quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Joel Goldsmith | O Suprimento Invisível | Mente condicionada | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast, novamente o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Mestre, hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "O Suprimento Invisível". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel Goldsmith faz o seguinte comentário: "Nessa etapa, já não pensamos na Verdade, não a lemos, nem a ouvimos com a mente". Sobre essa questão da mente, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o que é a mente condicionada?

MG: Gilson, a forma como nos aproximamos da vida, como ela acontece, é a forma como o pensamento avalia, como ele compara, como ele aceita ou rejeita, como ele gosta ou não gosta, como ele acredita ou não. Quando você pergunta: "O que é esse condicionamento? O que é essa mente condicionada?", é a forma como o pensamento está acontecendo em cada um de nós. Nós fomos educados para pensar o que pensamos, para sentir o que sentimos e para fazer o que fazemos. Você acredita que tem liberdade para pensar, para sentir e para agir. No entanto, você se comporta de uma forma como todos à sua volta estão se comportando, e você não tem ciência de que isso está acontecendo. Essa é a forma como a mente foi programada para nos situarmos na vida, essa é a presença de uma mente que não conhece Liberdade.

Nós falamos em "liberdade", mas esta palavra, de fato, nada significa. Fazer o que você gosta, o que você quer, não é liberdade. Você faz o que lhe dá prazer fazer. Você gosta do que lhe dá prazer neste gostar. No entanto, isso é algo que diz respeito à forma como esse cérebro, essa mente, está condicionada a gostar do que gosta e a fazer o que faz, ou não gostar, ou não fazer. Nós não temos a Verdade sobre nós mesmos; nós temos a verdade que recebemos do pensamento presente em cada um de nós. É o pensamento que está determinando essa verdade. Essa verdade é a verdade do "eu", desse "mim", dessa pessoa que, por sinal, é uma forma de pensar, agir e sentir dentro dessa consciência humana, que nós chamamos de mente.

Qual é a Realidade d'Aquilo que é você? Qual é a Verdade sobre você? Nós desconhecemos! Nós não temos a Realidade d'Aquilo que nós somos, muito menos, naturalmente, a Realidade da Vida como Ela é. Se você não tem uma visão sobre você, da Realidade sobre você, não tem, naturalmente, uma visão real sobre quem é o outro, sobre o que é a Vida. A nossa interna condição psicológica de existência é o mero existir do "eu", do ego. Nós temos uma forma de responder à experiência sempre a partir do passado. Isso está produzindo conflito, dilemas, desordem, problemas para as nossas vidas.

Basta dizer que essa vida - uma vez que não há nela Liberdade, e a resposta é uma resposta que tem sua origem, sua base no pensamento, nesse elemento presente em nós que vem do passado - toda essa atuação nossa, na vida, é geradora de problemas, é geradora de confusão, de sofrimento, porque não há como ser de outra forma, porque não existe Liberdade. Isso nos colocou, na vida, alienados dela. Nós estamos, na verdade, nessa condição de mente condicionada. Como tudo o que fazemos, fazemos a partir do passado, desse modelo do pensamento, que é parte de uma visão coletiva de mundo, nós estamos apenas mantendo a continuidade de um modelo de problemas humanos, algo comum a todos e também presente em nossas vidas. Nós não temos a Ciência da Realidade, da Verdade d'Aquilo que está presente aqui, além do "eu", além do ego, além dessa mente condicionada.

Assim, todo tipo de problema está presente, e não sabemos lidar com a vida como ela acontece. Por não sabermos lidar com a vida, o problema é a presença desse "eu". Não é a vida o problema; é a presença de alguém, que é esse "mim", a presença do problema. Podemos, nessa vida, ter uma compreensão de nós mesmos para irmos além desse formato? Para irmos além desse sofrimento, dessa desordem, dessa forma de olhar para o outro, para nós mesmos e para a vida, como todos estão fazendo? Você nasceu para a Ciência da Realidade do seu Ser. Esta Realidade do seu Ser é algo que está além dessa própria aparição, desse sonho que nós chamamos de "nascimento".

