A pergunta é: “O que é a Iluminação Espiritual ou o Despertar Espiritual?” Estamos trabalhando aqui com você o fim para a ilusão desse sentido do “eu”, desse “mim”, dessa pessoa presente na vida.
Nós fomos programados para acreditar, confiar e viver como pessoas, cada uma carregando esse sentido de personalidade, algo muito pessoal, muito particular, muito singular em cada um de nós, dentro desse modelo psicológico de ser alguém. O interessante aqui é que, apesar dessa singularidade, dessa personalidade, dessa pessoa em cada um, nós temos, basicamente, o mesmo movimento.
Estamos dentro do mesmo movimento: é o movimento presente nesse sentido de alguém, nesse tempo “passado, presente e futuro”, onde nós temos e onde nós somos, basicamente, os mesmos, como entidades separadas. Sim, nós temos comportamentos singulares, mas, em geral, é comum a todos nós toda a forma de confusão, de desordem psicológica, de sofrimento psicológico.
Assim, nós carregamos, como seres humanos, o medo, a angústia, a tristeza, a dor, a culpa. Carregamos conosco todo tipo de infelicidade psicológica como parte desse comportamento, desse movimento comum a todos nós nesse modelo psicológico de ser, nesse sentido de ser, nessa ideia de se mover na vida como sendo alguém. Então, esse é o modelo dessa entidade que se separa da vida, que se separa da existência, é o modelo do “eu”, do ego.
Aqui estamos juntos investigando essa questão do fim para essa condição, uma vez que essa condição é uma condição de problemas. São diversos os problemas que existem dentro dessa pessoa, dessa personalidade, desse sentido de ser alguém. A boa notícia aqui é que estamos nos deparando com um sonho, com uma miragem.
Ao se encontrar com uma miragem, aquilo parece ser real; ao se aproximar da miragem, fica claro que não está lá. Seu contato com a miragem é um contato distante, afastado. Então, tem você e a miragem. Uma vez próximo da miragem, fica claro que não há miragem. Essa proximidade é o fim para essa separação entre você e a miragem. Quando um sonho acontece, tem você e o sonho. Quando o sonho termina, nós temos o fim para o sonho. E quando o sonho termina, nós temos o fim para aquele que sonha.
Assim, quando tratamos com você aqui do Despertar Espiritual, da Iluminação Espiritual, estamos falando do fim da miragem, do fim do sonho, do fim da ilusão. Isso é o fim do “eu”, é o fim do ego e, portanto, dessa pessoa, desse sentido de personalidade e com tudo isso que ela traz, e com tudo isso que ela representa. Então nós temos o fim para tudo isso.
Há uma incompletude presente, há uma insatisfação presente. São inúmeros os problemas que essa pessoa tem, que esse sentido do “eu”, do ego, carrega. O florescer de sua natureza é essencial, daquilo que em você é indescritível, inominável. Essa Realidade é a Realidade Divina.
O florescer desta Realidade, o florescer desta Presença, assumindo esse corpo e essa mente, é o fim do sonho, é o fim da miragem, é o fim da ilusão, é o fim da ignorância. É isso que alguns chamam de Iluminação Espiritual ou o Despertar Espiritual, embora muitos também coloquem esta expressão com diversos outros sentidos.
Aqui nós estamos sendo bem específicos com você quando abordamos e usamos essa expressão. A abordagem e a expressão são colocadas de uma forma muito específica. Não estamos falando desse despertar espiritual ou iluminação espiritual como, em geral, as pessoas usam aí fora. Estamos falando aqui nesse sentido, no sentido do fim do “eu” do ego, onde não há mais nenhuma separação entre o sonho e o sonhador, entre aquele que vê a miragem e a miragem. Estamos diante de algo indescritível, que é a Realidade do seu Ser.
É aqui que entra outra pergunta muito frequente: “o que é a meditação?” Veja, a Meditação é outra coisa que aqui colocamos de uma forma diferente de como as pessoas colocam aí fora, como uma técnica, uma prática, algo que você faz para obter um determinado resultado, para silenciar a mente, para aquietar e acalmar o sistema nervoso, para relaxar ou para alcançar objetivos, propósitos, alvos, nesse assim chamado mundo material ou mundo espiritual. Não é nesse sentido que nós usamos aqui a expressão Meditação.
Para nós a Meditação, a verdade da Meditação, a Real Meditação, é aquilo que está presente quando o sentido do meditador não está. Portanto, não se trata de algo que alguém faz. A Meditação é algo que acontece de uma forma natural, quando há uma atenção sobre todo esse movimento, que é o movimento da consciência do “eu”, desse “mim”, desse ego.
Quando há essa verdade da revelação dessa consciência do sonhador, temos a compreensão da ilusão entre este sonhador e o seu sonho particular, entre esse que está presente vendo sua miragem particular. Então, a presença da atenção. Isso já dá a resposta para uma outra pergunta também muito comum: como praticar a meditação?
