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terça-feira, 30 de setembro de 2025

Você e a autoimagem. O fim da autoimagem. O que é o pensamento? O que é o pensar? Ego advaita.

Aqui me parece que é de fundamental importância, nestes encontros, trabalharmos juntos essa relação entre esse sentido do "eu", que é o ego, e a não-dualidade, que é a Advaita. A expressão "Advaita" significa "o Primeiro sem o segundo" e esse sentido do "eu" é a presença dessa egoidentidade.

Uma compreensão real a respeito daquilo que está intimamente ligado à presença desse sentido de separação em nós, que é a presença dessa mente egoica, uma visão direta a respeito disso representa o fim do elemento principal dessa egoidentidade, que é a presença da autoimagem.

Assim, essa estreita relação entre você, como pessoa, e a autoimagem é algo muito claro. Olhar com clareza isso, tomar ciência plena disso, é abrir esta porta para o fim dessa autoimagem. É o que estaremos abordando aqui com você nesta fala.

Antes de tudo, é fundamental isso: tomar ciência de como nós estamos funcionando internamente, psicologicamente. A resposta que você tem para o momento presente, para este instante, para este momento, qual é a relação e como ela acontece entre você e a experiência desse momento.

Toda experiência que temos são experiências que só são experiências porque são reconhecidas. Quando nós temos o reconhecimento do momento, nós temos o reconhecimento do momento em razão da presença da memória. Assim, a memória é o elemento principal do reconhecimento, e a presença da memória é a presença do pensamento.

Então, nós precisamos compreender, antes de tudo, o que é o pensamento, já que o pensamento se mostra como o elemento principal nesse contexto das relações. Aqui, juntos, nós estamos estudando como a mente acontece, como a mente funciona. A verdade sobre a mente, a visão direta dessa mecânica, que é a mecânica do pensar, é isso que nos revela aquilo que está além da mente, além do "eu", além dessa autoimagem.

Se, por exemplo, você tem um problema de hidráulica e você conhece hidráulica, ou se você tem um problema elétrico e você conhece eletricidade, sabe como lidar com esse aspecto técnico, que são esses mecanismos elétricos, esse seu contato com esta situação não é, de fato, algo insolúvel. Há uma resposta para esta dada situação, para esse problema.

Então, se você conhece eletricidade, você sabe encontrar a pane, o problema. Se você conhece hidráulica, você sabe encontrar um problema nas tubulações, no encanamento, porque esse é o seu conhecimento técnico. Portanto, lidar com a mente é algo semelhante.

A forma como a mente em nós funciona é de uma forma problemática, psicologicamente e internamente, dentro de nós mesmos. Toda essa mecânica de funcionamento cerebral, no que diz respeito ao movimento do pensamento, nós não temos a perícia, não temos a técnica, não temos a visão de como isso acontece, de como isso se processa.

Quando você está ansioso, com medo, com raiva ou triste, deprimido, esse estado interno psicológico, a mente como ela está acontecendo nesse instante, está em pane; e nós não sabemos lidar com isso, porque nós não temos a visão completa dessa mecânica, de como o pensamento acontece com as suas imagens, seus símbolos, suas representações mentais.

Toda a nossa ênfase aqui consiste nesse estudo de nós mesmos, nesse aprender sobre nós mesmos. Essa autodescoberta lhe dá a visão clara de uma mente livre de conflitos, de desordem, de confusão, de problemas. Nós não temos isso, porque nós não nos colocamos para essa investigação, como agora, aqui, estamos propondo: compreender que a "pessoa", esse "mim", esse "eu", é uma representação mental sobre quem é você, dentro do cérebro.

Seu cérebro funciona assim, ele é parte dessa mente, assim como esse intelecto é parte dessa mecânica cerebral, e nós estamos, psicologicamente, funcionando dessa forma. Nós temos uma imagem construída, estabelecida em nós pelas lembranças do passado, pelas experiências pelas quais passamos. Estas recordações deram formação a essa estrutura psicológica, deram formação a essa autoimagem, e é assim que você se mostra na vida.

Portanto, você e a autoimagem não se separam. Essa autoimagem está funcionando em desordem - é bem simples essa constatação. Quando você é elogiado, você fica feliz, mas quando você é criticado, você fica triste. Quando você é desafiado, você se vê irritado, ou possuído de uma motivação, possuído de um ânimo para responder aquele desafio, para provar a si mesmo que você é especial, que você é melhor, que você é capaz.

Nós não percebemos com clareza, mas a forma como nós temos funcionado, como estamos funcionando, a partir do esforço de controlar, nesse desejo de ser melhor, nesse desejo de se livrar do pior, tudo isso é parte de estados internos, dentro de nós, conflituosos - a base, a origem verdadeira de todos os problemas dentro dessa egoidentidade.

Essa condição psicológica de dependência a elogios e a críticas, de dependência a desafios para tomar ações a partir do esforço, na tentativa de provar para si mesmo alguma coisa, tudo isso representa estados internos conflituosos, aflitivos, de sofrimento. Isso está dentro desse aspecto do ego, isso está presente como parte desse sentido de separação da própria vida.

Portanto, não existe Liberdade, não existe Paz, não há esse espaço de Silêncio, de serenidade, de compreensão da vida. Nada sabemos sobre a Real Felicidade, que é a Bem-Aventurança. Nós temos momentos felizes; a maioria das pessoas consideram esses momentos felizes como sendo a felicidade. Elas chegam a dizer: "Não existe felicidade, existem momentos felizes". Sim, elas estão certíssimas, porque essa é a experiência delas. Mas essa não é a Verdade, quando ela está presente aqui.

Quando há uma real visão da Felicidade, a presença da Felicidade é Bem-Aventurança. Não é algo para o ego, para a "pessoa", para o "eu", como nós acreditamos, assim como a presença do Amor e da Liberdade. Só há Liberdade quando temos um espaço livre do centro.

Quando você olha para um objeto, em torno daquele objeto há um espaço; o objeto está exatamente no centro de qualquer espaço. Ao ver o objeto, há um espaço em volta do objeto. O objeto é visível, o espaço é invisível, mas ele está ali. O único espaço que nós conhecemos na vida é o espaço a partir de um centro; esse centro é o "eu", esse centro é o ego.

Semelhante a um objeto que tem espaço ao redor de si mesmo, esse sentido do ego tem um espaço. Toda atuação do ego, desse "mim", dessa autoimagem, é a atuação dentro desse espaço; e esse espaço é limitado, sempre é limitado. Esta é a ausência da Liberdade da qual estamos falando.

A Liberdade é a possibilidade de movimentação. Por que é tão preciosa a Liberdade? Porque sem a Liberdade há uma restrição, há uma limitação, há um cerceamento da liberdade. Esse cerceamento é a não condição de movimentação. Quando você não pode se movimentar, você está preso; esta prisão é a ausência da Liberdade.

Nós precisamos, na vida, da Liberdade. O sentido do "eu", do ego, está prisioneiro dentro do seu próprio espaço - esta é a condição da autoimagem. Toda a infelicidade no ser humano é em razão da ausência da Liberdade. Portanto, aqui quando usamos a expressão "Liberdade", estamos falando da Liberdade Real, desta Liberdade que está presente quando não existe mais esse centro, que é o "eu", que é o ego.

Então há um espaço presente; é nesse espaço que está presente a Felicidade, é nele que está presente o Amor. Mas, observe: assim como a Liberdade não é para alguém, a Real Liberdade é exatamente quando esse alguém não está, quando esse ego não está.

Semelhantemente é a presença do Amor. O Amor é aquilo que está presente quando não há mais esse sentido do "eu". A Felicidade é aquilo que está presente quando não existe mais esse "eu". Não é a Felicidade para alguém, não é o Amor para alguém, não é a Liberdade para alguém. A Liberdade é a Natureza de Deus, assim como o Amor e a Felicidade, a Realidade d'Aquilo que essencialmente é Você quando não há mais essa autoimagem.

Portanto, não se trata desse você como você se vê, trata-se desse Você desconhecido, indescritível, como é o Amor, como é a Felicidade, como é a própria Liberdade. É isso que nós estamos aqui lhe propondo neste momento: ter, da vida, uma aproximação livre da autoimagem; quando temos o fim da autoimagem, porque há uma compreensão da verdade sobre o pensamento.

Temos que nos libertar do pensamento, e nós nos libertamos do pensamento quando compreendemos a verdade sobre o pensar. Não sabemos o que é o pensar. Nós estamos nos confundindo com o modelo do pensamento, e esse modelo do pensamento que nós conhecemos é o pensamento psicológico, é o pensamento que está dando constituição, abalizamento, estrutura para esse "eu", para esse ego.

