe o despeito, a preocupação, o ciúme, a inveja, a insegurança e o medo.

Podemos nos aproximar da vida nesse momento sem esse sentido do "eu", do mim, do ego? Se houver essa aproximação, a relação com ele ou ela será real, porque ela não estará se estabelecendo mais dentro desse jogo, ela não se estabilizará mais dentro desse modelo, que é o modelo da imagem que eu tenho, sobre quem ela é, sobre quem eu sou e do que eu preciso. Quando não há mais o sentido do "eu", do ego, temos a verdade das relações, porque temos a presença do amor.

Experimente olhar para ele ou ela sem a imagem que você tem dele ou dela. Experimente isso. Repare que isso requer uma atenção sobre esse momento que, em geral, nós não temos.

A habilidade de olhar para o marido sem a imagem, para a esposa sem a imagem, para alguém que você conhece sem o passado, sem esse elemento da autoimagem, que é a imagem que você tem sobre você. Então, se torna possível olhar para ele ou ela sem a imagem que você tem dele ou dela. Nesse momento, nós temos um encontro com algo novo.

Esse algo novo é a novidade da vida, é a vida como ela é aqui e agora. Sem o "eu", sem o ego, sem o passado. Aqui nesse canal estamos trabalhando com você a vida em amor, em liberdade, em paz, em felicidade. Isso está presente quando nas relações o sentido do "eu", desse mim, desse ego, não entra.

Evidente que isso requer um trabalho, um trabalho em si mesmo para o fim desta condição psicológica de condicionamento, onde estamos repetindo tudo aquilo que nós aprendemos ao longo de todos esses anos de vida, que foi sustentar esta autoimagem e esta forma inconsciente de lidar com a experiência do momento presente, onde está prevalecendo sempre esse jogo, que são os jogos das imagens, onde o sentido do "eu", do ego, prevalece. Então, quando as pessoas perguntam: como vencer a insegurança? Nós precisamos ter uma aproximação da atenção sobre todo esse movimento do "eu", do ego, desse mim. Então, o que é atenção plena? Esse é um assunto nosso aqui no canal, um dos assuntos que estamos trabalhando com você: O que é atenção plena?

O que é trazer para esse momento a ciência de ser, nesta ausência do "eu"? Essa ciência de ser revela esse instante como um instante livre de uma identidade presente, que é esta autoimagem, que é este elemento que olha a partir desta imagem que ele tem sobre quem ele é, fazendo imagens sobre as pessoas com quem esta auto-imagem se relaciona. Então, trazer atenção para esse momento é descobrir o que é olhar para esse instante, sem o passado. Experimente isso, olhar para a esposa, para o marido, para os filhos, para o chefe no trabalho, para o colega de trabalho, olhar sem crenças, ideias, opiniões, conclusões, sem esse sentimento, pensamento de gostar ou não gostar.

Então, nós precisamos desta arte da atenção, desta atenção plena, desta plena atenção sobre esse instante. Aprender a olhar sem o observador, a olhar sem o pensador, a olhar sem o pensamento, sem as ideias, opiniões e julgamentos sobre o que está aqui e agora nesse instante, sobre a vida como acontece, sobre as pessoas como elas se apresentam, sobre o mundo como ele é. Então, algo se revela nesse instante, quando há esta plena atenção. Então, esta é a aproximação do Autoconhecimento.

Da verdade daquilo que está presente nesse instante, que está além do "eu", além desta autoimagem, além do passado. Então, esse é o nosso assunto aqui com você nesse canal e também em nossos outros canais. Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link para conhecer.

Além disso, temos encontros presenciais e retiros, onde estamos trabalhando isso com você presencialmente em encontros de mais dias. E fora esses encontros, temos os nossos encontros online, que ocorrem nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, onde investigamos isso com você através de perguntas e respostas e dentro de um contato com a aproximação da meditação.

Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz sentido para você, o nosso WhatsApp está aqui na descrição do vídeo para esses encontros online. Se tudo o que você ouviu realmente faz sentido, deixe aqui o seu like, já se inscreva no canal e coloque aqui no comentário: sim, faz sentido. Ok? E a gente se vê.

Valeu pelo encontro e até a próxima.

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Joel Goldsmith. Além das Palavras e Pensamentos. Quem sou eu? Marcos Gualberto.

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença.

Hoje, eu vou ler um trecho do livro do Joel Goldsmith chamado "Além das Palavras e Pensamentos". Num trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "No momento em que ele começa a aprender e a saber, ele começa a ser". Nesse trecho, o Joel comenta sobre o aprender. O Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o que é o real aprender?

MG: Gilson, aqui nos deparamos, nessa sua pergunta, com a pergunta mais importante na vida. Essa pergunta está diretamente atrelada à revelação da própria Vida. Veja, a gente subestima essa questão do aprender; não conseguimos compreender a importância, a beleza, a verdade sobre o aprender, mas é o aprender que revela a Vida. Quando, por exemplo, você pergunta "quem sou eu?", essa é uma pergunta que só tem uma resposta real a partir do verdadeiro aprender, e esse aprender a respeito daquilo que esse "eu", esse "mim", essa "pessoa", representa é ter disso uma aproximação da própria Visão da Vida como Ela é. Então, vamos colocar aqui com calma isso.

Nós temos duas formas de aprender. A primeira é a que nós conhecemos: a gente aprende ouvindo falar, lendo, realizando uma tarefa. Veja, essas são formas que nós temos para aprender. Então, esse aprender, essa forma de aprendizado como nós conhecemos, é a partir do conhecimento, da prática, da execução e, naturalmente, da experiência. Aquilo que nós geralmente entendemos por aprender, na vida, é adquirir conhecimento, guardar informações, executar aquilo, tornar aquilo prático e, assim, adquirir experiência. Então, o aprender, para nós, consiste em ter experiência a partir do conhecimento aprendido. Então, é um conhecimento que foi aprendido.

Aqui, nós estamos tocando na ciência do aprender, e esse aprender. repare, o verbo aqui está ativo neste instante, neste momento. Não se trata desse "aprender" como nós conhecemos, se trata desse aprender novo, porque isso diz respeito à Vida, a esta verdade sobre esse sentido do "eu" presente neste instante, neste momento. Então, qual é a verdade sobre o real aprender? Nesse real aprender você está, neste momento, se dando conta daquilo que aqui está presente. Apenas isso! Você se dá conta do que está presente; você não guarda isso, você não acumula isso, você não leva isso para a memória. Isso não se torna, agora, parte do seu conhecimento, da sua experiência.

Esse aprender é a forma real de termos uma aproximação da Vida neste instante, e essa é a única forma de tomarmos ciência da própria Realidade desse Mistério, que é o Mistério da Vida, que é a Ciência da Realidade sobre Aquilo que é Você. É isso que revela a Verdade de Deus! Então, aprender é ter uma aproximação, neste momento, daquilo que se passa neste instante em você, porque você é o próprio portal para esta Revelação da Realidade, que é Deus. É quando nós temos esse princípio da compreensão daquilo que somos, neste instante, que podemos ir além dessa psicológica condição de condicionamento em que nós, no ego, nos encontramos. E isso só se torna possível quando você está aprendendo, momento a momento; tomando ciência, a todo instante, de suas reações.

O Despertar da Sabedoria é, na realidade, Gilson, o Despertar da Inteligência. Aqui, eu me refiro a essa Inteligência Divina, não à inteligência que adquirimos quando aprendemos alguma coisa e, pela prática, somos capazes de realizar aquilo com agilidade, com maestria, com capacidade. Em geral, nós chamamos de inteligente aquele que é capaz de executar tarefas extremamente complicadas, mas essas tarefas que são extremamente complicadas são complicadas até você ter real maestria sobre elas. No momento em que você tem, elas deixam de ser complicadas. Então, nós consideramos inteligente essa capacidade de aprender e executar. A nossa inteligência, a inteligência que nós conhecemos, é a inteligência do conhecimento e da experiência.

Já aqui, a própria presença da Inteligência é a Inteligência na ação. Não tem por princípio o conhecimento aprendido, nem a prática realizada, nem a experiência adquirida. Olhar para este momento tomando ciência de suas reações, sejam elas pensamentos, sentimentos, emoções, sensações, o que aparece neste instante como a forma de perceber. apenas tomar ciência disso. Isso lhe revela a verdade sobre esse sentido de alguém presente, que é o "eu". Portanto, essa é a real forma de aprender. É estar presente sem se confundir com a ilusão de um elemento presente dentro deste instante, nesta experiência. Olhar para este momento sem o sentido de alguém presente que avalia, compara, tem essa aceitação ou rejeição, que concorda ou discorda; olhar para este momento sem colocar um elemento presente que vem do passado para fazer essas coisas é estar nessa disposição real interna do aprender.

Então, qual é a verdade do aprender? É estar disponível à Vida, para Aquilo que a Vida é, sem o sentido de alguém presente. Quando isso ocorre, momento a momento, neste instante, ocorre uma aproximação da Visão da Realidade, da Realidade Divina. A base para o Autoconhecimento é esse aprender, e a base para esse encontro com a Realidade da Vida, que é a Realidade Divina, é a Meditação.

Assim, nós temos esse aprender, que é, na realidade, trazer Atenção para este instante, uma Atenção que não faz escolhas; que não entra em acordo ou desacordo com aquilo que surge, com aquilo que aparece; que não avalia, não compara, não traz nenhum elemento do passado para rejeitar ou aceitar.

Repare, Gilson, essa é a forma real de termos uma aproximação da verdade desse "eu". Uma vez descartada a ilusão dessa falsa identidade, em razão da presença desse aprender, que requer a presença dessa Atenção, temos a Revelação do Autoconhecimento. Essa Revelação revela Aquilo que está além do "eu", além de uma identidade presente para manter sua continuidade, além dessa ilusória identidade, dessa falsa identidade. Portanto, a grande verdade sobre o aprender é que, nele, esse sentido do "eu", do ego, é desaprendido e algo novo assume esse espaço. Esse algo novo é a Realidade Divina, é a Realidade deste momento, é a Realidade de Deus. Nós precisamos descobrir o que é aprender, o que é aprender a Vida, o que é aprender sobre nós mesmos, o que é aprender sobre este instante.

GC: Nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui no canal. A Maria faz o seguinte comentário e pergunta: "Mestre, como saber o que vem de Deus ou o que vem do ego?"

MG: Gilson, essa pergunta é uma pergunta muito comum. Nós queremos ter um discernimento, repare, a partir do pensador, desse "eu", desse "mim", daquilo que é uma ação real, daquilo que é uma ilusória ação. Ela coloca aqui uma ação do ego ou uma ação de Deus. Mas, repare, esse elemento presente para discernir uma coisa da outra, quem é? Quem é esse pensador? Quem é esse que pode discernir? Veja, nós precisamos de uma nova ação. Uma ação real não nasce desse centro ilusório que é o "eu", que é o ego. Agora, qualquer tentativa pessoal, particular, desse "eu", desse pensador, desse "mim", de discernir a ação real de uma ação não real, isso ainda está dentro do próprio movimento do ego.

