quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Como meditar de maneira correta? Como lidar com traumas? Autoimagem psicologia. Baixa autoestima.

Aqui a pergunta é: “Como meditar de maneira correta?”. Vamos tocar nesse assunto aqui com você nos próximos minutos. É possível que aquilo que estejamos dizendo aqui seja algo inteiramente diferente do que você já andou lendo a respeito, pesquisando a respeito e praticando, também, com o nome de meditação.

Aqui nós usamos essa expressão “Meditação” de uma forma muito única. Estamos falando desse contato com a Realidade deste Silêncio, de uma qualidade completamente diferente do silêncio que é encontrado ou que se busca em uma determinada prática de meditação. Esse Silêncio do qual falamos aqui é aquele que se Revela, não é aquele que é encontrado.

As pessoas vão em busca da meditação na tentativa de encontrar o silêncio. A mente precisa de silêncio. Apenas quando houver um espaço de Silêncio na mente, a Verdade pode se revelar. Mas é necessário compreender a qualidade desse Silêncio. Ele não pode ser o silêncio encontrado por uma técnica, por um sistema, por uma prática, como, em geral, as pessoas fazem para encontrar um momento de silêncio.

Aqui, nós estamos abordando com você a Verdade do Despertar da Consciência, do Despertar Espiritual, quando o seu Real Ser assume o espaço dele nesse corpo e nessa mente. Então temos a Verdade da Liberação nesta vida, do fim de todo o sentido de separação e, portanto, de egocentrismo.

Assim, o sentido da Liberação nesta vida é a Verdade da Revelação d’Aquilo que é Você em seu Ser quando esse movimento conhecido da consciência egoica, da consciência do “eu”, dessa consciência mental, já não está mais aqui. Então, é apenas nesse sentido que nós usamos aqui a expressão de Meditação, como aquilo que revela o Silêncio, para que esta Realidade indescritível se mostre.

Então, a Iluminação Espiritual, o Despertar da Consciência, esse Florescer do seu Natural Estado Divino é aquele que está presente quando não há mais essa ilusão, a ilusão da continuidade da pessoa, desse "mim". Então, qual é a forma real?

A pergunta é essa: como meditar da maneira correta, já que toda prática, toda técnica envolve um projeto para se realizar? E esse projeto é a quietude que se obtém quando se aprende a respirar de uma certa forma, a controlar ou rechaçar os pensamentos dispersivos.

Assim, há diversas formas de aproximação de algum tipo de técnica para aquietar a mente, para silenciar a mente. Portanto, esse silenciamento ou quietude da mente vem por uma disciplina, é algo que se alcança quando o corpo se aquieta.

Então, você procura um lugar, se senta e busca um momento em que o corpo relaxa e, nesse relaxamento, o cérebro começa a se aquietar. E, nesse instante, um silêncio está presente. Mas esse estado, que as pessoas chamam de meditação, porque estão dentro de um silêncio que encontraram pela prática, é um estado de estupor, é um estado de transe. Então a mente se aquieta, mas aqui estamos falando não da quietude que o cérebro alcança por uma técnica, mas da natural quietude, que nasce do Silêncio.

Quando o Silêncio está presente, o cérebro se aquieta. Não é aquietar o cérebro para encontrar o silêncio. É a Verdade do Silêncio. Então o cérebro se aquieta, a mente se aquieta. A qualidade desse Silêncio é uma Revelação de Algo que está fora do conhecido. Não é um estado de estupor, não é um estado de transe, não é um estado induzido, autoinduzido de quietude, de silêncio.

A Verdade da Meditação requer, antes de tudo, que o cérebro esteja quieto. Não porque foi aquietado, mas em razão da presença da Atenção. Aqui nós precisamos tomar ciência da observação do movimento da mente, da observação do movimento do pensamento. Não se trata de afastar pensamentos, não se trata de lutar contra pensamentos, nem de repetir uma frase, um mantra ou respirar de uma certa forma.

Aqui se trata de observar o movimento da mente, que inclui pensamentos, sentimentos, sensações surgindo, emoções aparecendo. Mas isso não é assentado por quinze minutos ou trinta minutos. Isso é no viver, a cada momento, instante a instante.

Não se trata de praticar a meditação, se trata da Real Meditação na prática, no viver. Enquanto você caminha, assiste TV, enquanto você dirige o carro, trata de algum assunto, faz algum trabalho no computador, acessa a internet, você está no escritório, no consultório, você está na fábrica, você está em sua atividade e, nesse instante, olhar para o pensamento, para suas reações, para o que quer que esteja aparecendo aqui, nesse instante. Apenas olhar, apenas observar.

Quando nós não temos essa base, qualquer coisa que se faça em nome da meditação é uma ilusão. As pessoas fazem um curso sobre meditação, podem viajar até o Himalaia e aprender uma técnica de respiração, e lá fechar os olhos e obter esse transe, esse estado, mas isso não é Meditação. A Verdade da Meditação é a presença do Silêncio, mas de um Silêncio que tem uma qualidade inteiramente nova e desconhecida, e que tem por base, antes de tudo, o Autoconhecimento.