Precisamos descobrir o que é o pensar. O pensar é aquilo que está presente - assim como o sentir e o agir - quando o "eu" não está. Nós não aprendemos a pensar. Nos deram o que pensar, nos deram os motivos e as razões sobre o que pensar.

Há por detrás dessas razões e motivos o elemento do "eu", carregado de desejos e medos. Isso é parte da vontade, do querer, do próprio ego. Essa não é a verdade sobre o que é o pensar. Essa é a visão particular de uma mente condicionada, que lhe foi ensinada sobre o que pensar.

A nossa psicológica condição é de ter pensamentos de fundo de condicionamento, com base em condicionamentos psicológicos, religiosos, filosóficos, políticos, de tradição familiar. Temos um cérebro condicionado. Esse cérebro condicionado está em pane, e ninguém pode atender esta pane, resolver esse problema, pôr fim a essa condição interna, a não ser nós mesmos. É a compreensão da verdade sobre você o fim da ilusão desse ego.

Um especialista, um analista, um terapeuta, todos podem ser de uma certa ajuda, ou não, mas o elemento fundamental para o fim dessa egoidentidade, dessa ilusão de separação entre você e a vida, entre você e Deus, é a compreensão de si mesmo, é a visão da verdade sobre você.

Esses encontros aqui, nos finais de semana, onde estamos sábado e domingo juntos, têm esse propósito - são dois dias. Além disso, nós temos os nossos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido para você, já fica aqui um convite.

Junho de 2025
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quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Joel Goldsmith | A Transformação da Consciência | O que é Advaita? | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast, novamente o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença.

Mestre, hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "A Transformação da Consciência". Em um trecho desse livro, o Joel faz o seguinte comentário: "Shankara redescobriu a Verdade no ensinamento de Buda e a revelou no que é chamado 'Advaita'". Bom, Mestre, sobre esse assunto da Advaita, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o que é a Advaita?

MG: Gilson, nós temos uma visão sobre a vida a partir de um equívoco. Esse equívoco é a ideia, é o pensamento presente em nós, de que existe, de que é real, a separação na vida entre "eu" e o "não eu", entre esse "mim" e a vida acontecendo, entre um elemento presente "em mim", que é o pensador, tendo pensamentos como algo que ele produz... A nossa particular visão de mundo é a particular visão de uma entidade presente que, na vida, se vê sendo esse experimentador tendo experiências; esse pensador tendo pensamentos.

Portanto, a ideia, a forma como nós lidamos com a vida como ela acontece, é a partir desse equívoco, dessa ideia de separação. Então, tem "eu", o mundo e a vida; tem "eu" e Deus. Essa dualidade, essa separação, essa divisão, é algo que o pensamento tem estabelecido dentro de nós como sendo o contato real com a vida como ela acontece. Isso é um modo de interpretar a experiência na dualidade. Essa dualidade os antigos sábios indianos chamavam de "dvaita". É uma condição psicológica de vida na ignorância, e é sobre esse princípio da ignorância que está a condição interna de sofrimento para o ser humano.

Nós estamos vivendo na dualidade, na crença de que somos entidades separadas da Vida, somos entidades separadas de Deus. Então, dvaita é esse modelo de ignorância, de vida equivocada para essa identidade pessoal, que é esse "mim", esse ego. Há uma Realidade na Vida, que é a própria Vida, que não se separa da própria Vida. Essa Realidade é a Realidade Divina. Essa Realidade, essa única Realidade, esse "Primeiro", essa primária Realidade, não tem um "segundo". Não existe qualquer dualidade. Ela é a única Realidade presente. Essa Realidade é a Realidade de Deus. Isso é Advaita, a não separação, a não dualidade.

Esse encontro com a Vida não é alguém que tem um encontro com Ela; é a Revelação d'Ela presente, e é quando esse sentido de ignorância não está, quando essa dualidade não se mostra. Essa é a presença da Visão da Vida em Sabedoria, em Liberdade. É a Ciência de Deus, é a Ciência do Amor. Não há infelicidade, Gilson, em sua Natureza Verdadeira, porque a sua Natureza Verdadeira é essa única Realidade. Não há uma separação em Você, nesta Realidade do seu Ser, na Verdade sobre Você.

Essa é a Realidade do seu Ser e a própria Vida, e a própria Realidade Divina. Mas nós não temos acesso a Isso enquanto não ficarmos cientes da Verdade sobre quem nós somos, o que requer a compreensão dessa verdade do "eu", dessa verdade desse "mim", dessa "pessoa", desse ego. É o descarte dessa verdade sobre esse "mim", sobre esse "eu", é o descarte dessa verdade sobre nós mesmos, nessa dualidade, que revela a Realidade deste Ser, desta Realidade Divina. Isso é o Despertar da Consciência, Isso é a Iluminação Espiritual, Isso é a Visão de Deus. É que todo o nosso modo de pensar, de sentir e de atuar no mundo está dentro desse equívoco, porque nós temos, com bastante certeza, a "verdade" sobre quem nós somos. Toda essa certeza absoluta é a certeza produzida em nós pelo pensamento - o que é, na verdade, algo completamente falso.

O pensamento em nós falseia, falsifica a Realidade. Então, a verdade do pensamento em você é a ilusão de alguém presente, que se vê separado do outro, que se vê separado de Deus, que se vê separado da Vida. Compreender a si mesmo - isso requer o fim do "eu", isso requer o fim do ego, isso requer o fim dessa ilusão, o fim desta separação. É o que estamos aqui, juntos, explorando com você, aprofundando com você. A Vida em sua Beleza, Verdade, Realidade, é a Presença do Amor. Essa é a Natureza do seu Ser; não há por que continuar a vida nessa velha condição, que é a condição dessa egoidentidade.

Essa continuação dessa vida é a continuação dessa particular vida egocêntrica. Não há Real Vida aqui. O que temos é a continuidade de um modelo de inconsciência, de permanência em um padrão de comportamento mecânico. Essa é a consciência egoica. Algumas ações nossas são ações que ocorrem nesse campo, no campo periférico dessa consciência. Então, impulsionados por desejos, tomamos ações, mas algumas dessas ações em nós podem também nascer de uma condição mais complexa. Essas camadas mais profundas dessa consciência, que é a consciência do "eu", que é a consciência do ego, também nos impulsionam a ações.

Portanto, o nosso comportamento, quer esteja nascendo dessa periferia, daquilo que nós chamamos de "consciente", quer essas ações estejam nascendo de camadas mais profundas em nós, naquilo que alguns chamam de inconsciente - que é assim que temos dividido essa consciência: em consciente e inconsciente... Portanto, quer essas ações sejam conscientes ou inconscientes, quando elas nascem desse fundo psicológico, nascem dessa interna condição de desordem, contradição e conflito, porque elas nascem do pensamento. O pensamento em nós, como memórias guardadas de experiências que nós registramos - elas estão aí, essas experiências, nesse formato de lembranças, de memórias, de conhecimento, porque não se concluíram. Assim, nós estamos constantemente, no momento presente, repetindo o passado, dando continuidade ao passado. Essa é a vida do ego, essa é a vida do "eu".

Nós temos diversos vídeos aqui, no canal, aprofundando essa questão das ações. As nossas ações são ações que nascem do passado e, portanto, são reações. Não são ações que correspondem à vida como ela acontece neste momento. São ações inadequadas e, portanto, que estão produzindo problemas. E tudo isso em razão dessa dualidade, dessa separação. Aqui, a Visão da Verdade sobre a Vida é da qualidade da ação livre do ego, livre do "eu" e, portanto, livre dessa dualidade. Você, em seu Natural Estado Divino, em seu Natural Estado de Ser, atua e opera neste instante sem o sentido separação e, portanto, sem o conflito, sem o sofrimento, sem a contradição dessa dualidade.

É isso que nós estamos aqui com você aprofundando, investigando, examinando, para a compreensão - não para o entendimento, mas para a compreensão, que são coisas diferentes. Portanto, olhar para isso é algo fundamental. Descobrir como realizar Isso nesta vida é florescer em Sabedoria, em Felicidade, em Liberdade. Ok?

GC: Mestre, nós temos uma pergunta aqui de uma inscrita no canal. Ela faz a seguinte pergunta: "E qual é o significado de nossa existência, se é que tem algum significado?"

MG: A Vida n'Ela mesma, a própria presença da Vida n'Ela própria é o seu significado. O ponto é que nós não sabemos o que é a Vida n'Ela mesma. Nós estamos vivendo dentro de uma psicológica condição onde aquilo que temos por "vida" é a continuidade de experiências não terminadas, não finalizadas. Eu não me deparo com a Vida, neste momento, como Ela acontece. Eu me deparo com aquilo que o pensamento projeta sobre a vida neste momento.

