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quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Como encontrar Deus? Meditação: o que é? Aprender sobre Autoconhecimento. Atenção Plena e Meditação.

Aqui eu quero chamar sua atenção para um trabalho conosco de investigação de alguns assuntos. Existem algumas perguntas que são, de fato, desafiadoras para cada um de nós, que precisam ser investigadas. Uma delas é: como encontrar Deus? A outra se refere à questão daquilo que alguns chamam de mindfulness ou atenção plena.

Assim, nós temos aqui a questão da atenção plena e a meditação, a relação entre a atenção plena e meditação. Então, nós vamos aqui, com você, já começar por um ponto fundamental. Eu não sei se você já ouviu falar em chave micha - sim, chave micha. A chave micha é mais popularmente conhecida como chave mestra.

O que é uma chave mestra? É a chave que lhe dá a possibilidade de abrir diversas fechaduras diferentes com uma única chave. Assim, você se depara com um sistema com diversas fechaduras diferentes, mas você tem uma única chave: é a chave micha - ou a chave mestra. Portanto, ela é algo que lhe autoriza a abrir estas fechaduras. Se de fato ela não lhe autoriza, ao menos lhe possibilita, como no caso da famosa chave micha.

Assim, um criminoso faz uso da chave micha para abrir fechaduras diferentes. Se você tem uma chave micha, você pode abrir fechaduras ou cadeados diferentes. Aqui nós estamos juntos trabalhando esta revelação com você: a revelação da visão do conhecimento de nós mesmos. Esta é a chave mestra.

Quando nós temos a compreensão, a visão, a clareza a respeito daquilo que nós somos, percebemos que os diversos problemas presentes na vida do ser humano, eles lá estão presentes em razão da presença da ignorância. É a ignorância que nos mantêm presos dentro de problemas, problemas que não tem qualquer solução sem termos antes uma chave para aquela fechadura.

Os problemas para o ser humano são inúmeros. No entanto, eles são inúmeros em razão da presença de um básico problema. O básico problema do ser humano é o problema do "eu"; é o elemento presente em nós que mantém a continuidade dessas fechaduras trancadas, desses cadeados fechados.

São inúmeras as formas ou apresentações de estados internos aflitivos, de desordem e sofrimento em cada um de nós, e isso é algo presente porque não conhecemos a verdade sobre nós mesmos. Um conhecimento da verdade sobre nós mesmos é ter a clareza da visão das nossas relações.

As relações na vida, para cada um de nós, ocorrem em diversos níveis. Nós temos a nossa relação com o mundo, com o mundo das ideias, que são as opiniões, as crenças, os conceitos, as ideologias. Nós temos o mundo das pessoas, assim são as nossas relações com as pessoas. Nós temos o mundo dos objetos; em particular, dos objetos que nós possuímos ou que estão conosco. Nós temos o mundo dos sentimentos, das emoções.

Portanto, nossas relações são diversas com estes mundos e nós não temos a chave que nos traz a compreensão de como lidar com o mundo, de como também lidar com nós mesmos. Assim, as experiências, sejam elas externas ou internas, sem uma visão da verdade sobre quem nós somos ou sobre o que somos neste contexto, isso nos mantém na ignorância e, portanto, no sofrimento.

E qual é o elemento que nos possibilita esta compreensão de nós mesmos nessas diversas relações que nós temos? O elemento presente é a presença da percepção. Não é a presença da especialização, é a presença da percepção. Se você conhece muito bem a sua profissão, aquilo que você faz profissionalmente, você tem uma especialidade. Nós adquirimos especialidade naquilo que fazemos quando temos um amplo conhecimento e uma grande ou profunda experiência naquela área.

Aqui, a ciência da compreensão da verdade sobre nós mesmos requer a presença da percepção. Portanto, o que é esta percepção? É o que nós precisamos aqui investigar, é o que nós precisamos aqui compreender, porque é a percepção que nos entrega a chave da compreensão de nós mesmos. Esta compreensão da verdade sobre quem nós somos, sobre o que eu sou neste contexto é a chave da Vida, da compreensão da Vida, da visão da Verdade.

Quando você pergunta "como ter um encontro com Deus", "como encontrar Deus", compreenda aqui algo: a Realidade Divina está presente; ela não é algo que irá aparecer, ela não é algo que será encontrada, ela está aqui e agora. Ela não irá ser encontrada porque ela não está no futuro, ela não será encontrada porque ela não está "lá", em algum outro lugar; e ela não irá aparecer porque ela não está, oculta.

Nós estamos lidando com uma Verdade, com uma Realidade, como acabo de dizer, que ela não está oculta, ela é algo presente. No entanto, ela não é alcançada, vista ou visualizada pelo modelo dessa consciência presente em nós, que é a consciência do "eu", que é a consciência do ego, onde está presente a mente como nós conhecemos.

Assim, o que nos possibilita ter a visão d'Aquilo que é indescritível, d'Aquilo que é inominável, que está além do pensamento, o que nos possibilita é a compreensão da verdade daquilo que nós somos. Quando nós nos aproximamos neste aprender sobre o Autoconhecimento, a verdade da revelação daquilo que nós somos ocorre quando há um descarte ou um desaparecimento dessa psicológica condição de consciência egoica, de consciência do "eu".

Por isso, nós precisamos descobrir o que é perceber, o que é a percepção da Realidade, da vida como ela está acontecendo; o que é esta percepção que nos faz compreender o mundo, o mundo das nossas relações. A percepção é a presença de um olhar para este momento sem o passado, o que requer a presença desta Atenção. É aqui que temos a importância da Atenção Plena e da Meditação.

A presença de uma Atenção sobre as nossas reações, a ciência da presença do pensamento, a compreensão da presença do pensamento, da opinião, do julgamento, da avaliação, da comparação, do modo como estamos olhando para o outro, para as situações, para aquilo que acontece dentro de nós e também do lado de fora. Trazer Atenção para este momento, uma Atenção Plena, é estar em um direto contato com a Meditação.

Portanto, o que é Meditação? A Meditação, o que é? É a ciência do momento presente se revelando sem o passado. Portanto, Meditação não é algo que você pratica, algo que você se especializa. Meditação requer a presença de um olhar para este momento, um olhar sem o passado. Não é uma especialização, porque é algo que já está presente. Você não vai aprender Meditação como aprende matemática, ou química, ou física, ou qualquer uma outra atividade que requer especialidade, que requer conhecimento e experiência.

A Meditação é algo que aqui está presente se revelando, momento a momento, quando colocamos atenção sobre estas reações que surgem, sobre os pensamentos, sobre os sentimentos, as emoções. O modo como você lida com o momento presente é algo que requer a presença desta percepção. É apenas perceber, não é interagir mentalmente, psicologicamente com a percepção.

Nós desconhecemos a arte da Meditação porque estamos constantemente presos ao modelo de interferir com o momento presente; interferimos a partir do passado, a partir desse "eu", desse ego. O elemento presente aqui que interfere com a vida como ela acontece é a presença dessa egoidentidade. O pensador em você, o experimentador em você, aquele que é o observador em você é o elemento presente que julga, compara, avalia. Então nós não temos a presença da percepção.

A percepção é olhar para o momento presente nesta Plena Atenção. Então se abre um espaço; este espaço é a presença da Meditação. É assim que nos aproximamos do Autoconhecimento, é assim que nos aproximamos desta chave. A Vida é Real; ela é Real quando essa psicológica e interna postura do "eu" não está mais presente. Então, sim, neste momento, temos uma Revelação.

É a Realidade de Deus que se revela, não é você que tem um encontro com Deus. Portanto, a ideia de alguém tendo este encontro é uma ilusão. A natureza do seu Ser, a natureza da Verdade sobre você é a Realidade Divina, que volto a dizer: ela não está oculta; ela é a Presença que é indescritível, inominável, mas ela não está oculta. Ela só não pode ser acessada a partir do conhecido, a partir do pensamento. Assim, nós estamos diante do Desconhecido.

A Realidade de Deus é a realidade do Desconhecido, do Indescritível, do Inominável. A natureza do seu Ser, da Verdade sobre Você é este Mistério, o encontro com a Iluminação Espiritual ou Despertar da Consciência. Há diversos nomes para Você em seu Natural Estado de Ser, e aqui estamos diante da Vida sendo a própria vida. É o que estamos com você aqui aprofundando, trabalhando.

Nós temos encontros online nos finais de semana, são dois dias juntos: sábado e domingo. Além dos encontros online, temos encontros presenciais e, também, retiros. Você tem aqui a oportunidade deste trabalho, deste mergulho dentro desta visão da verdade sobre si mesmo, sobre você. Portanto, se isso é algo que faz algum sentido pra você, fica aqui esse convite.

Agosto de 2025
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terça-feira, 25 de novembro de 2025

Joel Goldsmith | Vivendo entre dois mundos | Como a mente funciona? | Marcos Gualberto

GC: Olá pessoal! Estamos aqui para mais um videocast, novamente o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre! Hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "Vivendo Entre Dois Mundos". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Não tenhamos nenhum bezerro de ouro na nossa mente, nenhuma confiança em qualquer imagem." Neste trecho o Joel fala sobre a mente. Mestre, você pode compartilhar a sua visão sobre como funciona a mente?

MG: Gilson, aquilo que nós chamamos de "consciência", de "estar consciente", de "estar funcionando neste mundo", nesta ciência da experiência, neste instante, é aquilo que nós chamamos de "mente". O que nós conhecemos por "mente" é a presença desta consciência, que comporta intelecto, emoções, percepções... Então nós temos esse aspecto, que para nós continuará teórico, até o momento em que realmente, de verdade, de fato, nos aproximarmos desta realidade, da realidade da mente. Nós não sabemos, de verdade, como a mente funciona, porque nós não aprendemos a arte desta aproximação. Nós não temos esta arte de olhar diretamente para como nós funcionamos. Nós nada sabemos sobre nós mesmos, e tudo que nós temos sobre quem somos é algo que se abaliza em ideias que o pensamento tem organizado em nós.

Quando nós pegamos um número enorme de pensamentos, nós podemos organizar esses pensamentos em ideias. Assim, o que nós temos sobre quem nós somos, não é uma compreensão da mente, não é uma compreensão de nós mesmos. Nós não temos a Verdade sobre nós mesmos, e precisamos dela. Nós não temos esta Verdade, porque não temos essa compreensão de como nós funcionamos, de como a mente funciona. Portanto, essa é uma boa pergunta: Como a mente funciona? Aprender a olhar suas reações, aprender a observar como você responde com sentimentos, com emoções, com pensamentos, com sensações, às experiências deste momento; tomar ciência disso, ter a clareza disso, é ter a visão daquilo que a pessoa é, daquilo que esse "eu" representa nesse contexto da vida acontecendo. A não ser que nós tenhamos uma compreensão direta disso, uma clara visão disso, não haverá compreensão da Verdade sobre nós mesmos. E é a Verdade sobre nós mesmos que nos liberta da ilusão sobre quem nós somos, sobre quem acreditamos ser, sobre esse que parecemos ser, que é exatamente sobre esse que somos nesse contexto das relações humanas, da relação com objetos, da relação com pessoas, da relação com nós mesmos, da relação com situações que surgem na vida, com incidentes, com acidentes. a relação com a vida e a relação com a morte.

Nada disso pode ser compreendido sem a clareza da Verdade sobre quem nós somos. Assim, uma teoria, um conceito, uma ideia sobre como a mente funciona, nós podemos adquirir isso lendo livros ou ouvindo palestras desses assim chamados "especialistas da mente". Aqui, a ciência da mente não é algo que um especialista possa nos dar, que um livro possa nos trazer. Isso requer uma direta compreensão, não um entendimento de palavras, intelectual, verbal, conceitual. Não a mera compreensão de palavras que são meros símbolos e representações. Observe que as palavras são apenas isso: símbolos e representações de coisas, lugares, pensamentos, sentimentos. A própria palavra que é parte do pensamento são esses símbolos! A mera visão intelectual disso não resolve. É o direto contato com a mente, é o direto contato consigo mesmo - um contato possível quando você aprende a olhar. A olhar como você funciona, a perceber como você responde. Se isso ficar claro, você irá perceber que a forma como você responde, toda essa resposta que você tem, só pode ser necessariamente uma resposta que vem do passado, que vem da memória, da recordação, da lembrança.