Repare, a Meditação é a ciência desse Ser, algo que ocorre de uma forma muito simples, direta e natural quando há essa atenção para esse instante, para esse momento. Se há uma atenção para esse momento, há uma compreensão da ilusão da separação entre o pensador presente e o seu pensamento, entre o experimentador e a sua experiência, entre aquele que está sentindo algo e aquilo que ele está sentindo.
Veja, aqui estamos colocando de uma forma diferente exatamente a mesma coisa entre o sonho e o sonhador, entre a miragem e aquele que vê a miragem. É necessário termos uma aproximação dessa separação, dessa dualidade, quando a atenção chega nesse momento, quando aprendemos a arte da observação do movimento do “eu”, desse “mim”, desse ego, que é o movimento da mente.
Observar a mente, aprender a arte de olhar para todo e qualquer movimento interno que ocorre dentro dessa consciência do “eu”: isso é possível nessa atenção, isso é uma aproximação da Meditação. Não da prática da meditação, através de uma técnica, de um sistema, onde você se senta, cruza as pernas, respira ou faz alguma coisa.
Aqui, a aproximação da Meditação é prática, aqui, no viver. Então, há uma diferença entre a prática da meditação e a Meditação nesse formato simples e direto, a Meditação prática, agora, aqui. Olhar para esse movimento do “eu”, do ego, é Meditação.
Agora, notem, você não pode e não tem como se aproximar dessa Meditação sem esse olhar direto para si mesmo nesse momento, para todo e qualquer movimento de pensamento, de sentimento, de sensação, de percepção. Agora, o que isso tem a ver com pernas cruzadas ou estar sentado em um lugar silencioso e calmo, ouvindo uma música? Absolutamente nada! É aqui neste momento, é no viver, instante a instante, momento a momento, se tornar ciente do movimento do “eu”. Veja, não é algo que você faz, é algo que está presente quando há essa atenção.
Repare, essa atenção é exatamente a anulação desse “mim”, desse “eu”. Quando há atenção, é só um olhar sem alguém para fazer alguma coisa com o que surge, com o que aparece. Aqui nós temos inúmeros vídeos dentro do canal, mostrando a diferença entre estar fazendo algo ou essa atenção presente, sem alguém.
Aprender a arte de se aproximar de si mesmo, sem esse “mim”, é olhar sem aquele que olha, é sentir sem aquele que sente, é escutar sem aquele que ouve. O sentido do “eu” não entra, o sentido do meditador não está presente.
A verdade da Meditação é a presença da Meditação sem o meditador. Não há um meditador quando há Meditação. Quando há pura observação do movimento da mente, não existe o observador. Isso é o fim para o observador, isso é o fim para o meditador, isso é o fim para alguém presente fazendo algo.
Então, aqui, quando usamos a expressão “a verdade do Autoconhecimento”, estamos nos referindo a isso que estamos colocando aqui para você: a ciência desse “mim”. Isso está presente quando há essa atenção, esse olhar sem alguém olhando, essa percepção sem alguém percebendo, essa ciência sem alguém tomando ciência disso. Porque esse alguém é o “eu”, esse percebedor é o “eu”, esse observador é o “eu”.
É por isso que todas essas técnicas ou práticas de meditação só funcionam temporariamente, durante o tempo em que o meditador se aquieta, mas ele está lá e logo volta. Quando os minutos da meditação terminam, ele surge novamente.
Aqui estamos falando para você e lhe mostrando que é possível a arte de Ser. Esta arte de Ser é Meditação. Mas não é alguém que faz isso, é algo que acontece nesse florescer do seu Natural Estado de Ser, pela auto-observação do movimento do “eu”.
Assim, o que nós precisamos é ter uma aproximação da verdade sobre o Despertar Espiritual. Eu vou tocar um pouquinho mais nisso: o verdadeiro Despertar Espiritual, não aquilo que alguns falam a respeito de uma experiência que tiveram ou que obtiveram. Estamos falando do real Despertar Espiritual, como da real Iluminação Espiritual. Não se trata de uma experiência que alguém tem ou que alguém teve e que pode falar sobre ela depois.
Quando há o real Despertar Espiritual, a real Iluminação Espiritual, estamos apenas diante desse estado simples, direto e natural, onde não existe alguém desperto, onde não existe alguém iluminado, há só esse Natural Estado, livre desse sentido do “eu”, do ego.
Não fica o experimentador com sua experiência, não fica o experimentador com sua memória para relatar sua experiência. Isso é o fim do tempo psicológico, é o fim de uma identidade presente na experiência e é o fim de uma experiência para alguém. É algo indescritível, algo que está além de toda palavra, de toda forma de expressão.
Assim, essas expressões realmente não fazem jus à realidade do seu Natural Estado de Ser, que é a Verdade Divina, que é a Verdade de Deus. Então, essas palavras de iluminação espiritual, despertar espiritual ou realização de Deus, não fazem jus a essa Realidade desse Natural e simples Estado de Ser, onde há esta real e verdadeira Consciência, além dessa consciência do ego, além dessa consciência do “eu”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário