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terça-feira, 23 de setembro de 2025

Você e a autoimagem. O fim da autoimagem. O que é o pensamento? O que é o pensar? Filosofia advaita.

Aquilo que é conhecido por divisão, separação ou dualidade, e que aqui nós tratamos com você, lhe mostrando a beleza, a importância do fim desta condição, o fim dessa condição é aquilo que é conhecido por Advaita.

Aqui nós trabalhamos com você como ter uma direta aproximação disso, mas não de um ponto de vista filosófico ou teórico, conceitual. Portanto, não se trata da filosofia Advaita, aqui trata-se de um olhar direto para esse momento, livre desse elemento que sustenta essa dualidade, que sustenta essa separação e, portanto, sustenta toda forma de conflito, contradição, desordem e sofrimento na vida.

Aqui, a expressão "vida" também é para ser compreendida. Nós temos a Vida como ela de fato acontece, mas nós colocamos sobre a Vida como ela acontece uma ideia, uma sobreposição a essa Vida, a essa Realidade, que é a Vida, a essa Verdade, que é a Vida: é a particular vida da autoimagem. Você construiu sobre você essa imagem, portanto, você é a autoimagem.

O que é essa autoimagem? É o pensamento que você tem sobre quem você é. Qualquer descrição que você tenha sobre você, que você possa me fazer, que você possa me dar sobre você, que você possa me entregar sobre você, essa descrição será uma descrição com base em pensamentos.

No colégio, a professora pede para o aluno: "Descreva sua família; coloque nessa descrição algo sobre você". O que quer que estejamos colocando dentro de uma descrição sobre nós mesmos, assim como sobre a nossa família, será uma descrição de ideias.

É com base em pensamentos, imagens, símbolos, representações mentais, nesse formato de palavras, que ocorrem nossas descrições. Você tem de si mesmo uma representação mental, um conjunto de símbolos, de imagens, de palavras sobre quem é você e sobre o mundo à sua volta, sobre aqueles que estão à sua volta, os mais próximos e os mais distantes.

Tudo o que fazemos a partir da mente é olhar para o mundo dentro da ótica que o pensamento nos dá, dentro da visão que o pensamento avalia, traduz, representa e faz essa leitura. Essa é a visão do mundo que temos, essa é a visão sobre nós mesmos.

Como pessoas, a nossa relação uns com os outros são relações nesse formato. Você não tem a verdade sobre você; a verdade sobre você, que você tem, é a verdade que você é, que o pensamento diz que você é - essa é a verdade sobre você. A construção que o pensamento estruturou aí, abalizou aí, firmou aí, essa é a visão sobre si mesmo, essa é a visão sobre o outro, essa é a visão sobre o mundo.

Qual será a Realidade sobre você? Já que você sabe a verdade sobre você, haverá uma Realidade sobre você, algo além dessa verdade? Se aproximar desse momento requer um exame, uma averiguação, uma investigação do que esse momento aqui representa, e nós somos incapazes disso, somos incapazes de realizar isso; somos incapazes de ter a real ciência disso a partir da visão que temos, porque é a visão que o pensamento tem sobre a vida.

Portanto, nós temos que examinar aqui a questão do pensamento, já que o pensamento é o elemento principal em nossa vida psíquica, e a base da vida como nós conhecemos nas relações - porque a vida consiste em relações acontecendo - é psíquica. Nossas relações são relações no pensamento, a partir do pensamento.

As palavras que você conhece, os nomes que você tem guardado dentro de você sobre as pessoas, sobre os objetos, toda a experiência com esses objetos, também com essas pessoas, com os acontecimentos pelos quais você vem passando desde a infância, tudo isso está dentro de você, nessa base psicológica, nesse modelo de mente pessoal. Essa é a nossa relação com o momento presente, mas essa relação é equivocada, porque é uma relação que se assenta em memórias, em lembranças, em recordações; é uma relação que se assenta em pensamentos.

A vida é algo que está acontecendo aqui e agora, nesse instante. Para efeitos práticos, neste sonho que chamamos de vida, o pensamento se mostra necessário. O meu contato com você é a partir da lembrança que tenho sobre quem você é; então, eu tenho o seu nome, tenho o seu rosto e também tenho ideias sobre você.

Mas aqui a Verdade foi falseada, nós temos a presença da verdade do pensamento dentro dessa relação, mas não temos a Realidade da vida, porque a ideia que tenho sobre você é algo que vem do passado, a que você tem sobre mim é algo que vem do passado, enquanto que a vida é algo que está acontecendo aqui e agora, nesse momento, como nunca aconteceu.

Nós achamos que estamos nos encontrando com as mesmas pessoas que reconhecemos. Na verdade, estamos sempre entrando em contato a partir de lembranças dele ou dela e, neste contato, nessa relação, falseando a verdade da relação, porque o nosso encontro é com o passado. A pessoa que você encontra não é mais a mesma; você tem o nome dela, o rosto dela, psicologicamente ela é outra pessoa, e você é outro também.

Nós estamos constantemente mudando de estados internos em razão de respostas e reações dadas ao momento presente, mas essas reações vêm do passado, elas são sempre inadequadas, elas nunca correspondem à Realidade da Vida como ela acontece.

Portanto, nossas relações são relações conflituosas, problemáticas, desordeiras, confusas e carregadas de problemas, porque o nosso contato com o momento presente é equivocado, porque, como pessoas, nessa complexidade psicológica que é essa autoimagem, nós somos incapazes de lidar com o momento presente, somos incapazes de lidar com a vida, somos incapazes de ter uma relação com esse instante.

