quinta-feira, 3 de julho de 2025

Observador e coisa observada | Como se livrar do sofrimento? | Como vencer o medo? | Satsang

Aqui nós estamos com você investigando essa questão do fim do sofrimento. Sim, a possibilidade de uma vida livre do sofrimento. Quando você pergunta como se livrar do sofrimento, essa pergunta é compreensível, mas nós estamos fazendo a pergunta de uma forma equivocada.

Isso porque a ideia por detrás dessa pergunta é de que nós existimos como alguém e como alguém estamos sofrendo. Aqui nós estamos exatamente investigando isso. A verdade sobre o fim do sofrimento e não sobre a libertação de alguém do sofrimento.

A ideia de ser alguém, de estar existindo como alguém, de viver como alguém, é exatamente isso que sustenta, em nós, uma interna condição de separação da vida como ela acontece, dos pensamentos quando surgem, dos sentimentos, das emoções, das sensações, das percepções. Esta divisão, criada pelo próprio pensamento, é a ilusão de alguém. Nós temos enfatizado exatamente isso aqui com você.

Nós estamos investigando a verdade sobre esse que observa tudo isso. Qual é a verdade sobre esse "eu", sobre esse "mim"? Quando você está diante de uma cena, a ideia é a presença da cena e você. Essa é a ideia.

Essa ideia é um pensamento. Um pensamento que, diante daquela situação ou daquela cena, daquele objeto, pessoa, lugar, nós temos a presença de alguém. Aqui nós estamos exatamente nos aproximando desse assunto, usando de diversos termos, de diversas palavras. Essas expressões estão sinalizando essa simples verdade de que não existe, dentro desse instante, qualquer separação na vida, qualquer separação entre esse que observa e aquilo que está sendo observado.

Essa é uma playlist aqui no canal de grande relevância, de grande importância. A direta visão, a clara ciência disso é o que nós chamamos de compreensão. A compreensão de que o observador diante daquilo que ele está vendo, não existe uma separação real entre esse observador e a coisa observada.

Essa divisão é uma divisão criada pelo pensamento. O pensamento é a ideia, é a crença que nos fala de uma separação, de uma divisão, entre aquele que vê e aquilo que está sendo visto.

A realidade, a verdade, o fato é que não existe esta separação. Esta separação é o elemento que alimenta toda forma de confusão, de problema e sofrimento. Observe que quando você está com medo, o seu medo é de alguma coisa.

Assim existe você e a causa, a razão do medo, que é outra coisa. Aqui temos uma separação. É a presença desta separação entre você e aquela coisa, porque não existe medo sem esta separação. Você tem medo de que alguma coisa possa acontecer com você.

Você tem medo de algo que aconteceu, que pode vir à tona, pode ser descoberto. Isso pode lhe colocar em uma complicação, em uma dificuldade. Assim, tem você e aquela lembrança do que aconteceu. Tem você e aquilo que pode voltar a acontecer, que é exatamente a lembrança do que aconteceu. Esta separação entre você e a lembrança, entre você e o que aconteceu, é algo que está presente em razão daquilo que o pensamento está dizendo.

É algo que está presente em razão de que o pensamento está presente. Toda forma de medo, que é sofrimento, é algo presente em razão desta separação. Quando as pessoas se preocupam ou se envolvem com essa questão do medo, para investigar, para se aproximar, percebem que não existe qualquer medo sem a presença do pensamento. Assim, a pergunta é: o que é o medo? Como vencer o medo? Será possível uma vida livre do medo? Uma vida livre do medo, por exemplo, é uma vida livre desta separação entre você e o pensamento, entre você e a lembrança, entre você e o passado. O passado, a lembrança, o pensamento são a raiz do medo.

Mas essa raiz do medo, ela está no solo do pensamento. Então, esses são dois assuntos aqui, entre outros que nós tratamos com você, que estamos nos dedicando a explorar, a investigar, para compreender. Portanto, a velha ideia de vencer ou de se livrar se baseia em um princípio equivocado, que é o princípio da separação.

É essa divisão entre você e aquilo do qual você quer se livrar. Nós estamos constantemente mantendo esta divisão, esta separação. Aquilo que nos dá prazer, nós nos vemos separados daquilo, na ânsia por mais daquilo.

Então, dentro de cada um de nós, dentro desta visão, uma visão assentada em nós em razão da presença do pensamento, porque o pensamento é o elemento básico, é o elemento chave desta separação entre aquilo que aqui está e aquela outra coisa que está lá. O elemento de ligação entre essas duas coisas, o elemento de ligação no sentido de o elemento comum entre estas duas coisas, que liga estas duas coisas, é a presença do pensamento. É o pensamento em nós que tem estabelecido ideias, conceitos, avaliações e crenças.

