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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Joel Goldsmith | A União Consciente com Deus | A Verdadeira Consciência | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast, novamente o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Hoje, eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado: "A União Consciente com Deus". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "A verdade é que o poder está no reconhecimento da Presença de Deus, e não em palavras ou pensamentos". Sobre esse assunto, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o que é a Verdadeira Consciência?

MG: Gilson, aqui, quando você pergunta o que é a Real Consciência, primeiro, antes de tudo, nós temos que compreender o que é consciência; o que sabemos sobre consciência. Então, aqui, a primeira coisa é: o que é consciência? Então, vamos lá. quando é que você está consciente para dizer: "Eu tenho consciência."? Não é quando você tem a lembrança de algo? A lembrança, em você, não é a presença do pensamento: o pensamento se autorreconhecendo?

Quando nós temos o pensamento que se autorreconhece, esse autoconhecimento do pensamento é aquilo que nós chamamos de consciência. Quando você tem uma lembrança, você diz: "Estou consciente disso." Quando você tem uma recordação, você diz: "Sim, eu tenho consciência, eu me lembro". Portanto, o que é este "eu", esta lembrança? Não é ela a presença do próprio pensamento? Quando não temos a presença do pensamento, nós temos algum reconhecimento? Quando não temos a presença da lembrança, nós temos algum "eu" se lembrando? Portanto, o que nós chamamos de consciência é a autoconsciência. E a autoconsciência é apenas a consciência do "eu", e a consciência do "eu" é o pensamento ciente de si mesmo naquela lembrança.

Portanto, a grande verdade sobre a consciência é que nós estamos diante de um processo em que não temos ciência do que, de fato, está acontecendo. Nós passamos boa parte do dia, por exemplo, tendo lembranças, mas dificilmente você se torna ciente de que está tendo lembranças - você apenas tem lembranças. Ou seja, o pensamento está constantemente aparecendo, mas sem qualquer ciência de sua aparição. Portanto, o que nós chamamos de consciência é inconsciência.

Quando você está com raiva de alguém - vamos para um exemplo -, a sua consciência é a imagem daquela pessoa que lhe aborreceu, que lhe fez raiva. Mas essa pessoa é apenas um pensamento presente, e é o pensamento em você, a imagem que você tem sobre quem você é, que está com raiva. Isso é algo que se processa de uma forma inconsciente. Você não traz ciência para o estado; você não fica ciente do estado em que a mente se encontra. Estar ciente do estado em que a mente se encontra é estar naturalmente livre da identificação com o estado. Isso não acontece! Você está inteiramente identificado com o estado de raiva. A condição do "eu", a condição da mente, é de raiva.

Nós não temos ciência do estado em que nos encontramos. Não temos ciência porque não temos a verdadeira Consciência daquilo que nós somos, aqui e agora. Você pergunta: "O que é a Real Consciência?" É a plena ciência da mente: inquieta, tagarela, repetitiva, vivendo em estados de aflição, de conflito, de sofrimento... mas, quando a Real Consciência está presente, a mente não está mais, porque a identificação com o estado se dissolve.

Esta é a Beleza da Liberação nesta vida: assumir a Verdade de Algo presente, além do "eu", além da autoconsciência, além desta consciência egoica, que é inconsciente, que carrega um movimento mecânico. O nosso trabalho aqui consiste em tomarmos ciência daquilo que aqui está presente. Assim, quando tocamos na expressão "Real Consciência", não estamos falando de uma consciência como conhecemos, de uma consciência de alguém, para alguém. Estamos falando de uma Realidade presente, além da mente que conhecemos, além da consciência que conhecemos, além da inconsciência da qual nós não nos damos conta. O encontro da Verdade sobre Você é a Ciência de que não existe este "você" que você reconhece agora com base no pensamento, porque é o que nós temos.

A pessoa que você conhece é a pessoa que o pensamento reconhece, que está presente. O seu nome, a sua história, suas lembranças de prazer e dor, de problemas e de momentos de alegria. a sua lembrança, a recordação de tudo o que você conhece, das pessoas que você conhece. tudo isso faz parte da pessoa sobre você, da pessoa que o pensamento diz ser você. Essa é a consciência que você tem de si mesmo - ou seja: uma memória, uma lembrança. Na verdade, um conjunto de lembranças, um conjunto de memórias. É a presença da pessoa, é a consciência do "eu".

