GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "Viver Agora". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Quanto mais vivemos com isso, menos olhamos para o corpo e menos tememos nossas dores e sofrimentos". Nesse trecho, o Joel comenta sobre a questão do sofrimento. O Mestre pode compartilhar a sua visão sobre como podemos nos livrar do sofrimento?
MG: Gilson, aqui nos deparamos com uma pergunta muito frequente. mas o que é o sofrimento? Quem é esse elemento presente no sofrimento? Se, de fato, queremos descobrir a verdade para o fim dessa psicológica condição. Porque vamos compreender uma coisa: o sofrimento tem sua base nesse modelo psicológico que é, na verdade, a existência do "eu", a existência desse "mim", dessa "pessoa". É a condição psicológica desse sentido de ser alguém que sustenta o sofrimento.
Há uma diferença entre uma dor física e uma condição psicológica de dor. Essa condição psicológica é a condição do sofrimento. Quando você tem uma dor física, ela é uma dor no corpo, em alguma parte do corpo. Sim, essa dor é uma forma de sofrimento. Quando tocamos nessa questão do sofrimento, o sofrimento nessa psicológica condição em que nós, como seres humanos, nos encontramos, é o sofrimento da mente, é o sofrimento psíquico, é essa psicológica condição presente no "eu".
Você pergunta como se livrar do sofrimento: se livrando dessa psicológica condição, que é a condição de uma identidade presente na vida, neste momento, como um elemento separado da própria vida. A condição do sofrimento precisa ser estudada, investigada, compreendida. Quando você tem uma doença física, você leva ao médico para o tratamento, para ele atender essa questão, mas quando você tem uma interna condição de sofrimento, em razão do medo, da confusão mental, do fato de que os pensamentos em você estão correndo acelerados e produzindo diversas formas de desordem internas - como, por exemplo, ansiedade, culpa, depressão, ou diversas outras formas de temores -, lidar com isso requer a presença de uma compreensão direta de como isso ocorre, de como isso acontece.
Você, em sua Natureza Essencial, em sua Natureza Real, em sua Natureza Divina, é algo, de fato, além disso. é algo realmente além dessa psicológica condição, que é a condição do "eu". Assim, aqui, o que nos interessa é compreender o que é esse "eu", compreender o que é essa condição em que nós nos encontramos, com a qual nós nos confundimos, para irmos além desta interna condição de sofrimento. Assim, a ciência da compreensão disso é a Verdade que liberta. Não é o desejo de ser livre que liberta, mas é a Verdade que liberta, é a investigação da Verdade, é a compreensão da Verdade, é a ciência da Verdade.
O que nós precisamos, Gilson, para esta libertação? O que nós precisamos para esta visão da vida livre de sofrimento? Nós precisamos ter uma aproximação daquilo que se passa conosco, daquilo que nós somos, sem negar, sem fugir, sem criar teorias ou crenças sobre isso. Acabamos de colocar aqui, para você, que a Realidade do seu Ser não é isso, mas você não pode pegar uma afirmação como essa e simplesmente acreditar nela. Com base em afirmações assim, as pessoas começam a se prender a conceitos, a ideias, a crenças. Então, elas falam deste Eu Divino, deste Eu Superior, deste Ser Supremo, mas isso fica apenas ao nível teórico, ao nível de palavras e, portanto, de crenças.
Aqui, nós precisamos entrar em um contato direto com aquilo que nós somos, com aquilo que apresentamos ser, com a condição em que nós, de verdade, de fato, aqui, nos encontramos. Como é que você se encontra neste instante? Então, nós colocamos de lado as teorias, nós colocamos de lado as crenças. Essa Verdade desta Felicidade de Ser, desta Liberdade de Ser, sim, ela já pode ter acontecido para A, B ou C, mas para "mim", para esse "eu", neste instante, eu preciso investigar o que é que causa esta dor, o que é que causa esse sofrimento. Veja, mais do que a própria causa do sofrimento ou a causa da dor, eu preciso descobrir a raiz de tudo isso. Por que o sofrimento está aqui? O que é esse "eu" que sofre? É assim que nos aproximamos da verdade sobre o fim do sofrimento, Gilson. É compreendendo esse elemento presente e a condição em que ele se encontra nesta relação com o momento presente, com a vida como ela acontece.