O nosso particular contato do "eu", do ego, com o momento presente, é a partir do passado e, portanto, a partir dessa continuidade. Haverá uma forma nova de lidarmos com o momento presente sem o passado? Então, sim, neste instante, a Vida é de um extraordinário significado, de uma significância de grande Beleza, de indescritível Realidade. É a Realidade Divina, é a Realidade deste Ser, desta Felicidade, que é a Natureza de Deus, que é a Natureza de nós mesmos.

Então, esta particular existência ou esse existir de alguém, de fato, não tem qualquer significado. E é exatamente porque não há qualquer significado nisso que o ser humano vive em diversos níveis de insatisfações, de contradições, de dilemas, de conflitos e problemas. E, por mais que ele esteja à procura de um significado para a sua vida, enquanto esta "sua vida" estiver se situando nesse velho padrão de pensamento, que é o pensamento coletivo, que é o pensamento cultural, social, que recebemos da educação, desse modelo de mundo, boa parte de tudo isso vem desta forma de propaganda, formação de mentalidade, de consciência comum a todos. Enquanto isso estiver presente, não haverá qualquer realidade para esse existir - que é o existir do "eu", do ego, desse "mim".

A Vida em sua Beleza é pura Existência, mas não é mais essa existência de alguém, esse existir de alguém, nesse formato de mente condicionada, de pensamento condicionado. A Visão da Vida livre do ego, a Visão da Vida livre do "eu", é a Compreensão da Verdade da Vida sem o pensamento. O contato com o Amor requer a Visão da Beleza. Não há separação entre Amor e Beleza! O Amor e a Beleza compartilham da Real Felicidade, e tudo isso é algo desconhecido do ego, desconhecido desse existir de alguém, desse existir da pessoa. Então, o real significado da Vida consiste na Visão da Vida, quando Ela se revela. Ela se revela sem o ego, Ela se revela sem o "eu", e aqui nos deparamos com o Mistério; e aqui nos deparamos com o Indescritível, com Aquilo que não pode ser colocado em palavras, que é a Presença da Bem-Aventurança.

Por que temos enfatizado com você esse encontro com o Autoconhecimento, esse encontro com a Verdade da Meditação? Porque, a não ser que esteja presente na vida a presença da Meditação, não há Vida Real. O que temos é a particular vida da pessoa, e nela está a ilusão de uma identidade que se vê presente, procurando um significado para a sua vida - um significado que jamais encontrará, que jamais achará. Porque o próprio movimento de busca de significado não tem qualquer significado, não tem qualquer valor, não tem qualquer importância, uma vez que a Verdade se revela neste instante, e é neste instante que se revela a Beleza desse significado. Mas isso não é para alguém, não é para o ego, não é para esse "mim".

O seu encontro com a Realidade Divina é o encontro com a Verdade de si mesmo. Haverá um encontro com a Realidade Divina, possível sempre. Não será no tempo, será sempre aqui e agora. É aqui e agora que se revela essa Verdade da Realidade Divina. Mas isso requer, antes de tudo, uma compreensão da verdade sobre si mesmo. Essa porta que se abre para a compreensão de Deus é a partir desse Autoconhecimento. Toda imaginação - porque o pensamento é só uma imaginação... Pensamento é um símbolo, é uma imagem, é uma representação mental; portanto, é uma imaginação - toda imaginação de futuro para encontrar Deus é algo que está apenas no campo do intelecto, no campo das ideias.

A Realidade Divina não está no intelecto, não está no campo das ideias, não é parte do pensamento. É a Realidade que está presente neste instante, exatamente quando esse intelecto condicionado, quando esse modelo de ideia, de pensamento, de imaginação não está. Então, o Real significado da Vida é a própria Vida. Essa é a Realidade de Deus! No entanto, não é para alguém, é exatamente quando esse alguém não está, quando esse ego desapareceu. Ok?

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de um outro inscrito aqui no canal. O Tiago faz a seguinte pergunta: "Como posso me livrar da ideia de ser alguém, já que vejo vantagens em mantê-la?"

MG: Gilson, repare na pergunta! Então, se você vê uma grande vantagem em continuar sendo alguém e pergunta para mim como se livrar dessa ideia... repare bem que a sua pergunta é a pergunta que, basicamente, está dentro da maioria das pessoas. Elas continuam se sentindo muito à vontade com alguém, com esse alguém que elas acreditam ser. Então, qualquer ideia de se livrar desse alguém, repare, é somente mais uma ideia.

Eu não posso lhe oferecer a fome, eu posso lhe oferecer a comida... Eu não posso criar em você a fome. Este trabalho aqui consiste em lhe falar da comida. Não estamos produzindo a fome em você; ou ela está aí, ou não está, e se você não tem fome, ninguém pode produzir essa fome aí. E quando você não tem fome, você não tem interesse em comida, em alimentos. Então, na sua própria pergunta está a resposta. Se você continua sentindo a grande vantagem de continuar sendo alguém, continuará sendo alguém.

É exatamente isso que a maioria das pessoas no planeta está fazendo. Elas estão, por demais contentes no descontentamento delas. Elas não têm ciência do descontentamento delas. Por não terem ciência, se sentem contentes! Então, se você não sente fome, ninguém pode obrigá-lo a sentir fome.

Aqui, o nosso trabalho consiste em falar da comida. No entanto, é para quem tem fome! Isso fará sentido para quem tem fome, não fará sentido para quem está satisfeito - embora essa satisfação seja a satisfação da não investigação. Embora esse contentamento dessa ausência de fome é algo presente em razão da ausência da própria investigação, desse próprio olhar honesto para aquilo que é você, nesse contexto da vida como ela acontece.

Quando eu tenho dito para as pessoas que elas pensam muito e que elas estão por demais ocupadas com pensamentos, e que elas não controlam esses pensamentos, e que esses pensamentos criam muitos problemas na vida delas, elas dizem: "Não, você está enganado! Não é nada disso, eu estou bem! Eu penso quando quero, eu penso o que quero e eu sei lidar com pensamentos. Eu não tenho problemas, nenhum problema com os pensamentos". Portanto, as pessoas não têm ciência da enrascada em que elas se encontram, da complicação de viverem como pessoas, de estarem vivendo, de estarem vivendo dentro deste círculo, que é o círculo do ego, que é o círculo do "eu". E, no entanto, ninguém pode produzir nelas uma fome que não está presente.

É por isso que eu tenho insistido sempre dentro destas falas em perguntar se aquilo que nós colocamos nestas falas faz algum sentido. Geralmente, eu faço isso em todos os vídeos: "Isso faz algum sentido para você?" Porque, se não fizer sentido, não faz sentido. Se não houver fome, não fará sentido. Apenas no momento em que ficar clara a suspeita de que pode existir algo além disso tudo; de que, de fato, possa existir algo além desta condição de vida em que você se encontra... apenas quando isso surgir, com certeza uma fala como esta - e todas as falas que temos aqui no canal - fará sentido.

Aqui estamos colocando, de uma forma muito direta, isso: há algo presente na vida, além desta vida, deste "mim", deste "eu", desta pessoa como você se vê. Você está alienado, completamente alienado da Beleza do Amor, da Beleza da Liberdade, da Beleza da Felicidade. Na verdade, você nem tem ideia do que estamos falando quando usamos aqui essas expressões, porque o nosso condicionamento aí fora, a forma como lidamos com experiências, nós chamamos aquelas experiências de "amor", de "felicidade", de "liberdade"... e isso está muito longe de ser verdade... mas isso requer a presença desta constatação. Enquanto essa ficha não cair aí, isso aqui não fará sentido. Portanto, o nosso trabalho aqui é para você, para aquele ou aquela, para quem isso faz sentido.

Você não procura o médico se não se sente mal. Você procura o médico quando está doente. Você não tem o anelo pela Verdade, enquanto acredita estar vivendo a verdade. A Realidade de Deus é a Realidade do seu Ser, é a Realidade d'Aquilo que é indescritível, d'Aquilo que é inominável, possível a você nessa autodescoberta, nessa autoconstatação, quando temos a presença da fome, quando temos uma real aproximação de nós mesmos. Ok?