A constatação da Verdade sobre você é a Revelação de uma Realidade presente além deste "você", desta pessoa, desta consciência. A forma como estamos constantemente no interagir com a vida, na interação com o mundo, na relação com nós mesmos e com o outro, está dentro do quadro desta autoconsciência, que é a consciência egoica, que é a consciência do "eu". Quando investigamos isso, quando aprendemos sobre nós mesmos, descobrimos algo além desta interna condição psíquica, desta consciência egoica. Descobrimos a presença de algo além da mente, além do tempo, além dessa noção que temos também de espaço. Então, se revela a Realidade presente, indescritível.

Esta Realidade é a Real Consciência. Não é alguém tendo consciência, não é a consciência individual. Não existe tal coisa como uma consciência individual na mente. Na mente, o que temos é a presença de uma consciência egoica. Uma consciência construída por um conteúdo de memória. Não é uma entidade real presente, é um movimento de pensamento inconsciente, acontecendo. Portanto, não se trata de uma consciência individual. Nós estamos diante de uma ilusão: a ilusão do "eu", a ilusão do ego. Estamos diante da ilusão da autoconsciência, e isso termina nesta Realização, nesta Real Visão Divina, nesta Real Visão da Verdade.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui, no canal. A Sofia faz a seguinte pergunta: "Mestre, minha mente é muito barulhenta e muitas vezes sinto que vivo no piloto automático. Como posso começar a cultivar essa Consciência verdadeira no meio da correria do dia a dia?"

MG: Repare a sua pergunta: você fala em cultivar esta Consciência Real. Todo movimento será sempre um movimento a partir de um impulso, de um desejo, de uma intenção, de uma vontade. Essa vontade, impulso, intenção, é inconsciente, é algo automático, porque é algo que nasce do próprio centro, deste centro ilusório, deste centro que é a memória, que é o próprio movimento do pensamento, que se movimenta a partir da inconsciência. Então, você não pode cultivar Real Consciência, porque você, no movimento, é a inconsciência.

No momento em que ficar claro que todo o movimento seu é o movimento da inconsciência. Uma vez que isso fique claro, há uma desistência para a continuidade do movimento; não há o que fazer. É aqui que já nos deparamos com o trabalho do Despertar da Verdade. Isso requer estar quieto, para ficar ciente do próprio movimento do pensamento. E, quando você fica quieto e a reação surge - seja um pensamento, um sentimento, uma emoção, uma sensação -, como você está quieto, esta reação não encontra o impulso, não encontra a vontade. Isso requer a presença de uma atenção sobre as reações. Assim, eliminamos este "você", este impulso, eliminamos esse automatismo.

Portanto, aprender sobre nós mesmos é ficar ciente das nossas reações. Quando você fica ciente de suas reações, está em um aprender sobre si mesmo. Você não está aprendendo como você funciona. Você está em um aprender, aqui e agora, como a mente se move de uma forma inconsciente, como ela se repete, como ela acontece. Então, neste aprender, este sentido do "eu", esse "você", perde relevância. Fica um direto constatar do próprio pensamento, ou sentimento, ou gestos, ou a forma de falar, ou a forma de sentir, mas o sentido do ego, que é a consciência egoica, que é o movimento inconsciente do pensamento, perde relevância. Não sei se está claro isso aqui para você.

Você não pode cultivar a Consciência Real, mas pode se tornar ciente da inconsciência, do modelo de consciência egoica. E é só o que se precisa fazer. Aqui, o fazer é silenciar, é ficar quieto, é observar, é o perceber. Portanto, a presença do Autoconhecimento é a presença da Meditação. Se tornar ciente do movimento do "eu" é o fim para o movimento do ego, é o fim para o movimento da pessoa, é o fim para o movimento do pensamento. É isso que traz o Despertar da Consciência. Não é a consciência do "eu", é a Real Consciência aflorando, florescendo, assumindo o espaço, porque agora há um espaço novo, um espaço que se abre em razão do Silêncio, porque a mente se tornou ciente do seu próprio movimento. Então, ela se aquieta, ela silencia e o espaço se abre; e, com o surgimento do espaço, temos a presença da Meditação.

A presença da Meditação é a Presença desta Real Consciência. Não se trata de algo que você cultiva, se trata de uma realidade se mostrando quando você, o "eu", a pessoa, perde relevância; quando o sentido de um pensador, de um experimentador, de alguém que olha a partir do passado, sente a partir do passado, já não está mais presente. Quanto à questão do fazer isso dia a dia - quando você usa a expressão "cultivar a consciência" -, aqui, tudo que se faz necessário é a presença deste momento. Este é o momento para trazer atenção sobre estas reações. Portanto, a cada momento você tem a oportunidade de ficar ciente de si mesmo, de si mesma, de perceber o movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, da sugestão do pensamento, da sugestão da emoção ou da sensação. É apenas ficar ciente! Não é fazer algo com isso; é apenas estar ciente das reações. Este é o trabalho! Portanto, temos aqui a Presença do Autoconhecimento. E temos aqui a Ciência da Meditação.