Veja, aqui já estamos colocando para você algo que é completamente estranho a esse nosso modo de pensar sobre nós mesmos, de pensar sobre o outro, de pensar sobre a vida - inclusive e também de pensar sobre Deus. O que nos foi dado dentro desse padrão de condicionamento cultural, social, educacional sobre Deus, o que nos foi dado foram as religiões organizadas, os livros sagrados, as escrituras. No máximo nos contentamos, nesse condicionamento psicológico, em seguirmos aquilo que as religiões dizem. Esse movimento de seguir, de acompanhar, de pensar dentro desse contexto religioso, de uma forma intelectual, a partir das escrituras, esse sentido do "eu", do ego, ainda permanece, continua vivo.

Então, nós temos condicionamentos religiosos, também filosóficos, políticos, condicionamento de cultura, a cultura onde nascemos, de tradição, de família... Podemos ir além de tudo isso? Podemos assumir, neste instante, a realidade da vida neste momento, sem esse cérebro condicionado, essa mente condicionada, essa consciência, que é a consciência do "eu"? Haverá uma outra vida possível diferente dessa vida conhecida do pensamento? É o que estamos investigando aqui, dizendo exatamente que sim, é possível isso. Há uma Realidade presente; esta Realidade é a Realidade de Deus, é a Realidade da Liberação dessa confusão para algo indescritível, para algo além do pensamento, para a Real Vida Divina, onde não há mais uma separação entre a Realidade do seu Ser e a Realidade do outro, a Realidade da Vida, a Realidade de Deus. É o que estamos vendo com você, aprofundando com você, trabalhando com você. Ok?

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui no canal. Ela faz o seguinte comentário e pergunta: "Minha mente julga tudo o tempo todo. Como silenciar esses condicionamentos e ver a realidade como ela é?".

MG: Aqui, Gilson, para esta pergunta - repare, o movimento da mente é exatamente esse movimento. O pensamento em nós é um movimento que, como ele vem do passado, ele já tem conclusões, ele já tem uma base de avaliação, de comparação; naturalmente, de julgamento. Estamos diante de um modelo viciado de comportamento, que é o comportamento do pensamento. É assim que a mente acontece, é assim que a mente funciona. A mente se sustenta em nós a partir de uma identidade que ela forma, que ela cria, que ela estabelece. O pensamento não é seguro. Observe que nenhum pensamento se sustenta por mais de alguns segundos; ele surge e um outro pensamento surge em seguida. É como uma fila! O pensamento está aqui, daqui a pouco um outro surge, mas pensamentos se interligam. Então, eles criam uma narrativa, eles criam uma história. Eles têm algo para contar, eles só não têm alguém para contar. Mas aí ele cria! Neste momento surge você!

Você é o elemento que é o "eu" para ouvir o pensamento, para ouvir o que ele tem para contar. Notem que é exatamente assim que surge a pessoa, o "mim", o "eu". O "eu", o "mim", a pessoa, é apenas um fragmento que se separa do próprio pensamento, da própria narrativa, do próprio enredo, da própria notícia que o pensamento está trazendo. Então, acompanhe com calma isto aqui: o pensamento surge, mas ele surge com uma narrativa. Um conjunto de palavras, imagens, pensamentos é uma ideia - essa é uma narrativa. O pensamento se separa dessa narrativa - esse pensamento é o pensador para ouvir as notícias, para aceitar, rejeitar, concordar, gostar, não gostar. Essa é a presença do "eu". Essa é a presença desse "mim", é a presença desse pensador.