Aqui, ter uma real aproximação da ação, da real ação, requer o fim dessa ilusão de uma identidade presente. Então, eu diria para você: não pense sobre o que é uma ação real, investigue a natureza dessa ação que ocorre neste instante a partir desse "eu", desse "mim", que é a ação que nasce do pensamento, nasce da premeditação do pensador, algo que vem do passado. Aqui, a própria compreensão dessa qualidade de ação é o fim para ela. E, quando essa ação termina, a Verdade de uma ação está presente, que é a ação que está em linha com a Vida. Então, nós não temos como ter um discernimento do que é uma ação real com base no pensamento, com base em critérios da própria mente egoica, mas podemos descartar essa mente egoica pela auto-observação, então uma nova ação estará presente, e essa ação, com certeza, não é a ação de alguém. Mas essa ideia de uma fórmula para saber o que é e o que não é ainda é algo que parte desse movimento do próprio "eu".

As pessoas religiosas têm procurado fazer a vontade de Deus. Se elas compreendessem a Verdade sobre a vontade de Deus pelo intelecto. só que pelo intelecto o que você pode ter são regras, ordenanças, mandamentos, tentativas de acertar. Mas quem é esse elemento nessa ação? Ainda é o ego. Aqui, se trata de abandonar o sentido do "eu", o sentido do ego. Então, uma nova qualidade de ação surge, mas não há como capturar isso no intelecto, uma vez que o próprio intelecto condicionado é parte do próprio "eu", do próprio ego. Está claro isso?

Assim, Gilson, uma aproximação real da Verdade da ação livre do ego só é possível quando o sentido dessa ação egocêntrica não está mais presente. Assim, a real forma da aproximação da ação, em linha com essa Realidade Divina, é algo que está presente quando a ilusão dessa egoidentidade não está mais envolvida nisso. A forma real dessa aproximação está no descarte dessa ação que nasce do pensador, que nasce da determinação do pensamento, dentro das relações, nesse contato com o outro, nesse contato com a vida, nesse contato com situações. Enquanto o movimento do pensador, que é o movimento do próprio pensamento, estiver presente, toda ação será uma ação que nasce desse centro ilusório, desse falso "eu", e, portanto, será uma ação egocêntrica. A aproximação real disso é pela autoinvestigação, pela auto-observação. É por isso que nós precisamos da base, que é o Autoconhecimento.

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de um outro inscrito aqui no canal, do José Ribeiro. Ele faz o seguinte comentário e pergunta: "Mestre, a Iluminação, então, é para o ego? Então, iluminar é o ego descobrir que ele nunca existiu, que ele não é vivo, não é uma pessoa e, portanto, num encontro consigo mesmo, ele não volta mais? Porque não se trata de alguém vivo a requerer algo. Esclarece isso, por favor".

MG: Repare, Gilson, essa colocação aqui que o nosso amigo José faz. Veja, é só uma colocação intelectual. Aqui, não se trata de termos, mais uma vez, uma mera compreensão intelectual desse assunto. Nós somos muito tendenciosos, Gilson, ao ouvir uma fala e dela tirar conclusões. É bem típico do nosso intelecto, desse modelo de intelecto condicionado que nós temos, de buscar segurança a partir do conhecimento. O conhecimento pode nos dar palavras, pode nos dar conclusões, mas ele não pode nos dar a Visão da Realidade. Nós precisamos ir além do intelecto, além das palavras, além das conclusões.

Quando, aqui, você pergunta isso e pede um esclarecimento, nós temos aqui duas coisas para lhe dizer. A primeira é: abandone as conclusões acerca do que é Iluminação. Trabalhe em direção a essa ciência da verdade sobre você mesmo. Quanto a essa Realização, ou Iluminação, ou o nome que nós queiramos dar para Isso, Isso não é algo que acontece para alguém, é algo que acontece quando o sentido desse alguém se dissolve, mas não podemos apenas ouvir isso e daí tirar uma conclusão, porque nós ficamos apenas, ainda, no campo das ideias.

Aqui, o que se faz necessário para uma real aproximação deste trabalho é descobrir como olhar para tudo isso, como tomar ciência de como você funciona aqui e agora, neste momento. Não idealize, não imagine, não tire conclusões, não pense sobre Iluminação, porque, de fato, Iluminação não é para alguém. A Realidade do Despertar é possível, mas não é o Despertar de alguém, não é o Despertar para alguém. A Realidade da Iluminação é possível, mas não é a Iluminação para alguém, não é a Iluminação de alguém. Então, essa é a primeira coisa. A segunda coisa é quando você diz: "Esclarece isso." Toda a clareza a respeito desse assunto nasce do próprio Estado Natural. Esse Estado Natural é chamado de "Iluminação" não é à toa, porque é, sim, um Estado de Clareza, de Claridade, de Visão, de Luz. Então, se há essa Visão, há essa Clareza, há naturalmente toda a Compreensão, mas Isso nasce do próprio Estado, não nasce do intelecto.

Toda essa base aqui, de fala, de colocação, é só uma base. Com essa base, mas indo além dela, sim, é possível essa Realização; mas, com essa base, se posicionando nessa base, se sustentando nessa base, ficamos parados. A grande maioria das pessoas passa muitos anos de suas vidas lendo livros, estudando, ouvindo palestras, mas elas estão assentadas sobre uma base. Essa base é a base do conhecimento, é a base do aprendizado. Como foi colocado agora há pouco, há uma diferença daquilo que você aprendeu para a realidade daquilo que está, neste instante, se revelando nesse aprender. Em geral, nós estamos vivendo com aquilo que aprendemos.

Assim são nossas ações, nossas falas, tomadas de decisões, realizações, todo esse saber, conhecimento, experiência, essa assim chamada "inteligência" presente em nós. toda ela tem, por princípio, essa formação que adquirimos, algo que veio do passado. Está se expressando aqui, neste momento, mas é algo que está nascendo desse passado, de tudo aquilo que nós já adquirimos em algum momento, sendo expresso neste momento, se manifestando neste momento. Toda essa ação é a ação do "eu". Então, nós podemos estar simplesmente assentados nessa base, que é a base do conhecimento, e ali ficarmos assentados por mais quinhentos anos.

A Ciência da Revelação da Verdade, a Ciência do Despertar, é a ausência do "eu", é a ausência do ego. Não se trata de algo que o intelecto alcança, realiza ou pode conhecer. A Verdade está além desse assim chamado "conhecimento" que nós conhecemos, e dessa assim chamada "ignorância" que, também, nós conhecemos. O nosso trabalho na vida, Gilson, consiste em tomarmos ciência diretamente; é a vivência direta, é a constatação direta, é a percepção direta, algo possível nesse aprender momento a momento. O sentido do "eu", do ego, em nós, é um elemento que está sempre, no seu dinamismo, modificando. Esse elemento em nós, que vem do passado, tem esse dinamismo dessa mudança, mas é uma mudança de continuidade no próprio tempo.

Nós precisamos ter essa alerteza, essa aproximação desse olhar momento a momento, para tomarmos ciência daquilo que ocorre conosco dentro desse processo de mente condicionada, de condicionamento mental. Então, sim, ocorre esse aprender sobre esse processo de expressão do "eu" e, nesse aprender, descartamos essa identidade, apenas e simplesmente pelo observar, sem reagir, apenas nesse olhar, momento a momento. Então, a forma real desse aprender é, na realidade, como eu tenho dito, um desaprender sobre essa velha condição de continuidade dessa egoidentidade.

Aqui, nestes encontros, nós estamos lhe mostrando como isso se torna possível, e isso se torna possível quando você descobre o que é escutar, o que é olhar, o que é perceber, o que é sentir, o que é viver sem o passado, sem esse elemento presente em cada um de nós que, quando aparece, aparece fazendo escolhas, tomando resoluções, aparece nesse gostar ou não gostar, querendo alterar, mudar, impor pensamentos, impor sentimentos, impor ideias, crenças, emoções, sobre este instante, sobre aquilo que se mostra aqui. Olhar para essas reações é o descarte dessas reações para algo novo estar presente, algo fora da mente, algo fora do "eu". É isso que estamos propondo aqui, para você, nestes encontros. Algo possível nesta vida, para esta vida, porque é a única Vida, é a única Realidade, onde tudo já está presente.

GC: Gratidão, Mestre! Já fechou nosso tempo. Gratidão por mais este videocast.

E, para você que está acompanhando o videocast até o final e tem um desejo sincero em compreender essas verdades, em ter, realmente, uma compreensão além do entendimento intelectual, fica o convite para vir para os encontros que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros de final de semana. Existem no formato on-line de final de semana, existem encontros presenciais, inclusive retiros de vários dias. Nesses encontros, o Mestre responde diretamente, ao vivo, às nossas perguntas e muito mais do que isso. Por o Mestre já viver nesse Estado assim chamado "Desperto", de Consciência, ele compartilha uma Presença, um Poder e uma Graça que nos ajuda demais nessa compreensão. A gente acaba pegando uma carona nessa energia de presença do Mestre e isso, realmente, facilita muito a gente conhecer a nós mesmos, a gente poder observar o movimento doido dos pensamentos. Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros.

E, Mestre, mais uma vez, gratidão.

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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Estoicismo e as relações humanas. O que é o pensamento? Aprender sobre Autoconhecimento.

Geralmente, nós temos uma forma de nos aproximarmos de qualquer assunto ou criando uma complicação muito maior do que o assunto representa ou simplificando demais. Então, há essa inclinação geral em nós: ou nós complicamos ou nós simplificamos. Há uma simplificação exagerada ou uma complicação exagerada.

Aqui nós vamos tratar hoje de alguns assuntos que envolvem a beleza desse encontro com o Autoconhecimento, esse encontro com a verdade sobre quem você é, sobre quem nós somos. Então, isso requer de cada um de nós uma nova forma de aproximação. Não podemos continuar complicando esse assunto, nem simplificando demais. Eu digo isso porque algumas pessoas escrevem dizendo: "Me parece tão simples", enquanto outros dizem: "Mas o que você diz é muito complicado".

Então, veja, para alguns isso é muito simples e para outros isso é muito complicado. O que é que está, de verdade, criando essa diferenciação? Aquilo que cria essa diferenciação é a nossa forma de aproximação, e nós não temos uma verdadeira forma de aproximação desses assuntos, porque estamos por demais acostumados a olhar a partir de um fundo de conhecimento e de experiência que nós trazemos, algo que nós já temos em nós e, naturalmente, isso dificulta termos uma nova aproximação. E aqui nós precisamos ter uma nova aproximação.

Só há como aprofundar um assunto como esse quando temos dele uma aproximação diferente, e essa aproximação requer de cada um de nós, logo a princípio, uma mente silenciosa, a mente com uma certa quietude para essa aproximação. Você nunca consegue compreender alguém ou compreender alguma coisa sem um mínimo de silêncio. Se você quer prestar atenção a alguma coisa, o cérebro precisa estar quieto, o que, em geral, nós não conseguimos com facilidade.