GC: Gratidão, Mestre, já fechou o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você que está vendo o videocast até o final - é para quem faz sentido isso que o Mestre compartilha conosco -, fica o convite para participar dos encontros intensivos de final de semana. Nesses encontros, o Mestre explora de maneira muito mais profunda o que ele traz aqui nos vídeos. Esses encontros são muito mais profundos do que os vídeos aqui no YouTube, porque nesses encontros, além de o Mestre responder ao vivo às nossas perguntas, acontece algo muito mais poderoso. Porque, por o Mestre já viver nesse Estado Desperto de Consciência, ele compartilha um campo de Energia, um campo de Presença, e, nos encontros, a gente acaba entrando de carona nessa Energia do Mestre. E, pegando essa carona com o Mestre, de maneira espontânea e natural, entramos num estado meditativo, silenciamos nossas mentes e podemos ter um vislumbre do que está além do entendimento intelectual.

Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. E já aproveita e dá o "like" no vídeo, se inscreve no canal, faz comentários aqui trazendo outras perguntas para a gente trazer para os próximos videocasts. E, Mestre, mais uma vez, gratidão pelo videocast.

Junho de 2025
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terça-feira, 23 de setembro de 2025

Você e a autoimagem. O fim da autoimagem. O que é o pensamento? O que é o pensar? Filosofia advaita.

Aquilo que é conhecido por divisão, separação ou dualidade, e que aqui nós tratamos com você, lhe mostrando a beleza, a importância do fim desta condição, o fim dessa condição é aquilo que é conhecido por Advaita.

Aqui nós trabalhamos com você como ter uma direta aproximação disso, mas não de um ponto de vista filosófico ou teórico, conceitual. Portanto, não se trata da filosofia Advaita, aqui trata-se de um olhar direto para esse momento, livre desse elemento que sustenta essa dualidade, que sustenta essa separação e, portanto, sustenta toda forma de conflito, contradição, desordem e sofrimento na vida.

Aqui, a expressão "vida" também é para ser compreendida. Nós temos a Vida como ela de fato acontece, mas nós colocamos sobre a Vida como ela acontece uma ideia, uma sobreposição a essa Vida, a essa Realidade, que é a Vida, a essa Verdade, que é a Vida: é a particular vida da autoimagem. Você construiu sobre você essa imagem, portanto, você é a autoimagem.

O que é essa autoimagem? É o pensamento que você tem sobre quem você é. Qualquer descrição que você tenha sobre você, que você possa me fazer, que você possa me dar sobre você, que você possa me entregar sobre você, essa descrição será uma descrição com base em pensamentos.

No colégio, a professora pede para o aluno: "Descreva sua família; coloque nessa descrição algo sobre você". O que quer que estejamos colocando dentro de uma descrição sobre nós mesmos, assim como sobre a nossa família, será uma descrição de ideias.

É com base em pensamentos, imagens, símbolos, representações mentais, nesse formato de palavras, que ocorrem nossas descrições. Você tem de si mesmo uma representação mental, um conjunto de símbolos, de imagens, de palavras sobre quem é você e sobre o mundo à sua volta, sobre aqueles que estão à sua volta, os mais próximos e os mais distantes.

Tudo o que fazemos a partir da mente é olhar para o mundo dentro da ótica que o pensamento nos dá, dentro da visão que o pensamento avalia, traduz, representa e faz essa leitura. Essa é a visão do mundo que temos, essa é a visão sobre nós mesmos.

Como pessoas, a nossa relação uns com os outros são relações nesse formato. Você não tem a verdade sobre você; a verdade sobre você, que você tem, é a verdade que você é, que o pensamento diz que você é - essa é a verdade sobre você. A construção que o pensamento estruturou aí, abalizou aí, firmou aí, essa é a visão sobre si mesmo, essa é a visão sobre o outro, essa é a visão sobre o mundo.

Qual será a Realidade sobre você? Já que você sabe a verdade sobre você, haverá uma Realidade sobre você, algo além dessa verdade? Se aproximar desse momento requer um exame, uma averiguação, uma investigação do que esse momento aqui representa, e nós somos incapazes disso, somos incapazes de realizar isso; somos incapazes de ter a real ciência disso a partir da visão que temos, porque é a visão que o pensamento tem sobre a vida.

Portanto, nós temos que examinar aqui a questão do pensamento, já que o pensamento é o elemento principal em nossa vida psíquica, e a base da vida como nós conhecemos nas relações - porque a vida consiste em relações acontecendo - é psíquica. Nossas relações são relações no pensamento, a partir do pensamento.

As palavras que você conhece, os nomes que você tem guardado dentro de você sobre as pessoas, sobre os objetos, toda a experiência com esses objetos, também com essas pessoas, com os acontecimentos pelos quais você vem passando desde a infância, tudo isso está dentro de você, nessa base psicológica, nesse modelo de mente pessoal. Essa é a nossa relação com o momento presente, mas essa relação é equivocada, porque é uma relação que se assenta em memórias, em lembranças, em recordações; é uma relação que se assenta em pensamentos.

A vida é algo que está acontecendo aqui e agora, nesse instante. Para efeitos práticos, neste sonho que chamamos de vida, o pensamento se mostra necessário. O meu contato com você é a partir da lembrança que tenho sobre quem você é; então, eu tenho o seu nome, tenho o seu rosto e também tenho ideias sobre você.

Mas aqui a Verdade foi falseada, nós temos a presença da verdade do pensamento dentro dessa relação, mas não temos a Realidade da vida, porque a ideia que tenho sobre você é algo que vem do passado, a que você tem sobre mim é algo que vem do passado, enquanto que a vida é algo que está acontecendo aqui e agora, nesse momento, como nunca aconteceu.

Nós achamos que estamos nos encontrando com as mesmas pessoas que reconhecemos. Na verdade, estamos sempre entrando em contato a partir de lembranças dele ou dela e, neste contato, nessa relação, falseando a verdade da relação, porque o nosso encontro é com o passado. A pessoa que você encontra não é mais a mesma; você tem o nome dela, o rosto dela, psicologicamente ela é outra pessoa, e você é outro também.

Nós estamos constantemente mudando de estados internos em razão de respostas e reações dadas ao momento presente, mas essas reações vêm do passado, elas são sempre inadequadas, elas nunca correspondem à Realidade da Vida como ela acontece.

Portanto, nossas relações são relações conflituosas, problemáticas, desordeiras, confusas e carregadas de problemas, porque o nosso contato com o momento presente é equivocado, porque, como pessoas, nessa complexidade psicológica que é essa autoimagem, nós somos incapazes de lidar com o momento presente, somos incapazes de lidar com a vida, somos incapazes de ter uma relação com esse instante.

O que nós temos feito são ajustamentos; mas ajustamentos dentro dessa confusão, dentro dessa desordem, dentro desse equívoco. Você não conhece o seu marido, você não conhece a sua esposa; ela também não te conhece, ele também não te conhece. Nós acreditamos que conhecemos as pessoas; nós desconhecemos quem somos, como podemos conhecer as pessoas?

Aqui, o nosso trabalho consiste em irmos além dessa pessoa, portanto, irmos além dessa autoimagem, o que representa ir além do pensamento. A não ser que nós tenhamos o fim para essa psicológica condição, jamais teremos um contato com a Vida Real, com ele ou ela, com as situações, com os acontecimentos ou com nós mesmos.

Desconhecemos a verdade sobre quem somos, sobre quem o outro é, sobre as situações como elas acontecem e sobre a vida como ela surge, aqui e agora, momento a momento. Isso porque estamos sempre trazendo do passado essas memórias, essas lembranças, essas recordações, esses pensamentos.

Falar um idioma requer um conhecimento aprendido, então é natural que esta informação esteja presente em você, esteja vindo do passado, esteja surgindo do passado. É com base na memória, na lembrança, no conhecimento adquirido que a eficiência de falar um idioma acontece. Trabalhar em uma profissão requer conhecimento aprendido; novos conhecimentos vão sendo adquiridos e também acumulados.

Então, em um certo nível, o pensamento, que é passado, que é memória, que é conhecimento, algo que se aprende, é funcional, é necessário, é prático, nós precisamos do pensamento. Mas do ponto de vista da visão da Vida, da totalidade da Vida, não precisamos do pensamento.

Apenas tecnicamente, cientificamente, mecanicamente, tecnologicamente nós precisamos do pensamento, para conhecimento e experiência profissional, por exemplo. Mas lidar com as pessoas, lidar comigo mesmo, lidar com situações surgindo, com a vida como ela acontece, não precisamos do pensamento. E é exatamente porque o pensamento está presente nesse contexto que os problemas estão presentes em nossas vidas.

Essa vida particular da pessoa, desse "mim", desse "eu", desse ego, é ansiosa, deprimida, carregada de angústia, dor da solidão, insegurança, apegos, medos, ciúme. São inumeráveis as formas de conflitos, desordem, sofrimento, e tudo isso está presente porque não sabemos o que é o pensamento.