Quando você tem uma experiência, ela é registrada - ela agora passa a fazer parte dessa estrutura que irá reagir quando o desafio surgir. Quando você sabe o meu nome, a memória que você tem sobre o nome que eu tenho, fica disponível. Ao lidar comigo você irá se referir a mim ou falar diretamente comigo me chamando pelo nome que você conhece. Esse conhecimento é a experiência do nome, é o registro do nome, assim como o registro do rosto. Essa é a memória, essa é a lembrança, essa é a forma como a mente funciona: ela funciona com registros e com reações. Ela registra experiências e responde reativamente, tendo por princípio o passado, que é a memória, que é a lembrança. Uma compreensão da vida requer o fim da memória, o fim da lembrança, o fim do conhecimento e da experiência, porque a vida é algo que está aqui neste instante, se revelando sempre de uma forma nova. Mas as nossas respostas são do passado, porque são reativas.

Então, nós temos a mente acontecendo de uma forma programada, condicionada. Nós precisamos de uma outra qualidade de mente que atenda este instante, livre do passado. Esta nova qualidade da mente não faz parte desta pessoa, deste "mim", deste "eu". Então, aqui nós temos o valor, a importância da revelação d'Aquilo que é você, a Realidade sobre você. Então nós temos a Realidade da Verdade sobre você e temos a Verdade sobre você. A verdade sobre você que você conhece, e a Realidade da Verdade sobre você, que é o Desconhecido. O Despertar da Consciência da Realização Divina lhe traz a clareza desta Realidade do seu Ser, de sua Natureza Divina, de sua Natureza Real. O contato com a Meditação é a ciência da própria vida, da própria Realidade do seu Ser.

Aquilo que nós estamos, juntos, olhando aqui, investigando aqui, examinando aqui, é como ter na vida esta aproximação da verdade sobre esta mente, que é a mente egoica, que é a mente do "eu" - a verdade sobre esta pessoa, que é a pessoa que nós somos. Quando há esta visão, temos esta libertação da ilusão, da ilusão desta egoidentidade. Portanto, o nosso encontro aqui é um encontro que consiste nesta descoberta, nesta observação, nesta clara visão sobre nós mesmos.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui no canal, a Eliane faz a seguinte pergunta: "Mestre, poderia explicar a diferença entre 'eu sou' e 'quem sou eu' no processo de liberação do condicionamento da mente egoica?"

MG: Então, Gilson, esse 'quem sou eu' e esse 'eu sou', como acabamos de colocar agora aqui, na primeira resposta - e essa é a segunda resposta - como colocamos na primeira resposta, a diferença não pode ser compreendida a nível intelectual, a nível de palavras. Haverá uma direta visão na compreensão vivencial nesta ciência da Meditação. Há uma Realidade presente - essa é a Realidade deste Ser - e, no entanto, nós temos a verdade deste ser que nós somos. A verdade deste ser que somos, deste ser psicofísico que demonstramos ser, desta pessoa que apresentamos ser. Primeiro precisamos ter uma visão direta da verdade sobre isso; esta é a compreensão da verdade sobre "mim mesmo", sobre a pessoa, sobre o "eu", sobre esta mente egoica. Nós não temos como colocar em palavras esta Realidade Divina, de sua Natureza Verdadeira. Essa diferença é compreendida vivencialmente. É sempre a Verdade que liberta, e não a teoria, a crença.

Quando as pessoas procuram se dedicar a algum nível de busca ou de procura, e assim aplicam alguma forma de técnica para a solução desta questão da presença da Meditação, elas estão em equívoco. Porque não existe Verdadeira Meditação enquanto o sentido do "eu", do ego, permanecer sem ser investigado. É a investigação do "eu", é a investigação do ego, é a compreensão da verdade daquilo que nós somos, que assenta a base para o florescer da Meditação. Então, a única forma real para o fim desta mente condicionada, desse condicionamento psicológico, é pela autorrevelação de si mesmo, é pelo Autoconhecimento. Se nós temos isso como base, nós temos uma porta que se abre para a presença dessa revelação Divina, que é a Meditação.

Uma coisa importante, também, que não pode ser negligenciada nunca, é a clareza de que é a própria presença da Graça Divina; é esse o elemento principal em todo esse processo do Despertar, desta ciência da revelação Divina, do fim para esta mente egoica, para esta mente condicionada. Portanto, nos aproximamos de nós mesmos por uma ação da Graça. E a Verdade desta Realidade Divina, deste Ser, se mostra por uma ação da Graça Divina. Então, a Meditação floresce. É a Meditação, o real contato com este momento, sem o condicionamento mental, sem a mente condicionada, sem esta velha condição de ciúme, inveja, medo, sofrimento, ou alguma forma de conflito. A não ser que tenhamos o fim para o sofrimento - para o conflito, para esta condição de controle, medo, fixação em apegos - a não ser que tenhamos o fim para tudo isso, não temos a mínima condição para esta ciência desta Divina revelação.

É por isso que toda forma de prática ou técnica aplicada de meditação, quando a pessoa reserva algum momento para meditar e ali se assenta, cruza as pernas, entoa um mantra, tenta afastar os pensamentos, tudo isso que se pratica é alguém na prática. Esse alguém naquele instante relaxa, e assim experimenta algum nível de silêncio e quietude, porque de fato, o cérebro é aquietado, a mente é aquietada, mas é algo que se realiza por uma técnica, por uma prática. Como existe uma intenção por detrás desta técnica ou prática, há sempre um nível de esforço e alguém executando isso; isso não é Real Meditação. O contato com a Meditação requer a presença de uma atenção sobre as nossas reações, o que não requer esforço. Autoconhecimento não requer esforço, a constatação da vida neste momento, se revelando, não requer esforço. Ficar ciente de suas reações, sejam elas quais forem aqui e agora, não requer esforço. Requer a presença desse olhar para aquilo que se passa aqui, sem colocarmos alguém se envolvendo com isso.

Portanto, precisamos compreender a diferença entre esse que quer se envolver e esse que vem se envolvendo o tempo todo com essas reações, sendo a base para essas reações. Isso é visão da verdade sobre si mesmo. É isso que torna possível o descarte do "eu", o descarte do ego, o descarte destas reações. Então, esse é o contato real com a presença da Meditação, porque nesse momento nós temos o fim para o passado, temos a morte para esse "eu", para esse ego, para essa psicológica condição de egoidentidade. Ok?

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de um outro inscrito aqui, no canal. Ele faz a seguinte pergunta: "Não sei como lidar com a verdade. Seria com a meditação?"

MG: Então, Gilson, mais uma vez, aqui, a questão é lidar com a Verdade. Quando você pergunta: "Como entrar em contato com essa Verdade?", e você mesmo já traz a resposta, quando você pergunta: "Lidar com a Verdade é pela meditação?"; repare sua colocação. Lidar com a verdade requer ciência daquilo que está presente aqui neste instante. Lidar com a verdade requer a presença desta atenção sobre aquilo que se mostra aqui, neste momento. Essa atenção abre esse portal da compreensão de si mesmo. Você precisa conhecer aquilo que se passa com você, só que você não consegue conhecer isso a partir desta separação de alguém envolvido nesta observação. Todo esforço que nós temos feito é para alguém melhorar, é para alguém se transformar, é para alguém se tornar melhor. esse alguém é esse "mim".

"Eu quero melhorar", "eu preciso me conhecer", "eu preciso saber a Verdade sobre mim". Isso é um equívoco, porque existe uma separação entre esse que quer saber e aquilo que ele quer saber. Aqui não se trata de conhecer a si mesmo. A Verdade desse conhecer requer a presença da compreensão de como esse "mim", esse "eu", essa mente condicionada funciona. É esse o encontro com a Verdade que nós precisamos. Nós temos que, antes de qualquer coisa, ter uma compreensão, esse é o verdadeiro conhecimento de si mesmo. Não é esse conhecimento para mudar, para melhorar, para alguém fazer algo com o que está vendo em si mesmo. Aqui a compreensão é se tornar ciente de suas reações, sem se envolver com elas. Esta ciência destas reações é sem o observador, é sem esse "eu" que observa, é sem esse alguém que quer mudar alguma coisa.

Portanto, o encontro com a Verdade requer esse olhar para nós mesmos, requer Autoconhecimento. Quando nós temos a presença do Autoconhecimento, o que requer uma visão a partir desse olhar que não reage, que não se envolve com esse modelo do "eu", do ego, esta atenção sobre as nossas reações é a presença desse Autoconhecimento. Então, sim, com a presença do Autoconhecimento, nós temos a Verdade da Meditação. A Verdade da Meditação é um espaço que surge quando há Autoconhecimento. Então, nesse espaço que é a Meditação, há esta Liberdade que é exatamente a liberação do ego, a liberação do "eu", a liberação desse sentido egoico. A Verdade é esse contato com a vida como ela é, neste instante, quando não interferimos com este momento. Então o ego não entra, o passado não assume de novo o lugar dele, que é de reação, que é de resposta de memória, que é de resposta de lembrança. Portanto, a presença da Meditação é a ausência desse "mim", desse "eu", desse ego, desse pensador, desse experimentador, da ilusão dessa identidade presente aqui, neste instante, na experiência, sendo aquele que experimenta isso, que está vivendo sua vida particular.

Não há nada mais significativo na vida, de maior valor e importância do que a presença da Meditação, porque é a Meditação a revelação da vida, a revelação da beleza, a revelação do amor. Você nasceu para esta visão - para a visão sem alguém nessa visão, para esta percepção sem alguém nesta percepção, para esse sentir sem alguém nesse sentir. É aqui que a vida se mostra presente como Alegria, Felicidade, Bem-aventurança. Nesta Inteligência de lidar com o momento presente sem o "eu", que é o passado, sem o ego, que são as lembranças, que são as reações da memória, se revela a presença da Sabedoria, a presença da Realidade Divina. OK?

GC: Gratidão, Mestre, já deu o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você para quem faz sentido isso que o Mestre Gualberto compartilha, fica o convite para participar dos encontros intensivos de final de semana. Nesses encontros que existem no formato on-line, presencial e também retiros, o Mestre Gualberto responde diretamente às nossas perguntas. Mas acontece algo muito mais profundo do que isso: pelo Mestre já viver em Estado Desperto de Consciência, ele compartilha um campo de energia à sua volta. E, nesses encontros, a gente acaba entrando de carona nesse campo de energia do Mestre. É um campo de Presença, de Silêncio, de Poder, e entrando nessa carona do Mestre, naturalmente aquietamos nossas mentes e entramos no estado de Meditação. podemos ter uma compreensão do que está além do entendimento intelectual. Então, fica o convite: no primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. E já aproveita e dá o like no vídeo, se inscreve no canal e faz comentários aqui, trazendo outras perguntas para a gente trazer nos próximos videocasts. E, Mestre, mais uma vez, gratidão pelo videocast.

Maio de 2025
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quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Como encontrar Deus? Meditação o que é? Aprender sobre Autoconhecimento. Atenção Plena como praticar

A ideia de atenção plena como uma prática é algo bem interessante. As pessoas perguntam: "Como praticar atenção plena?" Eu quero chamar sua atenção aqui para uma coisa bastante básica. Pela manhã, todos os dias, você se depara com você mesma, com você mesmo, diante do espelho. Não é algo que você pratica, é algo tão natural e você já vem fazendo isso desde criança. Se olhar no espelho é observar o próprio rosto, é tomar ciência de si mesmo.

Portanto, a verdadeira pergunta é: como é que você toma ciência de si mesmo? Como é que você toma ciência sobre alguma coisa? Não é olhando, observando? E será que isso requer alguma técnica, alguma prática, no sentido de algo sendo feito de uma forma como um exercício que se faz a partir de um método, de um sistema?

