terça-feira, 11 de novembro de 2025

Você e a autoimagem. O fim da autoimagem. O que é o pensamento? O que é o pensar? Real Consciência.

Existe algo que eu quero chamar sua atenção aqui, neste encontro. Observe que, na razão em que o tempo passa e vamos nos tornando mais velhos, a nossa mente - porque já passou por diversas situações como incidentes, acidentes, experiências -, termina como que presa a uma condição onde a nossa vida interna é uma vida de rotina.

Assim, nós realizamos alguns desejos e outros não; alguns alvos nós alcançamos e outros nós perdemos. E ao longo da vida nós nos situamos, dentro dos nossos relacionamentos e contatos, de uma forma muito limitada, muito estreita, porque nós encaramos a vida a partir desses modelos que já estão pré determinados em nós.

Aqui nos situamos, na mente, dentro de um padrão de comportamento, de ação e sentimento já pré determinado por essa mente que nós conhecemos, que é a mente condicionada. Assim, termina que ficamos posicionados dentro de uma rotina, de um padrão de comportamento, nesse contato com a vida como ela acontece, já a partir daquilo que o pensamento em nós está determinando.

E o pensamento presente em cada um de nós é a continuidade das lembranças, das recordações do passado. Portanto, isso nos impede de termos um contato com a vida neste momento a partir de uma mente nova, livre. Esta é a condição da mente condicionada, dessa consciência, que é a consciência egoica.

A Realidade desse Ser, desta Verdade Divina que trazemos, é negligenciada. Então, nós passamos uma vida inteira sem a ciência da Realidade Divina, sem a compreensão de que este Ser que somos é Consciência.

Nós temos a consciência que nós conhecemos, nessa mente como nós estamos funcionando - mente atarefada, preocupada, carregada com todas essas cicatrizes do passado. Esta é a presença desta consciência que nós conhecemos. Aqui nós estamos trabalhando com você o fim para esta consciência, assim como o fim para esta mente.

É o contato com a Realidade Divina, é o contato com a Realidade do seu Ser a presença desta nova Consciência, desta nova mente. A nossa mente vem sendo moldada, ajustada a tudo o que nós já ouvimos, a tudo o que nós já aprendemos. Não há completa Liberdade para olhar para o momento presente sem o passado. Olhamos a partir dessas cicatrizes, dessas memórias, dessas lembranças, desse formato de condicionamento que nós recebemos.

Assim, aquilo que nós somos, aquilo que é você, tendo por princípio estas cicatrizes, esse condicionamento, é a autoimagem. Portanto, você e a autoimagem são a presença da consciência do "eu", da mente presente e conhecida em nós. Nós precisamos ter um contato com algo além da mente, além dessa base conhecida, além desse padrão de visão de mundo, a partir dessa velha estrutura.

Nós precisamos ter um contato real com a presença da Realidade, com a Verdade Divina. E esta Realidade é algo desconhecido. Jamais será compreendida dentro dessa estrutura de mente que nós conhecemos, que vive dentro dessa continuidade de memórias, de lembranças, que vive sempre sendo ferida, magoada, ofendida, tendo momentos de desejos realizados e, depois desses desejos, as frustrações, as decepções.

Essa é a condição de uma mente velha, de uma consciência que está dentro dessa psicológica condição que é conhecida por todos nós, presa a toda forma de contradição, de conflito, problemas e sofrimento. É, na verdade, o contato com o Desconhecido, o contato com a Realidade deste Ser, além da consciência egoica, além dessa mente, que é a mente do "eu", é esse contato que é o Florescer da Verdade Divina.

Portanto, nós precisamos ir além desta rotina, nós precisamos, nesta vida, Despertar para a Realidade d'Aquilo que trazemos, d'Aquilo que somos em nossa Verdadeira Natureza, ou estaremos sempre presos àquilo que somos a partir daquilo que o pensamento diz que nós somos; estaremos atuando dentro desta rotina até o fim dos nossos dias, como tem acontecido à maioria das pessoas à nossa volta.

É esse contato com a Realidade Divina, é esse contato com a Verdade do seu Ser a Liberação nesta vida, a Liberação dessa construção do pensamento, dessa construção do condicionamento, que é essa autoimagem, a pessoa como você se vê. Aqui, juntos, estamos investigando o fim da autoimagem, o fim para essa rotina, continuidade, permanência do "eu", permanência dessa mente egoica.

É o esvaziamento de todo este conteúdo interno dessa consciência, Algo novo presente, que não é mais a mente como nós conhecemos. Verificar isto, tomar ciência disto, requer olhar para todo esse interno movimento em nós. Tomar ciência de que estamos constantemente, dia após dia após dia, acrescentando às experiências passadas novas experiências.