O pensamento está assumindo esse espaço, que não é o espaço real dele. O pensamento é esse elemento presente que vem do passado, que está a todo momento ocupando nossos cérebros, nossas mentes. Não há espaço, não há silêncio, não há quietude interna para lidar com o momento presente, porque o nosso olhar é o olhar que vem do passado. Temos uma mente inquieta, um cérebro tagarela, um movimento interno de pensamentos descontrolados.

Nada sabemos sobre o pensamento. Portanto, o que é o pensamento? Essa é a condição da desordem da qual precisamos nos livrar. Não sabemos também o que é o pensar. Acreditamos que estamos pensando; na realidade, os pensamentos estão no controle, nesse controle desordeiro, confuso, caótico das nossas relações. Então, precisamos investigar essa questão do pensamento.

A beleza desse encontro com a vida nesse instante, livre do pensamento, é a presença do pensar. Nós desconhecemos a beleza do pensar, do que é o pensar, porque a ilusão presente em nós é a presença de um pensador por detrás dos pensamentos, de alguém no sentir por detrás dos sentimentos, de alguém na emoção por detrás das emoções, alguém sendo experimentador por detrás das experiências. Isso é algo completamente ilusório.

A Vida como ela acontece é só o que acontece. Não existe tal coisa como esse pensador, como esse experimentador ou como esse que sente. É aqui que encontramos o "x" da questão, uma questão que não foi resolvida, que é a questão desse "mim", desse "eu", desse ego. Por isso nós precisamos descobrir o fim da autoimagem, o fim dessa imagem, dessa autoimagem, desse elemento que o pensamento construiu, dessa identidade que o pensamento construiu, dessa ilusória pessoa que acreditamos ser.

Portanto, uma real aproximação da vida é o fim dessa dualidade. A dualidade consiste nessa separação ilusória entre esse pensador e os seus pensamentos, entre esse, que é o experimentador, e as suas experiências, entre esse "eu" e o "não eu". Quando nós temos o fim da dualidade, nós temos uma visão clara da Advaita, da não separação. Então se revela a Realidade Divina, a Realidade de Deus.

A palavra "Advaita" significa "o Primeiro sem o segundo". Essa é a Realidade deste Ser, esta é a Verdade sobre Você quando o "eu" não está, quando esse você, que é a autoimagem, não está, quando essa ilusão dessa pessoa não está; esse é o encontro com a Realidade Divina. Esse encontro não é alguém tendo um encontro, é a Verdade se revelando, é a Verdade Divina se mostrando. Isso é o fim da dualidade.

Quando Isso está presente, há um modo de se aproximar da vida nesse instante, em um contato direto com o momento presente, onde há esse sentir, essa verdade do pensar e do agir; essa ação livre do "eu", desse pensar livre do pensamento, este sentir livre desse "eu" no sentir, desse "mim" no sentir.

Aqui, juntos, estamos com você aprofundando isso, tomando ciência desta Realidade, que é a Realidade da Vida, livre do "eu", livre do ego. Então está presente o Amor, a Felicidade, a Liberdade, a Ciência de Deus, a Ciência da Vida.

Então, nós temos encontros online aqui, nos finais de semana, onde estamos, com você, investigando esses assuntos. Eu quero deixar aqui esse convite para você participar desses encontros. Fora esses encontros, nós temos encontros presenciais e, também, retiros.

Junho de 2025
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quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Joel Goldsmith | Além das Palavras e Pensamentos | Como observar os pensamentos? | Marcos Gualberto

Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast, novamente o Mestre Gualberto conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Mestre, hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "Além das Palavras e Pensamentos". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Relaxe e descanse, e seja um observador do que é a vontade de Deus". Mestre, nesse trecho, o Joel fala sobre o observar. Dentro desse assunto, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre como podemos observar os pensamentos?

MG: Gilson, observar os pensamentos, assim como toda e qualquer reação presente dentro de você; tomar ciência daquilo que se passa, daquilo que se processa dentro de você - não somente os pensamentos, mas também os sentimentos, as emoções -; tomar ciência do seu tom de voz, dos seus gestos, daquilo que há por detrás desse olhar que você tem, desse escutar que você tem; ficar cônscio de si mesmo, tomar ciência de si mesmo, neste instante: essa é a base para uma visão da verdade sobre o "eu", sobre esse "mim", sobre como a pessoa funciona, essa pessoa que você é - como ela responde a este momento presente, a este instante.

Nós estamos diante, aqui, de uma base para a revelação da Ciência Divina, da Ciência de Deus, que é Meditação. A Meditação não é se assentar em um lugar determinado, respirar de uma certa forma, excluir alguns pensamentos e se fixar em um pensamento, ouvindo uma música e relaxando - aqui estamos diante de uma técnica ou de uma prática de meditação, mas a verdade da Meditação requer a Ciência deste Ser. A Realidade Divina se revela quando o "eu" não está. Portanto, não se trata de alguém meditando. A verdade da Meditação é a Meditação sem alguém meditando. A Meditação é a presença da Verdade Divina, da Vida presente, sem o sentido de alguém presente; o experimentar deste momento, sem alguém sendo o experimentador deste momento. Isso é Real Meditação!

Nós temos falado muito sobre a Meditação, porque a Meditação é a coisa mais importante na vida; a arte de Meditar. Não é alguém na Meditação, é a presença da Meditação sem alguém. Assim, a observação do pensamento requer a presença de um olhar sem alguém olhando. Então, se trata desse escutar sem alguém escutando, desse perceber sem alguém percebendo.

Nós passamos uma vida inteira envolvidos nesse processo de pensar, sem saber o que é o pensar. O pensar é um elemento presente em nós. O pensar é uma mecânica presente em nós, é uma mecânica psíquica presente em cada um de nós. Quando você recebe um desafio, quando você recebe um estímulo sensorial, auditivo, seja ele visual ou de algum tipo desse nível, um estímulo sensorial em audição, em visão - eu lhe pergunto o seu nome, esse é um estímulo auditivo; você vê uma cena, esse é um estímulo visual. Então, os sentidos estão envolvidos, nesse instante, com uma dada experiência. Quando isso ocorre, nesse instante, o cérebro reage. A reação do cérebro a esse estímulo que ele recebe, nesse instante, representa a presença da experiência, dessa experiência do pensar, porque o cérebro reconhece esse instante, ele reconhece esse som, ele reconhece essa visão. Ao reconhecer, ele reconhece com base em experiências que ele tem do passado, que são esses pensamentos.

Assim, essa mecânica psicológica em nós, do pensar, é o cérebro respondendo a partir de uma experiência que ele tem do passado. Assim, existe esse estímulo e a resposta; essa resposta vem do pensamento. Nós passamos uma vida inteira tendo estímulos e respostas. Esse estímulo vem do externo ou vem do interno - pode partir de dentro de você ou do lado de fora - e o cérebro reage, através de símbolos, imagens, representações mentais, que são os pensamentos. Assim, nós estamos constantemente lidando com pensamentos sem saber lidar com esses pensamentos. Não sabemos como eles se processam, nós não olhamos para isso. Então, não sabemos por que a nossa mente funciona como ela funciona, por que há essa interna inquietude, essa tagarelice, esse movimento de pensamentos negativos, possessivos, obsessivos... Não sabemos por que se processa em nós esse modelo de pensamento.

Nós temos um cérebro condicionado. Os pensamentos em nós são inquietos, tagarelas, repetitivos, negativos, compulsivos. Estamos o tempo todo envolvidos numa identificação com esses pensamentos, dando continuidade a uma identidade presente, que é o "eu", o ego, que se firma como algo vivo em razão do pensamento, desse elemento que vem do passado. Não sabemos a verdade sobre nós mesmos, porque não sabemos como a mente em nós funciona, como ela, em nós, acontece. Tomar ciência disso requer esse aprender sobre nós mesmos. Daí, a base para tudo isso é a aproximação da verdade sobre o que é o pensar. Isso requer esse olhar para como a mente funciona, observar o pensamento neste instante, ficar ciente do pensamento como ele acontece neste momento, sem colocar presente, nesse pensamento, alguém para se envolver com ele.