Sem a Verdade do Autoconhecimento, sem a ciência da contradição, do conflito, da dualidade, de todo o problema que surge quando o sentido do “eu” está presente, sem tomar ciência disso, sem essa auto-observação, sem esse contato com a atenção sobre esse movimento, nós não temos Meditação. Não há Meditação Real. Podemos ter alguma coisa chamada meditação que, de uma certa forma, tranquiliza, relaxa por quinze minutos, meia hora, mas isso não rompe com esse modelo de identidade egoica, que é o sentido do “eu” no viver, na vida, na experiência.

Então, antes da Meditação, é necessária uma compreensão do que é tomar ciência do movimento do “eu”, auto-observação, que é parte do Autoconhecimento. Quando há essa atenção sobre esse movimento, uma completa atenção sobre cada movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, então, sim, temos uma aproximação da Verdade do Silêncio.

O que eu tenho dito é que a Meditação é algo muito natural. Mas veja: apesar de ser algo natural, o nosso funcionamento de condicionamento psicológico, de modelo de consciência, que é essa consciência do “eu”, pelo fato de ser um condicionamento milenar e ser tudo que a mente conhece, é necessário romper com isso.

Nós estamos diante de algo natural, mas para a mente egoica é algo completamente fora de tudo que ela conhece. Isso diz respeito à natureza do seu Ser, não à natureza dessa mente condicionada, dessa mente que é o resultado da história da humanidade, da cultura humana, da tradição, da visão cultural, religiosa. Nós temos uma mente que é o resultado de toda uma propaganda – propaganda política, psicológica, religiosa, filosófica, de tradição –, e é assim que estamos funcionando, é assim que funcionamos.

As pessoas querem descobrir como lidar com traumas. Veja, os traumas, a ansiedade, a depressão ou os diversos transtornos que a mente conhece, tudo isso faz parte desse modelo de ser alguém, de ser uma pessoa, e isso não é algo natural.

A natureza do seu Ser não é pessoal, não é egocêntrica, não está dentro desse formato. Isso tudo está dentro da ilusão do ego, da ilusão do “eu”. Descobrir como você funciona é descobrir o que é a vida livre do ego, como lidar com o medo, como lidar com os traumas, a questão da ansiedade e da depressão.

Notem, nós temos colocado muito isso aqui para vocês. Todo esse sofrimento psíquico presente no ser humano está presente em razão da forma como ele se posiciona na vida. E ele se posiciona na vida a partir de uma autoimagem.

A questão da autoimagem, a ideia de ser alguém, é uma imagem que você tem sobre quem você é. Nessa relação com o mundo à sua volta, o que você vê são pessoas, e essas pessoas você as vê a partir da autoimagem que você tem. Você tem uma imagem sobre quem você é. Você também tem uma imagem sobre quem é seu marido, sua esposa, seus filhos, sua família, seu patrão, os colegas de trabalho. Veja, autoimagem não é uma questão para psicologia.

A questão da autoimagem é algo para você estudar nesse olhar direto, aqui e agora. Isso é parte desse movimento egocêntrico de ser alguém. Se não investigarmos isso, se não nos aproximarmos desse estudo de nós mesmos, nós não temos uma base real para a Verdade da Meditação.

Podemos ter momentos de quietude e silêncio com base numa técnica, numa prática. Então, nesse momento, a mente se aquieta, mas isso não rompe com esse modelo egocêntrico de ser alguém. Nós precisamos do fim dessa autoimagem, do fim desse sentido de ser alguém, precisamos do fim dessa ilusão de alguém presente no contexto da vida, das relações.

Então descobrimos o que é uma mente livre da autoimagem. E quando a mente está livre dessa autoimagem e livre de tudo aquilo que o ego representa, nós temos um espaço novo que se abre. E nesse espaço se revela o Silêncio, o Silêncio da Meditação, nesse instante. Onde quer que você se encontre, sem o sentido do “eu” presente, lá estará a Meditação. A Verdade da Meditação é que, quando ela está presente, não existe o meditador. Veja, isso é completamente diferente de tudo que vocês já ouviram.

A presença da Meditação é a ausência de alguém meditando. Então a mente é, por natureza, meditativa. A mente que nós conhecemos, que é a mente egoica, é a mente condicionada, no modelo de prisão, dentro desse formato da autoimagem, que é essa continuidade do “eu”. Aqui estamos dizendo para você que, nesta vida, essa Realização de Deus é possível. Esta Realização é a Realização da Verdade, d’Aquilo que está presente como sendo a única Verdade da vida.

As pessoas vivem com diversos problemas de toda a ordem, e tudo isso tem início nesse modelo psicológico de ser alguém. Essa autoimagem cultiva características diversas. Uma delas é a baixa autoestima. Reparem, as pessoas carregam esse sentido de baixa autoestima. Ou temos o contrário: a alta autoestima. Tudo isso são características dessa autoimagem. Mas tudo isso está dentro desse modelo egocêntrico de ser alguém, e tudo isso é rompido quando há uma compreensão direta da Verdade do seu Ser, além do "eu".

Então, ter um olhar nesse instante para cada pensamento, cada sentimento, emoção, sensação, percepção, sem o observador, sem o sentido do “eu” olhando, isso é a presença do Autoconhecimento, é a presença dessa Atenção Real, que é a Plena Atenção para o movimento do "eu". Então, nesse instante se revela a Meditação e, nela, esse Silêncio. E aquilo que está presente é, agora, Ser-Consciência-Felicidade. Repare, essa é a natureza do seu Ser, é a natureza de Deus.

Junho de 2024
Gravatá-PE
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