A ciência da auto-observação é a ciência do olhar para nós mesmos para essa compreensão daquilo que nós somos. Portanto, não se trata de uma prática, de uma técnica, mas de um olhar, de um perceber. É algo que envolve o percebimento, a percepção. Tudo o que nós precisamos na vida é tomar ciência da Verdade d'Aquilo que nós somos em nossa Natureza Essencial.

A ciência da Verdade sobre você é o que de fato você precisa. Esta ciência requer Autoconhecimento, aprender sobre o Autoconhecimento. E aprender sobre o Autoconhecimento é estar atento a nós mesmos, cientes desse rosto psicológico, dessa estrutura psicológica, dessa imagem psicológica que o pensamento construiu sobre quem nós somos.

Então, olhar no espelho da vida, das relações, do contato com pessoas, do contato com situações, do contato consigo mesmo, do contato com o momento presente. Há o espelho presente nestes contatos, e é no contato com essas dadas coisas, com essas situações, que reside a visão do espelho.

A vida consiste na presença de um espelho. Nós podemos tomar ciência de nós mesmos neste espelho ou podemos continuar em nosso mundo onírico, em nosso mundo de sonho, em nosso sono. O encontro com a Verdade do seu Ser é a resposta para a pergunta que alguns formulam sem investigarem, sem estudarem a respeito. A pergunta é: "Como encontrar Deus?"

A ciência do seu Ser, que se revela no espelho do Autoconhecimento, da compreensão da verdade sobre essa imagem, é o trabalho que nos coloca num contato direto com a Verdade da Meditação. Assim, nós temos três coisas aqui muito básicas. A primeira é a importância, o valor, a beleza, dessa autodescoberta, da descoberta a respeito desse "mim", neste aprender sobre Autoconhecimento. A segunda é algo diretamente ligada a essa primeira, que é a Verdade da Meditação.

Afinal, a Meditação, o que é? Será que é aquilo que alguns praticam? Será que é aquilo que, a partir de uma técnica, de um exercício ou prática, eu posso realizar? E para que propósito? Qual é a verdade sobre a Meditação? O que é Meditação? Aqui nós temos enfatizado para você a importância da Meditação e o que, de fato, é a Meditação.

Quando você se aproxima e investiga a natureza do "eu" tem a plena ciência dessa imagem que o pensamento estabeleceu em você como você, como sendo você mesmo. O fim para essa interna condição de imaginação, de autoimagem é a presença da Meditação, o que requer, naturalmente, a Verdade sobre você.

Portanto, aprender sobre o Autoconhecimento é trazer para este momento exatamente esta Atenção Plena. A Verdade sobre esta Plena Atenção nos aproxima e nos faz ver diretamente esse rosto no espelho, e assim temos esta autorrevelação da Verdade, desta terceira coisa fundamental, que é a ciência sobre Deus.

O anelo, o anseio desse encontro com algo além do conhecido, além do mundo, além desse tédio, rotina, dessa monótona vida, além dessa procura pelo amor, pela felicidade, pela paz, aqui está presente a Realização de Deus. A Verdade sobre Você é a Suprema Bem-Aventurança, é a Suprema Felicidade. No entanto, é impossível ter essa Revelação de Deus, este encontro com Deus no tempo.

Quando nos envolvemos com algum tipo de busca, com algum tipo de prática, nos afastamos desta Verdade, deste olhar para aquilo que nós somos aqui e agora, neste contato com a vida; olhar para aquilo que somos quando estamos numa relação com pessoas, numa relação com as situações, numa relação com os pensamentos que surgem dentro de cada um de nós, assim também com os sentimentos e emoções. Portanto, a forma real da Revelação d'Aquilo que nós somos requer a presença desta Atenção, desta Plena Atenção sobre as nossas reações.

Assim, ao colocarmos Atenção sobre os nossos pensamentos neste momento, sobre os nossos gestos, as palavras que usamos, aquilo que nós sentimos no contato com ele ou ela, com as situações da vida, observar aquilo que se passa dentro de cada um de nós, assim como externamente, trazendo sobre este momento um olhar que não julga, não compara, não faz escolhas, um olhar onde não há por detrás deste olhar um sensor, um observador, este elemento que vem do passado, que é o pensador, assim há um constatar destas reações internas e de tudo o que acontece externamente, sem qualquer envolvimento a partir desse "eu".

Então, o seu contato com o momento presente lhe permite um espaço novo se abrindo, porque a mente naturalmente se aquieta. Então surge este silêncio, o cérebro se aquieta, assim temos a presença da Meditação. A Meditação se torna possível neste momento porque há uma quietude natural que nasce desta observação sem o observador, deste percebimento sem o percebedor. Portanto, a presença da Atenção Plena é a presença da percepção - da percepção sobre este momento, sobre este instante.

Nós precisamos descobrir a beleza de um cérebro novo, de uma mente nova; um cérebro livre do modelo do pensamento e, portanto, de tudo aquilo que nós conhecemos; uma mente que não vive mais nessa inquietude, tagarelice, insciência do seu próprio movimento. Sim, porque quando você coloca Atenção sobre suas reações, o cérebro se aquieta. Toda essa tagarelice interna, inquietude, está criando, produzindo e sustentando em você a continuidade do movimento dessa imagem, dessa autoimagem, que é o "eu", o ego.

O que as pessoas precisam compreender é que não há verdade na pessoa para ter um encontro com Deus. O que entendemos por pessoa é um conjunto de imagens, de lembranças, de recordações que o pensamento estabeleceu em cada um de nós. A mera descrição de uma imagem, de uma autoimagem, é a presença da pessoa. No entanto, qual será a Verdade do seu Ser? A Realidade de sua Natureza Essencial é a Verdade de Deus.

Você não vai encontrar Deus, você vai tomar ciência da Realidade que está presente quando o sentido do "eu" não está. Quando você toma ciência, esta ciência é a própria ciência de Deus. Você não vai até Deus, você não O encontra, Ele se revela como sendo a Verdade do seu Ser. Nós precisamos compreender com profundidade, com clareza a verdade sobre aquilo que nós somos, sobre isso que demonstramos ser nessa autoimagem.

É por isso que todo esse contato com pessoas, com situações, assim como com pensamentos são reveladores, porque você coloca aqui, neste momento, uma Atenção para observar aquilo que se passa dentro de você, neste contato, quando alguém lhe trata bem ou lhe trata mal, quando alguém gosta de você ou não gosta de você, quando alguém lhe aceita ou lhe rejeita.

Aquilo que você sente, quem é este elemento no sentir? Quando está triste, quem é o elemento triste? Quando está alegre, quem é o elemento alegre? Quando se sente especial, quem é o elemento que se sente especial? Quando se sente diminuído ou rejeitado, quem é este elemento? Assim, nós temos, nesta revelação desse "eu", desse "quem sou eu", o fim para essa psicológica estrutura de consciência egoica, de consciência mental, de autoimagem, porque a clareza neste espelho lhe faz perceber a ilusão.

É a Verdade, é a clareza, é a compreensão que liberta, que põe fim a essa interna desordem psicológica presente nessa autoimagem, nesse "eu". Só então temos, neste momento, a Revelação da Verdade de Deus. Você em seu Natural Estado de Ser é a Realidade da Vida. A Verdade da Vida é a Beleza de Deus. A compreensão, a Sabedoria, a Presença do Amor, da Liberdade, da Felicidade é aquilo que aqui está presente quando Deus se revela. Quando Ele se revela, a ilusão se foi, a ilusão já não está mais.

Portanto, é a Verdade que liberta e não o desejo, e não a vontade, o querer ser livre. É por isso que é fundamental, na vida, a compreensão do que é Meditação. A compreensão desta Atenção, trazer para este momento o olhar, o perceber, sem o passado, é a Verdade sobre como viver essa Atenção Plena. O seu Natural Estado de Ser é esta mente nova, livre; na verdade, é esta Realidade além do conhecido. Então, esta mente meditativa revela Algo indescritível, Algo além do pensamento. Então nós temos a Vida se revelando, Deus se revelando, a Realidade deste Ser presente.

Aqui, esses encontros que nós temos nos finais de semana, onde estamos sábado e domingo, têm este propósito: trabalharmos isso juntos - são dois dias de uma forma online. Além dos encontros online, temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido pra você, já fica aqui o convite.

Agosto de 2025
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terça-feira, 18 de novembro de 2025

Fuga da realidade psicologia. Medo o que fazer. Questões fundamentais da vida. O que é meditação?

É algo comum essa forma como lidamos com a vida, como ela acontece. Nós não temos uma prontidão para uma resposta perfeitamente adequada para os acontecimentos da vida. A vida consiste em situações surgindo, em situações acontecendo. A nossa psicológica condição de existência nesse sentido de pessoa, nessa ideia de ser alguém nesse contexto da vida, nesse contexto do viver, nos situa em uma posição onde não atendemos de verdade, de forma adequada, a essas solicitações da vida, a esses desafios da vida, àquilo que a vida representa. E por que não conseguimos fazer isso? Porque as nossas respostas são respostas prontas, elas se fundamentam em um passado de experiência que nós já tivemos.

Então vamos, com calma, olhar para isso aqui. Nós, aqui, estamos com você estudando essas questões fundamentais da vida, e uma dessas questões consiste em nossa inabilidade de lidar com o momento presente. Isso termina representando para cada um de nós diversas formas de complicações, de problemas, de sofrimento. E, como não sabemos lidar com essas complicações, com esses problemas e com esses sofrimentos, nós nos habilitamos a fugir - aquilo que é conhecido como "a fuga da realidade", em psicologia.

A nossa aproximação da vida, a nossa aproximação do momento presente é inadequada. Como não sabemos responder a isso, o sofrimento está presente e não sabemos olhar para o sofrimento, não sabemos lidar com o sofrimento, não sabemos lidar com o momento presente. Então, notem: nós temos o momento presente, ele é desafiador; a nossa inadequada resposta para este momento produz sofrimento; não sabemos lidar com o sofrimento, então nós fugimos! É a fuga da realidade. Nós vamos aqui, com você, trabalhar um pouco isso.

Nós temos, por exemplo, a questão do medo. Não sabemos a beleza, não temos a ideia da importância, do valor, da compreensão do que é o medo. Há uma grande Beleza, há uma grande Verdade, há uma indescritível Liberdade na vida, quando não há medo. E nós não sabemos lidar com a experiência do momento; em razão disso o medo se instala. Como não sabemos lidar com essa dor que o medo causa, que o medo provoca, nós fugimos. Então, surge a pergunta "O que fazer com o medo?", "Como lidar com o medo?", "O medo, o que fazer?" Nós não sabemos lidar com o momento presente, porque não sabemos lidar com aquilo que nós somos.

O momento presente requer uma ação nova, porque estamos sempre diante de um novo desafio. A vida acontece assim: ela, neste instante, está acontecendo pela primeira vez. Tudo que você tem neste momento é único. Isso jamais aconteceu e jamais voltará a acontecer. Nós não sabemos dar uma resposta para este momento porque nós temos a ideia de que somos alguém presente e que precisamos responder a este momento. Então, o primeiro ponto aqui é a ideia de ser alguém; nos coloca em um equívoco. Nós temos a vida acontecendo, mas não temos alguém presente na vida como nós acreditamos ser alguém e se situar na vida, separado dela. Esse é o primeiro ponto, você acredita que existe alguém presente, e depois acredita que tem que dar uma resposta para a vida, como ela acontece.

Aqui, com você, nós estamos trabalhando o Despertar da Inteligência Espiritual, da Visão da Sabedoria, da Liberdade de viver livre do passado. E, livres do passado, temos uma compreensão deste instante com base nessa Inteligência. E, quando há essa Inteligência, a resposta para este momento não é a resposta de alguém. Nós não temos o passado, não temos alguém e não temos uma resposta inadequada para este instante. Então a vida acontece, mas você em sua Natureza Essencial, em sua Natureza Divina, é um com a vida. Há em você, em sua Natureza Verdadeira, essa Divina Inteligência de lidar com o momento presente com sabedoria. Então não se estabelece nenhuma forma de contradição, de desordem, separação e conflito.

