quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Ramana Maharshi de Arunachala | A consciência do “eu” | Real Consciência | Despertar da Consciência

Muito bem! Eu tenho para mim que a coisa mais importante é estudarmos a nós mesmos, e só podemos estudar a nós mesmos se deixarmos de lado aquilo que dizem os filósofos, os psicólogos e os especialistas; só podemos estudar a nós mesmos olhando para nós próprios, nos tornando cientes daquilo que se passa aqui e agora dentro de cada um de nós. Então, o propósito desses encontros aqui nesse canal é termos um contato com essa Verdade, com a Verdade do nosso Ser, com a Verdade de nossa Natureza Divina, de nossa Natureza Essencial, e não podemos fazer isso a nível intelectual, a nível de palavras, a nível de conceitos, a nível verbal. Uma aproximação de nós mesmos requer uma aproximação do Autoconhecimento. Eu tenho chamado de a Verdade do Autoconhecimento, e só pode ser a Verdade do Autoconhecimento porque não é algo que você está lendo em um livro, não é algo que você está ouvindo de alguém, não é algo que você está aprendendo com outro, é algo que você está descobrindo em si mesmo.

Então, qual é a Verdade do Autoconhecimento? Essa Verdade do Autoconhecimento está na observação do movimento desse “eu”, daquilo que esse “eu” representa, daquilo que esse “eu” implica, envolve, significa. Aqui se trata de um olhar para nós mesmos, de um estudar a nós mesmos, de nos tornarmos cientes de nós próprios, até porque ninguém pode nos dar isso, ninguém pode fazer isso em nosso lugar. Então o nosso trabalho aqui consiste numa aproximação, numa aproximação de revelação sobre quem somos.

Houve um Sábio na Índia chamado Ramana Maharshi, conhecido como o “Sábio da Montanha de Arunachala”. Quando as pessoas iam a ele, eram levadas até essa pergunta, que ele colocava diante delas, a pergunta é: “Quem sou eu?” Tudo o que realmente importa nessa vida consiste no reconhecimento da Verdade sobre quem nós somos, isto era chamado por Ramana Maharshi como Atma Vichara ou Autoinquirição. Então a Verdade do seu Ser se revela quando há uma aproximação da Verdade do Autoconhecimento. É interessante dizer isso aqui também, hoje em dia as pessoas usam a expressão “autoconhecimento” numa intenção de tomarem ciência da pessoa que elas são, no entanto, a pessoa que elas são consiste numa crença sobre quem, na verdade, elas acreditam ser. Então a ideia de ser uma pessoa, a ideia de ser alguém em razão de um interesse de algum tipo de realização, de benefício, de obter algo, em razão disso as pessoas podem querer se aproximar delas mesmas para terem esse, assim chamado, “autoconhecimento”. Não é disso que estamos falando aqui, estamos falando do Verdadeiro Autoconhecimento. Não é o autoconhecimento para um desenvolvimento pessoal, para se obter alguma coisa, para se alcançar alguma coisa, para melhor se relacionar com o patrão e conseguir uma promoção, para melhor se relacionar com os seus empregados e conseguir mais produção deles, para conseguir uma melhor habilidade de lidar com seus clientes e vender mais produtos para eles ou melhorar como pessoa. Então há uma preocupação no “eu” de melhorarmos como pessoas para termos bons negócios, para termos bons relacionamentos, para termos sucesso e não é disso que estamos falando. Estamos falando da Verdade do Autoconhecimento, da ciência daquilo que se passa dentro de cada um de nós, observarmos esse modelo, esse programa, esse formato de ser-psicofísico que assumimos nessa vida – eu me refiro a esse sentido de um “eu” que, na verdade, é uma identidade egoica presente.

A pessoa que você acredita ser está envolvida numa constante procura ou busca de alguma forma de satisfação, de preenchimento, de realização e de sucesso, o que é mera ambição. Então, nessa tentativa de melhorar a si mesma, a si mesmo, o que o ego está buscando é um resultado melhor para esse “mim”, para essa pessoa, então não há verdade nisso. Por maiores que sejam as conquistas dessa pessoa, por maiores que sejam as conquistas desse “eu”, sem a Verdade do seu Ser se revelando, dessa Real Consciência… Eu não falo dessa consciência que você tem, aqui no canal temos explicado a diferença entre essa consciência do “eu” e esta Real Consciência. A ciência desta Real Consciência que é o seu Ser é a Realização de Deus, é o Despertar da Consciência, e aqui eu me refiro ao Real Despertar da Consciência, não àquilo que as pessoas têm chamado de “despertar da consciência”. A pessoa passa por uma experiência mística, tem alguma percepção de alguma coisa fora de sua vida comum, de sua vida ordinária e acredita que passou por uma profunda experiência, assim chamada, “espiritual”, não é disso que estamos falando. Estamos falando do Real Despertar da Consciência. O Real Despertar da Consciência é o fim da ilusão de uma identidade presente, que é o “eu”, o ego, isso é o fim da ilusão de “alguém” dentro desse instante, que teve uma experiência, que pode falar sobre isso depois e que, em razão dessa experiência, pode agora ter uma vida um pouco diferente. Não estamos falando disso. Estamos falando do fim da egoidentidade, Algo como tem acontecido há milênios a seres que como você, como todos nós, que nasceram neste mundo e Realizaram Algo fora desse sentido egoico, desse sentido de um “eu” separado, de uma identidade separada – como ocorreu a Ramana Maharshi e a diversos outros seres que Realizaram a Verdade sobre si mesmos.

Então, nós estamos trabalhando aqui com você Algo fora da ilusão do “eu”, a ciência da Verdade do seu Ser, Algo que se torna possível quando você se aproxima do Autoconhecimento. Nós temos uma vida presa a desejos e medos e em razão disso confundimos nossa vida com a história de vida que temos. Nessa história de vida, nós temos uma família, nós temos um trabalho, nós temos aqueles que amamos ou dizemos amar. Na verdade, esse sentido de história de vida para esse “eu” são apenas apegos, estamos tentando sustentar essa história de vida, toda a forma de relações que alcançamos nesta história de vida, como sendo algo pessoal. Então, se somos casados, se temos filhos, se temos um negócio, se temos um trabalho, se estamos dentro de um relacionamento com o mundo é sempre esse sentido de um “eu” presente, nesse autocentramento, carregado de desejos e medos nessa relação com tudo isso e isso nós chamamos de “minha vida”, “minha história”; e há medo nisso, há muito apego nisso, há conflito nisso, há sofrimento nisso. Então estamos aqui lhe propondo uma vida completamente diferente, um novo modo de viver, um novo modo de sentir, um novo modo de pensar, um novo modo de se relacionar com essa, assim chamada, “vida” que você chama de “minha vida”.

Aqui estamos para dizer para você que, com base na Verdade do seu Ser, no Reconhecimento de sua Identidade Real, que não é uma identidade pessoal, mas é a única Realidade aqui e agora, além de toda a dualidade, de toda essa separação – dualidade é isso: “eu e o outro”, “eu e a vida”, “eu e o mundo” – esse padrão de dualidade de existência não é a Verdade do seu Ser. Seu Ser é Aquilo que está presente como sendo a Realidade de toda essa manifestação, de toda essa existência. A Não dualidade é a Natureza do Ser. Então os Sábios, como Ramana Maharshi e todos os outros, sempre colocaram a beleza e a importância da Advaita, da Não dualidade. Uma vez que você Realiza o seu Ser fica claro que não há nenhuma separação entre você e Deus, entre você e outro, entre você e a vida, então não é mais “minha vida”, não é mais os “meus negócios”, não é mais a “minha família”, não é mais o “meu filho”. Tudo isso são imagens que temos em nossas relações com o mundo, com o outro. Quando estamos em contato com a família é esse “eu” no contato com a família, é esse “eu” nessa ignorância de ser “alguém”, de ter essa existência separada que está apegada, agarrada e a isso nós damos o nome de “amor”. Nós temos posses materiais inanimadas como uma casa, um carro, um tapete, e temos posses animadas como o nosso pet de estimação, o nosso marido, nossa esposa, nossos filhos. Esse controle, essa posse, dentro dela pode haver afetividade, pode haver carinho, pode haver apreciação, mas nada disso é amor. O que está presente é o apego e o medo de perder, e fica muito claro quando você olha para si mesmo e percebe que você tem algum nível de inveja do outro, tem ciúme de perder, tem desejo de controlar, fica agressivo quando não consegue isso, quando os seus desejos são frustrados ou rejeitados pelo outro que você diz amar, e você fica com raiva, se torna violento. Fica muito claro que não existe amor em nossas relações, há muito medo, muita dependência, então o que prevalece é o ego, essa egoidentidade, a ilusão de “alguém” presente.

Aqui estamos trabalhando com você o fim desse “eu”, desse ego, a Realização da Verdade do Despertar da Consciência, o seu Ser em Amor, em Paz Real, em Felicidade Verdadeira. Então, toda essa “felicidade” que você imagina, toda esta “paz”, que é a paz dos políticos, a paz dessas pessoas religiosas que falam sobre isso em seus púlpitos e em classe de escola bíblica, não é disso que estamos falando. Estamos falando de uma Paz que ultrapassa toda compreensão humana, a Real Paz. Não estamos falando do amor que as pessoas conhecem. Há muitas canções sobre o amor, mas é verdade isso? Elas estão falando sobre o amor ou estão retratando dependência psicológica, apego, desejo, medo, traição, dependência emocional? Nada disso é Amor. Não é Amor aquilo que sentimos, porque se tem um “eu” comprometido nisso, o que está presente é a ilusão de “alguém”. Estamos juntos?

Assim, o nosso trabalho aqui consiste na investigação da natureza dessa consciência do “eu”. Neste “eu” existe o pensador com o seu pensamento, existe aquele que sente com o seu sentimento, aquele que se emociona com a sua emoção. Existe esse autor das ações com os seus feitos, com as suas ações, com as suas realizações, então há essa separação, há essa dualidade. Agora mesmo, existe aqui o falar e a ilusão de “alguém” ouvindo, isso é uma crença. Acreditamos que estamos dentro do corpo ouvindo alguém, esse ouvir é um movimento agora aqui presente dos sentidos e o intelecto está, também, aqui presente dentro de um condicionamento que pode estar aceitando ou rejeitando, concordando ou discordando daquilo que é dito. Na verdade, o que temos presente é o sentido ilusório de um “eu” estabelecido agora, aqui, nessa experiência do ouvir, avaliar, julgar, comparar. Não há Verdade agora, aqui para esse “eu”, essa é a ilusão da egoidentidade, da pessoa que acreditamos ser. O trabalho aqui consiste no reconhecimento d’Aquilo que está além desse concordar, discordar, desse “alguém” ouvindo, desse “alguém” falando. A ciência de Unicidade, de Não separação, a Verdade da Não dualidade, a Verdade de que só há Deus, nisso consiste a Verdade do Amor, a Verdade da Consciência, a Verdade da Paz, a Verdade do Despertar da Consciência, da Iluminação Espiritual.

Uma aproximação de si mesmo lhe faz perceber a beleza desse contato com a Real Meditação de uma forma prática, vivencial, e isso é o fim da ilusão, é o fim do sofrimento, é o fim dessa confusão toda, que é a confusão do “eu” dentro dessa particular vida, dentro dessa história assustada, complicada, aflitiva. O convite para a Verdade do seu Ser é o convite para a Realização de Deus, a Realização da Beleza, a Realização do Amor, então aqui se inclui tudo: amigos, parentes, vizinhos, empregados, o patrão, a família, mas nada está separado desse Amor, e quando há Amor, não há confusão, não há sofrimento, não há medo, não há desejo, não há apego.

Esse é o nosso assunto aqui nesse canal para você. Se isso é algo que faz sentido para você, eu quero lhe convidar a deixar aí o seu like e já se inscrever no canal; aproveite e deixe aí no comentário: “Faz sentido”. E quero lembrar a você, também: aqui na descrição do vídeo tem o nosso grupo no WhatsApp, nós temos encontros online nos finais de semana para investigarmos tudo isso juntos, ok? Além disso, temos encontros presenciais e temos retiros. Se isso é algo que faz sentido para você, a gente se vê!