Assim, nós nos colocamos dessa forma: nós queremos compreender, mas há em nós essa interna inquietude que nos impossibilita esse silêncio, que é o silêncio que facilita o aprofundamento daquele assunto, e é isso que nós precisamos aqui. Nós precisamos descobrir nesse encontro o que é aprender sobre nós mesmos.

O nosso assunto aqui com você é esse aprender sobre o Autoconhecimento. Nós não temos essa ciência de aprender, nós não aprendemos a aprender. Nós temos alguma facilidade para aprender algumas coisas na vida, e é interessante tocarmos nisso aqui. Tudo aquilo que nós temos, de verdade, uma certa facilidade para aprender, observe em você e irá perceber, há dentro de você um interesse, um profundo interesse. Então há esse fervor interno, esse amor interno, essa paixão interna para aquele assunto.

Então, repare, não fica complicado, ou por mais complicado que pareça a você no início, isso não é levado em consideração, em razão desse fervor, desse amor, dessa paixão por aquilo. Então, aquilo se torna simples quando você aprende com facilidade, por mais difícil que a princípio aquilo tenha parecido ser.

Aqui nesses encontros, nós estamos investigando com você o assunto mais importante da vida. E qual é o assunto mais importante da vida? É a vida, a compreensão da totalidade da vida; e esta compreensão é algo que está presente quando está presente aquilo que estamos tratando aqui com você, que é a visão de si mesmo.

Não existe tal coisa como uma separação verdadeira entre você e a vida. A vida é você, você é a vida. Tudo que está presente hoje em você é aquilo que está presente na vida, nessa sua vida. Aqui a não compreensão da "sua vida" é a não compreensão da vida, como ela está acontecendo nesse momento para você.

Nós temos algumas crenças; na verdade, nós temos muitas formas de crenças. Colocando de uma forma mais específica, nós temos, com relação à vida, algumas crenças básicas das quais precisamos nos livrar. Uma crença principal é a ideia da separação, onde você se sente alguém na vida, vê a vida como algo para você. Enquanto persistir essa psicológica condição, que na realidade é ilusória, continuará presente diversas formas de conflitos estabelecidos dentro dessa sua relação com a vida.

Eu quero tocar nesse assunto das relações aqui com você. Esse assunto é um dos que nós precisamos ter dele uma real aproximação, uma verdadeira aproximação, uma significativa e profunda aproximação. Aqui, quando tocamos nessa questão do Autoconhecimento, estamos basicamente tocando na importância da compreensão de como você funciona no contexto das relações, da verdade sobre as relações.

Alguns querem ter uma aproximação disso a partir de pontos de vista filosóficos, dos relacionamentos ou das relações a partir da perspectiva da filosofia, outros da psicologia. Então, nós temos diversas formas de buscarmos uma aproximação disso. Nós temos a perspectiva religiosa, a perspectiva psicológica e, por exemplo, a perspectiva filosófica, como ocorre na questão do estoicismo - essa visão do estoicismo sobre os relacionamentos. Mas aqui estamos com você aprofundando isso a partir de uma visão daquilo que se passa aqui conosco, em cada um de nós.

As nossas relações não são reais quando estão fixadas em quadros que o pensamento constrói. Vamos esclarecer isso aqui pra você. A forma como nós nos aproximamos do outro é basicamente a forma como nós nos aproximamos de nós mesmos. Qual é a verdade dessa aproximação que temos sobre quem nós somos? A verdade é que nós não conhecemos a verdade sobre nós mesmos, temos uma aproximação a partir do que o pensamento construiu, do que o pensamento está nos mostrando, está nos apresentando.

Assim, essa aproximação é a aproximação do pensamento. Essa é a aproximação que temos de nós mesmos. Assim, naturalmente, qualquer aproximação que você tenha com o outro, nessa mesma base de aproximação, não será uma verdadeira aproximação, teremos uma equivocada aproximação, porque teremos a presença de uma separação em que a cortina da separação é o pensamento.

Então, existem diversas coisas aqui que nós precisamos estudar quando estudamos a nós mesmos. Uma delas é sobre o pensamento. Essa cortina de separação, de divisão, nos impede de uma real relação com aquilo que nós realmente somos. A nossa relação com nós mesmos é equivocada e a nossa relação com o outro também.

É impossível a verdade de uma relação quando há uma muralha, quando há um muro, quando há uma cortina. É como quando você vai para a janela e se depara com a janela, mas há uma cortina ali. Se você não abrir a janela, não haverá uma relação de visão, de contato visual com o externo. Então você tem a janela, você tem o vidro da janela e você tem a cortina. Se não abrir a cortina, se não abrir a janela, você não terá um contato real com a visão. Ao menos essa cortina precisa desaparecer desse seu campo visual, porque ela é o impedimento.

Nesse contato com você, você não se conhece, porque você tem de você aquilo que o pensamento diz sobre você; você tem sobre o outro o que o pensamento diz sobre o outro. Então, é fundamental descobrir a verdade sobre o pensamento. Como nos aproximamos dessa verdade sobre o pensamento? Tomando ciência do que ele representa.

A nossa dificuldade aqui consiste no fato de que o pensamento está o tempo inteiro ocupando esse campo, ele está o tempo inteiro sendo essa cortina que nos impede de ter ciência do que se passa, inclusive conosco. Assim, o seu contato com o outro se torna impossível.

Aquilo que temos considerado contatos em nossas relações são contatos onde está presente esse modelo de pensamento, e o pensamento distorce a realidade, ele impede a verdade daquilo que está presente nas relações. Assim, o que se situa presente nessas relações é a divisão. E se nós temos a divisão, não há ciência, não há compreensão, não há verdade.

Todo pensamento que você tem sobre você é essa cortina que lhe impede de ter ciência da realidade sobre você, assim como todo pensamento que você tem sobre o outro, essa é a cortina que lhe impede de ver a realidade de quem é o outro.

A vida requer esse aprender, momento a momento. Assim, esse contato com a vida, que é o contato consigo mesmo, é o contato do aprender; é só quando, na vida, se torna possível a Liberdade e, naturalmente, a presença da Felicidade, a presença do Amor nas relações, porque é a base dessa relação, na vida, com a vida. Uma vez que haja ciência da não separação, porque não há mais essa cortina, que é a cortina do pensamento, temos a presença dessa comunhão com nós mesmos, porque não há pensamento, temos a nossa comunhão com o outro, porque não há pensamento.

Então, nós precisamos descobrir o que é a vida sem o pensamento. E o que é basicamente o pensamento? Qual é a verdade sobre o pensamento? O pensamento é uma construção de memória, de lembrança, de recordação, de ideia. Quando lidamos com o pensamento, não estamos lidando com a realidade, estamos lidando com o símbolo, com a imagem, com a ideia sobre aquilo.

Observe como é simples isso. Quando você se lembra da sua casa, você não tem a sua casa, você tem uma imagem, uma ideia, um quadro, assim como quando você se lembra de alguém, você não tem ele ou ela, você tem uma imagem, um quadro, um pensamento. Assim, nós estamos lidando com a vida a partir do pensamento. Todas as nossas relações, todos os nossos relacionamentos, tudo aquilo com o qual estamos relacionados a partir do pensamento não é outra coisa a não ser uma imagem que o pensamento está construindo e está estabelecendo como sendo verdadeiro dentro dessas relações.

Então, aprender sobre o Autoconhecimento é tomar ciência de como você funciona nesse contato com a vida como ela acontece. E parte do que acontece na vida temos a presença do pensamento, parte da vida é esse próprio movimento dela nas relações. Assim, sem compreender o pensamento, sem compreender as relações, nós temos uma vida conflituosa, aflitiva, em desordem, em confusão.

Por isso, a base para a Realidade Divina, para a Realidade de Deus, na vida, é a ciência de sua Graça, é a ciência de sua Presença, e essa Realidade presente é a Realidade da Verdade sobre Você em sua Natureza Real. Uma compreensão direta da verdade sobre você é a eliminação desse padrão de pensamento como nós conhecemos para uma aproximação da vida e, portanto, das relações sem essa cortina. Então nós temos um contato com a realidade desse momento, que é a vida como ela acontece, onde está presente a Verdade dessa nova aproximação desse instante, desse momento presente, desse viver.

Esse contato é aquilo que eu tenho chamado de experimentar momento a momento. Não se trata de uma experiência que se tem, mas de um experimentar desse instante, nessa relação; nessa relação onde está presente a ausência dessa separação e, portanto, a Comunhão está presente, o Amor está presente, a Liberdade está presente. O que torna tudo isso possível como base é a visão da Verdade sobre quem nós somos, que é essa ciência Divina, que é esta ciência da Realidade do Amor, da Paz, da Felicidade, que é a Natureza de Deus.

Alguns têm chamado isso de Autorrealização ou Realização de Deus, é a ciência da Verdade de sua Natureza Divina se revelando em razão da visão do Autoconhecimento, da compreensão, da eliminação desse sentido do "eu", isso em razão da verdade sobre o Autoconhecimento. Portanto, o Autoconhecimento Real não é outra coisa a não ser a eliminação dessa separação, dessa dualidade, onde temos a Verdade d'Aquilo que está além da mente, além do pensamento, além daquilo que por muito tempo em nossas vidas estamos vivendo nessa ilusão de separação.

Nesses encontros aqui nos finais de semana estamos trabalhando isso com você. Sábado e domingo estamos juntos aprofundando esse assunto aqui. Quero deixar aqui esse convite para você participar desses encontros online nos finais de semana. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros.

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

O que é meditação? | Aprender sobre o Autoconhecimento | Atma Vichara | Meditação | Auto-observação

Ter uma aproximação da verdade sobre você requer ter um olhar que, em geral, nós desconhecemos. Que é o olhar que alguns gostam da expressão: auto-observação. Mas há uma confusão aqui, porque a ideia por detrás desta auto-observação é alguém olhando para si mesmo.

Aqui, quando colocamos para você essa expressão, auto-observação, nós preferimos até a expressão observação, apenas. Precisamos da ciência da pura observação, porque não se trata desse mim, desse "eu", dessa pessoa, olhando para si mesmo, nesse sentido de uma introspecção, de uma autoanálise. Aqui a expressão melhor seria autoinquirição ou auto-investigação.

Então, estamos diante de um portal que se abre para esse estudo de nós mesmos, para esse aprender sobre nós mesmos. Assim, observamos aquilo que se passa nesse olhar. Apenas observamos.

É o que eu quero convidar você aqui para compreender isso com muita clareza. Nós temos uma playlist aqui no canal falando da verdade sobre essa autodescoberta e da beleza desta autorrevelação. Estudar a si mesmo é aprender sobre o Autoconhecimento.

Essa é uma playlist aqui no canal. Aprender sobre o Autoconhecimento. Nós não sabemos aprender.

Nós estamos aprendendo como as máquinas aprendem, adquirindo informações, adquirindo conhecimento, e colocando em prática esse conhecimento, essa informação, na ação. E depois chamamos isso de experiência adquirida.