Nós temos uma crença de que o pensador vem primeiro. Na realidade, o que vem primeiro é a narrativa, é a história que o pensamento está contando. De imediato ele cria, ele sustenta alguém para gostar ou não gostar, concordar ou não concordar. Assim nasce a avaliação, a comparação, o julgamento. Esse é o cenário, esse é o palco onde essa peça está sendo encenada. Essa encenação da peça, a história, é a história desse "eu"; esta é a presença da autoimagem, da pessoa, desse "mim"!

Nós passamos uma vida toda envolvidos na ilusão de que estamos pensando, de que nós somos, como pensadores, os autores desses pensamentos, desses julgamentos, conclusões, avaliações, discordâncias e concordâncias. Toda essa tagarelice interna está acontecendo dentro de nós o tempo todo. Em alguns momentos, esse próprio pensamento, nesse formato do pensador, fica estressado, fica nervoso, tenso e quer se livrar dos pensamentos que ele mesmo está produzindo. Então, o ego, esse "eu", vive entediado, ansioso, preocupado, com raiva, com medo, estressado. No entanto, tudo isso faz parte do próprio jogo do pensamento, dessa peça nesse teatro da mente. Temos a mente como o teatro, temos a peça acontecendo nesse teatro - essa peça é a presença do movimento do pensamento, essa é a mente condicionada. E temos o protagonista, o ator principal - ele ainda é parte da história, ele ainda é parte da cena. Ele é a presença do pensamento!

Aqui, juntos, nós estamos descobrindo o que é romper com essa condição. Romper com isso requer um olhar, requer uma qualidade de mente que silencia. Quando a mente se torna ciente do seu próprio movimento, pelo silenciar, isso é possível. Você pergunta como silenciar todo esse condicionamento. Sim, porque acabamos de descrever todo esse condicionamento; todo esse modelo de mente é de condicionamento. Você pergunta como silenciar... Tomando ciência dessas reações, sem reagir, sem se envolver! Quando a mente se torna ciente do seu próprio movimento, há algo presente neste novo olhar. Então a mente se aquieta, o cérebro silencia, um espaço novo surge. Estamos diante de uma outra mente, de uma qualidade de mente, onde está presente esta atenção.

Esta atenção sobre as nossas reações é o fim desse elemento presente, que se separa para lutar contra tudo isso, para se confundir com tudo isso. Então, o julgamento para, a comparação também, a avaliação também. Esse aceitar, rejeitar, gostar, não gostar... isso se dissolve, isso desaparece. Podemos aprender esta arte de olhar sem o observador, perceber sem o percebedor? Estar ciente sem alguém nesta ciência? Esta é a presença da mente livre do "eu", é a presença da mente livre da mente. Nós precisamos de uma base para esta nova visão, nova percepção, para esta nova mente. A base é esta atenção; ela que nos aproxima do Autoconhecimento. E, com o Autoconhecimento, um espaço se abre, que é o espaço da Meditação, da ausência desse modelo, desse padrão, desse formato de pensamento condicionado. Então, Algo novo está presente.

Eu lhe convido a participar de encontros on-line, para você ter uma aproximação mais profunda - não das palavras, mas de algo além das palavras, que está presente nestes encontros, chamados "Satsang". Ok?

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de uma outra inscrita aqui no canal. A Paula faz o seguinte comentário e pergunta: "Mestre, percebo que sempre estou em busca de segurança. Como desapegar dessa zona de conforto mental?".

MG: Pois é... a ilusão é que nós estamos em um conforto mental, e nós queremos a segurança para mantermos esse conforto mental. Na realidade, essa busca de segurança é a maior prova de que, de fato, não estamos em um conforto mental; não há nada confortável no movimento da mente. A mente é inquieta, repetitiva, tagarela, insegura... É da natureza da mente a busca de segurança - não porque ela está se sentindo segura, mas é exatamente porque ela não carrega qualquer outra coisa a não ser insegurança, medo, desconforto. Esse estado inquieto, desconfortável, da mente cria esse impulso de busca de segurança, de estabilidade, de conforto, de paz.