Julho de 2023
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terça-feira, 27 de agosto de 2024

Advaita | Como alcançar a Iluminação? | Autoconhecimento reflexão | Depressão bipolar sintomas

Repare essa pergunta: “Como é que você vê essa questão dos sintomas da depressão bipolar?” Veja, essa é uma pergunta, mas recebemos perguntas que são diferentes, como por exemplo: “Como ter uma aproximação disso que você nos diz? Como alcançar a Iluminação Espiritual?”

Então, reparem: nós estamos vivendo, como seres humanos, na procura ou na busca de alguma coisa. Há um nível de insatisfação, de incompletude, de sofrimento presente em cada um de nós. Nós queremos encontrar respostas para esses problemas que temos.

Existem aqueles que acreditam, também, que podem encontrar respostas para isso fazendo reflexões. Eles querem refletir, por exemplo, sobre o autoconhecimento. Na ideia deles, a solução para os problemas deve existir no nível das reflexões. O fato é que o ser humano está sobrecarregado de problemas. E nessa insatisfação, nessa condição de insuficiência, de inadequação, nós estamos sofrendo. Aqui, a nossa ênfase com você é lhe mostrar que, sim, existe uma resposta para tudo isso.

O ser humano vem há milênios vivendo dentro de uma condição de desordem: desordem emocional, desordem física, desordem psicológica, desordem financeira, desordem familiar, desordem na relação, dentro de um contato com outras pessoas, em uma comunidade. Então, tudo que nós temos e estamos vivendo está sempre sendo desfigurado ou recebendo esse toque de desfiguração, em razão exatamente de quê?

Vamos investigar isso aqui com você. Em razão da presença de um modelo psicológico de ser, que tem norteado a vida do ser humano há milênios. E nós temos passado isso de geração a geração. Recebemos da geração passada, que recebeu da anterior, que recebeu daquela que chegou antes, e assim tem sido nossa vida, assim tem sido nossa história.

Qual será a resposta para tudo isso? Como realmente eliminar de nossas vidas esses estados internos de sofrimento como, por exemplo, esses sintomas da depressão bipolar? Mas temos, também, presente a ansiedade, esse estado de tédio, de aborrecimento com a vida, com o outro, com nós mesmos. Primeiro temos que perceber qual é a raiz de tudo isso, qual é a origem de tudo isso.

A origem disso, a raiz disso é esse sentido de separação entre você e a vida, entre você e a Verdade presente aqui, neste momento. Há uma Verdade presente aqui, neste momento, mas existe esse você se separando dessa Verdade; se separando em razão da presença desse movimento psicológico de existir, de ser alguém. O nosso trabalho aqui consiste em tomarmos ciência da Realidade da vida.

A Verdade da vida, a Realidade da vida, nela não existe esse centro. Sim, esse centro que vê, a partir dele, o mundo separado dele próprio. Esse centro que se vê como base de todas as experiências acontecendo. Eu me refiro ao "eu", ao ego, a esse "mim". Não há espaço na vida para esse "mim", para esse "eu". Estudar a estrutura, a natureza e o movimento desse "mim", desse "eu", desse ego, é tomar ciência da raiz de todo esse problema que o ser humano vive.

Eu tenho algo para dizer aqui para você que tem esse quadro, até diagnosticado já, ou qualquer um outro quadro psicológico de sofrimento presente: esse sofrimento psicológico, interno, que se mostra na vida como algo muito doloroso, isso termina quando você toma ciência da Realidade do seu Ser, que é a Realidade de Deus. Essa é a sua Natureza Verdadeira, Isso é o que, verdadeiramente, Você é. Então não tem você e a vida, não tem você e Deus, não tem você e o outro.

Esse movimento interno que norteia a nossa vida há milênios, produzindo em nossa existência condições de sofrimento, condições de conflito, condições de medo, condições de desordem, está presente porque não compreendemos a Verdade sobre quem nós somos, não estamos vivendo a Verdade do nosso Ser.

O ponto é que não podemos nos aproximar disso fazendo reflexões sobre o autoconhecimento. Só podemos nos aproximar disso pela ciência do Autoconhecimento na prática. A importância do Autoconhecimento é que, quando há Autoconhecimento, temos uma aproximação da Realidade da vida e uma anulação da ilusão desse "eu". Esse "eu" se sustenta em nós em razão da ignorância e ele se separa criando essa dualidade.

Os antigos sábios da Índia chamavam Advaita a cura definitiva para essa condição de dualidade, de separação. Advaita significa “o Primeiro sem o segundo”. No momento que você descobre como lidar com a experiência sem o experimentador, lidar com a observação sem alguém observando, lidar com a audição sem alguém ouvindo, lidar com o sentir sem alguém se sentindo, lidar com o momento presente sem alguém nessa ilusão de estar presente, temos o fim da dualidade, o fim da separação, a presença da Advaita, da Realidade do Primeiro sem o segundo.

Portanto, a cura definitiva é o fim daquele que é o paciente, que é aquele que está doente. O sentido do "eu" presente é o sentido da própria doença. Ele se vê como uma entidade separada, no tempo e no espaço, de tudo à sua volta, sendo o centro de suas próprias experiências – naturalmente, particulares e egocêntricas. E é isso que sustenta esses estados internos de infelicidade presentes no ser humano.

Nós precisamos ter uma aproximação do Autoconhecimento. Precisamos ter o fim para a ilusão desse "eu", desse ego, desse "mim" presente, precisamos ter a ciência da não dualidade, da Advaita. A visão clara dessa Verdade é Iluminação Espiritual. Então, repare: “Como alcançar a Iluminação Espiritual?” Tomando ciência dessa condição psicológica de ser alguém, tomando ciência da ilusão desse "eu" separado, desse "eu" que se vê separado daquilo que está aqui e agora, neste momento.

Tudo o que temos neste momento é a vida acontecendo. Os pensamentos acontecem, os sentimentos acontecem, as sensações, as percepções, o lidar com aquilo que acontece: a fala, o ouvir, o experimentar, o sentir. Notem: isso é uma vida como ela é, como ela acontece. Não há ninguém presente, não existe esse "eu". Isso está dentro desse modelo de imaginação, nesse imaginário mundo que o pensamento constrói e coloca uma identidade dentro desse mundo, que é o pensador.

A Verdade da aproximação da Iluminação, do Despertar da Consciência, não vem por um processo do tempo. Então, não se trata de um plano, um programa, um modelo, uma fórmula para, no futuro, realizar Isso. O Despertar da Consciência, a Verdade deste Ser, essa Realidade dessa vida como acontece, está agora, aqui. Então, a ideia do alcançar, como alcançar, pressupõe tempo, futuro, movimento, pressupõe a presença do vir a ser. Esse movimento é um movimento do pensamento, um movimento da imaginação, nesse sonho de obter tal coisa chamada iluminação.

Reparem como isso é bem mais simples. O pensamento está complicando toda essa coisa. Nós queremos nos livrar do sofrimento, queremos nos livrar desses quadros que produzem sofrimento em nossas vidas e queremos alcançar essa coisa chamada iluminação. Então, para nós, alcançar essa coisa chamada iluminação representa nos livrarmos dessa condição psicológica de sofrimento, de ansiedade, medo, sintomas de depressão bipolar e tudo mais.

Aqui, tomar ciência do movimento do "eu", do ego, desse "mim", nesse instante, ter uma aproximação direta da Verdade do Autoconhecimento, agora, aqui, sem qualquer ideia, conceito, crença ou reflexão sobre isso, mas diretamente, é um trabalho que se faz necessário agora, aqui. É sempre aqui, nesse momento, a percepção de todo esse processo de separação, de divisão, onde o "eu" está presente querendo alterar, mudar, fazer algo com aquilo que está aqui.

Então, estamos sempre afirmando uma entidade separada no tempo e no espaço; no tempo para alcançar algo no futuro e nesse momento presente, nesse espaço onde existe esse "eu" e o não "eu". Aqui nós temos diversos textos aprofundando isso com você, como trabalhar o fim dessa dualidade para a Revelação deste Ser, aqui e agora.

Então, a Iluminação ou Despertar está agora, aqui. Há algo que ocorre nesse corpo e nessa mente que torna possível essa visão de Realidade. Então, esse é o nosso propósito juntos. Quando aprendemos a olhar, a perceber, a tomar ciência do que está aqui, sem se separar disso, nos aproximamos dessa Revelação, da Revelação deste Ser, que não conhece a separação, que não conhece a dualidade e, portanto, não existe essa separação, não existe essa dualidade, não existe esse nível de dor, de insatisfação e sofrimento presentes nesse "eu", nesse ego.

Repare, o que estamos dizendo é que todo sofrimento dentro do ser humano está presente em razão da ignorância. Nós ignoramos a Verdade d’Aquilo que realmente somos, porque estamos vivemos numa identidade ilusória, que se assenta num modelo de condicionamento de cultura. Por isso estamos sofrendo, por isso temos problemas.

Não estamos vivendo a Realidade que nascemos para viver, porque nossa mente e o nosso coração estão inteiramente impregnados por uma condição psicológica de existência, de condicionamento, de cultura humana. Estamos envolvidos dentro desse autocentramento, nesse modelo de ser alguém, na tentativa de obter algo do mundo, da vida, enquanto que a Realidade está aqui, como sendo a própria vida do nosso Ser, completa, sem essa separação. Aprofundar isso requer uma aproximação direta deste trabalho.

Junho de 2024
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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Como alcançar a Iluminação? | Como meditar pela primeira vez? | Autoconhecimento de si mesmo

Esse aqui é um dos assuntos mais importantes na vida para termos uma compreensão direta dele. Eu tenho explicado para vocês isso aqui, que há uma diferença – e é só você observar de perto e você vai ver – entre entender um dado assunto ou ter uma compreensão direta dele. A compreensão direta requer uma vivência experimental do que aquilo significa, do que aquilo representa.

Você pode ter lido muito já sobre Iluminação Espiritual, e até ter certas ideias sobre isso ou já ter passado por algumas experiências místicas, espirituais, psicológicas, emocionais e atribuir isso à Iluminação Espiritual. Aqui estamos lhe convidando a investigar o real significado disso. Então, há uma diferença entre intelectualmente acreditar em algo, conhecer algo ou saber alguma coisa e ter uma compreensão real daquilo. Compreensão é ciência da verdade sobre aquilo.

Você pode passar anos estudando um determinado assunto e se tornar alguém realmente especialista, do ponto de vista intelectual, verbal, argumentativo, persuasivo, conhecedor profundo da teoria, do conceito, de como colocar aquilo em palavras, explicar para outros, dar lições, ensinar e esclarecer, e tudo que você pode comunicar a partir de uma visão conhecedora nesse nível, sem uma direta compreensão daquilo, são teorias.

Por exemplo: você estudou as leis da aerodinâmica. Estudando aviação, você sabe como um avião se sustenta no ar. Então você entende claramente essa questão da importância das asas, do ar que passa sobre as asas, você entende bem isso, mas nenhum conhecimento de aerodinâmica ou teórica a respeito dessa ciência de voar faz de você um piloto. Isso requer mais do que conhecimento intelectual, verbal, teórico. Isso requer a verdade, que é compreensão nessa área. Um piloto é aquele que tem compreensão; ele não tem um saber teórico, ele tem uma compreensão direta, vivencial.

Então, há diferença entre alguém que sabe vivencialmente ou experimentalmente algo e alguém que sabe intelectualmente ou teoricamente algo. Essa é a diferença. Um cozinheiro sabe cozinhar; alguém que tem um livro de receitas sabe explicar, ele sabe tudo o que precisa saber intelectualmente sobre como fazer um bolo, mas ele nunca fez. Ele sabe porque tem a receita, ele sabe porque já tem os ingredientes, mas ele não fez. Ele, de fato, não sabe, então não há compreensão.