Naturalmente, não há espaço para o medo quando a Inteligência está presente, e a Inteligência é a Verdade Divina. Como podemos lidar, então, com aquilo que estamos sentindo, vivendo, passando, dentro desse contexto da vida como nós conhecemos como, por exemplo, o medo? Pode ser que, ao ouvir tudo isso que acabamos de colocar para você, pareça como uma utopia, como algo bom demais para ser verdade. Mas aqui eu tenho que lhe dizer: aquilo que estamos colocando, sim, é real. Aquilo que é real é Bem-Aventurança, é Felicidade, é Amor, é Paz. Portanto, por que nós temos esses encontros aqui? Nós temos esses encontros com um único propósito: tomarmos ciência da Realidade de Deus. E essa Realidade, quando está presente, não existe mais esse alguém, não existe mais esse passado e não existe mais essa inadequada resposta para a vida como ela acontece. Isso tudo está surgindo em razão de uma condição psicológica de existência que o pensamento tem estabelecido dentro de cada um de nós, como se isso realmente fosse a verdade sobre quem nós somos.

Assim, há um equívoco: nós estamos nos situando na vida como alguém, nós estamos nos situando na vida como uma pessoa. O seu modo de relação com o momento presente não é um modo real para atender aquilo que aqui está, mas é um modo em que tentamos ajustar a realidade do momento presente a esse pensamento em nós que vem do passado. É aqui que se encontra o problema, é aqui que se encontra o medo. Então, você pergunta: "O medo, o que fazer?" Se tem um dos assuntos dentro dessas questões fundamentais da vida que nós tratamos aqui com você e voltamos sempre a ele, é essa questão do medo.

Nós subestimamos muito a verdade da presença do medo em nossas vidas, mas o ser humano, psicologicamente, é medo. Olhe para si mesmo e você irá, se for honesto em reconhecer que a sua vida se assenta em ações que se assentam no desejo e no medo. Em geral, nós separamos o desejo do medo, mas não percebemos que a presença do medo é que nos impulsiona aos desejos. Quando você quer obter alguma coisa, você quer obter porque está insatisfeito neste instante. Aquilo que você deseja obter, esse desejo, é a projeção de um ideal de realização e satisfação nessa conquista. E você só tem isso porque, neste instante, está sentindo um vazio, uma insuficiência, uma carência, algum nível de desconforto, de dor.

Então, esse impulso de dor, desconforto e carência, que é sofrimento, nos impulsiona a buscar algo para nos livrarmos desta condição de sofrimento. Há por trás desse desejo a preocupação disso não ser alcançado, disso não ser realizado, desta coisa não ser obtida. Isso é medo! Se existe algo do quê nós não nos damos conta, é a verdade de que a vida, nesse sentido do "eu", do ego, nessa psicológica condição em que nós nos encontramos, é uma vida carregada de medo, de insatisfação, de sofrimento, de conflitos e contradições. Assim, não conseguimos dar uma resposta para a vida neste momento, uma resposta adequada para a vida, porque a base que busca trazer essa resposta é a base da ilusão de uma identidade presente, que se vê separada da vida, procurando atender a este momento com base no passado.

Então, nós precisamos descobrir, na vida, o que é a vida livre do passado, o que é a vida livre do "eu", o que é a vida livre desse movimento psicológico de existência de uma identidade, que é esse alguém. Repare, esse alguém se situa nessa insatisfação, nesse medo, desejo, sofrimento. Assim qualquer resposta que ele possa dar para este momento será inadequada. Esse é o sentido do "eu", esse é o sentido do ego. Nós aqui estamos, com você, investigando como, nesta vida, assumir a Realidade d'Aquilo que ela é. Agora, é importante que compreendamos juntos, também, isso aqui: de que não existe alguém que possa fazer isso.

Então, o que ocorre conosco, lidar com a vida como ela acontece, em razão desta posição pessoal individualista, desse "mim", desse "eu", desse ego, desse alguém, é lidar com a vida nesse desconforto, nesta dor, nesse sofrimento, nesse medo. E, enquanto estivermos fugindo desta realidade - porque essa é a realidade do "eu", essa é a realidade de cada um de nós - enquanto esse sentido de identidade egoica permanece, a realidade que nós conhecemos, a realidade conhecida é a realidade do medo, é a realidade do sofrimento, é a realidade da dor. Podemos descobrir na vida, neste momento, o que é olhar para isso sem fugir, sem fugir desta realidade?

Veja, nós estamos diante de algo muito básico, muito simples, de fácil observação. A verdade para o fim desta fuga da realidade é tomarmos ciência de nossas reações neste momento, quando você toma ciência de que esse elemento, que é esse "eu", está procurando algo para escapar, para fugir. Ele está se separando, e nesta separação ele está mantendo a continuidade dessa dor, desse sofrimento, deste medo, deste conflito. Toda essa alternativa de realizar alguma coisa lá fora pelo desejo, é só uma forma de escapar de si mesmo, de fugir dessa dor. Então, a aproximação da verdade deste momento, revela esse sentido de alguém presente, e quando você aprende a olhar, apenas a olhar, a observar, a se dar conta desta dor, deste conflito, desta contradição, desta insatisfação, quando aprende apenas a olhar, sem fugir, sem escapar, isso termina.

Então, a beleza desse encontro com o Autoconhecimento lhe revela esta psicológica condição de insatisfação, de medo, conflito, dor e sofrimento, e isso termina. É que nós passamos uma vida inteira alimentando a continuidade desse alguém e, portanto, desse passado. E, portanto, dessa ideia de se deparar com esse momento presente a partir desse fundo. O encontro com a vida neste momento requer a presença desta ciência desta separação, dessa ideia desse "eu" e o não "eu", desse observador observando as coisas; desse que, ao se deparar com as situações, está sempre encarando essas situações dentro de uma ótica particular e pessoal, que é a ótica desse alguém que vive nesse aceitar ou rejeitar, nesse gostar ou não gostar.

Então, como ter uma aproximação de si mesmo para ir além desse "mim", desse "eu", desse alguém? Olhando, descobrindo o que é escutar a vida como ela acontece, olhar a vida como ela acontece. olhar todo o movimento que surge em você e perceber que esse movimento é algo que vem do passado, criando a ilusão desse alguém. Descobrir o que é olhar para isso é pôr fim a esta condição, em contato com a vida neste momento sem o passado, sem o observador, sem esse experimentador, sem esse "eu", sem esse alguém. E essa aproximação é aquela que ocorre quando temos a resposta para a pergunta: "O que é Meditação?"

A presença da Meditação é a ciência deste momento sem alguém presente dentro dele. Então, como a vida se mostra, como a vida se revela - sem alguém que é o passado, neste instante, neste momento presente - revela Aquilo que está além da mente, que está além de tudo aquilo que é conhecido, que é a presença da Realidade Divina. Então, esse é o contato com a Verdade da Meditação. Nós não temos alguém na Meditação, nós não temos o passado na Meditação. Nós temos a vida, neste instante, se revelando sem esse "mim".

Aqui estamos, juntos, olhando para isso, aprofundando isso com você e dizendo que sim, isso é possível nesta vida: a ciência da Realidade de Deus, a ciência da Realidade da vida sem o "eu". Assim, este é o nosso assunto aqui, com você. Nós temos encontros on-line nos finais de semana, onde estamos, sábado e domingo, aprofundando isso com você. São os nossos encontros on-line. Você tem aqui, na descrição do vídeo, o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros. Fora esses encontros, nós temos os nossos encontros presenciais e também retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz sentido para você, fica aqui um convite. Já deixa aqui o seu like, se inscreve no canal e coloca aqui no comentário: "Sim, isso faz sentido". Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Dezembro de 2024
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quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Joel Goldsmith | Vivendo o Caminho Infinito | O que é a vida espiritual? | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast, mais uma vez o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Mestre, hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "Vivendo o Caminho Infinito". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "A Iluminação dissolve todos os laços materiais e une os homens com as correntes douradas da compreensão espiritual". Neste trecho, o Joel Goldsmith comenta sobre a compreensão espiritual. O Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o que é a vida espiritual?

MG: Gilson, existe uma grande mistificação, há bastante equívoco. É vista de uma forma muito equivocada essa questão da vida espiritual. Então, antes de tudo, nós temos que descobrir a Verdade sobre a Vida, antes de tocarmos na questão de uma vida espiritual. Nós desconhecemos a Verdade sobre a Vida. Aquilo que nós conhecemos por vida não é a Real Vida, é a vida centrada, abalizada, alicerçada em um padrão de comportamento ilusório - de ações, de comportamentos, de interações, no interagir com a vida das relações humanas e das relações com o que acontece - onde está presente o equívoco de uma vida pessoal.

Não existe tal coisa como uma vida pessoal na Vida, isso é um equívoco. Essa é a visão que nós temos da vida, é a visão a partir do pensamento. É o pensamento que nos dá o modelo, nos dá a forma, a fórmula do que é a vida. Assim, estamos em uma vida mental, em uma vida idealizada por conceitos, por crenças, por julgamentos, opiniões, por ideias! Então, para sabermos a Verdade sobre a vida espiritual, precisamos compreender a Verdade sobre a Vida. A Verdade sobre a Vida é a naturalidade da Vida livre da ilusão, livre do pensamento, e essa Vida é a Vida Divina, é a Vida Real, é a Vida Espiritual.

É que, em geral, quando nós usamos a expressão "vida espiritual", nós estamos projetando a vida de alguém, a vida de uma pessoa, a espiritual vida da pessoa. Isso é uma ilusão! É aqui que temos a mistificação, a visão equivocada, a visão errônea da Verdade sobre a Vida. Assim, nós temos todo tipo de fantasia, de ideia, de sugestão do pensamento sobre o que é a "vida divina", a "vida divina" de alguém, a "vida divina" de uma pessoa.

Quando é que temos a Real Vida, a presença da Real Vida? A Real Vida está presente quando a ilusão da pessoa não está mais, quando não existe mais a ideia de alguém presente, se separando da Vida. Todo sentimento, emoção, sensação, forma de perceber e pensamento, dentro de um princípio de imagem - algo que o pensamento tem construído em nós - é a visão de uma vida ilusória, é a visão de uma vida em sonho, em um sono de inconsciência, onde a consciência presente na pessoa é a consciência egoica, é a consciência do "eu".

Não há real Vida no ego, o que temos presente é um movimento de pensamento, se sustentando e mantendo uma permanência em razão da presença de um tempo que ele tem estabelecido, que ele tem construído. Assim é a vida da pessoa. Toda informação que você tem, por exemplo, é um conhecimento adquirido, adquirido no tempo. Assim, ao passar por experiências, no passado, as experiências se tornaram, para você, um conhecimento - agora são uma lembrança.

Elas são uma lembrança presente no cérebro, na mente. O pensamento diz que é uma lembrança sua, colocando uma entidade presente na memória. Essa entidade é o "eu", é o sentimento de pessoa - uma pessoa que se separa da outra pessoa, uma pessoa que se separa da vida, uma pessoa que está falando de espiritualidade. O que uma pessoa pode falar sobre espiritualidade? Aquilo que ela conhece! Mas o que é uma pessoa? Ela é o resultado do pensamento, um conjunto de memórias, de lembranças. Esse é o sentido do "eu".

Isso jamais será real e, portanto, quando usamos aqui a expressão "espiritual" ou "espiritualidade", não sabemos, de fato, do que estamos falando. Tudo que o pensamento pode fazer é dar a essas expressões um significado que ele reconhece e que, portanto, ainda é parte dele mesmo. Toda ideia espiritual é um pensamento sobre isso.

A Realidade Divina é a Realidade espiritual, mas ela não está no conhecido, ela não está no pensamento; é algo inalcançável pela mente. Todo tipo de descrição que temos ouvido, tudo que se fala em nome da espiritualidade, o uso de expressões e da linguagem - que retratam apenas pensamentos - são apenas uma forma de imaginar a coisa, de construir uma imaginação sobre Aquilo que é real, sobre Aquilo que é espiritual.