Podemos nos livrar dessa ilusória identidade, que é a presença desse "eu", que não é outra coisa a não ser essa mente egoica, que está sempre nessa busca de segurança porque vive esse desconforto? Esta é a pergunta. Como isso se torna possível? Tomando ciência daquilo que está presente aqui, exatamente desse desconforto presente aqui, dessa insatisfação, desse medo, dessa insegurança. Essa é a verdade desse "eu". Essa é a verdade desse "mim".

A maioria das pessoas, quando elas falam sobre o "eu", sobre o "mim", sobre o ego, elas falam na terceira pessoa. Quando elas falam sobre a mente, elas falam na terceira pessoa. Elas falam: "Essa mente em conforto", "essa mente em desconforto", "esse 'eu'", "esse ego, esse 'mim'", como se houvesse uma separação entre aquilo que elas são e o próprio "eu", o próprio ego, a própria mente. Podemos tomar ciência clara de que não existe tal coisa como uma separação? O movimento dessa busca de segurança é o movimento da própria mente, que é o "eu", que é esse "mim", que é esse ego. A não ser que tenhamos uma clara visão disso que estamos colocando, dessa dada coisa da qual falamos, jamais teremos uma visão da Verdade. A Verdade se revela quando a Liberdade está presente. É a ciência da Verdade a própria presença desta Liberdade. Nós não separamos esta Liberdade da Verdade; é a clareza desta Verdade - que é a verdade sobre o "eu", sobre esse "mim", sobre esse ego - a presença desta própria Liberdade, dessa condição que é a condição dessa mente, que é a condição desse "eu".

Há uma Realidade presente que não é essa mente, esse "eu", esse "mim". Uma Realidade que se revela quando a ilusão termina, uma Realidade que se revela quando a Verdade é compreendida. A clareza, a lucidez, a visão real dessa verdade, desse sentido de dualidade, de separação, de egoidentidade, de mente egoica, é o fim para essa psicológica condição de mente condicionada, de mente em desconforto, de mente insegura, de mente em sofrimento. Ter uma aproximação, neste momento, daquilo que se passa aqui e agora, aprendendo a olhar, a perceber, a tomar ciência desse desconforto, dessa dor, desse sofrimento, neste instante: isto é o fim do "eu", é o fim do ego, é o fim da ilusão, é o fim do sofrimento.

Se aproximar de si mesmo é aprender a olhar para como você funciona, para como essa mente está acontecendo para esse "eu"... como ele sente, como ele fala, como ele age, como ele responde à vida... como ele responde a si mesmo, como ele se separa como sendo um pensador pensando, alguém sentindo, alguém falando, alguém agindo... Tudo isso precisa ser visto. Esta visão requer a presença do Autoconhecimento. É quando então, neste momento, a Meditação se revela. A Ciência da Verdade se mostra. Ok?

GC: Gratidão, Mestre, já fechou nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você que está acompanhando o videocast até o final e deseja realmente viver essas verdades, fica o convite para participar dos encontros intensivos de final de semana que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros que existem no formato on-line, existem também encontros presenciais e retiros. Esses encontros são muito mais profundos do que os vídeos aqui no YouTube. Primeiro, porque o Mestre responde diretamente, ao vivo, as nossas perguntas. E segundo, e muito mais impactante, é que, pelo Mestre já viver nesse Estado Desperto de Consciência, ele compartilha um campo de Presença, um campo de energia à sua volta. E, nesses encontros, a gente acaba entrando de carona nessa energia do Mestre.

E, pegando essa carona com a energia do Mestre, de maneira espontânea, sem nenhum esforço, entramos no estado meditativo, silenciamos nossas mentes. Temos uma facilitação incrível para nos autoinvestigar; podemos ter uma visão e uma compreensão do que está além do entendimento intelectual. Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Além disso, já dê o like no vídeo, se inscreva no canal... E, Mestre, mais uma vez gratidão pelo videocast.

Julho de 2025
Gravatá-PE
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