terça-feira, 15 de julho de 2025

Sofrimento psíquico | O que é o pensamento? | O que é o Despertar Espiritual? | Relações humanas

A nossa vida consiste de relações - são relações acontecendo. Nós temos dividido as relações - essas relações humanas - em relações pessoais, interpessoais, intrapessoais. Veja, nós o que fazemos é criar divisões para tentar explicar ou procurar entender.

Aqui, com você, nós estamos buscando ter uma compreensão da verdade sobre as relações. Então, toda essa conceituação, todo esse planejamento ou plano de ordenar isso em palavras não funciona. Tudo que nós precisamos é investigar essa questão das relações, dos nossos relacionamentos, sobretudo essa relação que temos com nós mesmos e com o outro, porque é isso que irá determinar, também, nossa relação com a Totalidade da vida.

Esse contato que tenho com ele ou ela é, na verdade, uma oportunidade para a compreensão daquilo que se passa aqui, dentro de mim. Esse contato que tenho com pensamentos, sentimentos e emoções, com memórias e lembranças que surgem dentro de mim, é algo que se torna um portal para uma compreensão daquilo que eu sou nesse contexto da vida e, portanto, nesse contexto das relações. Então, essa relação comigo mesmo, essa relação com o outro, essa relação com a vida, é uma oportunidade para a compreensão dessa visão de Totalidade, dessa ciência da Realidade da vida.

Aqui, com você, nós estamos investigando isso, aprofundando isso, dizendo para você que, sim, há uma vida possível livre desse sentido do "eu", do ego, e isso representa uma vida onde essa relação com esse momento é a relação com o Todo, é a relação com Deus, é a relação da Verdade com Ela mesma. Veja, não se trata desse elemento presente, que é o "eu", nesse contato com a vida muito maior do que esse "eu". É a ciência da Verdade de que a Vida é a única Realidade, e esse "eu" é uma ilusão.

Assim, essas divisões na tentativa de encontrarmos um caminho para relações pacíficas, amigáveis, amorosas, felizes, é algo completamente sem sentido, uma vez que a única Verdade da vida em relação é a Vida n'Ela própria, com Ela mesma. Esse sentido do "eu", do ego, por mais que ele se ajuste para encontrar um certo equilíbrio na vida de relação, ainda teremos a presença do conflito, a presença da desordem, da confusão e do sofrimento, porque esse elemento é contraditório.

Esse elemento, que é o "eu", é um elemento que vem do passado, ele nada compreende desse momento aqui; é um conjunto de memórias, lembranças, e isso contextualiza uma identidade presente, mas essa identidade é uma fraude, é uma ilusão. Esse sentido de ser alguém não é real. Assim, o seu contato com ele ou ela, esse contato a partir do "eu", por maiores que sejam esses ajustes para um melhor contato, ainda será conflituoso, fomentador de sofrimento, de confusão e problemas.

Será possível a vida livre desse "eu" e, portanto, uma real relação com o outro, uma real relação em si mesmo, sem esse sentido desse "mim", desse "eu"? Veja, estamos falando da própria Vida em expressão, em sua Totalidade, sem essa divisão - é isso que temos chamado aqui de Não dualidade. A aproximação dos antigos sábios indianos era da Não dualidade, da Advaita, a verdade de que a única Realidade presente não tem um segundo separado dela, à parte dela; isso é Advaita: "o Primeiro sem o segundo".

Uma Vida Real é uma Vida onde Deus está presente, e apenas Deus É, isso é Você e seu Ser, essa é a Vida Real. Então, o seu contato com ele ou ela é o contato com a Verdade, com a Verdade Divina. Se esse contato está presente, a verdade da relação é comunhão de mente e coração, é comunhão onde está presente a Verdade do Amor, a Verdade da Vida.

Veja, a Verdade presente daquilo que se passa com você nesse instante, olhar para isso - não se trata de teorizar o que deveria estar aqui e não está, o que poderia estar aqui e não está, como deveria ser, mas que de fato não é - é o que revela Algo além disso, além dessa condição, sem qualquer ideia de como as coisas deveriam ser ou poderiam ser.