Portanto, a Verdade da Vida Divina é a Vida livre da separação, livre da dualidade. A dualidade é a presença do "eu" e o "não eu": eu, o mundo, a vida e Deus. É o pensamento que separa, é o pensamento que divide, é o pensamento que cria essa sugestão. Quando isso termina, sim, estamos diante da Vida, da Vida Real, mas a Vida Real não é a vida de alguém, não é a vida da pessoa.

A verdadeira compreensão da natural Vida, que é a Vida livre do ego, que é a Verdade do seu Ser, que é você em seu Estado Natural, livre de sofrimento, livre de problemas, livre do sentido de separação, é a Vida Espiritual. Portanto, a Vida natural, que é a Vida livre do ego, isso nós desconhecemos. Essa é a Vida espiritual! Não é alguém espiritual, não é alguém que se espiritualizou.

O padrão de busca da espiritualidade nasce da ideia de futuro e de realização no futuro, para alguém. Não há esse alguém, não há esse futuro, não há essa realização. A verdadeira realização é agora, e não é a realização para alguém. É quando a ilusão do "eu" não está mais, é quando a ilusão do tempo - a noção que temos de passado, presente e futuro, do ponto de vista psicológico - quando isso não está mais, temos a Verdade do Despertar da Consciência, da Iluminação Espiritual, d'Aquilo que é real, mas não há mais o sentido do "eu", não há mais o sentido do ego. Essa é a Verdade da espiritualidade, essa é a Verdade da Vida espiritual.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de um inscrito aqui no canal que faz o seguinte comentário e pergunta: "Mestre, sempre associei a vida espiritual a algo que acontece na igreja ou no centro espírita, mas sinto que falta algo. Como posso viver essa espiritualidade de forma mais integrada e pessoal no meu cotidiano?"

MG: Na sua pergunta, aqui mais uma vez nos encontramos com o equívoco, com a ideia, com a sugestão do pensamento de alguém podendo viver essa espiritualidade no dia a dia. Não há alguém para viver essa espiritualidade no dia a dia. A Verdade da Vida está aqui e agora. Ela não está para alguém; ela já está presente e não há este alguém.

Você pergunta: "Como posso viver?" Então, a ideia é de alguém, de alguém vivendo. A investigação da natureza do "eu", a autoinvestigação, lhe mostra a verdade de que o "eu" não é real. A ideia de alguém presente é apenas um pensamento, algo que nos foi dado pela cultura - o conceito da existência de alguém, de alguém para ser bom, de alguém que tem que ficar com aquele lado positivo e não com o lado negativo, de alguém que tem que encontrar a verdade e que tem que se afastar da ilusão; de alguém que tem que viver a integridade, de alguém que tem que viver a espiritualidade.

Não há esse alguém! Esse alguém é uma ideia que o pensamento construiu. É quando temos a Verdade sobre isso que temos a Realidade da Vida, onde você, em sua Natureza Verdadeira, é a própria Vida espiritual. Essa noção de tempo, como o dia a dia, desaparece. Sim, nós temos os dias, as semanas, os meses e os anos, do ponto de vista cronológico, mas não existe alguém presente no dia a dia.

É a Realidade da Vida, sem qualquer separação entre você e a Vida como Ela acontece. Então, não há conflito, porque não há separação. Não há mais a noção de uma vida positiva, de uma vida realizadora, de uma vida espiritual, em contraste com uma vida negativa, não realizada, problemática ou infeliz.

Você em seu Natural Estado Divino, em seu Natural Estado de Ser, é Amor, é Bem-Aventurança, é Felicidade. E isso está presente aqui; não é no dia a dia, isso está presente aqui e agora. É algo presente como a Verdade de Deus, presente como a própria Vida, presente como a Natureza do seu Ser. Não há qualquer separação.

Assim, o outro, a família, os filhos, o mundo, tudo à sua volta está dentro de um único contexto: esse contexto é a Vida Divina, é a Vida Real. Onde não existe mais uma separação criada pelo pensamento, sustentada pela ilusão, de uma projeção de tempo psicológico onde há, constantemente, o desejo de obter coisas e o desejo de se livrar de outras coisas. A presença do medo é a intenção de se livrar.

Quando a sua pergunta é "Como me livrar?", "Como vencer?", "Como superar o medo?", repare: estamos dentro ainda de um movimento de tempo mental, de tempo psicológico, de desejo. Isso desaparece quando a real Vida está presente. Quando a mente silencia, se aquieta, a Realidade Divina se mostra - não há mais o sonho, não há mais o sono, não há mais ignorância. É a Presença da Verdade, é a Presença do Amor, é a Presença de Deus.

A Realidade da Vida, da sua Vida, é essa! É que quando estamos vivendo no pensamento, o movimento do pensamento está sustentando uma particular vida que não é real, e estamos lutando contra isso, idealizando e projetando algo diferente disso.

Aqui, nós precisamos é olhar, perceber, investigar - porque a ciência da ilusão é o fim para a ilusão, a ciência da ignorância é o fim da ignorância. Então, a Realidade Divina está aqui e agora.

GC: Mestre, nós temos outra pergunta de outro inscrito aqui no canal. O Bruno fez a seguinte pergunta: "Mestre, nessa caminhada espiritual existe evolução?"

MG: Gilson, essa é outra noção falsa, é outra noção equivocada. Nós já vimos uma criança se tornar um adolescente, depois um jovem e um adulto, depois ele se casa, tem filhos; os seus filhos também têm filhos e ele agora é avô. Então, esse processo de evolução, nós estamos vendo o tempo todo à nossa volta.

Nós já vimos uma semente se tornar uma planta, que depois se transformou numa árvore. Quando olhamos para a natureza, para a vida à nossa volta, para o meio ambiente, nós percebemos isso. Isso acontece na natureza, as coisas evoluem; isso acontece na ciência médica, a ciência vem evoluindo; isso tem acontecido na tecnologia. Então, tecnologicamente, cientificamente, biologicamente, é inegável a presença da evolução - ela está em tudo!

Mas nós temos que, aqui, investigar a verdade psicológica - psicologicamente não existe tal coisa; não existe tal coisa como uma evolução psicológica. Um estado interno, psíquico, não evolui para uma outra coisa. Você não pode transformar um estado interno, psicológico, em uma outra coisa.

Um estado de sentimento, emoção e sensação como alegria é alegria, isso não altera! Um estado de sentimento, emoção e sensação como tristeza não evolui! A tristeza não evolui até chegar a ser alegria, nem a alegria evolui até chegar a ser tristeza.

Um sentimento, emoção, sensação de inveja não evolui para o ciúme. Ciúme é ciúme, inveja é inveja, tristeza é tristeza e alegria é alegria. Psicologicamente, não existe tal coisa como uma mudança. O ódio é ódio, a raiva é raiva, o medo é medo. Assim, nós temos uma visão equivocada desta questão interna, psicológica.

Aqui, nós precisamos descobrir a Verdade do fim da condição interna psicológica e não da evolução desta condição. Nós não podemos alterar ou mudar, mas podemos tomar ciência. E, quando temos a ciência daquilo que aqui está presente - porque temos a presença de uma atenção sobre esse estado de sentimento, emoção e sensação - algo novo acontece.

Esse algo novo não é a mudança de um estado para outro estado, e sim é o fim para esta psicológica condição de identidade presente na experiência da sensação, da emoção. Nós precisamos investigar a natureza do "eu", a natureza do ego, a natureza da pessoa. É a compreensão direta, é a constatação direta do que ela representa, o fim para ela; porque estamos lidando com um quadro psicológico, que está sendo sustentado pelo pensamento. É ele a estrutura por detrás, também, da sensação, do sentimento.

O fim para a psicológica condição do "eu", do ego, é o fim para a ilusão. Assim, a ideia de evolução espiritual não é real. Aquilo que não é, não é, e ponto final. É o pensamento que projeta o "vir a ser", o alcançar, o chegar lá psicologicamente.

Então, a ideia de uma evolução psicológica, de uma evolução espiritual, é a imaginação do pensamento. É o pensamento que projeta a ideia de alguém, de uma pessoa, de uma egoidentidade se aperfeiçoando, evoluindo, crescendo até se tornar espiritual. Aqui, a constatação da verdade do "eu", do ego, é o fim do ego.

Então, Aquilo que já está presente, que é esta real Consciência, não está na esfera psíquica, não está nesta dimensão psicológica para evoluir. Nós precisamos, sim, é do fim da esfera psicológica, da dimensão psicológica, da condição psicológica do "eu", do ego, desta ilusória identidade.

Então, temos aqui e agora a revelação d'Aquilo que é Real, d'Aquilo que é espiritual. Você em sua Natureza Essencial não evolui. A ideia de evolução é a ideia de uma mudança no tempo. Essa mudança no tempo requer a presença da continuidade psicológica do próprio "eu", do próprio ego.

A presença do "eu", a presença do ego, a condição psicológica presente em cada um de nós, é a presença de um condicionamento mental - algo que o pensamento sustenta, algo que surgiu no tempo e que tem sua continuidade, também, no tempo. Ao passarmos por experiências no passado, isso se transformou em conhecimento e experiências, e é isso que dá formação a esse "eu".

Mas quando temos o fim da memória psicológica, da continuidade do pensamento, nós temos o fim para o tempo. E, quando o tempo termina, Aquilo que é real, que está fora do tempo, se mostra.

Apenas aquilo que está dentro do tempo evolui, não Aquilo que está além do tempo, além do conhecido, além da mente. Assim, a Realidade do seu Ser é a Realidade de Deus. Portanto, não se trata de evolução, de crescimento - se trata de Ciência da Verdade; aqui se trata do fim da ilusão, da ilusão do "eu", da ilusão da mente, da ilusão do tempo.

GC: Gratidão, Mestre, já fechou nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você que está acompanhando o vídeo até o final e deseja realmente viver essas verdades, fica o convite para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros intensivos de final de semana, que existem no formato on-line, presenciais e também retiros de vários dias.

Esses encontros são muito mais profundos do que esses vídeos aqui, no YouTube. Primeiro, porque o Mestre responde ao vivo às nossas perguntas, e segundo, e mais impactante, é que, pelo Mestre, já viver nesse Estado Desperto de Consciência, Ele compartilha ao seu redor esse Estado de Presença, que é um campo de Energia, de Poder e Graça.

E nesses encontros a gente acaba pegando uma carona nessa energia do Mestre. E pegando essa caroninha com o Mestre, a gente acaba, de maneira natural e espontânea, entrando no estado meditativo, silenciando nossa mente. Acaba sendo muito mais fácil essa autoinvestigação.

Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. E já aproveita, dá o like no vídeo e se inscreve no canal.

E, Mestre, mais uma vez, gratidão pelo videocast.

Agosto de 2025
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terça-feira, 11 de novembro de 2025

Você e a autoimagem. O fim da autoimagem. O que é o pensamento? O que é o pensar? Real Consciência.

Existe algo que eu quero chamar sua atenção aqui, neste encontro. Observe que, na razão em que o tempo passa e vamos nos tornando mais velhos, a nossa mente - porque já passou por diversas situações como incidentes, acidentes, experiências -, termina como que presa a uma condição onde a nossa vida interna é uma vida de rotina.

Assim, nós realizamos alguns desejos e outros não; alguns alvos nós alcançamos e outros nós perdemos. E ao longo da vida nós nos situamos, dentro dos nossos relacionamentos e contatos, de uma forma muito limitada, muito estreita, porque nós encaramos a vida a partir desses modelos que já estão pré determinados em nós.

Aqui nos situamos, na mente, dentro de um padrão de comportamento, de ação e sentimento já pré determinado por essa mente que nós conhecemos, que é a mente condicionada. Assim, termina que ficamos posicionados dentro de uma rotina, de um padrão de comportamento, nesse contato com a vida como ela acontece, já a partir daquilo que o pensamento em nós está determinando.

E o pensamento presente em cada um de nós é a continuidade das lembranças, das recordações do passado. Portanto, isso nos impede de termos um contato com a vida neste momento a partir de uma mente nova, livre. Esta é a condição da mente condicionada, dessa consciência, que é a consciência egoica.