GC: Mestre, nós temos outra pergunta de outro inscrito aqui no canal. Ele faz a seguinte pergunta: "Mestre, a Meditação é o caminho para alcançar Deus?"

MG: Gilson, a prática da meditação, como alguns entendem, não é o caminho para Deus - porque foi essa a sua pergunta. Você perguntou se a meditação é o caminho. Alguns entendem a meditação como uma prática, uma prática como sendo o caminho. A Realidade Divina é a Verdade presente. Não há qualquer caminho para esta Realidade Presente, a não ser a própria ciência do momento presente! Nós não temos a ciência do momento presente. Então, o que a mente fez? A mente criou um caminho, um caminho pela meditação, pela oração, pela prece, pela leitura de livros, por práticas e disciplinas espirituais impostas por leituras de livros sagrados e por práticas doutrinárias religiosas.

Assim, o pensamento construiu um caminho. Aqui, a realidade do momento presente, a ciência deste instante, é aquilo que revela a Verdade de Deus. Há uma Realidade Presente além da mente, além do pensamento, além das crenças. além de tudo aquilo que os livros nos falam, as palavras nos dizem, os pensamentos retratam. É a Presença d'Aquilo que é indescritível, que está além do conhecido. E, naturalmente, é algo que se revela quando o conhecido não está mais presente: as crenças, os pensamentos, os ensinamentos. quando tudo isso desaparece. Inclusive as práticas místicas, esotéricas, espiritualistas. Porque estamos diante de Algo que é a Única Realidade e, no entanto, o que o pensamento construiu, construiu com base no que ele conhece, no que ele reconhece, no que ele tem experimentado.

Mas todo pensamento presente, com seu conhecimento e experiências, é algo que está dentro do tempo, porque é algo que surgiu no tempo. Se surgiu no tempo, está dentro do tempo, enquanto que a Realidade Divina não faz parte do tempo. Só há uma forma real, Gilson, para a verdadeira aproximação da Verdade, e isso consiste no descarte da ilusão, da ilusão da mente egoica, da mente egocêntrica. Só há uma forma real, Gilson, para a verdadeira aproximação da Verdade, e isso consiste no descarte da ilusão, da ilusão da mente egoica, da mente egocêntrica. Quando temos [o descarte] a ilusão da mente, quando temos [o descarte] a ilusão do tempo, a ilusão do conhecido, a ilusão do pensamento com o seu conhecimento e experiências, temos a revelação d'Aquilo que aqui está presente. Então, Isso se mostra quando a mente egoica não está.

Você pergunta sobre o caminho. Não há caminho, mas há um trabalho, sim, para a constatação desta Realidade. Não é um trabalho que alguém faz com base em um esforço, mas é um trabalho que acontece com base na própria Presença desta Graça Divina, quando colocamos o olhar para as nossas reações, quando nos colocamos em uma disposição para observar, para ficar cientes de como a mente acontece, de como a mente funciona.

É o que estamos propondo aqui para você. A Presença da Ciência desta Real Consciência é a Realidade do seu Ser. É Algo que floresce quando há este olhar, este perceber, quando há este aprender sobre nós mesmos; é quando a Meditação está presente. Não é algo que você pratica, é Algo que se revela, é Algo que se mostra, é Algo que está presente aqui, quando há esta atenção.

GC: Gratidão, Mestre, já fechou o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você que está acompanhando o vídeo até o final e tem o desejo real de viver essas verdades, fica o convite para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros de final de semana que existem no formato on-line, no formato presencial e também retiros. Esses encontros são muito mais profundos do que esses vídeos aqui no YouTube. Primeiro, porque o Mestre responde ao vivo, diretamente, às nossas perguntas. E segundo, e mais impactante, é porque, pelo Mestre já viver nesse Estado Desperto de Consciência, ele compartilha ao seu redor uma Energia, um Estado de Presença. E, nesses encontros, a gente acaba entrando de carona nesse campo de Energia do Mestre.

E, pegando essa caroninha com o Mestre, de maneira natural e espontânea, entramos no estado meditativo, silenciamos nossas mentes e podemos ter uma visão do que está além da limitação do nosso conhecimento intelectual. Então, fica o convite: no primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Além disso, já dá um like no vídeo, se inscreve no canal e já deixa um comentário aqui, trazendo mais perguntas para a gente trazer para os próximos videocasts. E, mais uma vez, Mestre, gratidão pelo videocast.

Julho de 2025
Gravatá-PE
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