terça-feira, 17 de outubro de 2023

Como vencer o medo? | Despertar Espiritual | Psicológica infelicidade | Dualidade e egocentrismo

Eu tenho pra mim que uma das coisas mais importantes é aprendermos a ter uma aproximação do que aqui é colocado tendo uma atenção muito completa para isso, colocando o nosso coração realmente envolvido nisso, naquilo que aqui apresentamos para você.

Hoje, por exemplo, eu quero tratar com você dessa aproximação da Verdade nessa relação com o outro. Qual é a verdade sobre isso? Como nos aproximamos da esposa, do marido, do filho, da filha, do chefe, do patrão ou de alguma pessoa? Como é que nós nos aproximamos? Como tem sido nossa aproximação com o outro? Na verdade, quem é o outro?

Nesses encontros você se detém neste momento para ouvir isso e é importante que você se aproxime disso com um novo modo de olhar. Reparem que nós temos um modo de olhar para o mundo, para aquilo que acontece no mundo, para aquilo que acontece com o outro e com nós mesmos sempre com uma base de conceitos já formados, de fórmulas, de ideias, de conclusões.

Reparem como é importante o assunto aqui com você. A oportunidade de você ter uma resposta para o fim do estresse, da ansiedade, da depressão, o fim da angústia. Esses diversos quadros psicológicos de infelicidade que nós conhecemos estão presentes, sempre, em razão de que nós não compreendemos como funcionamos.

As pessoas têm perguntas do tipo: “Como me livrar da ansiedade? Como vencer a ansiedade? Como vencer a depressão? Como vencer o medo?”, mas elas não estão estudando elas próprias, não estão investigando aquilo que se passa dentro delas mesmas, sobretudo nesse contato com o outro. A compreensão de si mesmo requer uma visão daquilo que se passa dentro de você. Nesse sentido, o outro é um maravilhoso espelho.

Quando olhamos para o mundo, quando olhamos para o outro, quando olhamos para nós mesmos com base em conclusões, em crenças, em ideias, estamos alimentando e retroalimentando condições psicológicas em nós de estresse, de ansiedade, de medo, de depressão, de angústia. Isso por quê? Porque a nossa ação, o nosso comportamento é autocentrado quando ele não é investigado.

Aqui nós estamos falando com você sobre o Despertar da Consciência – essa é uma linguagem que as pessoas usam, outras chamam isso de o Despertar Espiritual, Iluminação Espiritual. Aqui eu coloco também essas expressões, mas talvez em um sentido diferente do que as pessoas usam aí fora, como algo místico sendo alcançado.

Na verdade, o Despertar da Consciência, o Despertar Espiritual Real é o fim da ilusão desse centro pessoal, particular que é o “eu”, o ego dentro do viver e, portanto, nessa experiência, nesse contato com o outro. Isso, naturalmente, é o fim da infelicidade, dessa psicológica infelicidade causada pela ansiedade, pela depressão, pela angústia, pelo medo.

Então, aqui nós estamos trabalhando com você uma vida livre, uma vida realizada em Deus, e, aqui, Deus é a Realidade do seu Ser. É totalmente diferente uma aproximação da Verdade de Deus daquilo que as pessoas chamam aí fora de “vida religiosa”. Aqui a Real Vida Religiosa é uma vida livre desse senso do “eu”, do ego, o que representa um contato com o outro sem conflito, sem problema; uma relação com o outro onde não há mais essa separação entre “eu e ele ou ela”.

Então não há medo, então não há estresse, não há angústia, não há qualquer forma de ansiedade. Então não há razão para depressão porque há Liberdade interna. Essa Liberdade interna é a Inteligência nessa relação com o outro, com a vida, com o mundo, com você mesma, com você mesmo. Nós temos que investigar isso e esse é o propósito desses encontros aqui.

Nós aqui estamos compartilhando com você Algo que é Real, que é vivencial. Não estou colocando para você aqui uma teoria, um conceito, uma crença, mas uma Realidade viável para você, Algo que se torna evidente quando você se torna ciente desse movimento, que é o movimento do “eu” dentro de você, nessa relação com o outro.

A questão aqui é: como nos aproximamos disso? Pela auto-observação, a compreensão desse princípio que lhe diferencia do outro, lhe diferencia da vida, lhe diferencia do mundo, essa autosugestão nessa ilusão desse princípio de consciência do “eu”. Essa consciência do “eu” me coloca numa condição ilusória de separação, onde há esse “eu e o outro”, esse “eu e a vida”, esse “eu e o mundo”, esse “eu e Deus”.

Aqui nós temos um princípio que sustenta esses quadros de infelicidades psicológicas em nós: é o princípio da dualidade. É nesse princípio que está assentado o egocentrismo. A ideia básica é “eu e o outro”, “meus” interesses, “minhas” razões, “meus” motivos, “minhas” intenções, “minhas” crenças, tudo isso vem antes de qualquer outra coisa – primeiro “eu”.

Sempre a ideia está centrada no egocentrismo, nesse “eu” como o centro das experiências – e, aqui, a experiência é o contato com o outro. Mas tudo isso começa, antes de tudo, dentro de cada um de nós, nesse autocentramento, nessa ideia de “alguém” pensando, de “alguém” sentindo, de “alguém” emocionado, de “alguém” sonhando, de “alguém” imaginando.

A ideia é a presença desse “eu” com suas próprias razões, intenções, motivações. Então há “eu e ele”, “eu e o mundo”, “eu e a vida”, “eu e Deus”. Nessa dualidade, nessa separação está o conflito. A base de tudo isso, reparem, a base de toda essa infelicidade que nós como seres humanos vivenciamos, a base de todos esses quadros de infelicidade está presente em razão do medo. Enquanto houver esse sentido de separação, haverá medo.

Então reparem que o medo é algo presente. Em todos esses quadros de infelicidade psicológica que nós, seres humanos, conhecemos está sempre presente o elemento medo, isso porque a coluna principal dessa casa, dessa “existência humana”, desse “eu humano” – essa egoidentidade –, a coluna principal que sustenta essa condição de identidade egoica, de pessoa humana é o medo. A partir do medo, a partir da busca dessa autosobrevivência egoica – que é medo – estão nossas ações, nossas motivações, nossas relações.

O ser humano carrega o medo. Repare que é sempre assim, as pessoas querem descobrir como vencer e aqui se trata de investigar e perceber a base que sustenta o medo. É o medo que sustenta essa condição psicológica de ser “alguém” no viver, na experiência e, portanto, nessa relação com o outro, em conflito, em sofrimento, nesse egocentrismo, nesse sentido de separação.

Reparem a presença do medo. O medo é uma sombra que nos acompanha desde os primeiros dias até a última respiração. O medo sempre está presente, é o medo do passado, é o medo do futuro, é o medo de adoecer, de envelhecer, é o medo da pobreza, é o medo da fome, é o medo da doença, é o medo da esposa, é o medo do filho. O medo tem diversas formas de expressão em nossas vidas. O medo é uma presença constante.

Então não há uma compreensão da Verdade sobre quem nós somos porque nós não compreendemos esse movimento interno, que é o movimento do “eu” dentro de cada um de nós. Ele se separa nesse “eu sinto”, “eu penso”, “eu quero”, “eu não quero”, “eu gosto”, “eu não gosto”, “eu, ele”, “eu e o mundo”, “eu e a vida”. Onde está assentada essa questão do medo? Já que no medo tudo isso está presente, na verdade, o que é o medo? Já que o medo sustenta toda essa confusão, todo esse sofrimento, toda essa infelicidade nessa vida, que é a vida do “eu”, o que é o medo?

Reparem que o medo está presente porque o pensamento está presente. Neste momento, não há medo, você não tem um único medo presente neste momento sem a presença do pensamento. Olha que coisa interessante: o medo é algo presente em tudo, há sempre medo, só olharmos de perto e iremos perceber a presença do medo, ele está lá, envolvido em nosso sentir, em nosso pensar, em nosso agir e, no entanto, aqui estou dizendo que o medo nunca está presente agora, aqui, sem o pensamento.

É a presença do pensamento, o pensamento é aquele que traz a presença do medo, a lembrança do que não aconteceu e que pode vir a acontecer, a lembrança do que aconteceu e que pode não voltar a acontecer. Então, notem, a lembrança do que aconteceu e que pode voltar a acontecer é medo, a lembrança do que não aconteceu e que pode não acontecer também é medo. É com o pensamento que o medo está presente. Quando o pensamento chega, a ideia do sofrimento ligado a essa ou aquela experiência de memória, de lembrança, se mostra e isso é medo.

Então o medo é do passado ou o medo é do futuro, não há agora medo aqui; e passado e futuro é a presença do pensamento. O prazer que desfrutei dele ontem, pode ser que eu não consiga mais dele amanhã: isso é medo. É sempre o pensamento trazendo o medo. A dor que eu vivi ontem, pode ser que venha a se repetir novamente: isso é medo. Repare: é sempre o pensamento a base do medo. Então o pensamento é a base psicológica de ser “alguém”.

A base psicológica de ser “alguém” agora, aqui, na experiência só se assenta porque o pensamento se faz presente. Veja, a ideia de ser “alguém” aqui, agora, na experiência, no viver só se torna presente quando o pensamento chega. Então, o que é o medo? O medo é pensamento. Não há qualquer medo sem o pensamento.

Nós temos o medo físico. Por exemplo: um carro vem em sua direção e você se afasta. Isto é medo ou é inteligência? Há aspectos de medo físico diante do perigo iminente aqui e agora, então o medo aparece. Mas esse medo é um movimento de inteligência do próprio organismo para se proteger, para se defender de sofrer. Então esse é um movimento de medo, mas, na realidade, de inteligência da máquina, do organismo, do mecanismo biológico, de se proteger da dor.

Aqui eu me refiro a esse medo psicológico, a esse medo nesse sentido do “eu”, do ego. O medo é pensamento. Como lidar com o pensamento? Observando esse movimento do pensamento. Se você se livra do movimento do pensamento, você se livra do medo – se não há esse movimento de psicológico passado, presente, agora, aqui.

Vou repetir: se não há esse movimento do psicológico passado nesse momento presente, agora, aqui, não há medo. Se não há esse movimento psicológico do passado se projetando no futuro, nesse instante, agora, aqui, não há medo. É sempre o pensamento.

Então, se aproximar de si mesmo e olhar o movimento do “eu”, o movimento do ego é possível quando há uma aproximação da Verdade da compreensão do Autoconhecimento. Ver esse movimento do “eu” agora presente, aqui, é desmontar esse modelo de identidade egoica. Isso é o fim do conflito nessa relação com o outro, com a vida, com o mundo. Então o seu contato com aqueles que estão próximos de você, sem esse movimento do pensamento, é algo completamente diferente do que nós conhecemos.

Então, uma vida em Amor, uma vida em Paz, uma vida em Liberdade, uma vida nessa Cumplicidade, nessa relação com o marido, com a esposa, com os filhos, com a família, com os negócios, com o patrão, com os empregados, uma vida Real, profundamente Religiosa, uma vida Divina é uma vida livre do ego e, portanto, livre desse movimento do pensamento, o que representa o fim do medo; uma vida na relação com o mundo sem esse fundo de condicionamento psicológico, de crenças, de conceitos, de ideias, de imagens que sustenta esse “eu”, esse ego no medo; uma vida livre desse modelo do pensamento, desse modelo de pensamento egoico.

Valeu pelo encontro e a gente se vê. Até a próxima!

Setembro de 2023
Gravatá/PE
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