Todo esse processo de acumulação de experiências é a presença da formação dessa velha estrutura se repetindo. A cada dia, a partir de experiências, esse experimentador vai sendo construído, vai sendo mantido. Assim, a continuidade desse experimentador é a continuidade dessa velha consciência.

O que estamos acabando de colocar aqui é o processo do pensamento, a base de todas as experiências, a base de todo modo peculiar, particular de olhar para aquilo que acontece, para a vida acontecendo. Essa visão particular nasce do pensamento.

Então, o que é o pensamento? É algo que nós precisamos compreender, porque é com base no pensamento que nós temos toda essa estrutura de continuidade e rotina. Isso explica todo esse estado interno de frustração, de tédio, explica todos esses estados internos de conflitos emocionais. São cicatrizes que estão constantemente se abrindo dentro de cada um de nós.

As situações que nós vivemos no passado, o elemento presente nesta vivência é essa autoimagem. Portanto, isto é o resultado das experiências guardadas em nós por esse experimentador, por essa pessoa que o pensamento construiu, que é a autoimagem. Quando essas cicatrizes se abrem - e elas se abrem porque de fato são cicatrizes que não se fecharam -, esta é a continuidade do pensamento.

O pensamento em nós é algo que não se completa, é algo que não termina, assim como todas as experiências pelas quais passamos. É por isso que essas experiências são lembradas constantemente, elas estão sempre voltando.

Repare que com a velhice, a insistência dessas cicatrizes que não se fecharam é constante. A cada momento você tem uma recordação, uma lembrança, uma memória, e com ela uma dor presente, algo que vem do passado, isso porque a presença do pensamento em nós não termina. Assim, estamos sempre presos dentro do círculo do conhecido, do modelo do passado.

Nós não sabemos o que é viver este momento presente permitindo que ele se complete e, portanto, não tenha continuidade e não volte de novo, de novo e de novo, a partir do passado. Nós não sabemos o que é morrer para cada momento. Assim, não apenas o corpo envelhece, esse experimentador, essa autoimagem, esse experimentador, esse pensador mantém a sua continuidade e, assim, o pensamento se sustenta em nós - é a constância, é a permanência da cicatriz dessa árvore, que é a mente egoica, que é essa consciência do eu.

O trabalho da Realização ou deste encontro com o Florescer Divino, que alguns chamam de Despertar, é o fim para o passado, para a continuidade do pensador, o que significa a cessação, o fim para o pensamento, para esse tipo de pensamento, que é o pensamento psicológico.

A presença de uma mente nova, de uma nova Consciência, é a presença do Desconhecido. Olhar para este instante sem o passado, lidar com este momento morrendo para tudo o que ocorre aqui e agora, é manter um cérebro livre dessas lembranças, dessas memórias, recordações, livre dessas cicatrizes que jamais se fecham. Basicamente, esta é a vida da egoidentidade, é a vida da autoimagem.

Portanto, o contato com a presença d'Aquilo que é a Verdade deste Ser, a Realidade desta Natureza Essencial em cada um de nós, é o fim do "eu", é o fim do ego. É quando o contato com o momento presente requer a presença de uma Inteligência capaz de lidar com este instante, sim, com a Liberdade de lidar com os sentimentos, com as emoções e, principalmente, com os pensamentos, sem fazer deles uma base para continuidade, para permanência da egoidentidade. É isso que chamamos de pensar.

Quando investigamos com você aqui a pergunta "o que é o pensar", estamos falando deste contato com o pensamento livre do pensador. Quando, neste contato com o pensamento, não temos a presença do pensador, lidar com o pensamento é uma questão de Inteligência, de presença de visão da vida livre do passado - esta é a resposta para a pergunta "o que é o pensar?"

Reparem que nós não aprendemos isso, não nos mostram o que é o pensar. A sociedade, a coletividade, nossos pais, professores, o mundo a nossa volta nos deram o que pensar, como pensar. Não houve a clareza sobre o que é o pensar. Você não pode aprender isso com alguém. Você descobre isso olhando para suas reações e se livrando de toda essa forma de continuidade, de rotina, de repetição, de formação de experiências para o experimentador.

Quando aprendemos a olhar para o movimento do pensamento, nos livramos dele. É deste espaço que nós precisamos; o espaço que nos permite olhar para a vida como ela acontece, sem ideia, opinião, avaliação, conclusão ou escolhas, uma vez que tudo isso é algo que parte desse fundo em nós de condicionamento, de repetição, de rotina, de continuidade do "eu", de continuidade da memória.