Podemos olhar para o medo aqui, o ciúme, a contrariedade, a contradição, a inveja. Podemos olhar para esse conflito estabelecido em nós, em razão da presença de desejos que se contradizem. Investigar aquilo que se passa aqui, dentro de cada um de nós, olhar para isso, é como podemos romper com esta condição, é como podemos romper com esta qualidade de vida centrada nesse "eu". Aqui, estamos colocando para você que é exatamente esse movimento de vida centrada no "eu", onde todo o nosso comportamento é um comportamento egocêntrico, onde estamos constantemente repetindo padrões de vida, de existência, onde todo esse comportamento em nós, de egocentramento, está criando problema para esse "mim", para esse "eu" e, naturalmente, para o outro, para o mundo.
Todo problema no mundo diz respeito a esse problema do próprio "eu". E qual é a verdade sobre esse "eu"? Nós estamos aqui lidando com uma imaginação, com uma construção do pensamento, com uma condição de repetição de pensamento, que tem dado a cada um de nós um padrão de mente que está programada, que está condicionada, que está vivendo dentro de um modelo de cultura. Essa cultura humana, essa cultura social, esse mundo em que nós nos encontramos, ele vive assim, e nós apenas estamos repetindo isso, replicando isso, dando continuidade a tudo isso.
Assim, o que é pode pôr fim a essa condição? É a ciência da verdade sobre quem nós somos. A compreensão de todo esse processo de consciência do "eu", de consciência egoica. Esta visão de como a mente acontece aqui, em cada um de nós, nos mostra todo esse padrão de atividades egocêntricas, de comportamento centrado nesta falsa identidade. Onde houver a presença desse egocentrismo, desse modelo de egoidentidade, estará presente constantemente esta separação entre você e o outro, entre você e a vida, entre você e a Realidade Divina. Essa é a raiz, a verdadeira causa do sofrimento, mas nenhuma teoria sobre isso, resolve. É necessário aprender a olhar isso, a olhar sem o passado, a olhar sem as conclusões, a olhar sem a condenação, a rejeição, a olhar sem mesmo o desejo de se livrar, uma vez que esse desejo de se livrar ainda é parte desta mente condicionada.
É por isso que nós temos falado com você, aqui, da presença da Meditação, que é a forma real de nos aproximarmos da Verdade sobre quem nós somos, pelo Autoconhecimento. Assim, Meditação é Autoconhecimento, Autoconhecimento é Meditação. Nós estamos diante de um único movimento; descobrir a Verdade sobre si mesmo requer Autoconhecimento, requer Meditação.
Nós temos aqui no canal uma playlist sobre esse assunto: "A verdade sobre o Autoconhecimento e a Real Meditação de uma forma prática", depois você dá uma olhadinha aqui no canal. Compreender a verdade sobre si mesmo é a base para o fim desse sofrimento, porque é o fim desse "eu", é o fim desse ego. Essa é a resposta para a sua pergunta, essa é a resposta para a ciência da Felicidade, para a ciência da Liberdade, para a ciência de Deus.
GC: Mestre, nós temos uma pergunta de um inscrito aqui no canal. Ele faz o seguinte comentário e pergunta: "O ego é forte e quando menos esperamos ele volta com tudo. O que nos fala sobre isso? Gratidão".
MG: Gilson, note que coisa interessante nós temos aqui. Ele diz, o perguntador aqui coloca dessa forma: essa afirmação "ele é forte e volta com tudo". Qual é o elemento, Gilson, em nós, que tem conclusões, e com que base estão nossas conclusões? Elas não têm uma base da experiência, e essa base não é parte também, ainda, do pensamento? O que é esse elemento da experiência? E o que é esse elemento que tem conclusões com base em pensamentos? Não é o próprio movimento do pensamento, que é o próprio movimento do "eu"? Veja, Gilson, uma das coisas principais, aqui, consiste em aprender a olhar sem conclusões, sem ideias, sem conceitos, sem crenças, para estas reações.
Enquanto estivermos presos a conclusões, crenças e ideias, estaremos ainda dentro de uma visão equivocada, que é a visão do próprio pensamento. Quando você pergunta: "O que pode nos falar sobre isso?". Estamos aqui colocando para você! Qualquer ideia sobre o "eu", sobre o ego, a ideia de que ele é fraco, ele é forte, ele vai, ele vem. qualquer ideia, qualquer uma dessas ideias, são ideias do próprio pensamento. Se aproximar e olhar requer um olhar sem conclusões, avaliações, crenças, deduções e conceitos, uma vez que essas crenças, conceitos, deduções, conclusões, nascem do próprio "eu". Isso ainda é o resultado do próprio pensamento.
Então, qual é a maneira real de estar diante deste momento, de estar diante deste instante? No caso, diante desta experiência? Olhando! É olhar sem alguém nesse olhar. É percebendo! Esse percebimento é um percebimento sem alguém nesse perceber. É sentindo! Nesse sentir, é o sentir sem alguém nesse sentir. Evidente que isso soa bastante estranho para a maioria de nós, porque nós estamos sempre colocando a intenção de se livrar, a intenção de fazer algo com a experiência. Essa intenção nasce do passado e, portanto, nasce desse próprio elemento, que é o elemento "eu", que parte de conclusões do que é e do que não é, do que é certo e do que é errado.
Portanto, podemos descartar tudo isso? Essa é a forma verdadeira de nos aproximarmos do Autoconhecimento, essa é a forma real de nos aproximarmos da Meditação. Então, podemos ter o fim para esta psicológica condição, que é a condição desse "eu" e todas essas crenças relativas a ele, a esse sentido desse "mim", desse ego. A confusão surge é que o próprio pensamento se separa. O pensamento cria esse pensador para olhar para o pensamento a partir dessas conclusões, dessas opiniões, dessas crenças, e tudo isso ainda está dentro do próprio movimento, que é o movimento do "eu". Soltar isso requer esse olhar sem o observador, esse perceber sem o percebedor, esse sentir sem alguém nesse sentir. Então, Algo novo surge. Esse Algo novo é o fim do "eu", é o fim do ego, é o fim desta ilusão de separação entre a Realidade e Você.
GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de outra inscrita aqui no canal. A Mônica faz a seguinte pergunta: "Por que o amor é falso? Como não temos amor para dar?"
MG: Não!. Me parece que não foi compreendida essa questão do Amor, ainda, pela maioria de nós. O Amor não é falso, é o sentido de alguém presente nesse amor. A Realidade do Amor é a Realidade Divina! O sentido desse "eu", desse ego, desse "mim", ele vive em um modelo de isolacionismo, de egocentrismo, envolvido com o seu autointeresse. Todo esse movimento do "eu", do ego, não é o movimento do Amor, é o movimento da busca de alguma coisa. O ego não tem Amor para dar. O sentido do "eu", o sentido do ego, vive em isolacionismo, em um sentido de separação, sempre olhando para fora em busca de alguma coisa. O ego em nós, Gilson, é um pedinte. O Amor é a presença de um rei generoso, e esse rei generoso no Amor é a Presença Divina, é a Presença de Deus, é a Presença da Verdade. Esse sentido de pessoa, nessa relação com o outro, tem uma associação de relação de negócios, de troca: se eu lhe dou prazer, você me dá prazer. Nesse prazer, nesse preenchimento de satisfação mútua, nós sentimos afeição, carinho, enquanto isso está acontecendo. No momento em que você me nega esse prazer - também essa afeição e esse carinho, eu fico ressentido, magoado, triste ou com raiva de você.