A Realidade desse Ser, desta Verdade Divina que trazemos, é negligenciada. Então, nós passamos uma vida inteira sem a ciência da Realidade Divina, sem a compreensão de que este Ser que somos é Consciência.

Nós temos a consciência que nós conhecemos, nessa mente como nós estamos funcionando - mente atarefada, preocupada, carregada com todas essas cicatrizes do passado. Esta é a presença desta consciência que nós conhecemos. Aqui nós estamos trabalhando com você o fim para esta consciência, assim como o fim para esta mente.

É o contato com a Realidade Divina, é o contato com a Realidade do seu Ser a presença desta nova Consciência, desta nova mente. A nossa mente vem sendo moldada, ajustada a tudo o que nós já ouvimos, a tudo o que nós já aprendemos. Não há completa Liberdade para olhar para o momento presente sem o passado. Olhamos a partir dessas cicatrizes, dessas memórias, dessas lembranças, desse formato de condicionamento que nós recebemos.

Assim, aquilo que nós somos, aquilo que é você, tendo por princípio estas cicatrizes, esse condicionamento, é a autoimagem. Portanto, você e a autoimagem são a presença da consciência do "eu", da mente presente e conhecida em nós. Nós precisamos ter um contato com algo além da mente, além dessa base conhecida, além desse padrão de visão de mundo, a partir dessa velha estrutura.

Nós precisamos ter um contato real com a presença da Realidade, com a Verdade Divina. E esta Realidade é algo desconhecido. Jamais será compreendida dentro dessa estrutura de mente que nós conhecemos, que vive dentro dessa continuidade de memórias, de lembranças, que vive sempre sendo ferida, magoada, ofendida, tendo momentos de desejos realizados e, depois desses desejos, as frustrações, as decepções.

Essa é a condição de uma mente velha, de uma consciência que está dentro dessa psicológica condição que é conhecida por todos nós, presa a toda forma de contradição, de conflito, problemas e sofrimento. É, na verdade, o contato com o Desconhecido, o contato com a Realidade deste Ser, além da consciência egoica, além dessa mente, que é a mente do "eu", é esse contato que é o Florescer da Verdade Divina.

Portanto, nós precisamos ir além desta rotina, nós precisamos, nesta vida, Despertar para a Realidade d'Aquilo que trazemos, d'Aquilo que somos em nossa Verdadeira Natureza, ou estaremos sempre presos àquilo que somos a partir daquilo que o pensamento diz que nós somos; estaremos atuando dentro desta rotina até o fim dos nossos dias, como tem acontecido à maioria das pessoas à nossa volta.

É esse contato com a Realidade Divina, é esse contato com a Verdade do seu Ser a Liberação nesta vida, a Liberação dessa construção do pensamento, dessa construção do condicionamento, que é essa autoimagem, a pessoa como você se vê. Aqui, juntos, estamos investigando o fim da autoimagem, o fim para essa rotina, continuidade, permanência do "eu", permanência dessa mente egoica.

É o esvaziamento de todo este conteúdo interno dessa consciência, Algo novo presente, que não é mais a mente como nós conhecemos. Verificar isto, tomar ciência disto, requer olhar para todo esse interno movimento em nós. Tomar ciência de que estamos constantemente, dia após dia após dia, acrescentando às experiências passadas novas experiências.

Todo esse processo de acumulação de experiências é a presença da formação dessa velha estrutura se repetindo. A cada dia, a partir de experiências, esse experimentador vai sendo construído, vai sendo mantido. Assim, a continuidade desse experimentador é a continuidade dessa velha consciência.

O que estamos acabando de colocar aqui é o processo do pensamento, a base de todas as experiências, a base de todo modo peculiar, particular de olhar para aquilo que acontece, para a vida acontecendo. Essa visão particular nasce do pensamento.

Então, o que é o pensamento? É algo que nós precisamos compreender, porque é com base no pensamento que nós temos toda essa estrutura de continuidade e rotina. Isso explica todo esse estado interno de frustração, de tédio, explica todos esses estados internos de conflitos emocionais. São cicatrizes que estão constantemente se abrindo dentro de cada um de nós.

As situações que nós vivemos no passado, o elemento presente nesta vivência é essa autoimagem. Portanto, isto é o resultado das experiências guardadas em nós por esse experimentador, por essa pessoa que o pensamento construiu, que é a autoimagem. Quando essas cicatrizes se abrem - e elas se abrem porque de fato são cicatrizes que não se fecharam -, esta é a continuidade do pensamento.

O pensamento em nós é algo que não se completa, é algo que não termina, assim como todas as experiências pelas quais passamos. É por isso que essas experiências são lembradas constantemente, elas estão sempre voltando.

Repare que com a velhice, a insistência dessas cicatrizes que não se fecharam é constante. A cada momento você tem uma recordação, uma lembrança, uma memória, e com ela uma dor presente, algo que vem do passado, isso porque a presença do pensamento em nós não termina. Assim, estamos sempre presos dentro do círculo do conhecido, do modelo do passado.

Nós não sabemos o que é viver este momento presente permitindo que ele se complete e, portanto, não tenha continuidade e não volte de novo, de novo e de novo, a partir do passado. Nós não sabemos o que é morrer para cada momento. Assim, não apenas o corpo envelhece, esse experimentador, essa autoimagem, esse experimentador, esse pensador mantém a sua continuidade e, assim, o pensamento se sustenta em nós - é a constância, é a permanência da cicatriz dessa árvore, que é a mente egoica, que é essa consciência do eu.

O trabalho da Realização ou deste encontro com o Florescer Divino, que alguns chamam de Despertar, é o fim para o passado, para a continuidade do pensador, o que significa a cessação, o fim para o pensamento, para esse tipo de pensamento, que é o pensamento psicológico.

A presença de uma mente nova, de uma nova Consciência, é a presença do Desconhecido. Olhar para este instante sem o passado, lidar com este momento morrendo para tudo o que ocorre aqui e agora, é manter um cérebro livre dessas lembranças, dessas memórias, recordações, livre dessas cicatrizes que jamais se fecham. Basicamente, esta é a vida da egoidentidade, é a vida da autoimagem.

Portanto, o contato com a presença d'Aquilo que é a Verdade deste Ser, a Realidade desta Natureza Essencial em cada um de nós, é o fim do "eu", é o fim do ego. É quando o contato com o momento presente requer a presença de uma Inteligência capaz de lidar com este instante, sim, com a Liberdade de lidar com os sentimentos, com as emoções e, principalmente, com os pensamentos, sem fazer deles uma base para continuidade, para permanência da egoidentidade. É isso que chamamos de pensar.

Quando investigamos com você aqui a pergunta "o que é o pensar", estamos falando deste contato com o pensamento livre do pensador. Quando, neste contato com o pensamento, não temos a presença do pensador, lidar com o pensamento é uma questão de Inteligência, de presença de visão da vida livre do passado - esta é a resposta para a pergunta "o que é o pensar?"

Reparem que nós não aprendemos isso, não nos mostram o que é o pensar. A sociedade, a coletividade, nossos pais, professores, o mundo a nossa volta nos deram o que pensar, como pensar. Não houve a clareza sobre o que é o pensar. Você não pode aprender isso com alguém. Você descobre isso olhando para suas reações e se livrando de toda essa forma de continuidade, de rotina, de repetição, de formação de experiências para o experimentador.

Quando aprendemos a olhar para o movimento do pensamento, nos livramos dele. É deste espaço que nós precisamos; o espaço que nos permite olhar para a vida como ela acontece, sem ideia, opinião, avaliação, conclusão ou escolhas, uma vez que tudo isso é algo que parte desse fundo em nós de condicionamento, de repetição, de rotina, de continuidade do "eu", de continuidade da memória.

Podemos ter um contato com a vida, permitindo que a vida ocorra a cada momento e, com a vida, a presença dessa morte para o passado, para o padrão de repetição de memória, de recordação? Quando você tem um contato com o momento presente, e ele é completo, neste instante você não precisa do pensamento.

Observe com clareza isto aqui: quando há uma completa atenção para aquilo que está presente neste instante, o pensamento não entra. Observe que isto é uma experiência comum a todos nós. Quando você está atento, esta atenção é apenas o interesse de olhar para aquilo naquele dado momento, e nesta atenção não há qualquer pensamento, ideia, opinião, conclusão, gostar, não gostar. É a simples Atenção.

Quando um pensamento surge sobre aquilo, neste momento não há mais atenção, porque você se situa no pensamento. Quando você vê algo, você está com aquilo, sem qualquer separação entre você e aquilo; não há qualquer espaço. Mas quando um pensamento surge em você e você internaliza uma frase, como por exemplo: "Mas como isso é bonito, eu gostei", ou "Eu quero pra mim", ou "Mas como é interessante", qualquer uma dessas frases quando surgem, neste momento não há mais atenção, porque, neste momento, ocorre uma separação entre você e aquilo.

Achar interessante, desprezar, querer para si mesmo ou ter a ideia de que aquilo é especial ou bonito é uma cortina. Então, você aparece, e entre você e aquilo nós temos a cortina do pensamento. Mas todo contato com o momento presente é um contato livre do passado, a não ser que o pensamento surja. Com o pensamento, surge a presença de um pensador, então há uma separação entre esse pensador e aquilo que ele está observando, porque há uma separação entre este pensador e este pensamento. Então temos a presença do passado.

É com o passado que nós temos presente a dualidade, a divisão, a separação, a desatenção. Mas todo momento ocorre sem passado. Podemos aprender a lidar com o momento sem o passado? Apenas olhar, perceber, sentir, se dar conta, mas sem esse "eu", sem esse elemento que é o pensador, que julga, compara, avalia, escolhe, gosta, não gosta. Isto, na vida, é a presença da Meditação.

Quando temos a presença de um olhar sem escolha, opinião, avaliação, julgamento, este momento revela Algo fora dessa consciência do "eu", dessa mente egoica, então esta experiência se conclui. Não é, portanto, uma experiência para o "eu". É quando não temos mais uma cicatriz que depois irá voltar, que depois irá se abrir, isto porque a experiência se conclui. Ela se conclui porque não há espaço para o pensamento.

Quando não temos a presença do pensamento, nós não temos o reforço desse experimentador, desse pensador. Sim, não precisamos, na vida, da presença do "eu", da presença do ego, da presença desse experimentador. O seu contato com o marido, com a esposa, com a vida como ela acontece pode ser, e precisa ser, neste instante, apenas aquilo que este momento representa. Nós não precisamos colocar esse sentido de alguém presente e, portanto, sustentar essa separação, a partir do pensador, a partir do experimentador, que é a presença do pensamento.

Portanto, o contato com a Meditação, com a Real Meditação, é o olhar direto para este momento, nesta Atenção. Então, não existe tal coisa como a medida que os anos passam. Lidar com o momento presente sem o passado é lidar com o novo. Não importa se o corpo envelhece, aqui estamos diante desta Real Consciência, desta Divina Consciência, desta Ciência da Vida como ela acontece, sem a presença do "eu", sem a presença do passado.

Viver a vida neste instante é assumir a Realidade de que não existe alguém para ser o experimentador, para estar presente vivo sendo o pensador - não precisamos disto. Podemos dar toda a resposta para o momento presente, sem o passado, quando está presente este olhar novo para o momento, quando temos presente a beleza da Meditação. Então temos a Verdade da Real Consciência, da real resposta para este instante, diante do desafio, do estímulo que este momento, que é o próprio Mistério da Vida, representa.

Seu contato com a Realidade é a presença do Desconhecido, é a vida em sua expressão, este encontro ou esta descoberta da Realidade sobre Você sem qualquer imagem. Se não há uma imagem, se o pensamento não estabelece uma imagem sobre quem você é, não há qualquer imagem sobre quem o outro é, sobre o que a vida representa. O contato com o momento presente é a Realidade desta Real Presença, desta Real Consciência. Seu Natural Estado Divino é de Sabedoria, Amor, Felicidade e Liberdade.

Aqui, nestes encontros aos finais de semana, nós estamos trabalhando isso com você. São dois dias juntos: sábado e domingo. Fora esses encontros onlines nos finais de semana, nós temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido pra você, já fica aqui o convite.