Podemos ter um contato com a vida, permitindo que a vida ocorra a cada momento e, com a vida, a presença dessa morte para o passado, para o padrão de repetição de memória, de recordação? Quando você tem um contato com o momento presente, e ele é completo, neste instante você não precisa do pensamento.

Observe com clareza isto aqui: quando há uma completa atenção para aquilo que está presente neste instante, o pensamento não entra. Observe que isto é uma experiência comum a todos nós. Quando você está atento, esta atenção é apenas o interesse de olhar para aquilo naquele dado momento, e nesta atenção não há qualquer pensamento, ideia, opinião, conclusão, gostar, não gostar. É a simples Atenção.

Quando um pensamento surge sobre aquilo, neste momento não há mais atenção, porque você se situa no pensamento. Quando você vê algo, você está com aquilo, sem qualquer separação entre você e aquilo; não há qualquer espaço. Mas quando um pensamento surge em você e você internaliza uma frase, como por exemplo: "Mas como isso é bonito, eu gostei", ou "Eu quero pra mim", ou "Mas como é interessante", qualquer uma dessas frases quando surgem, neste momento não há mais atenção, porque, neste momento, ocorre uma separação entre você e aquilo.

Achar interessante, desprezar, querer para si mesmo ou ter a ideia de que aquilo é especial ou bonito é uma cortina. Então, você aparece, e entre você e aquilo nós temos a cortina do pensamento. Mas todo contato com o momento presente é um contato livre do passado, a não ser que o pensamento surja. Com o pensamento, surge a presença de um pensador, então há uma separação entre esse pensador e aquilo que ele está observando, porque há uma separação entre este pensador e este pensamento. Então temos a presença do passado.

É com o passado que nós temos presente a dualidade, a divisão, a separação, a desatenção. Mas todo momento ocorre sem passado. Podemos aprender a lidar com o momento sem o passado? Apenas olhar, perceber, sentir, se dar conta, mas sem esse "eu", sem esse elemento que é o pensador, que julga, compara, avalia, escolhe, gosta, não gosta. Isto, na vida, é a presença da Meditação.

Quando temos a presença de um olhar sem escolha, opinião, avaliação, julgamento, este momento revela Algo fora dessa consciência do "eu", dessa mente egoica, então esta experiência se conclui. Não é, portanto, uma experiência para o "eu". É quando não temos mais uma cicatriz que depois irá voltar, que depois irá se abrir, isto porque a experiência se conclui. Ela se conclui porque não há espaço para o pensamento.

Quando não temos a presença do pensamento, nós não temos o reforço desse experimentador, desse pensador. Sim, não precisamos, na vida, da presença do "eu", da presença do ego, da presença desse experimentador. O seu contato com o marido, com a esposa, com a vida como ela acontece pode ser, e precisa ser, neste instante, apenas aquilo que este momento representa. Nós não precisamos colocar esse sentido de alguém presente e, portanto, sustentar essa separação, a partir do pensador, a partir do experimentador, que é a presença do pensamento.

Portanto, o contato com a Meditação, com a Real Meditação, é o olhar direto para este momento, nesta Atenção. Então, não existe tal coisa como a medida que os anos passam. Lidar com o momento presente sem o passado é lidar com o novo. Não importa se o corpo envelhece, aqui estamos diante desta Real Consciência, desta Divina Consciência, desta Ciência da Vida como ela acontece, sem a presença do "eu", sem a presença do passado.

Viver a vida neste instante é assumir a Realidade de que não existe alguém para ser o experimentador, para estar presente vivo sendo o pensador - não precisamos disto. Podemos dar toda a resposta para o momento presente, sem o passado, quando está presente este olhar novo para o momento, quando temos presente a beleza da Meditação. Então temos a Verdade da Real Consciência, da real resposta para este instante, diante do desafio, do estímulo que este momento, que é o próprio Mistério da Vida, representa.

Seu contato com a Realidade é a presença do Desconhecido, é a vida em sua expressão, este encontro ou esta descoberta da Realidade sobre Você sem qualquer imagem. Se não há uma imagem, se o pensamento não estabelece uma imagem sobre quem você é, não há qualquer imagem sobre quem o outro é, sobre o que a vida representa. O contato com o momento presente é a Realidade desta Real Presença, desta Real Consciência. Seu Natural Estado Divino é de Sabedoria, Amor, Felicidade e Liberdade.

Aqui, nestes encontros aos finais de semana, nós estamos trabalhando isso com você. São dois dias juntos: sábado e domingo. Fora esses encontros onlines nos finais de semana, nós temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido pra você, já fica aqui o convite.

Agosto de 2025
Gravatá-PE
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