Então, para nós, conhecimento e experiência é a base do aprender. Pelo menos é assim que nós funcionamos. Na vida, tudo nós aprendemos assim: conhecimento e experiência. Tudo que sabemos fazer na vida, fazemos com esse princípio, com essa base. Conhecimento e experiência.

Aquilo que diz respeito a esta ciência da natureza do ser, que é a natureza de Deus em você, o aprender sobre isso é algo diferente. Não se trata de conhecimento sendo adquirido, nem experiências sendo obtidas. Veja, aqui já nos deparamos com um problema, porque, para a maioria das pessoas, o encontro com Deus é possível a partir de estudos sobre Deus.

Mas o que é que temos para estudar sobre Deus? Em geral, acreditamos que o que nós temos é aquilo que está nos livros, nos livros espirituais, nos livros sagrados. Então, depois de muitos anos lendo muitos livros, nós desenvolvemos um intelecto altamente capaz para citar as escrituras, para citar frases prontas de coisas que aprendemos. Aprendemos de que forma? Adquirindo conhecimento e praticando a fala sobre aquilo, ou escutar mais e mais vezes sobre aquilo. Então, é isso que nós chamamos de conhecimento, desse assim chamado conhecimento espiritual.

Agora, compreendam isso. Isso fica só a nível do intelecto. Podemos sim passar por algumas experiências, assim chamadas espirituais ou místicas, mas continuará lá o elemento que sustenta esse conhecimento, essa vivência, portanto, essa experiência.

E esse elemento é o "eu", é esse mim, é esse ego. Enquanto que a realidade da revelação desta ciência divina é exatamente a ausência do ego. Portanto, esse aprendizado que nós recebemos, que nós temos, e que nós cultivamos, que nos foi ensinado, que devemos ter, que precisamos ter, é um equívoco.

Nós precisamos descobrir o que é aprender sobre Deus. Mas aprender sobre Deus requer ter uma aproximação do descarte desse elemento presente que se vê como uma entidade presente no tempo e no espaço, que é o "eu", tendo uma particular vida, separada da própria vida, separada do outro, separada de Deus. Assim, a ciência sobre Deus requer o descarte desse "eu".

É quando Deus se revela. Isso é o real aprender sobre Deus. Então, como ter uma aproximação sobre isso? Como aprender sobre o Autoconhecimento? Porque é a ausência dessa compreensão de si mesmo que nos coloca nessa equivocada condição de adquirir mais e mais conhecimentos teóricos, intelectuais, verbais, de livros, esse cultivo de experiências ainda para esse elemento que é o "eu". Esse é o equívoco. Nós precisamos nos aproximar de nós mesmos, observar a si mesmo, se tornar ciente desse movimento que é o movimento do "eu", do ego.

Portanto, a ideia de trazer para as nossas vidas a realidade de Deus, uma vez que essa minha vida é ainda a vida equivocada, é a vida condicionada, é a vida aprisionada ao modelo de medo, de raiva, violência, ambição, desejos conflituosos, onde está presente todo tipo de desordem, desarmonia, problemas e sofrimento esse é o equívoco. A forma real da aproximação de Deus está no descarte desta ilusão, que é a ilusão do "eu", que é a ilusão do ego. Então, a forma verdadeira desta aproximação do aprender, temos que aprofundar isso aqui, requer esse olhar, observar, se dar conta da pessoa que você é, que você apresenta ser, que você demonstra ser, nesse contexto de relação com ele ou ela, com o mundo à sua volta e com você mesmo.

Daí a real necessidade da verdade sobre o Autoconhecimento. E me parece que aqui já começa a ficar claro para você que usamos essa expressão não no sentido desta pessoa mudar, melhorar, aprender mais sobre ela, adquirir mais experiências, ter uma base melhor para uma vida bem sucedida onde se alcança resultados em razão dessa ferramenta, dessa assim chamada ferramenta do Autoconhecimento, uma posição melhor no trabalho, nas relações humanas, não é isso. Aqui a verdade sobre o Autoconhecimento está em se dar conta desse sentido de separação entre você e a vida, entre você e o outro, entre você e Deus. Então, um encontro com aquilo que é você é o descarte desse você para algo novo presente.

É por isso que a presença da verdadeira visão do Autoconhecimento é algo próximo e que naturalmente está casado, sem separação, sem divórcio, desta arte da meditação. Nós precisamos da base para a meditação. A arte da meditação você aprende quando desaprende a vida centrada nesse tumulto, nessa desordem, nesse barulho, que é o barulho do "eu".

A presença da meditação é a presença desse mistério que é o silêncio, o silêncio da verdade. Não é o silêncio que se alcança dentro de uma prática meditativa, dentro de uma técnica de meditação, mas é o silêncio que está presente quando o sentido de separação não está. Essa é a presença da meditação.

Então, nós precisamos descobrir também o que é meditação. As pessoas, quando dão respostas para essa pergunta, já lhe indicam uma técnica e lhe explicam o benefício da técnica ou da prática que elas estão prescrevendo para você. Mas uma técnica, uma prática, veja, é algo mecânico, e o benefício de algo mecânico é o resultado também mecânico de um sistema, de uma técnica, de uma prática.

Isso é algo que vem em benefício de alguém. Alguém é beneficiado na técnica ou na prática da meditação, porque tem alguém realizando a meditação. Enquanto que aqui estamos lhe dizendo que a meditação é exatamente a ausência de alguém, na prática.

Então, não existe tal coisa como o benefício para alguém. Existe o fim da ilusão de alguém. Essa é a presença da realidade divina.

Então, o propósito real da verdade sobre a meditação, e aqui a meditação não é algo mecânico, não é uma técnica, não é um sistema, não é algo que alguém faz, que alguém pratica, a verdade sobre a meditação é que a meditação revela aquilo que está fora do conhecido, que é a realidade de Deus.

O nosso trabalho aqui juntos consiste nessa descoberta, na descoberta desse instante presente, sem alguém presente nesse momento. Reparem como temos que nos aproximar de uma forma nova desse assunto aqui. Quando você tem um pensamento, ou sentimento, ou uma emoção, a ideia por trás dessa experiência subjetiva, dessa experiência interna, dessa experiência em você, a ideia por detrás dessa experiência é alguém presente, tendo a experiência.

Veja, nós fomos educados para uma vida onde há uma figura central dentro dela, tendo experiências. Sejam experiências desta qualidade, que são experiências subjetivas, sejam experiências objetivas, no sentido de um contato com o mundo externo, quando você está conversando com alguém, ou vendo alguma coisa, percebendo algo externo a si mesmo, a ideia por detrás é alguém presente nessa experiência objetiva. Falar com alguém é a ideia de alguém dizendo algo para outro. Ver alguma coisa é a ideia de alguém sendo o observador daquilo que está vendo.

Quando tem uma música tocando lá fora, a ideia é alguém escutando. Então, tem a música lá, tem o som lá e alguém aqui, tem a visão lá e o observador aqui.

Reparem que nós fomos educados, programados, o nosso modelo psicológico de funcionamento mental é desse tipo. Nós acreditamos que existimos como alguém presente na experiência. Seja ela interna: quando estou pensando, sou o pensador, quando estou sentindo, sou esse elemento que sente, quando estou triste, sou eu e a tristeza, quando há medo, presente tem eu e o medo. Ou quando estamos num contato com a experiência externa, estamos presentes sendo o observador, sendo esse que fala, sendo esse que escuta, aquilo que está fora de mim. Veja, aqui nos deparamos com uma ilusão. Porque não existe tal coisa como alguém, um experimentador, o "eu" presente na vida. Mas essa é a nossa crença, esse é o nosso posicionamento. Então, lidar com a vida como ela acontece, a ideia é alguém capaz de fazer isso.

Um olhar direto sobre a verdade, sobre quem é você, isso requer a presença desse aprender sobre si mesmo, desse novo olhar para essas reações, isso irá lhe mostrar que esse sentimento, pensamento e sensação de ser alguém, esse experimentador, esse observador, esse elemento no sentir, isso é uma sugestão do pensamento. É a ideia de um pensamento presente.

É a ideia desse pensamento "eu", nesse sentir, nesse pensar, nesse falar, nesse ouvir. Aqui, com você, nós estamos vendo juntos o fim para essa ilusão, para uma direta compreensão de que a vida é aquilo que está presente, sendo a própria realidade, única. E é exatamente essa confusão que fazemos, que temos, a respeito de quem somos, nesse contexto que está produzindo em nossas vidas todo tipo de desordem, confusão, sofrimento e problemas.

O que é olhar para esse momento sem esse observador? O que é escutar esse som sem esse elemento que escuta? O que é falar com alguém sem ter alguém vendo alguém? O que é olhar sem o observador? Onde está presente o olhar, apenas o olhar, o som presente no escutar, onde está presente só o escutar. O que é a vida quando o "eu" não está? Quando o ego não está? É o que estamos propondo aqui para você.

Portanto, nesse se aproximar de si mesmo, nesse aprender sobre aquilo que você é. É o aprender sobre o que a vida nesse instante é. Aqui nesse canal, como também em nosso outro canal, nós estamos tendo um olhar, um escutar, um perceber, uma aproximação para uma visão única, singular a respeito da vida.

Evidente que isso requer um desaprender tudo isso que a cultura, a sociedade, a história humana tem nos dado. Precisamos descobrir, na vida, a vida, como ela acontece quando o pensamento não está, quando esse modelo treinado de pensamento não está mais presente. Então, qual é a verdade desta observação, desta auto-observação? É a visão de que não existe esse elemento presente que se separa.

Notem que nesta separação nós temos presente um espaço e é dentro desse espaço, a partir desse "eu" que se vê separado daquilo ou daquele ou daquela ou deste som, ou situação, ou acontecimento, é nesta separação que está presente o conflito, o problema, o sofrimento. Reparem como é importante uma compreensão aqui disso.

Olhar e perceber que sua relação com ele ou ela, a partir do pensamento, é uma relação que se baseia em um elemento em você que vê, a partir de uma ideia que traz, de um pensamento que tem, de um conceito que carrega, de uma imagem que tem formado dentro de si mesmo, sobre quem ele é, sobre quem ela é. Repare, nós não estamos lidando com a verdade quando estamos lidando com o pensamento. Uma vez que o pensamento é uma representação que vem do passado, com base em uma memória de algo que aconteceu.

Mas a nossa relação, por exemplo, com alguém, com base na ideia também de que somos alguém, essa base é uma base que se assenta no pensamento. Eu faço uma ideia sobre quem eu sou. Eu tenho uma imagem sobre quem eu sou.

E eu tenho uma imagem sobre quem você é. Quando me encontro com você, não estou me encontrando com você, estou me encontrando com a imagem que eu tenho sobre quem é você. E você comigo.

Assim, as nossas relações humanas, que são esses relacionamentos, estão assentados, abalizados nessa forma de contato. E a presença do pensamento aí é o elemento mais importante. E, quando ele se torna mais importante, e uma vez que você compreenda que ele está apenas distorcendo a realidade, porque o que ele está trazendo é só algo do passado, para esse momento presente, nós estamos diante de um grande problema.