Agosto de 2025
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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Joel Goldsmith | A União Consciente com Deus | A Verdadeira Consciência | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast, novamente o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Hoje, eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado: "A União Consciente com Deus". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "A verdade é que o poder está no reconhecimento da Presença de Deus, e não em palavras ou pensamentos". Sobre esse assunto, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o que é a Verdadeira Consciência?

MG: Gilson, aqui, quando você pergunta o que é a Real Consciência, primeiro, antes de tudo, nós temos que compreender o que é consciência; o que sabemos sobre consciência. Então, aqui, a primeira coisa é: o que é consciência? Então, vamos lá. quando é que você está consciente para dizer: "Eu tenho consciência."? Não é quando você tem a lembrança de algo? A lembrança, em você, não é a presença do pensamento: o pensamento se autorreconhecendo?

Quando nós temos o pensamento que se autorreconhece, esse autoconhecimento do pensamento é aquilo que nós chamamos de consciência. Quando você tem uma lembrança, você diz: "Estou consciente disso." Quando você tem uma recordação, você diz: "Sim, eu tenho consciência, eu me lembro". Portanto, o que é este "eu", esta lembrança? Não é ela a presença do próprio pensamento? Quando não temos a presença do pensamento, nós temos algum reconhecimento? Quando não temos a presença da lembrança, nós temos algum "eu" se lembrando? Portanto, o que nós chamamos de consciência é a autoconsciência. E a autoconsciência é apenas a consciência do "eu", e a consciência do "eu" é o pensamento ciente de si mesmo naquela lembrança.

Portanto, a grande verdade sobre a consciência é que nós estamos diante de um processo em que não temos ciência do que, de fato, está acontecendo. Nós passamos boa parte do dia, por exemplo, tendo lembranças, mas dificilmente você se torna ciente de que está tendo lembranças - você apenas tem lembranças. Ou seja, o pensamento está constantemente aparecendo, mas sem qualquer ciência de sua aparição. Portanto, o que nós chamamos de consciência é inconsciência.

Quando você está com raiva de alguém - vamos para um exemplo -, a sua consciência é a imagem daquela pessoa que lhe aborreceu, que lhe fez raiva. Mas essa pessoa é apenas um pensamento presente, e é o pensamento em você, a imagem que você tem sobre quem você é, que está com raiva. Isso é algo que se processa de uma forma inconsciente. Você não traz ciência para o estado; você não fica ciente do estado em que a mente se encontra. Estar ciente do estado em que a mente se encontra é estar naturalmente livre da identificação com o estado. Isso não acontece! Você está inteiramente identificado com o estado de raiva. A condição do "eu", a condição da mente, é de raiva.

Nós não temos ciência do estado em que nos encontramos. Não temos ciência porque não temos a verdadeira Consciência daquilo que nós somos, aqui e agora. Você pergunta: "O que é a Real Consciência?" É a plena ciência da mente: inquieta, tagarela, repetitiva, vivendo em estados de aflição, de conflito, de sofrimento... mas, quando a Real Consciência está presente, a mente não está mais, porque a identificação com o estado se dissolve.

Esta é a Beleza da Liberação nesta vida: assumir a Verdade de Algo presente, além do "eu", além da autoconsciência, além desta consciência egoica, que é inconsciente, que carrega um movimento mecânico. O nosso trabalho aqui consiste em tomarmos ciência daquilo que aqui está presente. Assim, quando tocamos na expressão "Real Consciência", não estamos falando de uma consciência como conhecemos, de uma consciência de alguém, para alguém. Estamos falando de uma Realidade presente, além da mente que conhecemos, além da consciência que conhecemos, além da inconsciência da qual nós não nos damos conta. O encontro da Verdade sobre Você é a Ciência de que não existe este "você" que você reconhece agora com base no pensamento, porque é o que nós temos.

A pessoa que você conhece é a pessoa que o pensamento reconhece, que está presente. O seu nome, a sua história, suas lembranças de prazer e dor, de problemas e de momentos de alegria. a sua lembrança, a recordação de tudo o que você conhece, das pessoas que você conhece. tudo isso faz parte da pessoa sobre você, da pessoa que o pensamento diz ser você. Essa é a consciência que você tem de si mesmo - ou seja: uma memória, uma lembrança. Na verdade, um conjunto de lembranças, um conjunto de memórias. É a presença da pessoa, é a consciência do "eu".

A constatação da Verdade sobre você é a Revelação de uma Realidade presente além deste "você", desta pessoa, desta consciência. A forma como estamos constantemente no interagir com a vida, na interação com o mundo, na relação com nós mesmos e com o outro, está dentro do quadro desta autoconsciência, que é a consciência egoica, que é a consciência do "eu". Quando investigamos isso, quando aprendemos sobre nós mesmos, descobrimos algo além desta interna condição psíquica, desta consciência egoica. Descobrimos a presença de algo além da mente, além do tempo, além dessa noção que temos também de espaço. Então, se revela a Realidade presente, indescritível.

Esta Realidade é a Real Consciência. Não é alguém tendo consciência, não é a consciência individual. Não existe tal coisa como uma consciência individual na mente. Na mente, o que temos é a presença de uma consciência egoica. Uma consciência construída por um conteúdo de memória. Não é uma entidade real presente, é um movimento de pensamento inconsciente, acontecendo. Portanto, não se trata de uma consciência individual. Nós estamos diante de uma ilusão: a ilusão do "eu", a ilusão do ego. Estamos diante da ilusão da autoconsciência, e isso termina nesta Realização, nesta Real Visão Divina, nesta Real Visão da Verdade.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui, no canal. A Sofia faz a seguinte pergunta: "Mestre, minha mente é muito barulhenta e muitas vezes sinto que vivo no piloto automático. Como posso começar a cultivar essa Consciência verdadeira no meio da correria do dia a dia?"

MG: Repare a sua pergunta: você fala em cultivar esta Consciência Real. Todo movimento será sempre um movimento a partir de um impulso, de um desejo, de uma intenção, de uma vontade. Essa vontade, impulso, intenção, é inconsciente, é algo automático, porque é algo que nasce do próprio centro, deste centro ilusório, deste centro que é a memória, que é o próprio movimento do pensamento, que se movimenta a partir da inconsciência. Então, você não pode cultivar Real Consciência, porque você, no movimento, é a inconsciência.

No momento em que ficar claro que todo o movimento seu é o movimento da inconsciência. Uma vez que isso fique claro, há uma desistência para a continuidade do movimento; não há o que fazer. É aqui que já nos deparamos com o trabalho do Despertar da Verdade. Isso requer estar quieto, para ficar ciente do próprio movimento do pensamento. E, quando você fica quieto e a reação surge - seja um pensamento, um sentimento, uma emoção, uma sensação -, como você está quieto, esta reação não encontra o impulso, não encontra a vontade. Isso requer a presença de uma atenção sobre as reações. Assim, eliminamos este "você", este impulso, eliminamos esse automatismo.

Portanto, aprender sobre nós mesmos é ficar ciente das nossas reações. Quando você fica ciente de suas reações, está em um aprender sobre si mesmo. Você não está aprendendo como você funciona. Você está em um aprender, aqui e agora, como a mente se move de uma forma inconsciente, como ela se repete, como ela acontece. Então, neste aprender, este sentido do "eu", esse "você", perde relevância. Fica um direto constatar do próprio pensamento, ou sentimento, ou gestos, ou a forma de falar, ou a forma de sentir, mas o sentido do ego, que é a consciência egoica, que é o movimento inconsciente do pensamento, perde relevância. Não sei se está claro isso aqui para você.

Você não pode cultivar a Consciência Real, mas pode se tornar ciente da inconsciência, do modelo de consciência egoica. E é só o que se precisa fazer. Aqui, o fazer é silenciar, é ficar quieto, é observar, é o perceber. Portanto, a presença do Autoconhecimento é a presença da Meditação. Se tornar ciente do movimento do "eu" é o fim para o movimento do ego, é o fim para o movimento da pessoa, é o fim para o movimento do pensamento. É isso que traz o Despertar da Consciência. Não é a consciência do "eu", é a Real Consciência aflorando, florescendo, assumindo o espaço, porque agora há um espaço novo, um espaço que se abre em razão do Silêncio, porque a mente se tornou ciente do seu próprio movimento. Então, ela se aquieta, ela silencia e o espaço se abre; e, com o surgimento do espaço, temos a presença da Meditação.

A presença da Meditação é a Presença desta Real Consciência. Não se trata de algo que você cultiva, se trata de uma realidade se mostrando quando você, o "eu", a pessoa, perde relevância; quando o sentido de um pensador, de um experimentador, de alguém que olha a partir do passado, sente a partir do passado, já não está mais presente. Quanto à questão do fazer isso dia a dia - quando você usa a expressão "cultivar a consciência" -, aqui, tudo que se faz necessário é a presença deste momento. Este é o momento para trazer atenção sobre estas reações. Portanto, a cada momento você tem a oportunidade de ficar ciente de si mesmo, de si mesma, de perceber o movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, da sugestão do pensamento, da sugestão da emoção ou da sensação. É apenas ficar ciente! Não é fazer algo com isso; é apenas estar ciente das reações. Este é o trabalho! Portanto, temos aqui a Presença do Autoconhecimento. E temos aqui a Ciência da Meditação.

GC: Mestre, nós temos outra pergunta de outro inscrito aqui no canal. Ele faz a seguinte pergunta: "Mestre, a Meditação é o caminho para alcançar Deus?"

MG: Gilson, a prática da meditação, como alguns entendem, não é o caminho para Deus - porque foi essa a sua pergunta. Você perguntou se a meditação é o caminho. Alguns entendem a meditação como uma prática, uma prática como sendo o caminho. A Realidade Divina é a Verdade presente. Não há qualquer caminho para esta Realidade Presente, a não ser a própria ciência do momento presente! Nós não temos a ciência do momento presente. Então, o que a mente fez? A mente criou um caminho, um caminho pela meditação, pela oração, pela prece, pela leitura de livros, por práticas e disciplinas espirituais impostas por leituras de livros sagrados e por práticas doutrinárias religiosas.

Assim, o pensamento construiu um caminho. Aqui, a realidade do momento presente, a ciência deste instante, é aquilo que revela a Verdade de Deus. Há uma Realidade Presente além da mente, além do pensamento, além das crenças. além de tudo aquilo que os livros nos falam, as palavras nos dizem, os pensamentos retratam. É a Presença d'Aquilo que é indescritível, que está além do conhecido. E, naturalmente, é algo que se revela quando o conhecido não está mais presente: as crenças, os pensamentos, os ensinamentos. quando tudo isso desaparece. Inclusive as práticas místicas, esotéricas, espiritualistas. Porque estamos diante de Algo que é a Única Realidade e, no entanto, o que o pensamento construiu, construiu com base no que ele conhece, no que ele reconhece, no que ele tem experimentado.

Mas todo pensamento presente, com seu conhecimento e experiências, é algo que está dentro do tempo, porque é algo que surgiu no tempo. Se surgiu no tempo, está dentro do tempo, enquanto que a Realidade Divina não faz parte do tempo. Só há uma forma real, Gilson, para a verdadeira aproximação da Verdade, e isso consiste no descarte da ilusão, da ilusão da mente egoica, da mente egocêntrica. Só há uma forma real, Gilson, para a verdadeira aproximação da Verdade, e isso consiste no descarte da ilusão, da ilusão da mente egoica, da mente egocêntrica. Quando temos [o descarte] a ilusão da mente, quando temos [o descarte] a ilusão do tempo, a ilusão do conhecido, a ilusão do pensamento com o seu conhecimento e experiências, temos a revelação d'Aquilo que aqui está presente. Então, Isso se mostra quando a mente egoica não está.

Você pergunta sobre o caminho. Não há caminho, mas há um trabalho, sim, para a constatação desta Realidade. Não é um trabalho que alguém faz com base em um esforço, mas é um trabalho que acontece com base na própria Presença desta Graça Divina, quando colocamos o olhar para as nossas reações, quando nos colocamos em uma disposição para observar, para ficar cientes de como a mente acontece, de como a mente funciona.