A realidade da Sabedoria Divina é a vivência do seu Ser nesse instante. Você pode estudar teologia, filosofia, psicologia, antropologia, medicina, culinária, mecânica de aviação, engenharia de voo. Você pode ter toda a teoria, mas isso não faz de você um profissional naquela área, dentro daquela visão.

Aqui estamos nos aproximando com você da verdade de como alcançar a Iluminação Espiritual. Então, número um: temos que eliminar esse conceito, essa ideia, essa teoria, de que Iluminação é algo a ser alcançado, algo para ser obtido, realizado, e que existe um “como” para que isso se processe. Não existe um “como”, não existe uma fórmula, uma técnica, um método, uma maneira para essa Realização.

Número dois: não existe o tempo envolvido nesse processo do Florescer de sua Natureza Divina, que é a Realidade do seu Ser, porque esta Realidade está aqui, nesse instante, nesse momento. Portanto, não é algo no tempo. Não é algo no tempo, naturalmente, não é algo que se alcança, porque não está em algum lugar. Essa distância entre “aqui e lá” não existe, porque não existe esse “lá”, não há distância. Não há distância, então não há tempo.

A verdade da Revelação do seu Ser nesse instante, d’Aquilo que é Você quando esse “mim”, esse “eu”, esse sentido do alguém não está mais presente, desse você como você se vê não está mais presente. Esse aqui é um dos pontos fundamentais nessa compreensão. Veja, nessa compreensão, não nesse entendimento. Você entende tudo isso e, mesmo assim, continua sem essa compreensão.

A maior prova disso é que passamos uma vida inteira lendo, estudando e envolvidos em técnicas e práticas, por exemplo, de meditação. Acreditamos que a meditação irá nos dar a Iluminação. E aquilo que praticamos com meditação ainda está dentro desse modelo de formação meramente de entendimento que temos sobre meditação. Portanto, não sabemos nem o que é Iluminação Espiritual, nem o que é Meditação.

Quando as pessoas perguntam como meditar pela primeira vez, notem, elas idealizam, pensam, acreditam num projeto, num modelo, numa prática, em algo que elas precisam fazer. Querem descobrir isso, como se faz pela primeira vez, porque o entendimento geral é que quando você sabe a primeira, você tem facilidade para fazer na segunda, na terceira e na quarta.

Reparem, isso tem a ver com uma visão de entendimento, de conceito, de teoria, porque a verdade da compreensão da Meditação nos mostra que não estamos lidando com algo no tempo, portanto, também não se trata de algo que você realiza no tempo. Não há você presente quando a Meditação está presente, e ela está presente nesse instante, exatamente quando aprendemos a eliminar o tempo.

O Despertar Espiritual, a Iluminação Espiritual, a Realização deste Ser – o nome que você queira dar para Isso – e, também, a Meditação, a Verdade do Florescer desse Silêncio, d’Aquilo que é indescritível e inominável, é a Presença da Realidade Divina, que se revela quando há essa presença da Meditação. Quando ela está presente, isso não é algo que se faz, que se realiza ou que se alcança no tempo.

Aqui nós precisamos nos aproximar da Verdade da Meditação nesse instante, assim como do Despertar Espiritual nesse instante. Uma aproximação da Verdade sobre Isso requer, antes de tudo, a compreensão daquilo que está presente aqui, neste momento. Temos que aprender a lidar com o que é, aqui.

A vida inteira nós passamos em idealismos, em projetos, na ideia do alcançar alguma coisa. Então estamos sempre transferindo para depois, e é sempre esse elemento, que é o “eu”, tendo essa ideia de tempo para alcançar alguma coisa ou para fazer alguma coisa: alcançar a Iluminação um dia ou realizar, fazer a prática da meditação.

Aqui, olhar para aquilo que aqui está presente, o que é que você tem sobre quem você é nesse instante, esse é o fator mais importante. Olhar para o que é, sem colocar esse tempo sobre o que deveria ser, sobre como poderia ser, mas ficar com o que é, o que nós temos sobre quem nós somos, aqui e agora. É aqui que está a chave para a Meditação e, naturalmente, para o Florescer desse Natural Estado, que alguns chamam de iluminação espiritual.

Então, o que é que nós temos aqui e agora, nesse sentido do “eu”, desse “mim”, dessa “pessoa”? O medo, a inveja, a ambição, algum nível de insatisfação com um nome específico, como ansiedade, a dor da solidão. O que é que nós temos aqui, nesse instante, nesse sentido do “eu”? Violência, ciúme, inveja, raiva.

As pessoas querem lidar com esses estados internos aplicando para elas mesmas, se envolvendo elas próprias em uma técnica qualquer, chamada de meditação, para terem um alívio temporário dessa condição psicológica que está presente aqui, nesse instante. Então as pessoas vão em busca dessa, assim chamada, meditação como elas entendem aí fora, sem compreender a Verdade da Meditação. Por ter um mero entendimento teórico, conceitual do que isso representa, elas têm transformado a Meditação numa ideia de uma técnica.

As pessoas criaram técnicas que são, na realidade, os truques psicológicos para lidar com o que está aqui. O que é que está aqui? É ansiedade, é depressão, é medo, é angústia. Esse é mais um expediente ou um mecanismo como qualquer outro. Eu me refiro à meditação como uma técnica ou uma prática, algo que o pensamento tem idealizado e projetado para executar, que o pensamento chama de meditação. Temos nos utilizado desses recursos para, temporariamente, escaparmos daquilo que aqui está.

Reparem o que estamos fazendo. Isso não é Meditação! Essa é uma meditação terapêutica. Isso pode ajudar, pode aliviar, é uma forma que o pensamento, que idealizou essa técnica, lidar com aquilo que ele mesmo, que é o pensamento, está produzindo. Porque essas condições psicológicas em nós, reparem, são condições que o pensamento está produzindo.

O pensamento cria o problema do medo, da angústia, da preocupação, da ansiedade, da depressão, da autoimagem, da baixa autoestima, da rejeição, da inveja. O pensamento cria o problema e ele vai em busca de uma solução, e ele idealiza uma técnica, chamada de meditação. Isso ajuda, sim; ajuda o ser humano a continuar sempre escapando temporariamente da dor que esse “eu”, esse “mim”, esse ego representa.

Aqui, quando colocamos a beleza da Verdade da Meditação, estamos dizendo para você que a base real para a Revelação da Meditação está no Autoconhecimento. E só há Autoconhecimento quando você aprende a olhar para aquilo que está aqui sem fugir, quando descobre o que é a ciência desse olhar sem o observador, desse perceber sem o percebedor, um contato direto com o momento presente sem fugir do que quer que se mostre, do que quer que se apresente aqui. Tudo isso é parte desse “eu”, algo que vem do passado, que precisa ser constatado sem qualquer movimento de escape ou de fuga.

Assim, nós temos a base, que é a auto-observação, que é colocarmos uma atenção sobre esse estado que está aqui, nesse momento, onde não existe a ideia de rejeitar, de comparar, de tentar se livrar ou fazer qualquer coisa com o que se apresenta. Apenas olhar, sem esse julgamento, sem essa avaliação, sem essa intenção, porque tudo isso vem do observador, do pensador, desse “eu” quando se depara com o estado que o próprio pensamento está trazendo. Então, veja: essa é a base para a Verdade da Meditação se revelar nesse instante.

Assim, a base para a revelação da Meditação nesse instante é o Autoconhecimento de si mesmo, daquilo que está aqui presente. Então estamos, nesse momento, na Meditação, na aproximação da Verdade da Meditação pela primeira vez. Não há qualquer técnica. É olhar, descobrir o que é olhar sem esse passado, sem esse fundo, sem esse “eu” para isso que se apresenta aqui, para essa experiência que surge nesse momento. Olhar sem essa separação, sem essa divisão. Então, aqui temos, sim, a Verdade da chave para o Despertar da Consciência, da Iluminação Espiritual, e tudo isso é parte de uma ação Divina, que é a ação da Graça.

Junho de 2024
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terça-feira, 20 de agosto de 2024

A compreensão do pensamento | Desordem psicológica | A compreensão do sentir | A base dos problemas

Esse esse modelo de existência “nossa” é um modelo onde a gente está dentro dessa continuidade; essa é a continuidade da vida em problemas. Então falar sobre a possibilidade de estar livre de problemas é algo muito desafiador e, no entanto, estamos diante de algo possível para cada um de nós. Contudo, você precisa se aproximar disso, é fundamental se aproximar disso. Essa aproximação só é possível quando você se conhece. Existe algo que nós não sabemos sobre a base dos problemas. Para nós, somos “alguém” no mundo lidando com a vida. Separados da vida, a vida se mostra num formato onde nos parece que esse desafio que ela representa tem que, necessariamente, representar problemas para nós. Isso não é verdade! Não é verdade!

O que nós precisamos é de uma mudança, de uma profunda e radical mudança em nós mesmos. Não é a vida que tem que mudar o modelo, a representação desses desafios, que nos parecem ser a causa dos problemas. Nós precisamos é de compreensão sobre nós mesmos, precisamos nos compreender de forma completa, total e definitiva, uma compreensão absoluta da Verdade sobre quem nós somos. Essa compreensão da totalidade de nós mesmos – uma palavra que eu tenho usado nessas falas, nesses encontros que, em geral, as pessoas usam, também, em sociologia, em psicologia, em filosofia, eu emprego a mesma palavra, mas com um significado talvez um pouco diferente –, é Autoconhecimento.

O que é Autoconhecimento? É a compreensão da totalidade de todo esse processo de ser “alguém” no mundo, de viver como “alguém” no mundo. A compreensão do processo da totalidade sobre quem somos é Autoconhecimento. Então o que é Autoconhecimento? São nossas tendências, nossas inclinações, nossas motivações, nossos pensamentos, tudo isso sendo vistos. É a compreensão de todo o processo do pensar, desse formato de pensamentos presentes dentro de nós, acontecendo aqui nesse instante, nesse momento. Então é a compreensão de todo o processo do pensamento, assim como a compreensão de todo o processo do sentir: “Por que ao olhar para alguém sinto isso?”, “Por que ao ouvir isso sinto aquilo?”, “ Por que quando algo se vai a dor fica?”, “O que é esse sentir?” Compreendem?

Compreender a si mesmo, essas inclinações, essas tendências, essas razões, não de uma forma introspectiva, analítica, intelectiva, dedutiva, aqui eu me refiro à uma compreensão completa, total, uma visão. Você não faz isso com o intelecto – o intelecto pode tirar suas conclusões, analisar as coisas. Em geral, estamos muito, muito apaixonados, acreditando ou querendo acreditar mais e mais na capacidade do intelecto, na razão dessa compreensão daquilo que se passa com nós mesmos. Para nós, o intelecto é uma ferramenta, e aqui eu quero dizer: intelecto é parte daquilo que aparece, ainda, como uma inclinação, como uma tendência. Então quando eu me refiro a essa compreensão, não é intelectual, é uma compreensão que lhe faz perceber a totalidade de todo esse processo do pensar e do sentir. Isso é possível! O instrumento que temos em nosso corpo, ligado a esse processo de direta observação, nesse Autoconhecimento – o instrumento ou a ferramenta mais delicada –, é esse cérebro, ele em geral está entorpecido, ele em geral está lerdo, está viciado dentro desse modelo de inconsciência tão comum a todos, porque nos falta autoinvestigação. Essa autoinvestigação é a base para esse Autoconhecimento, uma vez que Autoconhecimento é a compreensão de todo esse processo, vou repetir, de todo esse processo do pensar e do sentir . Quero repetir isso: você não vai analisar isso, você não vai especular sobre isso, você não vai tirar conclusões sobre isso, você vai se tornar ciente desse processo em você, ver suas dependências emocionais. Isso é ver o processo do sentir, é estar em contato direto com ele e perceber o quanto isso lhe coloca numa condição de autolimitação imposta por você mesma, por você mesmo, dentro dessa inconsciência. Isso acontece com o sentir e acontece com o pensar. Há muita agitação psicológica dentro desse mecanismo cerebral. O processo do pensamento em nós é completamente caótico. Então o nosso pensar e o nosso sentir carregam sempre essa condição, sustentando toda a forma de sofrimento presente em nossas vidas. Não é a vida, nem está na vida, nesses desafios que ela nos apresenta, o problema é, sim, no modo como nos aproximamos da vida, porque nos falta uma aproximação de nós mesmos.

Se você não compreende a si mesmo, se você não se compreende, se não há essa compreensão da Verdade sobre você, toda a relação que você tem, que você possa ter no mundo será sempre uma relação que a base será a ignorância; e com esse cérebro inquieto e com a falta dessa compreensão da Verdade sobre quem você é, toda a sua vida se constitui de problemas. Então o problema consigo mesmo é o problema com o outro, é o problema com o mundo, é o problema nas relações. A realidade do seu Ser é um cérebro novo presente. Uma vez que você constata a Verdade sobre quem você é, toda essa caótica, toda essa condição, toda essa desordem, toda essa bagunça psicológica, desaparecem. Então um cérebro novo surge, e com um cérebro novo você tem um coração novo, é quando todos os problemas se dissolvem, ou melhor, todos os problemas são vistos como, de fato, eles são. Não há problema, o que nós temos é a vida como ela se mostra – algumas coisas são agradáveis para “mim”, outras não são agradáveis para “mim”, algumas “eu” quero e outras “eu” não quero. É possível estarmos livres desse “mim”, desse “eu”, então não haverá coisas agradáveis para esse “mim”, nem haverá coisas que “eu” quero e coisas que “eu” não quero. Compreendem isso?

Nossa vida egoica, que é essa vida na falta da compreensão da Verdade dessa totalidade do nosso próprio Ser, d'Aquilo que somos – a falta dessa visão sobre quem nós somos –, sustenta esse “mim”, sustenta esse “eu”. Esse “eu” tem essa vaidade, tem essa arrogância, tem essa presunção, tem essa separação. Ele se vê separado e ele se vê com escolhas. Tem o “gostar” ou “não gostar”, o “querer” e o “não querer”, o “desejo que consigo realizar” e o “que não consigo realizar”, que representa a frustração, então nós temos o problema. O único problema presente é esse “mim”, esse “eu”. Esse “mim”, esse “eu”, pode se dissolver, porque se ele se dissolve, os problemas se dissolvem. “Eu não gosto de fulano": olhe para si mesmo, observe suas reações, observe sua arrogância em julgá-la, em compará-la com outra, em ver que ela não preenche suas expectativas egoicas. Perceba, você irá ver porque você não gosta dela. Estamos juntos aqui?

O seu problema não é com aquela pessoa. O seu problema é com você, você não está bem com suas escolhas, com seus preconceitos, com as suas indisposições internas, e o outro parece ser a causa, a razão, e não é. Você é o problema do mundo, de suas relações, da vida. Não há problema lá, o problema é o “eu”, é o ego, é esse “mim” que “gosta” e “não gosta”. “Não fui com a cara dele, não fui com a cara dela": você não está bem! Você não está bem! A cara dela é como a cara de qualquer outra pessoa: tem um nariz, tem dois olhos, uma boca. É psicologicamente o problema com aquela cara, e se é psicologicamente o problema com aquela cara, nenhum problema está fora, está sempre dentro. Olhar para esse processo do pensar e do sentir é a base para o fim de todos os problemas na sua vida – problema de relações com o mundo, de relações com o outro e de relações com você mesma. É curiosa a expressão “relações com você mesma”. Relação sempre implica dois, o ser humano vive de uma forma tão caótica, tão absurdamente estúpida que consegue se relacionar consigo mesmo. Como é possível você ser mais de um dentro de si próprio para poder se relacionar consigo mesmo? Não há essa integridade, essa individualidade, esse sentido Real de Ser, então você tem muitas personagens dentro de si mesma, de si mesmo, e parece que você quer ajustá-las, para que tenham harmonia, e percebe que isso não é possível. Então você precisa de alguém que diga: “Você precisa estar bem consigo mesma”. Gente, se você é Real, você não está mal nem consigo mesmo, nem com o mundo, porque não existe nenhuma separação mais entre você e o outro, entre você e a vida, entre você e o mundo. Quem inventou esse “você com você mesma"?

A maioria de nós não parece perceber a importância da compreensão dessa mudança, dessa transformação em nós mesmos, então tudo continua. Você vai ter mais trinta, cinquenta, sessenta, setenta anos e vai morrer – todos morrem. Todos querem afastar essa possibilidade da morte para mais longe, ninguém gosta da palavra morte. Por que isso nos assusta? Eu não estou afirmando, eu estou fazendo uma pergunta: por que isso nos assusta? Porque nós queremos a continuidade de uma vida em problemas, desde que nos sintamos vivos, está tudo bem. Mas quem é esse que se sente vivo? A pergunta é: “Quem sou eu"?

Se você não tem o Autoconhecimento, que é a base da compreensão da Verdade sobre quem você é, haverá medo e você irá sempre tentar afastar essa coisa chamada morte para bem longe, como se isso não viesse ou não fosse possível acontecer, como se já não estivesse chegando – mas isso está vindo, isso está chegando. Vamos ver o fato da morte, não o afastamento através de uma ideia, de uma crença de que você terá uma vida imortal, de que você viverá uma outra vida ou todo tipo de crença que nós temos. Isso é para nos dar esperança de que não vamos morrer, mas nós vamos morrer, e quando você morre, todos seus desejos e medos não podem mais se expressar. Curiosamente, esse é o seu único medo, você não tem medo exatamente da morte, você tem medo de deixar de ser essa pessoa. Tudo bem gente?

Então vocês não acham que é importante descobrirmos a Verdade da vida, agora, aqui? É porque não sabemos a Verdade da vida, agora, aqui, que nós temos medo da morte. Já coloquei: não é o medo, em si, do desconhecido, porque ninguém sabe o que é o desconhecido; o que você tem medo é de deixar seus desejos e seus apegos, sua vida sofrida de medo e de frustração.

A compreensão da Verdade sobre quem nós somos é o fim do medo, isso é o fim da morte, isso é a compreensão da vida. Para compreender a morte, é necessário, internamente, psicologicamente, compreendermos a Verdade sobre quem nós somos. E por que? Porque a compreensão da Verdade sobre quem nós somos é o fim desse “eu” psicológico. Então você, pela primeira vez, descobre o que é estar morto, psicologicamente, livre do seu passado, livre da sua história, livre dos seus desejos e livre dos seus medos. É quando você sabe o que é a morte é que você sabe o que é a vida. Se o ser humano estivesse realmente vivo e vivendo a Verdade sobre quem ele é – a Verdade do seu Ser –, não haveria medo da morte, não haveria medo de perder o que conhece. Tudo bem gente? Precisamos realizar a Verdade sobre quem somos. Ok?

Esse é o assunto, olhem para isso. Olhem para isso!

Abril de 2023
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quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Joel Goldsmith | Vivendo a Vida Iluminada | Vida espiritual e vida material | Mestre Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui em mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto se dispôs a estar aqui conosco. Gratidão, Mestre! O Mestre vai responder perguntas que vocês fazem aqui no canal e, também, a gente sempre traz algum trecho dos escritos do Joel Goldsmith para o Mestre trazer um aprofundamento.

Mestre, hoje eu vou ler um trecho do livro chamado “Vivendo a Vida Iluminada”. Nesse trecho, o Joel comenta assim: “A vida espiritual revela que o Reino de Deus está dentro de nós, ao passo que a vida material diz que devemos sair e obter, realizar, alcançar, fazer”. Dentro disso, Mestre, eu tenho a pergunta da Simone Castro. Ela fez o comentário e fez a seguinte pergunta: “Como equilibrar a vida espiritual com a vida material?” Mestre, pode responder para nós?

MG: Muito bem. Aqui, Gilson, nós já temos uma situação delicada, e eu vou dizer qual é. Nós temos esse programa rodando em nós, essa formação que nós trazemos. Eu tenho chamado isso de condicionamento. O que nós temos aqui de delicado é exatamente essa visão que nós recebemos da cultura religiosa, da separação entre vida espiritual e vida material. Nós precisamos dispensar isso, porque a Vida é uma Totalidade, a Vida é um Todo. Nós é que temos feito esse tipo de separação.

Nós podemos, na vida, criar muitas seções, muitas separações, muitas divisões, e nós fizemos essa, basicamente, entre vida espiritual e vida material. Mas podemos colocar também outras divisões, outras seções aí. Podemos colocar vida política, vida social, vida econômica, e, na realidade, a Vida é apenas uma Vida. A Real Vida é a Vida onde o que está presente é a Realidade dessa Consciência, que é a Consciência de Deus. Essa é a única Vida!

O que a gente chama de “vida”, fora d'Isso, são conceitos mentais que nós temos. Inclusive, “vida espiritual” é um conceito, “vida material” é um conceito. Onde podemos chegar com isso? Em lugar nenhum, porque tudo o que nós precisamos é compreender o Todo da Vida, a Totalidade da Vida, ter uma compreensão do que é a Vida, a Real Vida, que está disponível para cada um de nós assumirmos, ou melhor, permitindo que essa Vida assuma esse lugar d'Ela nessa existência aqui, em cada um de nós.

Nós temos uma noção, Gilson, equivocada, com base nessas divisões, nessas seções: vida econômica, vida familiar, vida social… agora, vida espiritual, vida material, nós também chamamos de “minha vida”. Aqui, nós temos esta existência e, nesta existência, a única Vida presente é a Vida Divina, é a Vida de Deus. Então, essa tentativa intelectual de separar a vida material de vida espiritual dá nessa confusão. Nós queremos equilibrar. Equilibrar o quê? A Vida é esse Todo! Ou há Real Vida, que é a Vida de Deus assumindo essa existência em cada um de nós, ou essa assim chamada “minha vida” é conflito, contradição, sofrimento… é a vida egoica dentro dessa mente egoica.

Então, não há o que equilibrar aqui. Aqui, o que nós precisamos é nos tornarmos cientes da Verdade do nosso próprio Ser. A ciência dessa Verdade é a Vida de Deus assumindo essa existência humana. Então, o sentido de humanidade e de pessoa presente dentro da experiência do viver é algo que desaparece quando essa Real Vida, que é a Vida nessa Totalidade de Puro Ser, de Pura Consciência, assume. Então, o trabalho aqui consiste em nos tornarmos cientes da Verdade sobre quem nós somos, e não de tentarmos qualquer conciliação. Quem estaria nessa tentativa senão o próprio intelecto, que está condicionado a padrões de divisão, a padrões de separação, a criar essas seções?

Essas divisões são meramente intelectuais e conceituais. Temos que abandonar isso! É necessário nos tornarmos cientes da Verdade do nosso Ser no contexto do viver, e é exatamente nessa relação com a vida, como ela acontece, que isso é descoberto. Então, não adianta tentarmos uma vida espiritual paralela a uma vida material ou tentarmos um equilíbrio entre duas coisas que, na verdade, não existem, são apenas conceitos.

A única Vida, Gilson, eu quero repetir, é a Vida que se apresenta a cada um de nós agora aqui, e é nesta Vida que essa Totalidade da Vida – que é a Vida Divina, que é a Vida Real, precisa ser compreendida.

Então, não se trata de fazer qualquer equilíbrio, se trata de, nessa vida, em nossas relações comuns com objetos, pessoas e em todas as situações, descobrirmos a Verdade sobre quem nós somos. Essa Verdade sobre quem nós somos revela essa Vida Divina, e, nessa Vida Divina, tudo é Divino. A vida familiar é Divina, a vida econômica é Divina, a vida social é Divina. Na verdade, não existe mais essas “particulares vidas”, há apenas essa única Vida, e Ela abarca essa Totalidade, e essas seções desaparecem. Embora externamente até pareçam existir, internamente isso não existe, é só uma Vida sendo vivida em sua Totalidade, nesta Beleza, nesta Verdade, nesta Ciência do Amor, da Consciência, da Beleza Divina, da Beleza de Deus.

O trabalho consiste em fazer um trabalho aqui e agora, nesta vida, que é a vida comum a todos, aparecendo aparentemente com essas aparências de vida social, religiosa, política, econômica, e assim por diante. Quero repetir: nada disso é real. A Vida tem que ser compreendida agora aqui, como Ela é; assumida agora aqui, como Ela é: uma Vida Real, uma Vida Divina, uma Vida de Deus. Um trabalho se faz necessário nessa direção, e é este o propósito aqui destes encontros: investigarmos o que é essa Vida em sua Totalidade, para que, nessa existência, aquilo que esteja presente seja apenas esta Única e Real Vida, a Vida do Ser, a Vida Divina, não a vida do ego, essa vida particular, essa vida ilusória, essa assim chamada “minha vida”. É basicamente isso.

GC: Mestre, é interessante que, nessa questão de divisão, logo que eu encontrei o Mestre, era muito forte para mim uma prática de meditação. Então, eu dividia os momentos de meditar e os momentos corriqueiros, os momentos da vida humana. E, aí, logo ao encontrar o Mestre, o Mestre já rompeu com essa divisão, trazendo essa Real Meditação, que é a cada instante. Não tem nem lógica, mas é muito fácil essa identidade de um “eu” separar momentos e querer separar essa conexão, essa Realidade, de uma prática, de uma tarefa ou outra. O Mestre pode falar um pouco mais sobre essa Real Meditação a cada instante?

MG: Aqui, Gilson, o ponto é assumir a Verdade do seu Ser e abandonar a divisão. A verdade é que, durante muito tempo, todo tipo de ensinamento religioso que nós recebemos fomenta e sustenta ainda mais, dentro de cada um de nós, condicionamentos desse tipo, onde nós separamos a vida em seções, em departamentos. Então, existe a minha vida social, repito, a minha vida familiar e a minha vida divina. Existe o meu momento para a meditação e o meu momento para o trabalho, e o meu momento para o lazer, e o meu momento para a família. É assim que o intelecto, em nós, separa e divide tudo, mas isso é ainda desse intelecto condicionado.

A base da nossa mente é esse intelecto. Aquilo que nós chamamos de “mente”... parte dessa assim chamada “mente” – a gente não tem tempo aqui para aprofundar isso... parte dessa assim chamada “mente”, em nós, é esse intelecto; e esse intelecto, em nós, está condicionado a separar, dividir, comparar, julgar, fazer avaliações e, naturalmente, separar meditação do trabalho, meditação do momento da vida, meditação da família. E a Meditação é o encontro com a Realidade do seu Ser, ou a constatação dessa Realidade neste instante. Se, neste instante, seu Ser não se revela, não há esse encontro ou essa constatação agora aqui – nós não temos outro momento para fazer isso. Qualquer outra coisa que façamos fora deste momento é só uma tentativa de fugirmos daquilo que a vida está mostrando aqui para cada um de nós. É diante da vida como ela se mostra que esse encontro com a Verdade do seu Ser se revela, e Isso é possível quando há esse encontro real com a Meditação.

Eu tenho chamado, Gilson, de “Correta Meditação”, porque tudo o que nós ouvimos falar aí fora sobre meditação não é Real Meditação. Nós temos essa assim chamada meditação terapêutica, meditação para realizar objetivos, propósitos, sonhos, para relaxar, para alcançar equilíbrio emocional, equilíbrio nos sentimentos, para encontrar uma certa quietude na mente ou criar uma certa quietude mental. É isso que as pessoas aqui fora chamam de meditação.

Aqui, estamos mostrando para vocês o que é Real Meditação. A Meditação com o propósito desse direto Reconhecimento da Verdade do seu Ser, e isso é agora aqui. Você não reserva um momento para fazer isso. Você se torna ciente de todo o movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, da sensação, inclusive da fala – agora mesmo estamos gesticulando... Trazer ciência para este momento enquanto você dirige o carro, enquanto você lava a louça, enquanto você caminha.

Qual é a dificuldade de trazer, para este momento, a ciência desse movimento físico e intelectual de pensamentos, trazer ciência para esse movimento de sentimentos surgindo? Qual é a dificuldade que temos para, neste instante, nos tornarmos cientes de nós mesmos, de apenas apreciarmos este momento sem colocarmos o sentido de um “eu” presente para intervir, para interferir, para dizer “não gosto disso” ou “gosto muito disso”? Porque o propósito da Meditação é nos tornarmos cientes dessa Real Presença sem o sentido de um experimentador, sem o sentido de um observador, sem o sentido de alguém sendo o pensador ou interferindo neste instante, mas é sempre neste instante que isso se torna possível. Fora deste momento, você pode reservar um instante para meditar, mas quem estará reservando esse instante? É o “eu”! Então, no momento dessa assim chamada “meditação”, fora deste instante, você está num refúgio psicológico de quietude autoengendrada, autocriada. Na verdade, você está trazendo para si mesmo um formato de auto-hipnose, você está trazendo para si mesmo uma forma de dormir de uma forma consciente. Isso relaxa, isso tranquiliza, mas não é Meditação.

Meditação consiste em trazer para este momento aqui e agora – não importando o que o corpo esteja fazendo, não importando qual seja a atividade intelectual neste momento, não importando o que se mostre neste instante –, trazer para este momento esta ciência de observar o que surge, sem se confundir com isso, sem reagir a isso, sem colocar esse fundo que é o “eu”, o ego, esse “mim”, com suas exigências, com suas escolhas, com o seu “querer” ou “não querer”. Isso é se aproximar da Meditação, e isso só é possível agora, porque é neste instante que a Vida, na sua Totalidade, está se mostrando. Esse é o melhor... não, é o único instante que você tem para assumir a Verdade do seu Ser. Qualquer outro momento é só uma invenção do próprio pensamento, do próprio “eu”, do próprio ego. Então é, na verdade, um grande truque de auto-hipnose do “eu” para manter a sua continuidade e se espiritualizar.

É por isso que nós temos separado a vida dessa forma: vida material de vida espiritual, e queremos fazer um equilíbrio. Isso não procede! A Verdade do seu Ser é agora, e não existe essa coisa de vida espiritual e vida material. Repito: só há Vida, e essa Vida é a Vida Livre do sentido de um “eu” separado, de uma egoidentidade. É isso que eu tenho chamado, Gilson, de “Vida em Real Espiritualidade”. Essa Real Espiritualidade não está separada do viver; é a Vida Divina no viver, sem o sentido de uma identidade presente, sem o sentido de uma egoidentidade. É quando, neste momento, paramos de criar essas separações entre vida mundana e vida divina. Essa vida mundana eu poderia chamar de “vida no ego”, e essa Vida Divina é a Vida livre do ego.

Não tem nada a ver com os aspectos externos de uma vida familiar, de uma vida social, de uma vida profissional. É só uma Única Vida presente, e essa Vida está presente quando há esta Real Meditação, esta ciência deste Ser que Somos aqui e agora, livre do sentido desse “eu”, desse “mim”, dessa pessoa que acreditamos ser. A Meditação revela Isso, a Real Meditação torna Isso claro, aqui e agora.

GC: Mestre, esse assunto é muito interessante, porque é muito forte, muito comum, as pessoas terem uma prática de meditação, e esse conceito – que não é um conceito, mas é um experienciar, como o Mestre fala – dessa Real Meditação a cada instante (na realidade, só existe este instante) é algo inovador, eu diria. E até a gente tem uma pergunta, Mestre, sobre isso, da Sueli Santos. Ela fala bem assim: “Boa noite. Então, meditar é ilusão? Desculpe a pergunta, é que eu estou sendo apresentada a esse caminho há pouco tempo, preciso ouvir mais o Mestre Gualberto”.

Mestre, você já falou bastante sobre, mas pode falar um pouco mais sobre essa diferença da Meditação Real, prática, uma Meditação Real... da diferença dessa prática de uma meditação terapêutica?

MG: A meditação... temos que compreender qual é a finalidade para essa meditação. Se o propósito da meditação é obter um resultado, ela tem uma finalidade, ela se torna uma prática de meditação terapêutica. Então, a meditação não é uma ilusão, a meditação é uma prática de autoajuda terapêutica. Isso traz um bem à saúde enorme! Isso traz saúde ao corpo, traz saúde emocional, traz saúde psicológica – a prática da meditação terapêutica –, mas não é dessa prática que estamos falando aqui. Estamos sinalizando para você a importância da Verdadeira Meditação, a Meditação para o Despertar de sua Natureza Real, para o Despertar da Verdade do seu Ser, para o Despertar de Deus, para essa assim chamada Iluminação Espiritual.

Então, essas expressões: “o Despertar”, “a Iluminação Espiritual”... Eu sempre chamei Isso de Estado Natural, hoje é que tenho colocado mais nesse formato, porque as pessoas procuram com esses nomes. O Estado Natural de Ser-Consciência desperta quando há esse contato com a Real Meditação... com a Real Meditação de uma forma vivencial. Por isso eu chamo isso de Real Meditação na prática; é agora, aqui, neste instante.

O que é conhecido aí fora por meditação – não é disso que tratamos. Inclusive, se as pessoas querem praticar essa técnica, ou essa prática, esse ou aquele sistema, ok, isso é bom para a saúde, mas não é disso que tratamos. Estamos tratando da desidentificação da ilusão de uma identidade, que é o “eu” no viver, aqui e agora, nesta experiencia. Isso é Real Meditação. E o que se chama aí fora como meditação tem só a finalidade de ajuda, e é terapêutica, e tem esse efeito também de aquietar a mente, de silenciar a mente. Tem um efeito de ajuda muito forte, de auto-hipnose, de você se tranquilizar, de você conseguir dormir melhor.

Tudo isso é de grande auxílio, de grande ajuda, mas não é aquilo que estamos tratando aqui. Estamos falando com vocês do fim do sentido de um “eu”, de uma identidade presente no viver. Isso, naturalmente, é o fim do sofrimento. É algo muito, muito superior a qualquer prática, a qualquer técnica e qualquer auxílio de ordem psicofísica. Então, é algo completamente diferente o que estamos tratando aqui com você, quando falamos sobre a Real Meditação, quando trabalhamos aqui essa questão da Verdade desse contato com o seu Ser, nesta visão aqui e agora de sua Natureza Real.

GC: Mestre, e é interessante como realmente hoje eu vejo a completa diferença entre essa prática de uma meditação – como eu tinha, uma prática de muitos anos – de quando essa Meditação Real acontece. E, principalmente, na presença do Mestre, nos encontros intensivos, nesse focar essa atenção no Mestre, daqui a pouco parece que vira uma chave e é algo até difícil de traduzir em palavras, porque não é uma experiência, é um experimentar onde é algo diferente. E isso é muito interessante, como na Presença do Mestre, nesse Darshan, que é esse compartilhar de Presença que o Mestre tem, algo que eu muito busquei, que é um Silêncio, uma Quietude, daqui a pouco acontece em Satsang, nos encontros, e é pura Graça mesmo poder ter essa oportunidade.

MG: A Verdade do seu Ser é pura Consciência. Como pura Consciência, Ela é Amor, Ela é Liberdade, Ela é Paz, Ela é Felicidade. Então, a constatação de sua Natureza Divina, e isso ocorre com muita tranquilidade dentro de encontros chamados Satsang... A palavra “Satsang” é uma palavra indiana para “encontro com a Verdade”. Quando você se depara com um Ser Realizado, há algo presente que está além da mente, que está além de todo o esforço, de toda a procura da sua parte, para esse contato com sua Natureza Divina.

Isso é algo que ocorre muito naturalmente, ocorre de uma forma muito simples, muito direta, sem qualquer querer, sem qualquer vontade, sem qualquer motivação da sua parte. Simplesmente, você está presente e essa Energia de Presença, esse Poder de Presença – na Índia eles chamam de Shakti –, essa Shakti Divina, essa Graça, como nós chamamos, faz um trabalho em seu corpo, em sua mente, nesse ser que somos, e Isso acontece.

O que acontece nesse momento é que você está, simplesmente... alguns chamam isso de “pegando carona” nesse Poder de Presença, que é o seu Estado Natural. Já é o seu Estado Natural, mas Isso em um Ser Realizado é Aquilo que está ativo, presente. Então, esse Poder de Presença, de Consciência, é compartilhado. Então, você está dentro dessa nova condição de Puro Ser, de Pura Presença, e o Estado Natural de Meditação começa a acontecer.