Quando o pensamento surge em você, é muito rápida a sua identificação com o pensamento, nesse gostar do pensamento ou não gostar do pensamento. Então, nesse instante, você coloca uma identidade presente, que é esse pensador, esse experimentador. O pensador desse pensamento, o experimentador desse pensamento: essa é a presença do "eu". Temos aqui a presença do ego, dessa "pessoa". No entanto, quando você aprende a olhar o pensamento sem colocar esse pensador, esse experimentador, nesse instante há uma quebra de identidade, de identificação. Então, esse sentido do "eu" não surge, essa identificação com o pensamento não aparece. E, nesse instante, ele se completa, ele se dissolve, porque você está diante dessa atenção, desse olhar para este instante, sem o passado. Estamos, assim, terminando com o passado, terminando com o pensamento, terminando com o pensador. Essa é a forma verdadeira da aproximação da Meditação, é a forma verdadeira da aproximação da Verdade sobre quem nós somos, que é Autoconhecimento.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de um inscrito aqui no canal. O Marlon fez a seguinte pergunta: "Qual é o primeiro passo para a Meditação para iniciantes?"

MG: É muito comum, Gilson, a ideia de passos para a Meditação, ou a ideia de passos para se aprender alguma coisa. Aqui, quando colocamos a questão do Despertar da Consciência ou Iluminação Espiritual, como queiramos chamar isso, não estamos lidando com algo que se constata na velha forma de uma técnica de aprendizado. Aqui, temos um novo aprender, que é o aprender sobre nós mesmos. Nesse novo aprender, não há passos. A Meditação, assim como essa atenção sobre este instante, assim como essa Revelação da Verdade deste Ser, desta Realidade Divina, d'Aquilo que é indescritível, d'Aquilo que está além dos nomes e das formas, isso não requer passos. O passo é algo que se dá no tempo para se executar uma tarefa. Aqui, não se trata de uma tarefa, não se trata da necessidade do tempo. Você não realiza a Verdade de Deus no tempo; essa Realidade de Deus se apresenta, neste instante, como sendo a Realidade deste Ser, quando a ilusão do "eu", que se firma em uma vida de memória, de lembrança, de pensamento, não está.

Esse pensamento, memória e lembrança, é o resultado do tempo, do tempo cronológico. Ao passar por experiências no passado, você registrou essas experiências - elas se transformaram em lembranças, em memórias, em pensamentos. Assim, esses pensamentos em nós são o resultado do tempo, mas ocorre algo muito interessante aqui: esse próprio pensamento não só é o resultado do tempo, como ele também constrói o tempo. Ele constrói o tempo psicológico, que é o amanhã psicológico, o futuro psicológico, nos falando de um passado psicológico. Veja, estamos diante de uma construção do pensamento: esse tempo que ele constrói, que é o tempo idealizado por ele, para se realizar coisas em um futuro que ele imagina, ou se livrar de coisas que ele não quer. Estamos diante da imaginação, da projeção do pensamento, nesse assim chamado "passado" ou "futuro".

Aqui, o contato com a Realidade deste Ser, desta Verdade Divina, é o fim, exatamente, não só do pensamento, mas é o fim do tempo. Então, nós não precisamos de passos; nós precisamos de ciência, de consciência, de presença, de percepção, neste instante, da Realidade. A verdade do florescer da Meditação não é no tempo, não é no passo a passo, é na atenção para este instante. Quando você aprende a olhar sem o pensador, sem o observador, sem o experimentador, nesse instante você elimina o tempo. O tempo é exatamente essa separação entre o pensador e os seus pensamentos, entre o experimentador e suas experiências, entre esse "eu" e o "não eu". O tempo é a presença do amanhã para realizar. Isso requer técnica, isso requer prática, isso requer passo a passo.

Quando lidamos com a ciência da Meditação, estamos lidando com a Revelação do seu Ser. Isso não se aprende! Ninguém pode lhe ensinar a Meditação; ela se revela nessa atenção. Tudo que você, de fato, precisa é de ter atenção sobre suas reações neste instante, então a Meditação acontece de uma forma natural. A presença da Meditação é a ausência de alguém meditando, de alguém em uma prática, de alguém em uma técnica. É a ausência de um passo a passo, porque é a ausência do tempo. Observe que, quando você dá plena atenção, neste momento, para algo, a sua mente para. Quando você está diante de uma cena e o seu coração, todo o seu ser, toda a sua mente está ali, nesse olhar, nesse perceber, nesse sentir, o sentir desse instante põe fim ao movimento do pensamento, põe fim ao movimento da mente.

É assim, por exemplo, quando você está diante de um pôr do sol, ou olhando a partir de uma montanha para tudo que está à sua volta. Nessa imensidão, nesse olhar, não existe esse observador. É só o olhar, é só o perceber, é só o constatar. Observe que, nesse instante, há algo presente que não é a "pessoa", não é o "mim", não é o movimento do pensamento. Então, desde crianças, nós sabemos, sim, o que é Meditação. E ninguém teve que nos ensinar; isso já estava lá, como continua aqui. Então, não é algo que você aprende com uma técnica, com uma prática; é algo que você descobre quando, neste momento, há esse novo aprender, que é aprender a olhar para os pensamentos, para os sentimentos, para todas as reações presentes aqui, neste instante. Não quando você está no alto de uma montanha ou diante de um pôr do sol, mas dirigindo seu carro, conversando com alguém, assistindo TV... Tomar ciência do pensamento, ou de um sentimento, ou de uma emoção, sem colocar uma identidade presente nesse instante, é apenas olhar. Esse olhar é um olhar sem aceitar, sem rejeitar, sem concordar, sem discordar. Aprender a olhar nossas reações sem esse elemento que vem do passado para escolher, para julgar, para comparar, para tomar decisões, é se aproximar da Meditação.

Assim, esse é o único passo - é o primeiro e último. O primeiro e último passo para a Meditação é a ciência dessa atenção sobre todo e qualquer pensamento, sentimento, emoção, sensação... É a ciência da atenção sobre os gestos, sobre o tom de voz, sobre aquilo que o outro diz. Quando não colocamos alguém presente nessa experiência, há só o escutar, há só o olhar, há somente o perceber. Esse é o primeiro passo para a Meditação; esse é o último passo para a Meditação. É aqui que se encontra a revelação dessa descoberta, da Realidade que está fora do "eu", fora do ego, fora da mente.

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta, de uma outra inscrita aqui no canal. A Eliana fez a seguinte pergunta: "Mestre, praticando a Real Meditação, é possível viver a Inteligência do Ser no dia a dia?"



MG: A ciência do seu Ser é Inteligência. Trazer ciência para este momento, estar cônscio de suas reações: como o pensamento acontece, como o sentimento surge, como a emoção, neste instante, se mostra. Ficar ciente desses gestos, desse tom de voz presente quando você fala, desse escutar o que o outro diz, sem alguém presente para concordar ou discordar, apenas o escutar, é trazer, para este instante, a Verdade da revelação desta Presença, desta Real Consciência. O florescer desse Estado livre do passado, livre do pensador, do experimentador, desse que escuta para concordar ou discordar, desse que olha para avaliar, para nomear, para classificar; livre desse observador, livre desse pensador, livre desse experimentador, nós estamos diante da Inteligência. Esse é o contato real com a Verdade da Sabedoria. A base para a Sabedoria requer a presença do Autoconhecimento. A verdade do Autoconhecimento requer a presença dessa atenção sobre nossas reações. Isso faz aflorar, neste instante, a beleza da Meditação, da verdade da Meditação, da Real Meditação, neste instante.

Então, sim, temos o Despertar dessa Inteligência Divina, que é Sabedoria. Então, a Verdade da Meditação é que a Meditação é algo que está presente quando o "eu" não está. Então, quando as pessoas falam da prática da meditação, ou do que é praticar meditação. Aqui, nós colocamos a ciência dessa visão, desse olhar sem o "eu", sem o ego, sem o passado, que é esse pensador, esse experimentador, esse observador. Olhar para este instante é a real aproximação da Meditação, na prática. Você não vai praticar a Meditação; você se torna ciente da presença da Meditação de uma forma prática, quando o pensador não interfere, quando o experimentador não se envolve, quando o observador não nomeia, não classifica. Quando você se aproxima deste momento, para lidar com a vida como ela acontece, neste instante, externamente ou internamente, sem qualquer envolvimento a partir dessa identidade, que aceita, rejeita, gosta, não gosta; a partir dessa "pessoa", que nomeia, que classifica, que aceita, que rejeita. nesse momento, nesse instante, estamos diante desse encontro com a Vida.