Assim, as nossas relações humanas, os nossos relacionamentos humanos estão cheios de problemas, porque o meu contato com ele ou ela, nesse contato não está presente a verdade. Nós não temos a verdade do amor, mas a busca de algo que o pensamento está projetando nele ou nela. Então, é algo completamente equivocado.

Esse sentimento que eu tenho por ele ou ela, isso não se assenta na liberdade, não se assenta na verdade. Isso explica porque não existe amor nas relações humanas.

Nós temos companheirismo, cumplicidade, apreciação, carinho, apreço de uma forma conveniente, enquanto isso for vantajoso. Quando isso não trouxer mais vantagem para esse mim, para esse "eu", para essa auto imagem, que é o ego, nós rompemos com esse relacionamento e partimos para outro, ou mantemos esse jogo, onde está presente um jogo de interesse, uma vida artificial, que é a vida do ego. Então nós temos esse aspecto nessa relação com o externo e do ponto de vista interno temos naturalmente toda essa complicação. Veja o que estamos colocando aqui para você. Enquanto não houver uma aproximação real desse aprender sobre nós mesmos, e desta verdade sobre a ciência que revela Deus, que é a meditação, e aqui no canal nós temos algumas playlists trabalhando isso com você, enquanto isso não estiver presente, estaremos sobrecarregados também psicologicamente de estados internos que estão presentes e permanecerão presentes em razão dessa ilusão, de que nós nos vemos como esse "eu" no sentir, esse "eu" no pensar. Então, internamente, estados como ansiedade, angústia, depressão, baixa autoestima, medo, veja, são inúmeros os estados internos de conflito dentro de cada um de nós, de problemas dentro de cada um de nós.

Naturalmente, isso se expressa em nossas relações com ele ou ela. Assim, os conflitos, os problemas, o sofrimento é algo presente na ausência desta ciência da verdade divina. Por que nos falta esta compreensão. Nos falta esta visão da realidade. Não há inteligência, não há liberdade, não há sabedoria, não há amor.

Aqui nós estamos com você trabalhando isso, lhe mostrando que nesta vida, sim, é possível tomarmos ciência da verdade sobre quem nós somos. Você vê aqui uma foto de Ramana Maharshi. Em seus dias, ele compartilhava com aqueles que se aproximavam dele aquilo que ficou conhecido como Atma Vichara.

Olhar, ver a ciência da meditação. Tomar ciência do que é real meditação é: Atma Vichara.

Então Atma Vichara, de Ramana Maharshi, é esta aproximação da verdade sobre a meditação. Atma Vichara significa a auto-inquirição, esta auto-observação, esta ciência de como você funciona. É isso que lhe aproxima da verdade do Autoconhecimento e lhe revela a verdade da meditação.

Aqui nós temos no canal uma playlist sobre esta verdade da meditação, desta Real Meditação de uma forma vivencial, de uma forma prática. Essa é uma playlist. A outra é a verdade sobre o Autoconhecimento.

Assim, fica aqui um convite para você. Nós temos também encontros online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos aprofundando isso aqui com você.

Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online nos finais de semana. Além disso, temos encontros presenciais e também retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido para você, fica aqui um convite. Já deixe aqui o seu like, se inscreva no canal.

Coloca aqui no comentário: sim isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

O que é Meditação? Aprender sobre o Autoconhecimento. Advaita, a Não Dualidade. Meditação prática.

Aqui, nesse trabalho, a nossa ênfase está na descoberta, na visão clara, na constatação da Vida Real. Vida Real é a vida onde está presente o Amor, a Paz, a Alegria, a Liberdade, a Felicidade. É que a realidade disso representa a verdade livre desse movimento aflitivo, conflituoso que o sentido do "eu" estabelece quando está presente. Quando há esta liberdade, que é permanecer livre do movimento psicológico deste "eu", deste "ego", temos a Verdade sobre a Liberdade.

A Real Liberdade não é a liberdade de ir e vir; não é a liberdade para fazer o que desejamos fazer, ou para conseguir obter o que queremos obter. A Real Liberdade é a presença da Verdade nesta ausência do "ego", nesta ausência do "eu". E é isso que estamos, aqui com você, explorando, investigando, lhe mostrando como isso se torna possível nessa vida.

Uma vida livre do "ego" é algo que o ser humano, no pensamento, é simplesmente impossível ter qualquer aproximação imaginativa disso. Porque isso é algo além do pensamento, além de tudo que o pensamento possa produzir, projetar, idealizar. Você, em seu natural estado Divino, em seu natural estado de Ser, é esse estado livre do tempo e do espaço. Nesse modelo de espaço, onde está presente essa separação - vamos tocar nisso aqui com você. Nós temos uma visão a partir do observador, sobre tudo: sobre qualquer assunto que você fala, toca nele, trata sobre ele, é sempre a partir de uma ótica; é a ótica de quem vê, a partir desse elemento que está separado daquilo. Então, nós estamos vendo o mundo, a vida, a nós mesmos, todas as experiências, a partir de um observador, que se vê como um elemento separado daquilo.

Então, no que diz respeito a contato com pessoas, objetos, situações, e também conhecimentos, é sempre a ideia de "alguém que conhece", de "alguém que vê", de "alguém que sente". Então, nós temos presente aqui essa separação; nesta separação nós temos um espaço: esse é o espaço da dualidade, desse "eu" e a "outra coisa".

Aqui nós temos, com você, explorado como romper com esta psicológica condição de ausência de liberdade. Esta ausência da liberdade é a ausência da liberdade, porque é a ausência da Verdade desse espaço Livre da Dualidade. O espaço que nós temos, o espaço que nós conhecemos, é o espaço desse "eu" e o "não eu".

Veja como é importante termos desse assunto uma aproximação Real. Porque, aqui, nós temos que tocar com você sempre, constantemente, na importância do Autoconhecimento, e nesse aprender sobre o Autoconhecimento. Esse aprender sobre isso é ter um olhar para a vida sem "esse que vê", sem "esse que observa", sem "esse que se separa," como um elemento que "se sente assim", "particularmente assim", "especialmente assim", dentro da vida, dentro da experiência. Então, o fim desse "elemento", é o fim do "eu", é o fim do "ego", é o fim do "observador", é o fim desse "elemento" presente que se separa.

Aqui não temos separado a realidade da revelação desse novo espaço sem o "eu", sem o "ego", da própria ciência que revela Deus, que é a Ciência da Meditação. Então, são playlists que nós temos aqui: o que é meditação? Nós temos voltado de novo, e de novo, e de novo.

Nós precisamos aprender, na vida, a desaprender esse formato de padrão de dualidade, de "ego-identidade". A nossa formação tem sido a formação da estrutura do "eu". Esse é o nosso condicionamento mental, é o nosso condicionamento psicológico. A nossa formação psicológica é a formação de uma "identidade presente" o tempo todo: falando, pensando, sentindo, agindo; tratando de assuntos, tendo conhecimento - e falando sobre aquilo - lidando com pessoas, com situações. Essa condição de existência é a condição do isolacionismo, do separatismo desta identidade que se vê à parte e separada da própria vida. Isso é a ausência do seu natural Estado de Ser, que é esse espaço sem o "eu", sem o "ego".

Isso, na vida, como ela acontece aqui e agora, momento a momento, é a própria Verdade sobre a Meditação. A meditação não é aquilo que as pessoas dizem que ela é. A meditação é a Realidade da Ciência, da ausência de "alguém" presente na vida, na experiência. O que representa a verdade do experimentar, porque, se não há esse experimentador, não existe também essa experiência - o que temos presente é o experimentar. Se não há "alguém" na vida, o que temos presente é a Própria Vida. A presença da Própria Vida, nesta ausência de "alguém", é a Realidade Divina, é a Realidade de Deus.

Então, o que é meditação? É a presença desse mistério! É isso que nós temos chamado aqui de Real Silêncio. O ser humano busca isso, ele está em busca da felicidade, em busca da paz, em busca do amor, mas ele está fazendo isso nesse movimento equivocado, que é o movimento de "alguém" na procura, da "pessoa" na busca. Assim, existe esse "fazer", esse "buscar", esse "procurar". Nós colocamos aqui o elemento tempo para isso se realizar. Assim entramos em diversas formas de equívocos aqui, de enganos; um deles é a noção de "alcançar", de "obter", de "realizar". Repare que esses verbos estão sempre ligados a uma proposta de futuro; esse futuro, não percebemos, é uma imaginação do pensamento. Porque não existe tal coisa como a Realização da Verdade de Deus, da Liberdade, ou da Iluminação, como você queira chamar, no futuro. Não existe tal coisa como o futuro. É o pensamento que tem criado a ideia do futuro.

Notem que a vida é aquilo que está aqui nesse instante; mas nós temos uma ideia de que amanhã será diferente. Essa ideia é uma projeção do pensamento sobre o amanhã, algo que está acontecendo agora, aqui. Essa projeção, essa imaginação, é agora, aqui. Não há qualquer realidade como o futuro nessa imaginação, ou nessa projeção. A realidade é só o pensamento! Portanto, não existe tal coisa como o futuro, agora. Esse futuro do pensamento não é real. Poderíamos colocar de uma outra forma: a realidade do futuro é agora, porque esse instante revela a verdade do que é. Mas nós ficamos nesse idealismo, nesse futurismo, nesse "vir a ser", nesse "deveria ser", ou "poderia ser", ou "talvez será".

É assim que estamos orientando nossas vidas, e temos orientado nossas vidas, desde ontem, desse assim chamado "passado psicológico", porque é isso que imaginamos também a respeito do que foi. O pensamento projeta o que foi como sendo passado e projeta o que será como sendo o futuro. Notem que estamos sempre dentro de um jogo que é o jogo do pensamento! Nós somos como que uma pequena mosca que caiu na teia, na teia da imaginação; e essa teia da imaginação tem os seus fios, e esses fios, que constroem essa teia da imaginação, é o pensamento. Podemos romper com isso? Para a ciência da vida, agora, aqui, livre do passado e livre do futuro? Percebam a importância disso, a implicação dessa proposta sendo colocada aqui para você! Se tornar ciente de que a vida, nesse momento, se revelando como ela é - livre do passado que o pensamento constrói, e do pensamento sobre o futuro que essa estrutura desta "identidade egoica" tem estabelecido - uma vida assim, é uma vida livre do sofrimento!

Você não tem, por exemplo, nenhuma forma de medo, nenhuma forma de medo. Repare, os nossos medos são inumeráveis. Mas é simplesmente impossível alguma forma de medo agora, aqui, quando o pensamento não está. Basta um pensamento sobre o que poderá acontecer de ruim para "mim" - veja, esse "mim" é uma imaginação de "alguém", de "alguém" que "está presente". Apenas quando o pensamento surge, surge a ideia de "alguém" presente, que é o "mim". E quando o pensamento surge, cria o futuro desagradável, ruim, para esse "mim"; então, o medo surge.