Uma coisa, Gilson, é isso também: nós não temos ideia, mas a Meditação é o nosso Estado Natural. Ser-Consciência já é Você! É que nós vivemos em nosso mundo mental. Nesse mundo mental, aquilo que está prevalecendo é o sentido de uma identidade egoica com todo esse fundo de condicionamento, e esse cérebro, em razão desse movimento condicionado, em razão desse movimento repetitivo, em razão dessa inquietude inerente a esse estado egoico, não o permite ter ciência deste Silêncio, desta Presença, desta Real Consciência.

E quando você está em Satsang, isso ocorre de uma forma muito natural, sem qualquer volição de sua parte, sem qualquer motivação, vontade ou intenção. O próprio fato de estar presente... nele, ali, acontece um processo muito natural de ressonância, de comunhão, de comunicação ou compartilhar de Presença, o nome que queiramos dar para isso! A verdade é que o seu Ser se reconhece nesse Silêncio, nesse Poder de Presença, e é Isso que acontece dentro de Satsang.

Então, a coisa mais importante não é a fala, não é o ensino, mas é o Poder dessa Graça, é o Poder dessa Presença, que é compartilhada em um ambiente sagrado chamado Satsang. É isso que temos dentro desses encontros. A palavra “Satsang” significa... “Sat”, “Ser”, e “sang” vem de “sangha”, vem de “encontro”, vem de “reunião”. Então, é um encontro, uma reunião com o “Sat”, com o Ser, um momento com a Graça, um momento com Deus, um momento com o seu Natural Estado, que é Meditação. É isso que nós temos presente em Satsang. Essa é a singularidade destes encontros. Isso, de uma forma on-line, ocorre, mas muito mais fortemente de uma forma presencial. É isso que acontece.

GC: Mestre, e a gente já vai batendo o nosso tempo aqui. Gratidão, gratidão, por mais este encontro, por mais este videocast. Quem está assistindo aos vídeos, deixe o “like”, deixe o comentário, coloque as perguntas. Aqui no primeiro comentário, fixado, vai estar o link do WhatsApp do grupo de informações sobre os encontros intensivos, que são esses Satsangs, como o Mestre falou. E quem quer se dar essa oportunidade desse “experimentar”, de poder estar na Presença do Mestre e ganhar, receber, esse Estado de Real Meditação, fica o convite para participar dos encontros. Como o Mestre falou, encontros on-line e, também, de forma mais intensiva, presenciais no Ashram em Gravatá, Pernambuco.

Mestre, gratidão. Gratidão por mais esse videocast.

Agosto de 2023
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terça-feira, 13 de agosto de 2024

O que é Meditação? | O que é o Despertar Espiritual? | Iluminação Espiritual | Como vencer o medo?

Aquilo que temos dito aqui para você é que há uma diferença entre vencer e estar livre. Veja, você pode vencer, mas o que você vence terá que vencer de novo, de novo e de novo, e aquilo do qual você está livre, está livre. Então, quando as pessoas querem descobrir como ir além do medo, elas não fazem a pergunta correta, porque para ir além do medo é necessário estar livre do medo. Mas elas querem estar livres do medo perguntando: “Como vencer o medo?” Então, essa é a pergunta: “Como vencer o medo?”

Aqui estamos trabalhando com você o fim para o medo e, portanto, a Verdade de estar livre do medo. Não se trata de vencer o medo. Então, é como quando as pessoas querem vencer em uma luta. Quando você vence em uma luta, você, apenas naquele momento, superou seu adversário… mas ele pode pedir revanche e é possível que na próxima luta você tente vencê-lo, e essa tentativa seja uma vã tentativa, porque é possível que ele ganhe. Aqui nessa relação com o medo, a não compreensão do que é o medo – esse é o ponto – é como vencer um adversário na luta, e esse adversário estará sempre pedindo revanche.

Aqui estamos trabalhando com você a Realização do seu Ser, por isso que a verdadeira vitória não é a vitória de quem vence, é a Liberdade desta Realidade de Ser, sem medo. Então, não se trata da vitória de alguém, não se trata de vencer alguma coisa, se trata da Liberdade de Ser. Por isso o nosso enfoque, aqui com você no canal está na Realização de Deus, na Realização do seu Ser.

É apenas nesse sentido que nós colocamos aqui a expressão “Despertar Espiritual”, o que também é uma outra pergunta que as pessoas fazem de uma forma equivocada porque elas têm uma ideia do que significa o Despertar, então elas perguntam: “O que é o Despertar Espiritual?”, mas já perguntam com uma ideia. E muitas pessoas adquirem algumas conquistas, assim chamadas “espirituais”, ou vitórias espirituais, ou conseguem vencer nesse âmbito, no âmbito da espiritualidade, e elas dizem ter realizado esse Despertar Espiritual porque tiveram uma experiência mística que há anos elas vinham buscando, ou uma experiência assim chamada “espiritual” ou extrafísica.

A realidade do Despertar Espiritual não é isso, a verdade do Despertar Espiritual é o fim de uma identidade presente tendo algum nível de experiência, tendo algum nível de sucesso ou realização ou conquista, ou vitória. Então, é nesse sentido que nós usamos também, aqui, a expressão o Despertar Espiritual: apenas quando existe esta Ciência de Ser, livre deste sentido do “eu”, do ego, é que temos a presença da Verdade, da Liberdade, da liberdade do medo, como da liberdade do sofrimento.

Então, o que é o Despertar Espiritual? É esta Realização Divina. O que é a Iluminação Espiritual? É esta Ciência da Verdade do seu Ser. Isso é o fim do medo, é a Liberdade daquele sendo o experimentador na experiência do medo. Observe que você tem medo em razão da presença de uma identidade que se separa da experiência, que é a razão, a causa, ou esta “verdade do medo”. Do que é que nós temos medo? Do passado! Mas o que é o passado? Uma lembrança, uma memória.

Você ontem esteve doente, passou por uma experiência de dor, agora você tem medo desse passado, daquilo que ocorreu ontem, que foi para você doloroso. Mas o que é esse medo, o que é esse passado? Uma memória, uma lembrança, que é pensamento. Repare que o pensamento é algo que está presente que torna possível a presença do medo. Todas as formas de medo possíveis para aquele que está no medo, estão atreladas, veja, diretamente ao pensamento, de uma forma ou de outra forma.

Você tem medo de alguém, o que é que você tem de alguém? Uma imagem! Você tem medo do seu chefe, o que é que você tem do seu chefe? Uma imagem! Você tem medo da esposa, uma imagem. Tem medo do marido, uma imagem. Tem medo de um filho em particular; você tem vários filhos, mas um em particular lhe causa medo. Do que é que você tem medo? De uma imagem! A pessoa é uma imagem, o passado é uma imagem e isso é pensamento. Então, nós temos medo da velhice, é uma imagem, é um pensamento. Temos medo do passado, é um pensamento. Temos medo do futuro, de algo ruim voltar a acontecer, isso é pensamento.

Então, onde está o medo? Temos que investigar isso. A compreensão de onde se sustenta o medo, de onde se abaliza o medo. O medo se abaliza, se sustenta no pensamento, mas o pensamento requer a presença de alguém na lembrança. Veja como é interessante investigar isso: esse alguém na lembrança, quem é? Não é também um pensamento? A ideia que você faz sobre quem você é, enquanto a lembrança está presente, isso não é também um pensamento? Quem é você, sem a lembrança sobre quem você é? Sem a lembrança sobre quem você é, não tem você. Então, o que é que nós temos aqui? Que o pensamento, que é lembrança, é esse “eu” que se lembra.

Vamos com calma nos aproximar disso, vamos tomar ciência desse modelo de ser alguém, de ser a pessoa, de ser esta imagem. A imagem que você tem sobre você é o “eu”, é o pensador. É nesta imagem que está presente o pensamento e, portanto, é nesta imagem que está presente o medo. Sem essa autoimagem, veja, não há medo, sem o “eu”, que é essa autoimagem, não há medo. Quando você usa o pronome “eu”, você está se referindo a uma imagem, você pode contar muita coisa a respeito dessa imagem, mas é só uma imagem que você faz sobre quem você acredita ser. Compreendem isso?

O sentido de uma identidade presente é uma autoimagem, que sustenta o medo e quer lidar com o medo. Veja, a partir desta autoimagem, o que quer que você faça contra o medo é o próprio movimento da autoimagem, que é pensamento, que é o medo. Não há separação entre o medo e a autoimagem. Você não pode separar o medo do medroso, o medroso é a autoimagem e o medo é a lembrança, mas a lembrança é um pensamento, percebem isso?

Vejam como é simples, mas nunca investigamos isso com clareza: qualquer pensamento que você tem em sua cabeça é algo que vem do passado. Quando uma identidade surge para fazer algo contra o pensamento ou a favor do pensamento, essa identidade é também um pensamento, é uma autoimagem, que é o “eu”, o ego. Então, aqui está o segredo para o fim do medo, não se trata de vencer o medo. Vou repetir: aquilo que você vence, terá que vencer de novo e de novo e de novo. Em geral, quando você quer saber algo sobre isso e você consulta alguém, ele lhe dá dicas de como negociar com o pensamento. Mas quem é esse que está negociando com o pensamento, senão o próprio pensamento?

O pensamento é o medo, o pensamento assume a forma do passado, do futuro, da velhice, da imagem da doença, mas esse pensamento ainda é o pensador, esse pensador é o próprio medo, que é o pensamento. Então, como lidar com o pensamento? Como lidar com essa imagem? Tomando Ciência de que não há separação entre a imagem do medo daquela dada situação e esse que está tendo essa imagem. Aqui já temos a resposta do que é a Meditação.

Reparem, a verdade do fim do medo está na ciência da arte de simplesmente Ser, sem a autoimagem, o que é possível quando você coloca a atenção sobre a imagem. Esta atenção sobre a imagem, sobre a autoimagem, é a atenção sobre o pensamento. Acompanhem isso. Essa atenção sobre o pensamento, sem a autoimagem, é a ciência de olhar para o pensamento sem o pensador. Olhar para esta imagem sem esta autoimagem; olhar para a lembrança, sem alguém envolvido com a lembrança, que é a autoimagem; olhar para o futuro que é só um pensamento, sem se envolver na rejeição, na tentativa de rechaçar aquilo, de se livrar daquilo, de fazer algo com aquilo.

Então, qual é a forma Real desta aproximação? O que é a Meditação? É tomar ciência desse instante, sem o observador, sem o pensador, sem a autoimagem. Então, se um pensamento surge, ele é observado. Um ponto interessante aqui, a respeito desse movimento do pensamento, é que ele não só cria e sustenta e dá continuidade ao medo, ele também cria, sustenta e dá continuidade ao prazer. Repare que você é sempre capturado pelo pensamento de prazer. Nós estamos sempre dando continuidade ao prazer do pensamento, ao prazer da memória, ao prazer da lembrança, ao prazer do passado, porque tudo isso foi no passado.

Ao passar por uma experiência de prazer, isso foi guardado na lembrança, na memória – que é pensamento aqui neste instante, buscando uma continuidade a partir desta autoimagem – nós estamos cultivando isso. Percebam que o prazer é o outro lado da moeda do medo. A moeda chama-se medo, mas ela tem dois lados: um lado é o prazer, o outro lado é a dor e a moeda é o medo. Nós cultivamos o prazer e não percebemos que o prazer é a continuidade do medo, porque é a continuidade da dor.

Aqui, o convite para o Despertar de sua Natureza Divina, que é a Realização de Deus, que é algo, repare, que definitivamente põe fim ao sofrimento, ao medo, é a única solução real, verdadeira para o fim do sofrimento humano, para o fim do medo. Isso está em tomarmos ciência desse movimento, que é o movimento do “eu”, do ego, desta autoimagem, que está se movimentando com base no pensamento. No ego, nesse “eu”, queremos dar continuidade ao prazer, mas queremos nos livrar da dor e não percebemos que prazer e dor faz parte da mesma moeda do medo, que é basicamente sofrimento.