Eu digo isso porque, em geral, nós ficamos nesses ideais, nesses propósitos. Nós não ficamos com a vida como ela acontece, nós ficamos com ideias de como ela deveria ser: é aqui que se encontra nossa maior confusão. Não podemos lidar com o momento presente, com a vida como ela é, quando temos conceitos de como ela deveria ser, porque nós ficamos numa abstração mental, em um ideal, em um modelo de pensamento.

Aqui nós temos a vida acontecendo para ser investigada, para ser compreendida. Por exemplo, nessa questão das relações: o que sinto, o que penso, aquilo que sou nesse instante para ser visto. Um direto olhar para isso é a mudança, é a transformação, é o fim dessa condição. Assim, nós temos, por exemplo, essa questão do pensamento. O que é o pensamento? Repare, tudo isso requer a presença do Autoconhecimento, e não de teorias, crenças, conceitos, ideias.

Nós aqui estamos explorando com você essa questão desse contato com nós mesmos, com a verdade daquilo que se passa com você, em sua mente, em seu coração. Aquilo que se processa a nível de pensamento, emoções, sentimentos e sensações, descobrir o que é olhar para isso que está aqui presente. Esse sentido do "eu", que carrega essa ideia do "meu" e das "minhas coisas", é isso que estamos investigando aqui com você, é quando temos uma aproximação do que é o pensamento.

Repare, o pensamento é um elemento básico, fundamental para ser investigado, e nós não investigamos isso. Observe que o pensamento em você é uma resposta que surge nesse momento, em razão de uma memória que vem do passado, e nós estamos lidando com as nossas relações humanas com essa base; a base de nossas relações com objetos, situações, acontecimentos, pessoas e com nós mesmos no pensamento.

Mas o que é o pensamento? O pensamento é esse elemento presente em nós, que é a memória. Todo pensamento em você é a presença de uma lembrança, de uma recordação, de uma memória, é algo que vem do passado. O pensamento está sustentando em nós todo tipo de confusão dentro das nossas relações, isso porque internamente, psicologicamente, nós estamos sofrendo.

O ser humano vem vivendo, está vivendo há milênios em sofrimento. Então, não sabemos lidar com esse sofrimento psíquico em nós - ansiedade, estresse, angústia, a dor da separação, o medo. São inúmeros os sofrimentos psíquicos que nós temos e não sabemos lidar com eles; e todo o contato que nós temos com o outro, sem antes termos uma compreensão daquilo que nós somos e eliminarmos esses estados internos, irá, inevitavelmente, refletir dentro dessas relações.

Então, qual será a verdade de uma relação real com ele ou ela? A verdade dessa relação é a presença da comunhão, de um encontro onde está presente o Amor. A Verdade do Amor presente, em razão da presença dessa comunhão, nesse contato com ele ou ela, se reflete em nossa existência como Felicidade, como Paz, como Liberdade, e nós desconhecemos isso, porque não resolvemos esse problema do "eu", desse "mim".

Aqui, com você, nós estamos explorando essa questão do Despertar Espiritual. Então, estamos juntos investigando essa questão do Florescer da Verdade sobre nós mesmos. Então, o que é o Despertar Espiritual? É essa ciência que Revela a Verdade da Vida - e eu volto a dizer: a vida é aquilo que acontece nas relações, não há qualquer vida separada das relações, a vida é relação.

A nossa vida consiste de relacionamentos a cada momento, e ela só pode ser real quando o sentido do ego, do "eu", desse elemento que se isola, que se separa e que vive nesse impulso de autocentramento, não está mais presente. Assim, nós precisamos descartar da vida essa ilusão dessa particular vida do "eu", e isso é possível quando aprendemos a olhar, a observar, quando aprendemos a tomar ciência daquilo que se passa conosco aqui e agora, nesse momento.