O que nós temos feito são ajustamentos; mas ajustamentos dentro dessa confusão, dentro dessa desordem, dentro desse equívoco. Você não conhece o seu marido, você não conhece a sua esposa; ela também não te conhece, ele também não te conhece. Nós acreditamos que conhecemos as pessoas; nós desconhecemos quem somos, como podemos conhecer as pessoas?

Aqui, o nosso trabalho consiste em irmos além dessa pessoa, portanto, irmos além dessa autoimagem, o que representa ir além do pensamento. A não ser que nós tenhamos o fim para essa psicológica condição, jamais teremos um contato com a Vida Real, com ele ou ela, com as situações, com os acontecimentos ou com nós mesmos.

Desconhecemos a verdade sobre quem somos, sobre quem o outro é, sobre as situações como elas acontecem e sobre a vida como ela surge, aqui e agora, momento a momento. Isso porque estamos sempre trazendo do passado essas memórias, essas lembranças, essas recordações, esses pensamentos.

Falar um idioma requer um conhecimento aprendido, então é natural que esta informação esteja presente em você, esteja vindo do passado, esteja surgindo do passado. É com base na memória, na lembrança, no conhecimento adquirido que a eficiência de falar um idioma acontece. Trabalhar em uma profissão requer conhecimento aprendido; novos conhecimentos vão sendo adquiridos e também acumulados.

Então, em um certo nível, o pensamento, que é passado, que é memória, que é conhecimento, algo que se aprende, é funcional, é necessário, é prático, nós precisamos do pensamento. Mas do ponto de vista da visão da Vida, da totalidade da Vida, não precisamos do pensamento.

Apenas tecnicamente, cientificamente, mecanicamente, tecnologicamente nós precisamos do pensamento, para conhecimento e experiência profissional, por exemplo. Mas lidar com as pessoas, lidar comigo mesmo, lidar com situações surgindo, com a vida como ela acontece, não precisamos do pensamento. E é exatamente porque o pensamento está presente nesse contexto que os problemas estão presentes em nossas vidas.

Essa vida particular da pessoa, desse "mim", desse "eu", desse ego, é ansiosa, deprimida, carregada de angústia, dor da solidão, insegurança, apegos, medos, ciúme. São inumeráveis as formas de conflitos, desordem, sofrimento, e tudo isso está presente porque não sabemos o que é o pensamento.

O pensamento está assumindo esse espaço, que não é o espaço real dele. O pensamento é esse elemento presente que vem do passado, que está a todo momento ocupando nossos cérebros, nossas mentes. Não há espaço, não há silêncio, não há quietude interna para lidar com o momento presente, porque o nosso olhar é o olhar que vem do passado. Temos uma mente inquieta, um cérebro tagarela, um movimento interno de pensamentos descontrolados.

Nada sabemos sobre o pensamento. Portanto, o que é o pensamento? Essa é a condição da desordem da qual precisamos nos livrar. Não sabemos também o que é o pensar. Acreditamos que estamos pensando; na realidade, os pensamentos estão no controle, nesse controle desordeiro, confuso, caótico das nossas relações. Então, precisamos investigar essa questão do pensamento.

A beleza desse encontro com a vida nesse instante, livre do pensamento, é a presença do pensar. Nós desconhecemos a beleza do pensar, do que é o pensar, porque a ilusão presente em nós é a presença de um pensador por detrás dos pensamentos, de alguém no sentir por detrás dos sentimentos, de alguém na emoção por detrás das emoções, alguém sendo experimentador por detrás das experiências. Isso é algo completamente ilusório.

A Vida como ela acontece é só o que acontece. Não existe tal coisa como esse pensador, como esse experimentador ou como esse que sente. É aqui que encontramos o "x" da questão, uma questão que não foi resolvida, que é a questão desse "mim", desse "eu", desse ego. Por isso nós precisamos descobrir o fim da autoimagem, o fim dessa imagem, dessa autoimagem, desse elemento que o pensamento construiu, dessa identidade que o pensamento construiu, dessa ilusória pessoa que acreditamos ser.

Portanto, uma real aproximação da vida é o fim dessa dualidade. A dualidade consiste nessa separação ilusória entre esse pensador e os seus pensamentos, entre esse, que é o experimentador, e as suas experiências, entre esse "eu" e o "não eu". Quando nós temos o fim da dualidade, nós temos uma visão clara da Advaita, da não separação. Então se revela a Realidade Divina, a Realidade de Deus.

A palavra "Advaita" significa "o Primeiro sem o segundo". Essa é a Realidade deste Ser, esta é a Verdade sobre Você quando o "eu" não está, quando esse você, que é a autoimagem, não está, quando essa ilusão dessa pessoa não está; esse é o encontro com a Realidade Divina. Esse encontro não é alguém tendo um encontro, é a Verdade se revelando, é a Verdade Divina se mostrando. Isso é o fim da dualidade.

Quando Isso está presente, há um modo de se aproximar da vida nesse instante, em um contato direto com o momento presente, onde há esse sentir, essa verdade do pensar e do agir; essa ação livre do "eu", desse pensar livre do pensamento, este sentir livre desse "eu" no sentir, desse "mim" no sentir.

Aqui, juntos, estamos com você aprofundando isso, tomando ciência desta Realidade, que é a Realidade da Vida, livre do "eu", livre do ego. Então está presente o Amor, a Felicidade, a Liberdade, a Ciência de Deus, a Ciência da Vida.

Então, nós temos encontros online aqui, nos finais de semana, onde estamos, com você, investigando esses assuntos. Eu quero deixar aqui esse convite para você participar desses encontros. Fora esses encontros, nós temos encontros presenciais e, também, retiros.

Junho de 2025
Gravatá-PE
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