Será possível uma vida livre do experimentador? Será que podemos aprender a lidar com a experiência e deixá-la desaparecer sem colocar um experimentador nisso? Sim, isso é possível. Então você desfruta de um momento de alegria, de satisfação, de contentamento, mas você agora não transforma aquilo num movimento imaginário de um futuro prazer – percebe? – para ser buscado novamente, porque isso é dor, isso é medo. Estamos juntos?

O prazer sustenta a continuidade da dor. A vida como ela acontece neste instante, ela traz a dor e traz o prazer, mas por que sustentar isso psicologicamente para manter a continuidade disso, no medo? Se a experiência foi dolorosa, foi dolorosa para o corpo, por que transformar isso numa história psicológica que irá sustentar o medo de que isso volte a se repetir? Podemos viver este momento livres do tempo psicológico, livres desse padrão de pensamento onde essa autoimagem se sustenta, essa tentativa de fugir da dor e buscar o prazer?

É isso que estamos trabalhando aqui, com você, quando apontamos para você a beleza desta Realização de Deus. Isso não tem nada a ver com o que nos é mostrado aí fora como expedientes para, temporariamente, escaparmos de situações psicológicas de aflição e de sofrimento. Nós escapamos porque fugimos, são os mecanismos de fuga que nós já conhecemos e outros que nós aprendemos. Então, isso não resolve.

Aqui o fim desse sentido do “eu”, do ego, é o fim da ilusão, do sofrimento, do medo. Uma vez que o sofrimento e o medo se sustentam no pensamento, com o fim desse modelo de pensamento nós temos o fim dessa ilusão, porque temos o fim para essa condição de cultivo do passado, de cultivo da memória, de cultivo desse tempo psicológico.

Esse é o nosso assunto aqui com você e também em nosso outro canal, você pode dar uma olhada lá. Aqui você tem, na descrição do vídeo, o nosso link; o canal chama-se Marcos Gualberto. Estamos trabalhando com você, dentro deste trabalho, apontando para você a possibilidade desta Realização. Além disso temos encontros on-line que ocorrem nos finais de semana. Dentro de um final de semana, trabalhamos isso juntos através de perguntas e respostas, aprofundamos isso com você. E nesse contato com este Silêncio, com a compreensão desta verdade do que é a Meditação, porque esta Ciência da Meditação, nesta Verdade do Autoconhecimento, que lhe dá esta Liberdade do sofrimento e do medo.

Então, se isso é algo que faz sentido para você, está aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para você participar desses encontros on-line. Temos encontros presenciais e também retiros. Se isso é algo que faz sentido para você, aproveita e já deixa aqui no comentário: “Sim, faz sentido.” Já deixa o seu like, se inscreve no canal e a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

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quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Meditação Advaita. Morte na filosofia. Como lidar com o medo? Como lidar com o ciúme e insegurança?

Me parece que, para alguns de nós, já se mostraram claras algumas coisas, quando chegamos a fazer perguntas do tipo: “Como me livrar do ciúme e da insegurança?”, “Como me livrar do medo da morte?” ou “Como me livrar da ansiedade?”, “Como lidar com o medo?”. Reparem, essas perguntas são para aquele ou aquela que já percebeu que deve haver, sim, uma forma de aproximação da vida livre destas condições e de outras condições similares a estas, que representam para cada um de nós algum nível de sofrimento.

Veja, é esse o nosso empenho, o nosso trabalho aqui com você, neste espaço, neste canal e, também em nosso outro canal, chamado Marcos Gualberto – tem um link aqui na descrição do vídeo. O nosso trabalho juntos, aqui, consiste em termos uma aproximação da vida. Essa aproximação da vida é para o fim desta velha condição na nossa vida, onde, psicologicamente, estamos dentro de um circuito ou dentro de uma fronteira, presos aos limites desta condição psicológica, onde aquilo que está presente, norteando nossas vidas, é o velho modelo do pensamento coletivo, que é o pensamento comum dentro da humanidade. A isso nós temos chamado de “condicionamento psicológico”, esse padrão de vida onde aquilo que nós chamamos de “vida” está sendo sempre orientado pelo padrão do pensamento comum.

Aqui neste canal nós temos este convite para você: para a investigação da natureza do ego. O que é esse ego? É esse sentido de alguém presente aqui na vida, vivendo suas experiências. Então, esse elemento, esta pessoa, esta consciência individual, funciona como um centro em torno do qual a vida, as situações, as circunstâncias, as pessoas, o mundo está girando. Esse centro é o ego. A verdade desse centro é que ele é um centro falso; entre ele que é esse centro, ou seja, entre esse “eu” e aquela dada coisa, e aquela dada experiência, e aquela outra pessoa, ou aquela circunstância, ou aquele acontecimento, o que nós temos nesse espaço é a presença do conflito, da desordem, da confusão, do sofrimento.

Quando perguntamos: como lidar com o medo? É porque já percebemos que, embora isso seja algo comum a todos e esteja presente em nossas vidas – veja, como seres humanos há milênios, nós carregamos o medo – então, apesar disso estar presente, há um sentimento dentro de cada um de nós que, apesar de ser algo comum a todos, isso não pode ser parte daquilo que é Real. Aquilo que é natural é Real, o medo não é algo assim, é algo comum, mas não sentimos que seja algo natural; é uma desordem, é a presença do sofrimento. E precisamos descobrir o que é lidar com o medo, assim como quando tocamos nessa questão do ciúme, da insegurança, como lidar com o ciúme e insegurança, como lidar com essa aproximação que é a aproximação da morte?

Então, existe algo aqui, em nossas vidas, que nós precisamos investigar: é aquilo que não é natural e se mostra como algo comum, presente. Reparem, é algo presente em razão da presença do “eu”, do ego, deste centro. Aqui, neste trabalho, nós estamos tendo uma aproximação a partir de uma visão desse estudar a nós mesmos, de como liberar de nossas vidas essa particular condição, que é algo comum e, portanto, está dentro desse modelo de consciência coletiva, esse padrão do “eu”, do ego, que particularizamos para viver isso.

Estamos aqui, investigando com você a possibilidade de rompermos com esse padrão de consciência coletiva, dessa ilusão dessa consciência individual. Sim, nós temos uma ilusão de individualidade nesse senso, nesse sentido, nesse percebimento com base numa crença, num conjunto de ideias dentro de cada um de nós, de que nós somos criaturas humanas com consciências individuais, vivendo nossa vida de uma forma bem particular. Quando olhamos de perto isso, percebemos que esse modelo particular de vida nessa individualidade não é outra coisa a não ser a repetição de todo o padrão de comportamento humano. Assim, estamos diante daquilo que representa o mundo inteiro e que apenas particularizamos por uma razão de uma crença. Colocando em outras palavras, tudo o que você sente está presente no mundo, assim, aquilo que é verdadeiro para o mundo é verdadeiro para você, enquanto esse sentido do “eu”, do ego, deste centro, estiver presente.

Aqui estamos tendo uma aproximação da Realidade da Meditação, porque é a Meditação que rompe com esse padrão de identidade do “eu”, de identidade egoica. E aqui eu me refiro à Meditação do Autoconhecimento, não é a meditação para dormir melhor, não é a meditação Vipassana, não é a meditação da Yoga, não é a meditação do Zen. Eu não sei o que as pessoas compreendem por Vipassana, por Yoga, ou por Zen… a Verdade do Zen aponta, exatamente, para essa Realidade que estamos tratando aqui; a Vipassana aponta para esta Realidade que também estamos sinalizando aqui neste canal, assim como a Yoga, mas estamos dando nomes a técnicas e práticas de meditação. Reparem, a Verdade da Meditação, da meditação Vipassana, da meditação na Yoga ou da meditação no Zen, é que não existe separação entre a Verdade da realização da proposta da prática.

Então, não existe essa distância entre a prática e a realização da proposta. A Verdade do Zen é o Despertar da Consciência, a Verdade da Vipassana é a tomada da ciência de algo além do conhecido, assim como a Verdade da Yoga. Aqui, nós estamos tratando com você da Verdade da Meditação – não como você entende uma técnica de meditação aí fora, chamada de Vipassana ou de Zen ou de Yoga. Qual é a Verdade da aproximação da Meditação? A aproximação da Meditação é Autoconhecimento. Quando há Real Meditação, nós temos a Meditação que rompe com esse espaço. Agora há pouco eu falei que é um espaço entre esse centro e a experiência. Esse espaço é o espaço do conflito, é o espaço da separação, é o espaço que, como uma cortina, cria uma dualidade.

O contato com a Realidade do Zen, o contato com a Realidade da Meditação, é Autoconhecimento, e o Autoconhecimento é o fim desta condição, é o fim desse espaço. Então, estamos diante da Realidade daquilo que nós somos, quando há ciência desta Unicidade. A palavra “Yoga” significa Unicidade, união; como na expressão “Zazen” nós temos “se assentar”; apenas se assentar, não é fazer algo… é apenas estar assentado, não há nada para se obter, conquistar, realizar ou fazer. Esse é o sentido do Zen, ele aponta para algo fora da mente, fora do conhecido… É assim na Yoga… Mas aqui não se trata de uma técnica, repare o que estamos dizendo para você. As pessoas se envolvem com técnicas e com práticas sem compreender a natureza verdadeira da Meditação. Esse contato Real com a Meditação é o contato com o fim daquilo que é conhecido.

Então, há algo presente quando o conhecido se vai, quando o conhecido desaparece. É nesse sentido que nós temos aqui, dentro desta Verdade da Meditação Real, o fim do “eu”, o fim do ego, o fim da ilusão, da dualidade. Esse é o significado real de quando nós nos aproximamos do fim para o conhecido, que representa o encontro real com a morte do passado: morrer para tudo aquilo que o “eu”, que o ego representa. Veja, essa é uma forma de aproximação da morte – não exatamente na filosofia, não estamos lidando com algo aqui filosófico, estamos lidando com algo vivencial, real, prático, então não é a morte na filosofia, dentro de uma perspectiva filosófica, teórica, conceitual – aqui estamos falando da morte do conhecido, da morte do passado, da morte da continuidade desse modelo de pensamento, de estrutura psicológica, que vem desse padrão de condicionamento que está dentro desta consciência coletiva, desse modelo de mundo.

Então, temos algo novo que surge quando ocorre o fim para a ilusão, o fim para esse sentido de separação, o fim para esse sentido de dualidade. Veja, como lidar com o medo? Tomando ciência de que não há qualquer separação entre a experiência do medo e aquele que se vê no medo. Essa separação entre o medo e esse que se vê no medo é a separação entre a experiência e o experimentador. É a separação entre aquele que está observando e sentindo o medo, porque ele vê o medo como algo separado dele. Aqui estamos eliminando essa separação, essa dualidade. A presença do medo é a presença do medroso, a presença da experiência é a presença do experimentador, a presença daquilo que está sendo visto é a presença daquele que vê. Quando há essa eliminação existe uma aproximação deste momento, onde a Realidade da Meditação está presente. A Realidade da Meditação presente é a ciência deste ser não dual, que é a natureza da nossa Real Consciência, deste verdadeiro Ser em nós, que é Amor, que é Felicidade.

A natureza de Deus em você é a Natureza da Verdade… se isso está presente não há mais o medo da morte, não há mais essa questão da ilusão desse amor que se constitui de apego, de desejo, controle, que assume esse formato de ciúme e insegurança dentro das relações. Então, reparem, esse é o assunto que estamos abordando aqui. Não sei se, para um primeiro encontro, talvez não tenha ficado tão claro. Nós temos diversos vídeos aqui no canal, aprofundando esses assuntos com você. A base da Verdade da Meditação é o fim daquele que medita, daquele na prática. Por isso eu disse agora há pouco: não é a meditação segundo o Zen, segundo a Vipassana, segundo a Yoga; é a Verdade da Meditação livre de alguém envolvido com a prática.