Essa crença da separação, essa crença da divisão está sustentando dentro de cada um de nós, estados internos de desordem emocional, de desordem psíquica. Isso porque acreditamos em existir como alguém, alguém que tem o prazer para desfrutar e alguém que tem a dor da qual tem que se livrar. Esse próprio movimento de crença, de conceito, de ideia, alimenta em nós a presença do "eu". Esses encontros nossos que nós temos em encontros online, em encontros presenciais, em retiros, são encontros que são chamados de Satsang. A palavra Satsang significa o encontro com a verdade. É uma oportunidade de, juntos, investigarmos estas questões, que são as questões do "eu", desse "mim", desse ego, desta pessoa, desse sentido de alguém.

Veja, todas essas expressões dizem respeito a esse observador, que se vê separado da outra coisa. Essa outra coisa pode ser uma pessoa, pode ser um lugar, pode ser um sentimento, uma emoção, pode ser um pensamento. Aqui, compreender a verdade sobre isso é se aproximar de Satsang.

A palavra Satsang significa o encontro com a verdade. Com a verdade daquilo que aqui está presente nesse instante. Aprender a olhar aquilo que está aqui neste momento.

Perceber esta separação que o pensamento está criando. Perceber essa ilusão da dualidade presente, ir além disso, é se aproximar da realidade divina, da realidade de Deus.

Todas essas falas aqui consistem em uma possibilidade de direta percepção. Sem isso, estaremos apenas no campo das ideias, no campo das palavras, das teorias. Quando você, por exemplo, está pensando, a ideia de alguém nesse pensamento é algo inerente a esse processo. Isso ocorre porque nós temos uma mente presa a esse modelo, de particular visão da experiência.

Essa é a presença desse condicionamento da mente em cada um de nós. Porque quando você está pensando, o que temos presente é um processo ocorrendo. Esse processo é o processo do pensar.

Não existe alguém presente nesse processo do pensar. O que temos presente é o próprio pensamento. Se, por exemplo, eu lhe convido a imaginar um castelo, neste instante, você irá imaginar um castelo, porque você tem a imagem de um castelo dentro de você.

Você só pode ter uma imaginação a partir de um pensamento que esteja surgindo de dentro de você. Esse pensamento só aparece em razão de uma referência que ele traz, de uma referência que ele tem. Então, você pode imaginar um castelo.

Você imagina um castelo a partir do pensamento que tem sobre como deveria ser um castelo ou como você gostaria que fosse o seu castelo. Mas, repare, nós aqui estamos diante de um truque do pensamento que é a ideia de que você está realizando isso. Não é você realizando esse castelo, idealizando, construindo, imaginando esse castelo.

Isso é um processo que está acontecendo em seu cérebro com base em elementos que ele já traz, que são as lembranças que ele tem. O cérebro tem imagens, o cérebro tem lembranças, ele tem recordações de um castelo. É ele que está estabelecendo o castelo, é ele que está construindo o castelo, imaginando o castelo.

Esse é um processo de memória, é um processo de reação cerebral. Não existe um elemento presente nesse processo. Esse elemento separado do processo é uma imaginação também do pensamento.

Da mesma forma que imaginamos um castelo, e essa imaginação é um processo que ocorre no cérebro em razão do movimento do próprio pensamento, e é o próprio pensamento que está estabelecendo esse castelo, nós também temos a ilusão desse "eu" como um elemento separado do próprio pensamento. Isso é parte da imaginação do pensamento. É o pensamento em você que imagina esse você como sendo o pensador. Sim, há algo presente, mas esse algo presente não é o pensador.

Sim, há algo presente, mas esse algo presente não é o experimentador, não é o observador, não é o "eu". É isso que estamos aqui aprofundando com você, tomando ciência com você. Nós precisamos nos dar conta da realidade presente, da realidade desse que não é o "eu", que não é o pensador, que não é o imaginador, que não é o observador.

Nós temos que nos dar conta da realidade presente. Essa realidade presente é a própria vida. Não existe tal coisa como você e a vida.

Não existe tal coisa como esse pensador e o pensamento, esse observador e a coisa observada. Não existe tal coisa como alguém construindo esse castelo e esse castelo sendo construído. O que temos presente é a presença do pensamento.

Ele reage a um estímulo. Ele reage a um desafio. Quando você foi convidado para ter um castelo, para construir um castelo, para imaginar um castelo, nesse momento, o seu cérebro foi desafiado, a mente foi desafiada.

Como a mente funciona com base em memórias, em lembranças, em pensamentos, ela se expressou.

Essa expressão da mente é a expressão da consciência. Esta consciência é a consciência do "eu", é a consciência desse pensador, desse experimentador, desse observador. Estamos juntos? Aqui estamos colocando para você a beleza da constatação de um encontro com algo que não faz parte desse modelo, que é o modelo da consciência, que é o modelo da mente, que é o modelo do "eu". O contato com essa realidade é a revelação de Satsang, é a revelação daquilo que é indescritível, que é inominável, que está além da mente, que está além da consciência, que está além do "eu".

Tudo que temos feito aqui nesses encontros é na direção desta constatação, desta descoberta, desta ciência de que esse elemento que se separa da vida como ela acontece, do mundo como ele é, é um elemento ilusório. Essa é a ilusão da separação. Essa é a ilusão da dualidade.