Nós estamos vivendo dentro de uma consciência, que é a consciência do "eu", do ego, desse "mim". Então, todas as nossas relações, todos os nossos relacionamentos, por melhores que sejam, por mais ajustados que se encontrem, ainda são relações nesse autocentramento, nesse egocentramento, algum nível de contradição, de conflito, de desordem está presente aí.

Apenas quando tomamos ciência da Realidade Divina, da Realidade de Deus, d'Aquilo que é Você em seu Ser, é que temos ciência da verdadeira relação, da verdadeira presença do Amor, que é a presença de Deus. Estamos trabalhando o fim para essa psicológica condição de identidade separada, de identidade egoica. Nós aqui estamos investigando com você como ter da vida uma aproximação sem a ilusão desse elemento que se vê como uma entidade presente no controle, na escolha, com ideias particulares, com pensamentos pessoais.

Então, veja, não se trata de uma melhor relação com a vida nesse relacionamento ou nessa relação interpessoal. Aqui trata-se da Verdade da própria Vida em expressão; se Ela está presente, não há sofrimento, não há confusão, não há desordem. Então, esse contato que você tem com ele ou ela não é o contato que o pensamento está estabelecendo, é o contato livre do pensamento e, portanto, livre desse sentido de alguém que pensa, que sente, que sabe, que controla, que escolhe, porque o "eu" não está presente, o ego não está presente.

A verdade sobre isso é que nós passamos uma vida inteira nos relacionando com pessoas, nessa ideia, também, de ser uma pessoa, completamente alienados da Verdade da Vida Real, porque estamos dentro de uma particular vida, de uma particular realização, onde está presente esse sonho dessa identidade que se vê separada da vida.

Aqui, a verdade desse Florescer Divino, do Despertar da Consciência é o surgimento de uma nova Consciência e, portanto, uma nova relação com a vida, com o outro. O que nos dá a base para tudo isso é o Autoconhecimento, é a revelação daquilo que se passa aqui e agora, com cada um de nós, nesse momento.

É que nós fomos educados para aquele velho modelo de confiança em pensamentos, e nesses pensamentos estão presentes aquelas velhas ideias, aquelas velhas crenças do que deveria ser, do que poderia ter sido, de como deveria acontecer, de como deveria ter acontecido. Então, nós ficamos no campo das ideias, no campo das teorias, no campo das crenças.

Eliminar tudo isso é assumir a Vida nesse instante, é tomar ciência da beleza da vida como ela acontece aqui e agora, sem esse elemento que se vê separado da vida, tendo ideias, conceitos, pensamentos sobre a vida. Então, o que estamos trabalhando juntos aqui? A Revelação dessa ciência Divina, dessa ciência de Deus. O que nós precisamos, de fato, na vida, nesse momento, é aprender a arte de olhar, assim como escutar, perceber, acolher esse instante sem esse movimento do pensador, sem esse movimento do pensamento.

O pensamento tem funcionado como um elemento presente que cria uma realidade que se sobrepõe à vida como ela acontece; funcionando dessa forma, nós estamos, assim, presos a uma condição de sono, de sonho, de inconsciência, de alienação da vida. Então, quando há esse escutar, esse olhar, esse perceber sem o pensamento, esse "eu" não entra, esse elemento que se separa, que é o ego, não está presente.

Então há uma Revelação d'Aquilo que está fora da mente, fora do pensador, fora do pensamento; é quando, nesse instante, se compreende a Beleza da vida em sua Totalidade e, portanto, da verdade sobre essa relação com o outro, porque não há mais esse "outro" para esse "mim". Esse "outro" é a Realidade Divina, é a Realidade de Deus.

Uma vida em Inteligência, em Amor, em Sabedoria é uma vida onde está presente essa Realidade, que é a Realidade do seu Ser. É isso que estamos trabalhando aqui, com você, nesses encontros. Sábado e domingo temos encontros online. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso é algo que faz sentido para você, se isso lhe toca em algum nível, de alguma forma, fica aqui um convite.

Março de 2025
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