Não é alguém tendo um encontro com a vida, é a Vida se revelando, neste instante, como sendo a única Realidade presente. Essa Realidade é a Realidade do seu Ser, é a Realidade de Deus, é a Realidade da Vida. Assim, temos, neste instante, a Revelação da Beleza, da Quietude, da Serenidade. Está presente a Verdade do Amor, da Felicidade e da Paz. Essa é a Natureza do Seu Ser, é a Natureza de Deus, é a Natureza da Verdade. Há algo na vida, aqui, que o pensamento não alcança, que nenhuma opinião, crença, conceito, ideia, nem de longe se aproxima. No entanto, nós estamos tentando fazer isso através do pensamento. Quando temos a anulação desse movimento, que é o movimento do pensamento, quando o pensamento. esse formato de pensamento psicológico se dissolve, temos esta Realidade se mostrando. Ela é indescritível, Ela está além dos nomes e das formas; é a Realidade de Deus, é a Realidade sobre Você. É o que estamos juntos, aqui, aprofundando, tomando ciência, para esta Realização nesta vida. Ok?

GC: Gratidão, Mestre, já deu nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você que está acompanhando o vídeo até o final, fica aqui o convite, que é participar dos encontros intensivos que o Mestre Gualberto proporciona. Nesses encontros, o Mestre Gualberto responde diretamente, ao vivo, às nossas perguntas e muito mais do que isso: por o Mestre já viver nesse Estado Desperto de Consciência, ele compartilha um campo de Presença, um campo de Energia de puro Poder e Graça. E, nesse campo de Energia, nesses encontros, a gente acaba entrando de carona nessa Energia do Mestre e, nessa carona, de maneira natural e espontânea, entramos no estado meditativo, silenciamos nossas mentes e podemos ter uma compreensão do que está além do entendimento intelectual. Então, fica o convite.

No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Além disso, já dá o "like" no vídeo, se inscreve no canal. E, Mestre, mais uma vez, gratidão pelo videocast.

Junho de 2025
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terça-feira, 16 de setembro de 2025

Você e a autoimagem. O fim da autoimagem. O que é o pensamento? O que é o pensar? Kundalini: o que é

Aqui a pergunta é: Kundalini, o que é? Repare que uma aproximação desse assunto requer muito mais do que apenas um significado dentro de uma pesquisa de palavras. A ciência da Kundalini é a ciência da Verdade Divina. Não existe uma distância real entre essa Revelação da Verdade sobre você dessa compreensão direta da Realidade sobre Deus.

Quando a procura é por Deus, a ideia presente em nós é de um elemento que está separado, lá em algum lugar, para ser encontrado, distante para ser visto, o que é algo equivocado, o que se mostra como uma ilusão, uma vez que a Verdade sobre Deus é a Verdade sobre a Vida; e nós, como seres humanos, não estamos separados da vida, estamos dentro do contexto da vida como ela acontece.

Assim, quando as pessoas perguntam "O que é Kundalini?" Kundalini é a ciência do seu próprio Ser, que é a visão da Vida, que é a Realidade de Deus. No entanto, não podemos confundir aquilo que alguns entendem aí fora por Kundalini com aquilo que estamos falando aqui. Estamos trabalhando com você essa visão da vida, livre do ego. No entanto, a maioria das pessoas entendem essa expressão - Kundalini - como uma experiência que alguém possa ter.

Não se trata de uma experiência que você possa ter. Não existe esse elemento capaz de experimentar aquilo que está fora do conhecido, fora do tempo. Esse elemento seria o experimentador - o elemento que vive de experiências, que tem experiências. É assim que nós nos vemos como pessoas; nós nos vemos como um elemento presente na vida para ter experiências.

Esse elemento para ter experiências é a presença de uma imagem que o pensamento estabeleceu em nós como sendo nós mesmos. Você como alguém é uma pessoa. Você é essa autoimagem. Você é essa imagem que o pensamento construiu. Há uma imagem presente; ela não se separa daquilo que é você como uma pessoa.

O contato com a Realidade Divina, que é o contato com a Vida, que é a Revelação deste Ser, a Realidade sobre Você é diferente da verdade sobre você. Você tem a verdade que o pensamento tem estabelecido sobre você, mas há uma Realidade sobre Você que o pensamento desconhece, que a mente desconhece. Esta Realidade é essa Real Consciência, essa Divina Consciência. Esta Realidade é a presença da Kundalini. Isso não é uma experiência para você, isso não é algo que você alcance, isso não é algo que você realiza; Isso é algo que está presente neste instante, sendo a Verdade da Vida, a Verdade da Vida quando a ilusão da pessoa não está.

Todo o nosso trabalho aqui consiste em direção a esse único propósito: tomarmos ciência da vida como ela acontece, o que representa o fim da autoimagem, o fim da imagem que o pensamento estabeleceu, dentro de você, sendo você, sendo a pessoa.

Então o que é a Kundalini? A Kundalini é essa Presença, é essa Energia, é essa Realidade, é essa Coisa indescritível, é essa Coisa inominável. É Isso que, presente, representa o fim de toda a confusão, desordem, problemas, conflitos e sofrimento para o ser humano. Notem, não é uma experiência; é o fim do elemento que experimenta, que experimenta internos estados, conflituosos estados, criados pelo pensamento, criados dentro, nessa autoimagem, sustentado nessa autoimagem, que permanece presente constantemente nesses diversos conflitos existentes na personalidade.

O ser humano sofre em razão da presença do "eu", da presença do ego; é a autoimagem presente: como ele representa para si mesmo e como ele se mostra na vida como ela acontece; essa pessoa que está constantemente lidando com a vida a partir de crenças, opiniões, conceitos, ideias, avaliações, comparações, julgamentos, e assim por diante. É esse elemento que vem do passado. O elemento que vem do passado presente em você é a presença do pensamento.

Você não tem nenhum contato com o momento presente sem o passado quando o pensamento está. O seu contato com esse instante, livre do pensamento, é um contato livre do passado. Nós temos momentos, ocasiões em que nós nos encontramos assim, na vida, no instante, no momento presente: contemplando o pôr do sol, tomando um banho de mar, ali, sentado enquanto você relaxa, olhando as águas daquele riacho descendo, ali, na margem daquele pequeno rio.

Nós temos alguns momentos na vida, quando o pensamento não está, sem nenhum registro de lembrança, de memória, então, nesse instante não está presente mais o consultório, o escritório, as contas para pagar, a lembrança de família; é só a presença de um olhar para aquele riacho, as águas ali descendo, a luz sobre aquele pequeno riacho refletindo em seus olhos, naquela manhã de sol.

Nesse momento, a mente fica completamente livre, temporariamente, provisoriamente, de todo o movimento de pensamento, de inquietude, de tagarelice. Então um espaço interno se abre. Nesse instante, não existe mais o passado, porque não existe mais a memória, não existe mais o pensamento. É a presença da Vida nesse encontro. Não é você se encontrando com a vida, é um olhar livre desse pensador, desse observador, dessa separação. Nesse encontro, o momento se revela de pura Presença, Silêncio, Energia: esse é o encontro com Kundalini.

Não se trata de uma experiência mística, não se trata de alguém tendo uma sensação, trata-se exatamente do fim do experimentador, do fim desse sentido de separação entre você e a Vida. Portanto, o que é Meditação? É esse encontro com a presença do instante, livre do passado, o que representa a Verdade de Deus se mostrando.

Quando você aprende a se aproximar de si mesmo, sem o sentido de alguém nessa aproximação - isso ocorre em alguns momentos na vida, em alguns momentos isso acontece -, observe que não há nenhum esforço nisso; é exatamente a ausência de todo esforço. Não há nenhuma concentração, não existe alguém ali se envolvendo para alcançar algo a partir do esforço, da concentração, não há nada para se receber, conquistar, obter, alcançar e, no entanto, há um momento de encontro com a Beleza, com o Amor, com a Vida.

Então o que é Kundalini? É a Realidade de Deus, quando o "eu" não está, quando o ego não está. Assim, quando nós nos deparamos com a vida como ela acontece, sem esse sentido do "eu" presente, nesse instante não existe essa autoimagem, isso é o fim da autoimagem. Nós estamos trabalhando com você exatamente isso: esse encontro com a Realidade do seu Ser ser, que é o Despertar dessa Energia, dessa Presença, dessa Real Consciência, que é Kundalini.

Portanto, Kundalini é o seu Natural Estado de Ser, livre do "eu", nesse contato com o momento presente, nesse contato com ele ou ela, sem qualquer imagem dele ou dela; qualquer imagem dele ou dela é uma imagem que vem do passado. Quando nós temos o fim da autoimagem aqui, temos o contato com ele ou ela sem qualquer imagem dele ou dela.

A crença comum é que você conhece as pessoas; o que você tem, na verdade, das pessoas é o que o pensamento em você tem sobre elas, tem a dizer sobre elas, tem o que concluir sobre elas, avaliar sobre elas, é o que o pensamento tem para julgar sobre elas. Nossa avaliação da experiência a partir da autoimagem é a ilusão de um experimentador experimentando essa experiência. Nessa dualidade está estabelecida a ilusão, a egoidentidade.