É fascinante termos uma direta compreensão da Realidade, desse jogo que o pensamento faz, de todo esse jogo que ele tem montado. O pensamento lhe coloca no tempo, no passado ou no futuro; e a ideia de "você" no presente. Veja, é o pensamento criando esse jogo. A referência de "você" no presente é a lembrança de "algo", de "alguém", de algum acontecimento, de alguma situação. E essa lembrança de "alguém" é uma imagem, essa lembrança de um acontecimento é algo que aconteceu no passado, ou algo que possa acontecer no futuro. É assim que esse "alguém", o pensamento, está imaginando no presente. Sem pensamento, repare, não existe "alguém", não existe esse "eu".

Se eu pergunto algo a você, você me dá uma resposta. No momento em que você me dá a resposta, o que estamos tendo presente, nesse instante, é uma resposta do cérebro em razão de uma memória que o cérebro tem. Então, essa é a resposta. Eu pergunto o seu nome e o cérebro traz essa resposta; e, nesse momento, a fala acontece e você me diz o seu nome. Mas o que temos aqui, nesse instante? Veja como temos que investigar tudo isso. O que estamos tendo aqui nesse instante é apenas um movimento de memória cerebral e um cérebro trazendo uma afirmação de um nome. Mas, juntamente com isso, existe uma ilusão que surge: é a ilusão de que tem "alguém" nesse processo. Você diz: "eu". Veja, não existe esse "eu"; existe só o nome, a memória, a lembrança, toda essa mecânica cerebral para dizer o nome.

Esse "eu" é aquilo que o pensamento imagina sobre você. Qual é a verdade sobre você? Você desconhece. Tudo que você tem sobre você é o que o pensamento diz sobre esse "eu". Portanto, esse "eu" é esse "elemento" que está aqui no presente, o que é uma ilusão; vindo do passado, o que é uma ilusão; indo para o futuro, o que é uma ilusão.

Uma aproximação da verdade sobre o Autoconhecimento, esse aprender sobre o Autoconhecimento, é descartar da vida, desse corpo-mente, a ilusão desse "eu". Então, você, em sua Natureza Real, está presente. No entanto, você, em sua Natureza Real, não está no tempo, não é "alguém" que tem uma história. Porque uma história - acabamos de ver isso - uma história é só um registro de memória, algo que vem do pensamento, que está dentro dessa estrutura de memória cerebral e de resposta cerebral, enquanto que a Verdade sobre você é desconhecida.

Aqui juntos, nesse aprender sobre o Autoconhecimento, tendo uma visão clara, real do que é a meditação, temos presente a Realidade deste Ser, desta Real Natureza Divina de cada um de nós.

Quando as pessoas perguntam: o que é a iluminação? O que é o despertar espiritual? É a ciência de que não existe "alguém" para se iluminar, "alguém" para o Despertar Espiritual. O Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual é a Natureza da Verdade! Nós usamos essas expressões, mas estamos diante ainda de palavras que não representam absolutamente nada. Porque a grande verdade sobre tudo isso é que, quando isso está presente, não há nada para se dizer sobre isso. A Natureza de Deus é a Natureza do desconhecido, e essa Natureza de Deus é você, quando "você" não está. Esse "você", que "você" conhece sobre "si mesmo", não está.

Assim, há uma grande confusão também na cabeça das pessoas com essa expressão Autoconhecimento, porque elas acreditam em uma ferramenta para melhorarem como pessoas, para se tornarem melhores pessoas. Para, como pessoas, realizarem objetivos, sonhos e projetos e realizações pessoais; se desenvolvendo, tendo um autodesenvolvimento.

Enquanto a Realidade do Autoconhecimento é exatamente o fim da ilusão de "alguém" para se conhecer. É o descarte da ilusão desta "ego-identidade". No que diz respeito à verdade da meditação, é a ciência deste Ser, agora. Não se trata de um lugar afastado, em um quarto, pernas cruzadas, a respiração acontecendo de uma certa forma, a recitação de um mantra, uma música suave no fundo tocando. Isso não é meditação! Isso é prática de meditação, como as pessoas praticam. Elas poderão praticar isso, dessa forma, por mais duzentos anos, ou trezentos anos, e jamais compreenderão o que estamos colocando aqui. Porque aqui estamos colocando para você o fim da ilusão, do sentido do "eu", do "ego". Esta é a ciência da Real Meditação. É o florescer de sua Natureza Real.

A presença da Verdade da Meditação, como nós precisamos compreender essa arte na vida, é a Verdade do seu Ser livre do "eu". Assim, onde há Real meditação, não existe o meditador. A presença da meditação é agora, conversando com alguém, dirigindo seu carro, trabalhando, dentro de uma atividade intelectual, física, enquanto você conversa com uma pessoa, enquanto você assiste TV, enquanto você caminha, enquanto você almoça, ou faz o seu lanche, não precisa ter "alguém" ali; apenas a ciência da vida, a vida em expressão.

A vida em expressão, sem "alguém" presente, é meditação. É no viver, é momento a momento, uma vida livre do "ego", o que naturalmente representa uma vida livre do tempo - passado, presente e futuro - porque é uma vida livre do pensamento. Aqui eu me refiro a esse pensamento que dá estrutura a essa ilusória identidade, que é "especial", que se vê nesse "especialismo" de "ser alguém" se movendo dentro desta ideia de tempo e espaço.

O que temos é a Realidade da Vida. O que temos é a Verdade de Ser. A beleza desta vida é a beleza da Felicidade, da Completude, é a beleza da Bem-Aventurança, do seu natural estado de Beatitude, de Completude, de Abundância de Amor. Abundância, sim, Abundância de Paz, Abundância de Felicidade. Você, em seu Estado Natural, em seu Estado Divino, é aquele que olha livre desta noção de "alguém" no olhar; é aquele que escuta sem essa noção de "alguém" no escutar; é aquele que sente sem essa ilusória ideia de "alguém" no sentir.

É por isso que estamos aqui com você, lhe mostrando o que é a vida na não-dualidade. Advaita é a visão da não-dualidade. É uma expressão, em sânscrito, para o primeiro sem o segundo. O primeiro sem o segundo é a Realidade Divina. A única Realidade na vida é a Vida. Essa Vida é Deus, isso é Advaita. Aqui, estamos com você trabalhando isso, descobrindo esta ciência da meditação. A Meditação Prática é diferente da prática da meditação. Aqui, se trata da Meditação Prática. O tempo inteiro estamos trabalhando isso com você, aqui nesses encontros. Lhe mostrando como tomar ciência da meditação na prática. Não se trata de praticar a meditação, mas da ciência, da visão da vida, aqui e agora, onde a Meditação, na Prática, está acontecendo.

Esses nossos encontros aqui são encontros online que ocorrem aos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, nesse contato com o silêncio, nesse contato com essa aproximação da própria autoinquirição, da autoinvestigação, da meditação, estamos trabalhando com você.

Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online aos finais de semana. Além desses encontros, nós temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido para você, fica aqui um convite. Já deixa aqui o seu like, se inscreve no canal e coloca aqui no comentário: "sim, faz sentido". Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Joel Goldsmith | A Palavra do Mestre | O que é o Autoconhecimento? | Mestre Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença.

Hoje, eu vou ler um trecho do livro do Joel Goldsmith chamado "A Palavra do Mestre". Num trecho desse livro, o Joel Goldsmith faz o seguinte comentário: "Para esse propósito, torna-se necessário que comecemos com o conhecimento de que não somos nossos pés, pernas ou troncos, mas que somos um estado de consciência aparecendo ao mundo como corpo". Nesse trecho, o Joel Goldsmith comenta sobre conhecermos a nós mesmos, também chamado de "autoconhecimento". O Mestre pode compartilhar a sua visão do que é o autoconhecimento?

MG: Gilson, a grande verdade sobre o Autoconhecimento é que não existe tal coisa como esse "eu" para ser conhecido. O que, em geral, as pessoas chamam de "autoconhecimento" é o movimento do próprio reconhecimento do pensamento e de como essa mecânica de reação de memória está funcionando. Veja, essa reação de memória, de condicionamento psicológico, é exatamente esse "eu". O "eu" não é outra coisa a não ser isso: um movimento de reação de memória, um conjunto de avaliações, crenças, opiniões, conceitos, lembranças, recordações de experiências. Isso nos dá a ilusão de uma identidade presente, respondendo à vida, se relacionando com a vida como um elemento separado da vida. Basicamente, isso é esse "eu".

O pensamento tem construído, através de ideias, que são conjuntos de pensamentos, sistemas para lidar com esse movimento, que é o movimento de condicionamento presente - em outras palavras, para lidar com o ego, com o próprio "eu" -, e o pensamento tem chamado isso de "ferramenta de autoconhecimento", mas a grande verdade sobre o Autoconhecimento é que não existe tal coisa como alguém presente na vida, separado dela, sendo o experimentador dela. A noção que o pensamento tem construído em nós, que esse movimento de pensamento tem construído em nós, que esse "eu" tem, que esse ego tem, é que nós estamos, na vida, sendo experimentadores dela. Isso é uma ilusão! A única Realidade presente é a Vida como Ela acontece.

Esse movimento que nós chamamos de "eu" é só o movimento dessa consciência, como a consciência está atuando nesse corpo-mente, mas essa consciência ainda é parte desse movimento, que é o próprio movimento de reação da memória, do pensamento. Aqui, nós temos que nos aproximar da ciência do Autoconhecimento, e a ciência do Autoconhecimento irá nos mostrar que não existe tal coisa como alguém presente para se conhecer. A investigação da natureza do "eu", desse "mim", desse ego, dessa pessoa, a investigação disso é o fim para essa psicológica condição de existência, de ilusória existência, separada da vida, sendo, da vida, o experimentador dela.

É isso que estamos propondo aqui para você: se tornar ciente de que não existe tal coisa como alguém para ter ciência do que quer que seja, de qualquer coisa. A verdade disso é o Despertar, a verdade disso é o fim da ilusão, é o fim dessa ideia de alguém presente nesse sonho, nesse sonho de existência, nesse sonho de separação, nesse sonho de dualidade. Isso requer a vida dedicada à Compreensão da Vida. Isso requer esse escutar, esse perceber, esse se tornar ciente daquilo que está aqui presente, sem colocarmos esse elemento que acabamos de colocar agora há pouco, que é só um movimento de memória, de reação, algo que vem do passado, dentro disso. A importância desses encontros é que aqui, neles, nós estamos tomando ciência disso.

Quando Isso floresce, quando a Clareza d'Isso está presente, temos a presença da Inteligência. Veja, não é alguém na inteligência, não é alguém inteligente, é a Ciência da Vida como Ela acontece. Isso é Inteligência! Então, se trata da expressão da própria Inteligência nesse corpo e mente, mas não é alguém inteligente. Há uma grande confusão a respeito desse Natural Estado, e é assim que eu tenho chamado, já há muito tempo. Aqui, se trata não de um estado especial, de algo extraordinário. Sim, estamos diante de algo bastante incomum, no sentido de que aquilo que é comum para todos nós é algo simples de ser reconhecido pelo modelo do próprio pensamento, que reconhece tudo que faz parte dele, e esse assunto não faz parte do pensamento. Nesse sentido, esse Natural Estado é algo, sim, excepcional, incomum. Se trata do seu Estado Divino, desse seu Estado de Pura Inteligência.