A ciência da verdade da vida, como ela acontece, é a compreensão de que a vida, como ela é, não anela esta psicológica condição, de presença do medo, ou da ansiedade, ou da preocupação, ou de qualquer forma de sofrimento psíquico, porque essa própria condição psicológica não é real. Nós precisamos, na vida, de uma aproximação nesse instante a partir de um momento novo, a partir de um cérebro novo. Nossa aproximação desse instante, nossa aproximação desse momento, precisa ser uma aproximação livre da mente. O que é esta mente? Esta mente não é outra coisa a não ser um movimento equivocado, um movimento que, em desordem, tem estabelecido esse modelo de pensamento psicológico, de um ponto de vista simples, a mente não é outra coisa a não ser um movimento de pensamentos.

A presença do movimento de pensamentos é a presença da mente. De uma forma objetiva, o pensamento se faz necessário. A memória é necessária.

A lembrança é algo funcional. O conhecimento é algo prático. Assim, o pensamento é algo muito objetivo, para efeitos práticos na vida.

Eu tenho chamado esta vida onde o pensamento, de uma forma prática, acontece, de sonho. O seu nome é algo prático, é um pensamento objetivo. Dentro desse sonho, todos nós temos nomes. O pensamento tem dado nome às coisas.

Neste sonho objetivo e prático desta vida, se as coisas não tivessem nomes, nós teríamos uma grande dificuldade de lidar com a experiência. Assim, nós estamos dando nomes às coisas. Quando algo novo surge, nós colocamos o nome, colocamos uma etiqueta.

Denominamos para nos aproximar daquilo a partir do conhecimento. Então, neste sonho, neste sonho de vida, tudo tem nome, um nome estabelecido pelo pensamento. A partir desse nome, estamos lidando com as experiências.

Então, nós temos experiências, nomeamos essas experiências, classificamos essas experiências para lidar com elas. Então, o pensamento é algo prático. No entanto, do ponto de vista psicológico, o pensamento tem também introduzido nomes imaginários, construções de suas próprias ideações, dentro de um contexto na vida, que é o contexto das relações humanas, da relação com a vida como ela acontece, colocando a ilusão de uma identidade presente, que o pensamento denomina de eu, e quando esse "eu" surge, a confusão aparece, a desordem aparece, o sofrimento aparece. É quando temos presente os problemas em nossos relacionamentos. Nós não podemos nos aproximar da totalidade da vida a partir do pensamento e nós estamos tentando fazer isso a partir desta ilusão, que é a ilusão desse fundo, que é a ilusão desta qualidade de pensamento, que eu tenho chamado de pensamento psicológico.

Então, nós temos o pensamento prático, objetivo, neste sonho de existência, e dele nós fazemos uso de uma forma direta, que são os pensamentos sobre os fatos, sobre as coisas, sobre as situações. Mas nós temos o psicológico pensamento sobre as coisas, sobre os fatos, sobre as situações, sobre as pessoas, sobre os sentimentos, as emoções. Essa qualidade de pensamento psicológico é o que tem dado vida a este "mim", a este ego, a esse "eu". Podemos eliminar das nossas vidas essa qualidade de pensamento para uma mente lúcida, clara, inteligente, livre, para estarmos apenas respondendo à vida como ela acontece, sem o sentido desse "eu", desse "mim", desse movimento psicológico do pensamento? Esta é a vida livre do ego, é a vida livre do "eu".

É a vida onde está presente a realidade divina, a realidade do seu Ser. A plena ciência disso se revela em uma aproximação desta investigação da verdade sobre nós mesmos, nesse encontro chamado Satsang. A palavra Satsang significa encontro com a verdade, um encontro com a realidade daquilo que está aqui, neste instante.

Olhar para esse momento sem o observador, perceber a vida sem o percebedor, lidar com a experiência sem o experimentador é a verdade em expressão. É a vida como ela acontece sem o "eu".

Aqui com você nós estamos trabalhando isso. O fim do ego. O fim do ego é o fim do medo.

É o fim do sofrimento. Não se trata de como se livrar do sofrimento. Se trata de compreender o fim para o sofrimento.

É quando o sofrimento termina que estamos livres do sofrimento. É quando o medo termina que estamos livres do medo. Não é alguém vencendo o medo e tendo que vencer vez após vez após vez. Não é alguém se livrando do sofrimento e tendo que se livrar sempre que o sofrimento aparece.

É a ciência da realidade do seu Ser, livre do modelo do "eu", livre do modelo do ego. Então, o pensamento cessa. Então, o sofrimento não está mais.

E o medo desapareceu. Aqui, nesses encontros online, nos finais de semana, nós estamos trabalhando isso com você. São dois dias juntos. Quero deixar aqui um convite para você.

Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online nos finais de semana. Fora esses encontros, temos encontros presenciais e também retiros. Então, se isso é algo que faz algum sentido para você, já fica aqui um convite, já deixe o seu like, se inscreva no canal.

Coloca aqui um comentário: sim, isso faz sentido. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Março de 2025
Gravatá-PE
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