É o que estamos propondo aqui para você. A Presença da Ciência desta Real Consciência é a Realidade do seu Ser. É Algo que floresce quando há este olhar, este perceber, quando há este aprender sobre nós mesmos; é quando a Meditação está presente. Não é algo que você pratica, é Algo que se revela, é Algo que se mostra, é Algo que está presente aqui, quando há esta atenção.

GC: Gratidão, Mestre, já fechou o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você que está acompanhando o vídeo até o final e tem o desejo real de viver essas verdades, fica o convite para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros de final de semana que existem no formato on-line, no formato presencial e também retiros. Esses encontros são muito mais profundos do que esses vídeos aqui no YouTube. Primeiro, porque o Mestre responde ao vivo, diretamente, às nossas perguntas. E segundo, e mais impactante, é porque, pelo Mestre já viver nesse Estado Desperto de Consciência, ele compartilha ao seu redor uma Energia, um Estado de Presença. E, nesses encontros, a gente acaba entrando de carona nesse campo de Energia do Mestre.

E, pegando essa caroninha com o Mestre, de maneira natural e espontânea, entramos no estado meditativo, silenciamos nossas mentes e podemos ter uma visão do que está além da limitação do nosso conhecimento intelectual. Então, fica o convite: no primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Além disso, já dá um like no vídeo, se inscreve no canal e já deixa um comentário aqui, trazendo mais perguntas para a gente trazer para os próximos videocasts. E, mais uma vez, Mestre, gratidão pelo videocast.

Julho de 2025
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terça-feira, 4 de novembro de 2025

Como encontrar Deus? Meditação o que é? Aprender sobre Autoconhecimento. Autoconhecimento na prática

Quando você está com raiva, ou quando você está triste, angustiado, deprimido, preocupado, quais são suas reações? O que elas ali, naquele momento, representam? O que é ser alguém com raiva, preocupado, deprimido? Qual é a verdade deste alguém? Qual é a verdade sobre você naquele momento? É a visão direta - não teórica, não conceitual, não de mera descrição de palavras - sobre você naquele momento a compreensão, de uma forma prática, do Autoconhecimento.

Então, Autoconhecimento na prática é a presença do aprender sobre o Autoconhecimento. E você aprende sobre o Autoconhecimento quando aprende sobre si mesmo, sobre como você, psicologicamente, internamente, está funcionando. Ao mesmo tempo, esse contato é Meditação. É bem curiosa a procura das pessoas pela meditação. Elas imaginam a prática da meditação para elas.

Nós não compreendemos que a verdade para a resposta da pergunta "meditação, o que é" é que a Meditação é a Revelação da ciência do seu Ser. Aqui, o primeiro obstáculo ou a primeira dificuldade consiste exatamente na ilusão de que a Meditação é algo como uma prática que você faz, como um exercício que você realiza para este ou aquele propósito, inclusive o propósito de encontrar Deus - para os buscadores espirituais, a pergunta é: "Como encontrar Deus?"

Então, aqui o primeiro obstáculo ou dificuldade consiste exatamente na ilusão de uma separação entre aquele que pratica e a prática, entre esse que busca e aquilo que é buscado ou procurado. Esta separação, essa divisão é o primeiro obstáculo. E, na realidade, o primeiro obstáculo, entre diversos outros, a base de toda dificuldade da Verdade se revelando aqui e agora consiste precisamente nessa separação.

Não há uma clara visão da Verdade sobre a ciência deste ser - este ser psicofísico em sua expressão de fundo psicológico, de condicionamento mental, de condicionamento egoico - e a Realidade que está presente além deste ser psicofísico - que é esse corpo e essa mente -, que é a Verdade, a Realidade de algo que está presente aqui, além do corpo e da mente, que é a Realidade deste Ser Divino, desta Verdade de Deus.

Nós colocamos esta Verdade de Deus como algo "lá", em algum lugar. Você está aqui e esta Realidade Divina está "lá", em algum lugar esperando ser encontrada; encontrada por alguém que está aqui. A base é completamente ilusória, uma fantasia mental. O que nós não nos damos conta, aquilo do qual não tomamos ciência é que a mente presente, a mente em nós, essa mente que conhecemos, que tem a verdade dela no pensamento, nas ideias, em conceitos, imagens e crenças, está carregada de ilusão.

São inúmeras as ilusões presentes na mente, e a verdade deste olhar para aquilo que nós somos aqui, neste momento, apenas olhar, ficar ciente, conhecer a nós mesmos, é conhecer o mundo das ideias, das opiniões, das crenças, dos conceitos, das imagens, daquilo que se passa dentro de nós, superficialmente e também profundamente. Conhecer a nós mesmos é conhecer como estamos lidando com o outro nesta relação com ele ou ela, como estamos lidando com nós mesmos.

Conhecer a nós mesmos significa ficar ciente de como o pensamento em nós está criando imagens de situações, de pessoas, de como o pensamento em nós está prevendo o futuro e tentando fugir do desagradável passado que ele viveu. É o próprio pensamento no formato de uma pessoa, de uma ideia que ele construiu. Essa ideia é você. Essa pessoa é o "eu", é o "mim".

Quando nós temos o olhar direto para a visão prática, no viver, dentro das relações, no contato com o mundo a nossa volta, começa a ficar claro a condição em que nós nos posicionamos. Nos posicionamos como alguém presente: o alguém que gosta, o alguém que não gosta; este alguém que ama, este alguém que não ama, este alguém que odeia; este alguém que se afasta, este alguém que se aproxima. Este alguém é o modelo do pensamento, é a estrutura do pensamento em você.

A vida na pessoa, a vida da pessoa é a presença do pensamento. Será possível uma vida sem o pensamento? Todo o seu contato com o momento presente, repare, você não precisa do pensamento e, no entanto, o pensamento está presente.

Quando você se encontra com alguém, por que se encontrar com ele ou ela a partir de uma memória que você traz dele ou dela? Por que fazer isso? Por que fazemos isso? Fazemos isso porque o sentido do "eu", do ego em cada um de nós busca segurança nas relações. Mas só busca segurança porque o medo está presente. Se não houvesse medo, nenhuma ideia teríamos de qualquer necessidade de segurança para se relacionar.

Notem o truque, o velho modelo de continuidade, de movimento egocêntrico presente em cada um de nós, como esse "eu" busca a continuidade. Primeiro o pensamento construiu esse "eu"', essa imagem - a imagem que você tem sobre quem é você -, e depois esse "eu", que é o pensamento, colocou presente, dentro desta relação do momento, o passado, quando deseja que tudo esteja do jeito que ele quer, o que é basicamente medo, insegurança.

Nós não investigamos a natureza do pensamento, por isso nada sabemos sobre o "eu", sobre todo este jogo que ocorre na vida, na vida da pessoa, nessa "minha vida". Portanto, eu volto à pergunta: será possível a vida sem o pensamento e, portanto, sem essa insegurança, sem a presença do medo?

O sentido de pessoa em cada um de nós carrega apegos, o desejo de possuir, dominar, controlar o outro. E, repare, este é apenas um aspecto, ou dois ou três aspectos do "eu", do ego. Mas nós somos também invejosos, ambiciosos; há essa insegurança em suas diversas formas de expressão. Expressões estas que nós não temos a menor ciência de que estão presentes dentro dos nossos relacionamentos. Portanto, essa é a vida do pensamento.

Haverá uma vida livre do pensamento? Será que o pensamento pode cessar? Porque, eu volto dizer: não precisamos do pensamento. Aqui, para lidar com o outro, só precisamos de Inteligência, de Liberdade, de Compreensão, de Sabedoria. Então não haverá conflito, não haverá desordem, não haverá confusão, não haverá sofrimento.

A presença da dependência, da busca de aceitação, de apreciação, de reconhecimento dele ou dela, a condição interna do "eu", do ego, é de sustentação de separação, de isolacionismo. O fim para o pensamento, a cessação do pensamento é a cessação do medo. Olhe para si mesmo, olhe para o mundo. O medo é algo que está presente desde os primeiros dias que nos damos conta de nós mesmos, que temos ciência desta pessoa.

A ciência desta pessoa é autoconsciência. Desde que tomamos ciência desse "mim", nesta autoconsciência, a partir daquele momento começamos a tomar ciência dessa autoimagem, desse personagem, dessa ideia construída pelo pensamento. E assim levamos, durante toda a vida, essa autoimagem no medo, na contradição entre o prazer e dor - busca pelo prazer a partir dos desejos, a busca pelo prazer na fuga da dor, que é a presença do medo.

Este encontro com a Vida, neste momento, é o encontro com a Vida sem o pensamento, sem o passado, quando o "eu" não está, quando o ego não está mais presente. Será possível uma vida livre do ego, livre do "eu", livre do padrão do pensamento? Sem esta imagem? Uma imagem que estamos sustentando já há trinta, quarenta, cinquenta, setenta anos. Podemos nos livrar dessa autoimagem para não mais dependermos psicologicamente dessa necessidade de possuir, dominar, controlar?

Uma vida livre do medo é uma vida livre do sofrimento. Então se revela Algo novo. Quando a pergunta é "como encontrar Deus", aqui está a resposta: Ele não é algo que está "lá". É a Verdade presente aqui, quando o pensador não está, quando o experimentador não está mais presente, quando essa autoimagem já não está assumindo mais este papel, esta figura.

Tudo o que de fato precisamos para esta ciência da Verdade sobre Deus, para esta constatação, neste encontro com a Realidade Divina aqui e agora, é a presença da Meditação. Portanto, o que é Meditação? Qual é a Verdade da Meditação? É o olhar para este momento sem as conclusões, escolhas, rejeições, condenações; sem a ideia que o pensamento constrói quando estamos em contato com o outro, com a vida ou com as situações neste momento presente.

Assim, quando trazemos Atenção, o olhar para o que quer que esteja surgindo aqui, nesta Atenção, neste olhar, nesta percepção, anulamos o passado, anulamos o pensamento, então a mente se aquieta. Você não vai realizar algo com uma prática chamada meditação. A Meditação está aqui, de uma forma vivencial, de uma forma prática, quando o olhar para o momento presente é sem a imagem que o pensamento está construindo sobre o que está aqui.

Quando não temos a presença do pensamento, em razão desta Atenção, deste olhar, deste perceber, eliminamos essa separação entre aquilo que aqui está se mostrando e alguém olhando para isto, gostando ou não gostando, querendo mais ou querendo menos, carregando essa insegurança, essa ânsia de controlar, de dominar, de possuir.

Portanto, estamos aqui, juntos, tomando ciência da Verdade sobre nós mesmos, quando descartamos a ilusão desse "mim". O encontro com o Divino, o encontro com a Verdade é a constatação da Verdade aqui e agora. A não ser que tenhamos o encontro com a Realidade Divina neste momento, neste contato com a vida como ela acontece, tudo o mais a respeito de um futuro encontro, de uma futura realização divina é pura imaginação.

Quando você se assenta para meditar e espera por alguns minutos para a mente se aquietar e alcança, através de uma prática ou técnica, um silenciamento da mente, quando aquela meditação termina, aquela prática termina, a mente se agita novamente. Aqui estamos lhe convidando para trazer Atenção para este momento, para as suas reações, para um encontro direto com a ciência do Autoconhecimento. Então se revela um natural silêncio na mente e a Meditação ocorre de uma forma natural.

O encontro com a Meditação é agora, aqui, momento a momento. Não é algo para algum momento especial, para algum momento particular do dia; é o encontro com o instante, com o momento presente, sem o passado. Então nós eliminamos o tempo, eliminamos a prática, eliminamos a técnica. Estamos em um contato direto com a verdade daquilo que aqui está, olhando para aquilo que está presente, descobrindo o que é olhar sem esse fundo, sem esse passado, sem essa memória da autoimagem.

Nós estamos juntos trabalhando isso aqui com você. Quero deixar um convite aqui para você participar dos encontros online que temos nos finais de semana - são dois dias: sábado e domingo. Além desses encontros, temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido pra você, já fica aqui o convite.

Julho de 2025
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