É isso que alguns chamam de Iluminação ou Despertar Espiritual. Portanto, a verdade do Autoconhecimento é a ciência de que há uma Realidade presente além do "eu"... além do "eu", desse modelo psicológico de existência, de uma identidade presente se movendo nessa ideia de dono do corpo, de senhor da mente, atuando na vida. Não existe tal coisa! Essa relação com a vida a partir dessa crença, dessa "crença-sentimento-pensamento", tem nos colocado numa posição de separação entre a Vida como acontece e esse elemento que se aproxima d'Ela. Então, esse elemento é o experimentador e a "vida" é a experiência. Essa divisão é arbitrária, é equivocada. Essa divisão é uma fantasia, algo que o pensamento tem produzido.

É interessante que se diga isso aqui. Nós confiamos nisso, acreditamos nisso e vivemos isso em razão desse estado de insciência da Verdade sobre nós mesmos, o que significa que estamos apenas mantendo uma condição de sonho, uma condição onírica de existência. É por isso que isso é chamado de "o Despertar", porque é o fim desse estado onírico de sono, de sonho, que a humanidade está vivendo há milênios. O Florescer de sua Natureza Verdadeira é a Ciência do Despertar desse estado onírico, desse estado de sonho, de sono, de inconsciência. É dentro dessa condição que estamos vendo o mundo como ele é, a vida como ela é: confusão, desordem, sofrimento, problemas, conflitos. O ser humano tem estabelecido sua vida dentro desse formato, nesse padrão. Isso porque lhe falta essa Ciência da Verdade, que é a Ciência do seu Ser, que é a Ciência de Deus. Então, nós estamos aqui para, nesta vida, ir além dessa condição, ir além desse sonho. Estamos aqui para o Despertar.

GC: Mestre, dentro desse tema do Autoconhecimento, nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui no canal, da Lígia. Ela faz a seguinte pergunta: "Boa noite, Mestre. Gratidão. A projeção do corpo astral consciente facilita o Autoconhecimento Real?"

MG: Gilson, estamos diante, ainda, de uma condição de percepção de separação e dualidade. Quando você sonha, você não sonha em seu corpo físico. Quando você sonha, você está fazendo uso de um corpo sutil no sonho, e está tendo uma experiência de mundo também. Então, existe alguém presente, separado do mundo, tendo um corpo, tendo pensamentos e tendo consciência. Essa é a condição do estado de sonho que temos à noite. Essa assim chamada "projeção astral"... qual é a básica diferença? Nós temos a presença de um corpo, temos a presença de um mundo, temos a presença desse sentimento de "eu" e essa consciência de percepção de mundo como algo separado desse "eu". Veja, estamos dentro do mesmo princípio de separação, de dualidade.

Então, no estado de vigília, que é esse nosso, no estado de sonho, que é aquele à noite, e nesse assim chamado estado de projeção astral, nesses três estados está sempre presente o princípio de dualidade desse "eu" e o não "eu", dessa autoconsciência. A sua pergunta é se isso auxilia. O estado de condição psicológica de dualidade é algo para ser investigado neste instante. Onde houver essa condição psicológica de dualidade, haverá separação e, nessa separação, está estabelecida a condição psicológica de desordem, de confusão, de conflito, de sofrimento.

A base para essa Realização é o Autoconhecimento. Nenhum estado mental onde está presente - naturalmente, em razão de ser um estado da própria mente - a dualidade pode ser de ajuda, de auxílio. Então, não importa a psicológica condição ou o estado mental em que a pessoa se encontra. Nesse "sentido de pessoa", existe esse princípio de dualidade, de separação. É isso que precisa ser investigado, se tornar ciente da realidade daquilo que é você aqui e agora.

Nós temos criado essas divisões, que são divisões que não procedem. Estamos lidando com o mesmo movimento de consciência do "eu": vigília, sonho, sono profundo, mundo astral ou espiritual, ou acesso a outros planos. Se há um elemento presente, separado e à parte, se essa experiência é a experiência para o experimentador, a dualidade está presente, a ilusão está presente. Romper com isso é o fim da dualidade, é o fim dessa experiência para o experimentador, é o fim dessa condição de passado, de experiência para ser lembrada. A experiência lembrada, a experiência recordada, é o movimento que declara a presença desse registro do experimentador. Onde houver registro, haverá esse elemento que registra. Então, haverá sempre essa separação: aquele que registra e aquilo que ele registra.

Nós temos que abandonar tudo isso, deixar todo tipo de busca assim chamada "espiritual", ou de experiências assim chamadas "espirituais", porque nessas experiências está presente, sempre, o elemento da experiência. Onde houver experiências, haverá o elemento da experiência. Esse elemento da experiência está separado da experiência; o que ele tem da experiência é o registro da sensação, do prazer, do reconhecimento, da vivência, da memória. A Realidade do Despertar é o fim da experiência, é o fim do experimentador, é o fim do mundo, onde tem um elemento presente nele, à parte e separado dele. Estamos diante de algo indescritível, algo fora do conhecido, algo que não está mais dentro desse processo de dualidade, de separação.

A Realidade desse Ser é a Realidade Divina. Essa Realidade não é passível de experiências. Assim, quando você tem experiências, tem você lá e a experiência também. Então, está presente a separação, está presente a dualidade. Naturalmente, o registro fica, e esse registro é a memória, em razão da presença da separação, em razão da presença dessa dualidade. Tudo isso ainda está dentro desse sonho. Toda e qualquer experiência espiritual está dentro do sonho. As pessoas falam de expansão da consciência. Por mais que essa consciência se expanda, por mais que seja ampla, extensa e extraordinária essa experiência de expansão de consciência, essa expansão de consciência requer a presença de um centro. Então, nós temos o centro e temos a expansão. Essa expansão a partir de um centro é, ainda, um movimento onde há uma separação entre esse elemento presente e essa experiência de expansão.

Onde houver um centro, haverá um espaço em volta desse centro, e por mais que esse espaço sofra mudança, se amplie, ainda será um espaço para esse centro. Então, nós temos o centro e temos o espaço. Estamos diante de algo que alguns classificam como "experiência de expansão da consciência" ou "experiência espiritual". Sim, experiência espiritual, experiência de expansão da consciência, mas onde houver experiência, não temos a Realidade além do conhecido, nós estamos, ainda, dentro do conhecido, dentro daquilo que a mente identifica, reconhece e percebe, e se essa consciência faz isso, isso ainda faz parte dessa consciência. Não é disso que estamos tratando quando tocamos aqui, com você, nessa ciência daquilo que está além da experiência e do experimentador, além do centro e da periferia. É algo que está além desse centro e desse espaço que ele cria.

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de um outro inscrito, do José. Ele faz o seguinte comentário, perguntando: "Mestre, a Iluminação é para quem, afinal de contas?"

MG: Gilson, não existe tal coisa como Iluminação. A Realidade é o fim do sonho, é simplesmente o fim do sonho! Não é o fim do sonho para alguém, é só o fim do sonho! O fim do sonho de alguém. Veja, é diferente. É o fim do sonho, desse sonho de alguém. Alguém é a presença do sonho; quando o sonho termina, esse "alguém" do sonho também termina. Nós temos a Realidade da Visão d'Aquilo que está além do conhecido presente, mas não temos alguém nisso. É a Ciência da Vida Real como Ela é. E aqui, quando falo "como Ela é", me refiro à Real Vida. Não essa vida como nós conhecemos. A vida como nós conhecemos é a vida de alguém que conhece a vida. Então, a vida como ela é, para alguém, é o sonho.

Então, não se trata da Iluminação para alguém, se trata do fim da ilusão de alguém para a Iluminação. Expressões como "Despertar Espiritual", "Iluminação Espiritual", "Realização de Deus", são só expressões! Isso não diz absolutamente nada a respeito da Verdade. Não existem palavras que sejam capazes de descrever Aquilo que está fora daquilo que pode ser descrito. Todas as palavras das quais fazemos uso estão sempre apontando para algo que o pensamento identifica, classifica, especifica, aponta, nomeia. A Ciência da Verdade é a Verdade como Ela é, mas Isso não é algo que o pensamento alcance, para o qual ele possa apontar ou que possa descrever, ou sobre o qual possa esclarecer algo.

Assim, a Ciência da Realidade é inominável, é indescritível. O intelecto não alcança, o pensamento não alcança, a mente não alcança. Então, para quem é a Iluminação? Não existe esse "alguém" e não existe essa Iluminação. Uma vez a Clareza disso presente, é só a Clareza disso presente, é a Realidade disso presente. Não tem alguém. Essa é a Realidade Divina, algo fora de tudo aquilo que o pensamento possa elaborar, esclarecer, explicar, especificar e nomear.

Aqui, nestes encontros, nós estamos tomando ciência disso, mas é paradoxal, porque a ciência disso é algo que se revela quando alguém não está. Então, a grande verdade é que é possível essa ciência, mas não é possível alguém nessa ciência. Quando a Verdade está presente, não fica alguém. Quando a Realidade se mostra, não fica alguém para ver essa Realidade, nem alguém para mostrar essa Realidade.

Isso está além do pensamento, está além do intelecto, está além do "eu".

GC: Gratidão, Mestre. Já fechou o nosso tempo. Gratidão por mais um videocast.

E, para você que está acompanhando o videocast até o final, eu quero deixar um convite. Se você tem o desejo real e sincero em compreender essas verdades, em realmente se conhecer, o convite é para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona. Esses encontros são muito mais profundos do que esses vídeos aqui no YouTube, porque, nesses encontros, além de o Mestre Gualberto responder diretamente às nossas perguntas, ele compartilha esse Estado de Presença em que ele vive e, nesse compartilhar, a gente acaba entrando de carona nesse Silêncio em que o Mestre vive, nessa Presença, nesse Poder, e isso nos ajuda demais nesse Autoconhecimento, na compreensão do que está além do entendimento intelectual. Então, fica o convite.

No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Além disso, já dá um "like" no vídeo, já se inscreve no canal, se ainda não for inscrito, e também já deixa um comentário aqui, trazendo perguntas para a gente trazer para os próximos videocasts.

E, mais uma vez, Mestre, gratidão pelo videocast.

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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

O que é o pensar? O que é o pensamento? Aprender sobre Autoconhecimento. Inteligência Espiritual.

A nossa aproximação é da compreensão, o que requer esse estudar a verdade sobre aquilo que somos, porque o nosso interesse aqui está em compreendermos a nós mesmos. Estudar aquilo que nós somos, a meu ver, é a coisa mais importante na vida.

Nós temos algumas coisas aqui para lhe dizer, e nós estamos sempre voltando à base, a nossa visão básica, à estrutura, à fundação de tudo isso. E qual é o fundamento de tudo que tratamos aqui com você? Qual é a base de tudo isso? A base é a ciência da Verdade, o que requer, para essa compreensão, essa Inteligência Espiritual.