Então, a ciência da Meditação é a Meditação presente sem aquele elemento que é o “eu”, o ego, envolvido com qualquer movimento de ação. Nós estamos aqui, aprofundando esse assunto com você, descobrindo o que é esse contato com a Realidade deste Ser. Quando há essa plena atenção, esse elemento que é o “eu”, o ego, não entra. Então temos a Meditação Advaita, a não dualidade, a Meditação que é Autoconhecimento, temos a Meditação Real, Vipassana, Zen ou Yoga. Então a Realidade d’Aquilo que nós somos como Pura Consciência se revela.

É isso que estamos trabalhando aqui com você: o fim do “eu”, o fim do ego. Alguns chamam isso de “O Despertar da Consciência” ou “A Realização da Verdade de Deus”, ou “Iluminação Espiritual”. Esse é o nosso assunto aqui com você, tanto neste canal quanto, também em nosso outro canal, chamado Marcos Gualberto. Aqui está, na descrição do vídeo, nosso link do WhatsApp para, também, os nossos encontros on-line que ocorrem nos finais de semana. São dois dias juntos onde estamos explorando e investigando isso com você, tornando isso bastante claro, trabalhando essa Realização da Verdade d’Aquilo que somos. Ok? Se isso é algo que faz sentido para você, eu quero lhe convidar, mas antes, mais uma lembrança: nós temos encontros também presenciais e retiros. Assim, já deixa aqui o seu like, se inscreve no canal, Ok? E se de fato faz sentido para você, ou se você percebeu que há algo aqui para trabalharmos isso juntos, coloque aqui no comentário: “Sim, faz sentido.” Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

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terça-feira, 6 de agosto de 2024

Ansiedade e depressão | Como lidar com as injustiças | Atenção Plena e Estoicismo | Ramana Maharshi

Aqui nós temos considerado diversas questões com você, porque são questões que dizem respeito a essa mudança fundamental e que se faz necessária em nossas vidas, uma vez que não compreendemos a realidade da vida como, de fato, ela é.

Reparem: existem dois aspectos aqui muito importantes para serem investigados. O primeiro é essa vida que nós conhecemos, o segundo é a Vida, na verdade, como ela é.

A Vida como ela é difere dessa vida que nós conhecemos, uma vez que essa vida que nós conhecemos é a vida onde temos que investigar essas questões, as questões dos problemas, da confusão, da desordem, do sofrimento, esses diversos aspectos da personalidade presentes nessa condição, onde está presente essa vida dentro desse padrão, dentro desse formato.

Então aqui, nós temos investigado essa questão do Despertar da Consciência. Repare: são diversas questões que temos que investigar e nós temos, propositalmente, voltado a elas vez, após vez, após vez.

Em geral, a princípio, nossa aproximação não é uma aproximação clara, até porque a nossa aproximação é a aproximação intelectual, já dentro de um formato de intelecto condicionado, que é o intelecto que nós temos, que nós conhecemos. E a aproximação desses assuntos requer mais do que uma aproximação intelectual, de palavras e de informações verbais.

Existe uma diferença entre entender algo e compreender aquilo. Você, por exemplo, pode entender como se processa um voo de uma aeronave. Você estuda as leis da aerodinâmica e aprende como um avião se sustenta no ar durante o voo. Isso porque você estudou as leis de aerodinâmica. Então você sabe o que é um avião voando, como ele se sustenta no ar. E, no entanto, apesar de entender isso, de saber isso, você não é um piloto.

Um piloto requer um conhecimento que não seja só teórico, um conhecimento a respeito da lei da aerodinâmica. Um piloto tem um conhecimento além disso. Não é um conhecimento teórico, livresco, verbal, intelectual. Ele tem uma aproximação experimental de como aquela máquina funciona, de como uma aeronave funciona na prática.

Então, você pode, teoricamente, saber muito sobre aviação, muito sobre a ciência de voar, teoricamente, intelectualmente. Você pode até saber dar aulas sobre isso, e tudo que você pode comunicar nessas aulas é um conhecimento teórico, intelectual, verbal do assunto. Nada disso faz de você um piloto, alguém que pode pilotar uma aeronave.

Assim, existe uma diferença entre entender algo e ter uma direta compreensão daquilo. Você entende o que é fazer um bolo quando tem uma receita. Você sabe todos os ingredientes, você sabe o tempo em que a massa tem que descansar, você sabe o tempo de cozimento, de assar, de preparar aquele bolo, e, no entanto, você nunca fez.

Uma coisa é diretamente compreender o que é o bolo, como fazer o bolo, outra coisa é ter um entendimento de como se faz um bolo, dos ingredientes que um bolo tem, e de todo tipo de conhecimento a respeito de fazer esse bolo.

Então, na prática, vivencialmente, você pode compreender algo; intelectualmente, você pode entender daquilo. Aqui, quando tratamos com você da Realização da Verdade d’Aquilo que é Você em sua Natureza Essencial, Real, não estamos falando de entendimento, de uma aproximação de palavras, de conceitos, de ideias.

Nós temos tentado isso durante muitos anos. As pessoas já leram muito sobre este assunto. Tanto é assim que, quando você se depara com este blog e começa a ler, a sensação que você tem é que não existe nada novo realmente aqui sendo dito. E, de fato, você está certo.

No que diz respeito à linguagem, tudo isso é de fácil reconhecimento. No entanto, estamos abordando com você a verdade de uma aproximação direta, não do entendimento. O entendimento você já tem, você já leu muitos livros, você conhece o assunto, você sabe o assunto.

Onde se situa esse saber, esse conhecimento? No intelecto. E esse intelecto em nós tem uma formação. Essa formação é o que eu tenho chamado de condicionamento intelectual. Então, nós temos um condicionamento intelectual, ou seja, psicológico, deste assunto e de diversos outros assuntos, assim como de diversas outras condições em que psicologicamente estamos vivendo.

Aqui quando tocamos na importância do Autoconhecimento, estamos falando de um olhar novo para essa condição psicológica de ser alguém, nesse padrão de intelecto condicionado, de mente condicionada, onde um trabalho se faz necessário, na prática, porque teoria nós já temos, as pessoas têm.

Os livros tratam da teoria, os livros religiosos, os livros sagrados, as palestras que já ouvimos, as que nós continuamos ouvindo, tudo isso nos dá, intelectualmente, um acervo maior, um entendimento melhor, mas tudo isso fica a nível do intelecto.

Reparem como é importante nós termos aqui uma nova visão, um novo olhar para tudo isso. A beleza de um encontro como esse é que estamos lhe mostrando como se torna possível, nesta vida, o fim do sofrimento psíquico. Isso mesmo: o fim de toda forma de sofrimento psicológico.

Nós temos, por exemplo, a questão da ansiedade e depressão. Veja, são estados psicológicos ligados a essa condição de identidade do "eu", de identidade egoica. Por mais que você leia ou estude sobre o assunto, isso fica a nível intelectual, teórico, verbal. Nada disso pode livrar você dessa condição psicológica. Isso porque não há uma compreensão direta ouvindo palestras ou escutando outros nos falando sobre isso.

Precisamos ter um contato direto com essa psicológica condição em que no "eu", no ego, nos encontramos, nessa particular vida do "eu", da pessoa. Então olhar diretamente para esses estados: ansiedade, depressão, angústia. As pessoas sofrem. O sofrimento está presente em cada um de nós como seres humanos, nesta vida, nessa particular vida do "eu".

“Como lidar com as injustiças?” Há uma dor presente quando você sofre uma injustiça. O que é essa injustiça? Quem é esse elemento em nós que sofre por ser injustiçado, por ser rejeitado, por não ser aceito, por não ser compreendido, por quebrarem o contrato com ele? Quem é esse elemento presente aqui que sofre de tédio, solidão, angústia, medo, ansiedade, depressão?

São inúmeros os estados internos conflituosos presentes nessa condição de vida, que é a vida do "eu", que é a vida do ego. Esse assunto aqui não é um assunto para o estoicismo resolver, nem para a psicologia resolver. É importante que se diga isso.

Nós temos procurado diversos caminhos para uma resposta para essa condição de pessoa, de "eu", de ego, de alguém presente, que somos, e nós estamos em busca de uma solução para isso, em diversos caminhos. Portanto, temos que ter um olhar aqui, nesse instante, para essa condição em que nós nos encontramos. Temos que descobrir como, diretamente, lidar com isso, não com teorias, dentro da filosofia estoica, da psicologia, dentro de uma visão na teologia, ou seja, religiosa.

Esse é um assunto para cada um de nós. Precisamos aprender a tomar ciência do movimento desse "eu", conhecer a si mesmo, compreender o movimento do pensamento, tomar plena ciência desse movimento do "eu", que é o movimento da pessoa. Isso requer a presença de um olhar nesse instante, onde tenhamos presente uma atenção para todo esse movimento interno, que é o movimento da consciência. Então essa Plena Atenção sobre todo esse movimento aqui, neste instante.

Então, o assunto dessa Atenção Plena, desse olhar direto, não é assunto para teologia, para filosofia. É um assunto para cada um de nós descobrir o que é a Atenção Plena. Não é no estoicismo, não é na filosofia, não é segundo a psicologia, não é segundo esse ou aquele sistema, técnica ou prática.

Descobrir o que é a Atenção Plena: um olhar direto, claro, simples, sem o compromisso desse movimento interno desse elemento que olha a partir da separação, da divisão, que é esse observador, que é o "eu". Observe que quando você olha para algo, você olha a partir de um lugar. Esse lugar é o lugar da conclusão, avaliação, aceitação, rejeição, desse gostar ou não gostar.

Observe que nós passamos uma vida inteira envolvidos dentro desse modelo de ser alguém. Assim, ao lidarmos com a vida como ela acontece, estamos sempre avaliando a partir desse observador. Isso explica esses estados conflituosos e de sofrimento presente. Isso está presente porque existe esse padrão de separação, onde há essa rejeição a isso que aqui está presente nesse momento.

Nós precisamos investigar em nós, aqui e agora, todo esse movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, da percepção, do modo de sentir e pensar e, naturalmente, a forma como procedemos na vida. Aprender a olhar sem o observador.

Nós temos diversos textos aqui lhe mostrando que esse observador é o elemento que se separa da experiência para avaliar, para comparar, para julgar, para rejeitar o que aqui está presente. Então esses quadros de sofrimento no "eu", no ego, estão sempre surgindo e não sabemos lidar com isso.

O sábio de Arunachala, chamado Ramana Maharshi, nos mostrou que, através da Atma Vichara, ou seja, desse olhar em Plena Atenção, nessa atenção total, completa, sobre todo esse movimento do "eu", há uma compreensão direta desse "quem sou eu". Ramana Maharshi chamava isso de Atma Vichara. Aprender a tomar ciência do próprio movimento da consciência desse "mim", dessa pessoa.

Assim, nós estamos juntos aqui explorando isso com você, aprofundando esse assunto com você, descobrindo como ir além dessa condição psicológica, onde o sentido de uma pessoa está presente. Essa pessoa é aquela que, na vida, se vê separada e tendo uma particular vida.

Notem, a Vida tem esse aspecto dela, como ela é. Mas o elemento "eu", o ego, esse "mim", essa pessoa, traz para essa Vida a ideia de uma particular vida, que ao se deparar com o que acontece, tem sempre uma disposição interna de avaliação egocêntrica, nesse gostar, não gostar, aceitar, rejeitar. Então se estabelece o sofrimento, se estabelece o conflito.

O conflito, o sofrimento, é algo presente no ego, não na Vida. É na vida do "eu", não na Vida. Essa vida do "eu" é essa vida centrada nesse formato de ser alguém. O ser humano está vivendo numa condição artificial de vida, porque está vivendo essa artificialidade não natural de ser alguém, onde está presente essa separação entre a Vida como ela acontece e esse elemento em conflito com ela.

Aqui estamos investigando isso com você, aprofundando isso. Uma vez livre dessa condição psicológica, estamos livres do sofrimento: uma vida real. O assunto nosso aqui é o florescer desse Natural Estado de ser, que alguns chamam de Iluminação Espiritual ou Despertar Espiritual.

Junho de 2024
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