O modelo do "eu" é um modelo de relações entre imagens; essas relações entre imagens são negócios! O ser humano vive dentro de um modelo, nesse sentido do ego, de projeção de busca no mundo lá fora, sempre de alguma coisa. Então, há sempre essa insatisfação, essa incompletude. A Realidade do Amor é a Realidade Divina; quando Ela está presente, não existe mais esse "outro". É a Realidade de Deus, é a Realidade da Verdade. Nós temos que compreender a diferença clássica entre a Verdade Divina presente, que é a presença do Amor, e aquilo que nós temos denominado de "amor" que, na realidade, é algo cercado de posse, controle, dependência, apego, desejo, medo. O que chamamos de amor está associado a este reconhecimento, aceitação, a este prazer, a esta satisfação nesta relação com ele ou ela, mas isso está cercado, também, de controle, posse, apego, desejo, insegurança, medo, ciúme. sofrimento!
A Realidade do Amor não carrega nada disso. Não carrega conflito, desordem, dependência, carência, sofrimento. Quando há esta real ciência da Verdade, da Liberdade, quando há esta Real ciência da Felicidade, essa é a Presença do seu Ser, mas não é a presença desse "mim", desse "eu", desse ego. A Verdade sobre aquilo que é você em sua Natureza Divina, em sua Natureza Essencial, é a presença do Amor, mas esse Amor não precisa de nada; Ele não busca nada, Ele não depende de nada. Ele é como aquela flor que perfuma, mas sem qualquer ideia de estar ali, trazendo seu perfume. Esse compartilhar da Presença Divina, da presença da Felicidade, da presença da Liberdade, é a presença do Amor. Isso é algo presente naqueles que realizaram a Verdade sobre si mesmos, naqueles que estão livres desse sentido de separação entre eles e a vida.
Então, quando a Verdade do seu Ser floresce, você é Amor. É a presença desta flor, é a Presença desta Realidade Divina. Esta é a Liberdade de Deus, essa é a Liberdade da Felicidade presente nesta Autorrealização, nesse Despertar da Consciência, nesta Visão Divina, que alguns chamam de Iluminação Espiritual. Assumir isso nesta vida é assumir a Verdade para a qual você nasceu. Você nasceu para o Amor, não nasceu para procurar, para buscar, para querer a partir de sentimentos, de emoções, de sensações. A Verdade desta Realidade Divina é algo indescritível, é algo que está além de tudo aquilo que o pensamento conhece, de tudo aquilo que os sentimentos e as emoções possam identificar.
A nossa grande confusão está em confundir esse sentir, pensar, emoção, sensação. algo presente nesse corpo e nessa mente, ao identificarmos isso como algum tipo de satisfação ou prazer com a presença do Amor. Amor não é prazer, amor não é sensação, amor não é desejo realizado, amor não é preenchimento nele ou nela. Amor é a presença d'Aquilo que é indescritível. É possível realizar isso, mas jamais descrever. É possível assumir isso nesta vida, mas jamais colocar isso em palavras, tal é a singularidade, tal é a Beleza da presença desta Graça, deste Rei, desta Verdade, que é a Verdade de Deus, que é a Verdade do Amor.
GC: Gratidão, gratidão, Mestre. Já fechou nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E para você que está acompanhando o videocast até o final e realmente tem um desejo sincero em vivenciar essas verdades, para quem faz sentido isso que o Mestre Gualberto está compartilhando, fica o convite pra participar dos encontros intensivos de final de semana que o Mestre compartilha. Nesses encontros, que existem no formato on-line, presencial e também retiros, o Mestre Gualberto, além de responder diretamente, ao vivo, as nossas perguntas, ocorre algo muito mais grandioso e profundo do que isso. Pelo Mestre Gualberto já viver nesse Estado Desperto de Consciência, ele acaba compartilhando um Estado de Presença que é puro Poder e Graça. E nessa energia de Presença do Mestre, apenas por estarmos na Sua presença, a gente acaba entrando de carona nessa energia de Presença do Mestre. E essa Presença é puro Silêncio, pura Quietude, pura Meditação. Então, é realmente revelador poder estar em Satsang - que é o nome desses encontros - e poder ter uma visão do que está além do entendimento intelectual. Então, fica o convite. No primeiro comentário fixado tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Já dá o "like" no vídeo, se inscreve no canal. E Mestre, mais uma vez, gratidão pelo videocast.
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