Não há possibilidade de qualquer Inteligência Real para as nossas vidas, para lidar com qualquer assunto externo aí fora, sem antes termos uma base, que é essa Inteligência Divina, que é essa Inteligência Espiritual. A nossa relação com o mundo é uma relação conflituosa.

Repare que na vida nós temos um desafio, e esse desafio consiste em aprender sobre a vida, em compreender a vida, em ter dela uma aproximação em que a vida, como acontece para cada um de nós, seja de fato feliz, leve, em paz, em amor e, no entanto, não é assim que tem acontecido. Nós estamos em conflito, nós estamos com problemas, e não sabemos lidar com esses problemas.

Então, por que esses problemas estão presentes? Observe que os problemas consistem nessa inabilidade que temos de responder àquilo que surge de uma forma completa, adequada. A vida consiste de coisas acontecendo, e não há como escaparmos, na vida, de estarmos em relação com tudo a nossa volta, porque a vida consiste de relações. Nós estamos em relação com pessoas, com situações, com acontecimentos, com o imprevisto, por exemplo, de um diagnóstico médico, de uma doença que aparece repentinamente.

A vida consiste de desafios acontecendo. A nossa inabilidade de lidar com esses desafios é que se constitui de um problema. O problema surge quando não temos essa habilidade de lidar com a vida como ela acontece, e nós não temos essa habilidade quando nos falta essa Inteligência.

Veja, aqui eu me refiro à Verdade da Inteligência, me refiro à Real Inteligência. A meu ver, Inteligência não é a simples capacidade de lidar com assuntos e problemas meramente técnicos e funcionais na vida. Sim, nós podemos ter um nível de inteligência nesse nível.

Quando a pia do banheiro dá um problema de entupimento, nós chamamos o bombeiro hidráulico ou pessoalmente colocamos-nos para resolver aquele assunto. Esse assunto é um assunto técnico. Quando o seu carro dá um problema, você tem um assunto técnico para resolver, e isso requer, naturalmente, uma certa capacidade, uma certa habilidade, conhecimento, experiência, então está presente um certo nível de inteligência para assuntos técnicos.

Mas aqui nós empregamos essa expressão de uma forma muito específica. Nós aqui estamos interessados, com você, em descobrir a verdade da Inteligência Divina, da Inteligência Espiritual, porque não se trata dessa inteligência para resolver assuntos técnicos, dessa particular inteligência. Aqui se trata da Inteligência para lidar com a vida como ela acontece, como ela aparece.

Um bombeiro hidráulico, um mecânico, um médico, eles são especialistas, então eles entendem daquela área, eles têm o conhecimento, o know-how para lidar com aquele assunto. Então, quando nós precisamos de um médico, ou de um mecânico, ou de um encanador, nós procuramos um especialista e eles nos atendem.

Então, lidar com assuntos nesse nível, na vida, é basicamente muito simples, mas lidar com estados internos em nós, lidar, por exemplo, com o sofrimento que surge quando percebemos que alguém tem o que nós desejamos ter, ele acaba de comprar, e o nosso desejo é muito grande por aquilo, mas a gente sabe que não tem condições, então uma dor bate. Quando essa dor está presente, o que temos presente é um sentimento muito ruim, desagradável, é uma dor intensa: essa dor da inveja.

Talvez você diga: “Não, eu não tenho inveja”. Sim, você não tem inveja agora, mas esses estados internos, psicológicos, em nós surgem de uma forma inesperada, e nós subestimamos muito esses estados. Nós acreditamos, nesse momento, que nós não sofremos de ciúme, de apego, de inveja, de medo, até que algo surja, algo aconteça. Então o sofrimento bate, a psicológica condição se mostra.

A grande verdade é que nós não sabemos nada, absolutamente nada sobre como lidar com essa dor, ela está presente. Em geral o que fazemos é fugir dessa dor. Nós temos diversas formas de escape, de fuga, e isso é bem conhecido em psicologia.

Nós temos diversas formas de fugir, de escapar dessa dor, dessa experiência. Nós vamos ao psicoterapeuta para ele nos ajudar, e ele nos ensina a ressignificar, por exemplo. Mas o que é ressignificar? Nós temos temporariamente o alívio da dor, uma transição para um novo estado onde, aparentemente, não existe mais dor, mas o sentido do ego está presente, a dor está presente.

Aqui, com você, nós estamos procurando descobrir como ir além desse sentido do “eu”, do ego, para não sermos mais pegos de surpresa por esses estados com os quais não sabemos lidar. Então, todos os dias nós temos que lidar com nós mesmos, com aquilo que somos nessa psicológica condição de egoidentidade.

Assim, quando dizemos aqui para você que a nossa psicológica condição na vida, na existência, é conflituosa, é porque de fato ela é conflituosa; ela carrega sempre algum nível de desconforto, de problema, de sofrimento. Então, lidar com a vida significa ter um contato com o momento presente, diante desse desafio que surge, seja ele físico ou psíquico, com a habilidade de não permitir que esse momento se transforme em um problema – porque não temos essa habilidade, que é a habilidade de lidar com esse desafio.

A verdade sobre isso é que desde pequenos nós não fomos educados para ter da vida, nela, dela, uma aproximação direta. Nós estamos constantemente fugindo de estados desagradáveis que surgem, escapando dessa ou daquela outra forma, dessa dor, dessa psicológica condição de interna dor, presente nesse sentido dessa egoidentidade.

Costumeiramente, nós estamos vivendo com esse sentido do “eu”; habitualmente, estamos convivendo com esse sentimento “eu” e com todos os problemas que ele representa, sem ter a menor noção de como de fato lidar com isso. Será possível a vida livre de problemas? O que significa atender cada situação que surge, seja ela externa ou interna, de tal forma que isso não se transforme num problema.

Nesse sentido do “eu”, do ego, a não compreensão de como nós funcionamos e de como lidar com esse funcionamento tem se mostrado para cada um de nós como estados de sofrimento. E é evidente que a nossa relação com o mundo a nossa volta, sobretudo com as pessoas mais próximas, é naturalmente afetada por isso.

A nossa vida constitui de uma vida de relações. Nós não vivemos como uma ilha isolada, nós vivemos num contato constante com pessoas a nossa volta. A todo momento, estamos falando com pessoas, lidando com as situações que surgem, com os acontecimentos que aparecem, e a base para essas relações externas com esse mundo externo consiste da relação que temos com nós mesmos internamente.

Nós aqui temos enfatizado com você a beleza desse aprender sobre nós mesmos, desse aprender sobre o Autoconhecimento. A visão da verdade sobre você lhe revela algo além dessa ideia de estar presente sendo alguém na experiência. É apenas nesse sentido que a expressão Autoconhecimento aqui é empregada.

Não se trata de alguém tendo conhecimento da pessoa que ela é, trata-se da ciência de que não existe nenhuma pessoa quando temos um contato direto com essa investigação da verdade sobre nós mesmos. Então nos deparamos com Aquilo que está além dessa ilusão, além dessa ideia de uma pessoa presente. E quando estamos além disso, Algo se revela fora dessa consciência, que é a consciência do “eu".

Assim, nós temos enfatizado com você a importante questão, o importante problema do fim do “eu”, do fim do ego, do fim desse elemento que carrega nele mesmo toda essa desordem que lhe torna uma criatura em problema, com problema, vivendo dentro dessa limitação imposta por um conjunto de crenças, opiniões, julgamentos, avaliações, por um modelo de pensar e sentir presente dentro desse contexto de história humana. Então, estamos diante de um condicionamento mental. Esse condicionamento mental nessa pessoa é o problema.

Então aqui nós temos que investigar a natureza do “eu”, onde ele se situa, onde ele se encontra, percebendo a ilusão do que isso representa, tomando ciência do fim dessa limitação, desse condicionamento mental, para Algo novo presente, Algo além desse ego, além desse “eu”.

Então, a resolução desse básico problema, que é o problema do “eu”, lhe dá a base para essa Inteligência Espiritual, para lidar com a vida como ela acontece, sem esse elemento que se vê separado da vida. E se ele não está presente, a vida flui precisamente como ela é: sem conflito, sem contradição entre aquilo que é Divino e aquilo que é profano.

Há uma visão hoje, agora, aqui, na vida, livre desse sentido de mente condicionada, de egoidentidade. Essa é a presença dessa Inteligência Espiritual, em razão dessa compreensão da verdade sobre você. Então, se deparar com a vida como ela acontece, sem o sentido do ego presente, é estar nessa mesma visão da vida, em linha com a vida, nesse fluir com a vida. Uma vida em Liberdade requer a presença dessa autoinvestigação.

Aqui a dificuldade é que nós não fomos educados para a autoinvestigação. Nós estamos vivendo dentro do mesmo programa que roda em todos. O nosso movimento ainda é o movimento da busca de realizações externas em coisas, no encontro com novos relacionamentos, na conquista de bens materiais e da busca de realizações afetivas, emocionais, sentimentais. Há uma constante busca de sensação, de prazer.

Então estamos vivendo dentro de um contexto de cultura humana onde o conflito está presente, o medo está presente, porque está presente a perseguição daquilo que o pensamento tem idealizado como amor, felicidade. É a mera busca de sensações, de preenchimentos e realizações externas.

Assim, nós passamos uma vida inteira dentro dessa velha condição, habitual condição, rotineira condição, condicionada condição, nessa mental condição, sentimental condição, sem a ciência de Algo além de tudo isso. E aqui estamos com você investigando a natureza desse Despertar Divino, desse Despertar Espiritual, o que requer a presença dessa Inteligência, para uma vida livre, como foi colocada agora há pouco, em leveza, Liberdade, Amor, Felicidade.

O ser humano vive estressado, ansioso, preocupado, deprimido, angustiado, nesse velho jogo de substituição daquilo que lhe faz infeliz, triste e sofredor para algo que ele acredita que irá lhe fazer feliz, realizado e sem sofrimento. Só que isso nunca acontece, porque a base, o fundamento disso tudo é essa limitada psicológica condição dessa egoidentidade. É nisso que consiste essa vida do ser humano.

Aqui estamos vendo com você como realizar o fim para isso. Por isso temos que investigar a natureza do pensamento, o que é o pensamento em você, porque é com base no pensamento que essa vida psicológica está afirmada, se posicionando e se movendo. Então, o que é o pensamento? Uma outra pergunta é: o que é o pensar?

É isso que estamos trabalhando aqui com você, para realmente uma vida livre, feliz, onde está presente a Realidade Divina, algo fora do conhecido. Então, a vida compreendida em totalidade não é a habilidade de resolver assuntos técnicos e, sim, de viver livre de problemas, porque o sentido do “eu”, do ego não está mais presente. Essa é uma Vida em Sabedoria, essa é uma Vida Divina, essa é uma Vida em Deus.

Aqui estamos investigando com você como nós funcionamos, para esse Despertar Divino, para esse Despertar da Inteligência. Nós temos encontros aqui online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos e, através de perguntas e respostas, dentro de um contato com o Silêncio, com essa aproximação da Meditação, trabalhando isso com você. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso é algo que faz algum sentido para você, fica aqui um convite.

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