Quando não temos essa autoimagem, temos a vida nesse instante. A vida nesse instante não carrega conflito, problemas, desordem, confusão ou sofrimento. Se aproximar desse instante requer a compreensão do que é o pensamento. Compreender o pensamento é terminar com a continuidade desse movimento psicológico da autoimagem.

Então, o que é o pensamento? O pensamento é esse elemento em nós presente que avalia, julga, compara, que lida com o momento presente criando uma cortina, uma separação, uma divisão artificial, criando a ilusão desse "eu" e o que ele está vendo, desse "eu", nesse formato do pensador, sobre o que ele está pensando, nesse formato do experimentador e sobre o que ele está experimentando. O pensamento é esse elemento.

Nós não sabemos o que é ter um contato com esse instante, livre do pensamento. Esse contato é a presença de uma aproximação desse momento onde há uma clareza de pensar. Essa é a verdade sobre o pensar. O que é o pensar? O pensar é a clareza de olhar para esse instante sem o passado, sem o pensamento, sem alguém envolvido nessa divisão, nessa separação. A ciência desse momento requer a presença de um cérebro quieto, silencioso, de uma mente livre de pensamentos. Apenas nesse momento a verdade sobre o pensar é possível.

Nós não fomos educados para uma vida livre do pensamento. Todo o nosso condicionamento mental é para a continuidade de um pensador por detrás dos pensamentos, de um experimentador por detrás das experiências, de um observador que observa a partir do passado. Esse olhar livre do passado é a presença da Realidade da Vida. Esse olhar livre do passado é a presença da Vida, sem o "eu", sem o pensador, experimentador, observador.

Então, a verdade sobre o pensar é como a verdade sobre o sentir, é como a verdade sobre a ação: não há alguém na ação. Esse instante de quietude e silêncio, de presença, de consciência da Realidade da Vida, aqui e agora, é a presença da Meditação, que é a presença desta Realidade Divina, deste Ser. Então há uma qualidade de ação possível, que não nasce do "eu", que não nasce do ego; há uma qualidade de pensar livre do pensamento; há uma qualidade de sentir livre de um elemento presente nesse sentimento, ou nessa emoção, ou nessa sensação.

Aqui estamos diante de algo desconhecido do pensamento, mas algo possível para Você em sua Natureza Verdadeira, em sua Natureza Real. O Despertar da Consciência é o Florescer do seu Natural Estado Divino, que é a presença da Realidade de Deus, a única Realidade presente, a única Verdade presente.

A verdade que conhecemos a partir do pensamento é a verdade ilusória de uma identidade que se vê separada da própria vida, que se vê atuando a partir da memória, da lembrança, do passado, que se vê sentindo a partir da ilusão de uma identidade nesse sentir. Aqui, juntos, olhar para o fim dessa psicológica condição para um cérebro novo, para uma mente nova, para uma nova aproximação desse instante, que é a vida acontecendo, sem o experimentador, sem o "eu", é a única coisa que importa.

Aqui, juntos, nos finais de semana - sábado e domingo -, em encontros on-line, nós estamos trabalhando isso com você: o Florescer do seu Natural Estado de Ser, a compreensão da Verdade, dessa ausência do "eu", dessa ausência do ego, a Beleza desse Despertar da Kundalini, do seu Natural Estado de Ser. Fora esses encontros, temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido para você, quero deixar aqui esse convite.

Junho de 2025
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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Joel Goldsmith | Os Fundamentos do Misticismo | O que é o Autoconhecimento? | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "Os Fundamentos do Misticismo". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Então descobrimos que alcançamos um maior conhecimento da consciência espiritual, um maior alcance da própria consciência". Dentro deste trecho, o Joel fala em alcançarmos um maior conhecimento da consciência espiritual. Sobre essa questão, o Mestre pode compartilhar conosco a sua visão sobre o Autoconhecimento, sobre o que é o Autoconhecimento?

MG: Gilson, a mais profunda e significativa descoberta na vida - uma delas, para não dizer a maior de todas as descobertas - consiste na compreensão da verdade sobre quem somos. Esta compreensão requer a presença de um olhar para si mesmo, inteiramente novo. É assim que nos aproximamos da verdade sobre quem nós somos. A aproximação dessa verdade sobre quem nós somos nos dá uma visão clara da realidade que trazemos, da realidade que está presente. Então, a presença do Autoconhecimento é algo fundamental. A sua pergunta é: "O que é Autoconhecimento?" Autoconhecimento é a ciência da verdade daquilo que nós somos neste instante, neste momento. Existem dois aspectos aqui, Gilson. O primeiro é a verdade que está presente naquilo que, neste instante expressamos, dentro desse contexto da vida. A vida consiste em relações acontecendo: relações com objetos, com ideias, com pessoas, com situações, coisas que surgem, acontecem. Assim, há uma relação direta de nós mesmos com tudo isso. Nós desconhecemos a verdade dessas relações, do que de fato está ocorrendo, acontecendo, porque nós desconhecemos aquilo que nós somos neste contexto.

O primeiro aspecto da compreensão da Verdade, da Realidade, é a verdade sobre quem nós somos nesse contexto, e o segundo é a Realidade, que também está presente, mas permanece desconhecida pela maioria de nós. Essa Realidade se revela no Despertar da Consciência, nesta real visão da vida, mas não podemos ter essa real visão da vida, vivendo na ignorância. A ausência da compreensão da Verdade sobre nós mesmos é a presença da ignorância; precisamos nos livrar da ignorância. Assim, nós precisamos, basicamente, desse aprender sobre nós mesmos, ficar ciente daquilo que você é. Há uma diferença entre tomar ciência daquilo que você é, nisso que você expressa ser, nisso que você demonstra ser, nisso que você parece ser, e ter uma ideia do que você gostaria de ser, ter um ideal de como você deveria ser ou precisa ser. O que é que está presente aqui, neste instante, dentro das nossas relações? Quem é você? Aqui a pergunta é: Quem sou eu? Nós estamos em um modelo de vida onde temos uma mente condicionada, já programada pelo pensamento a manter uma forma de expressão que continua. Nós não temos ciência da vida neste instante, porque estamos olhando para a vida a partir desse modelo, desta mente condicionada, desse cérebro condicionado.

Nossas respostas são respostas para a vida - respostas que vêm do passado, dessa forma como nós nos sentimos ser, acreditamos ser, parecemos ser. Você se sente alguém na relação com o outro. Esse alguém, em razão desse condicionamento que nós trazemos, carrega medo, carrega inveja, ciúme, ambição. carrega tristeza, preocupações, ansiedade, depressão. Nós temos diversos problemas lincados a esta psicológica condição de mente condicionada. Essa é a verdade sobre quem nós somos nesse contexto com a vida, nesta relação com ela, nessa relação com o outro, nesta relação com as ideias que temos, com nós mesmos e com as situações que acontecem. Assim, nós temos esse aspecto presente que precisa ser compreendido, investigado, esclarecido. Daí a necessidade da compreensão de nós mesmos, o que requer a presença do Autoconhecimento. Porque, com base nesta visão sobre quem nós somos, sobre quem se expressa aqui, neste instante, dentro da vida, nas experiências, podemos ir além desta psicológica condição de mente condicionada, de cérebro condicionado, de consciência já programada para atuar na vida desta forma.

Então, a verdade da revelação do Autoconhecimento é o fim desta psicológica condição daquilo que é você, como você se vê, para essa Realidade d'Aquilo que é você em sua Natureza Divina, em sua Natureza Essencial. Essa é a Verdade sobre você quando a ilusão desse "eu", desse "mim", desta pessoa, é desfeita. Você está assumindo uma verdade sobre você, com base naquilo que o pensamento está ditando, com base no condicionamento que você tem recebido, dentro de uma visão equivocada sobre si mesmo.

Assim, nós estamos diante de algo fundamental aqui, que é a presença da compreensão da Verdade sobre nós mesmos. Essa nova forma de aprender sobre nós mesmos é diferente de tudo que você já aprendeu aí fora, sobre outras coisas.

Você aprende a dirigir um carro praticando direção; você aprende uma língua estudando gramática e praticando conversações; você aprende ciência pesquisando, olhando através de um microscópio para a movimentação das células em um laboratório. Essa forma de aprender que nós temos, técnica, sobre qualquer um outro assunto aí fora, é completamente diferente desse aprender sobre nós mesmos. Isso requer um olhar diferente para esse experimento, para essa experimentação - aqui o laboratório é você. A observação é a observação de todo esse movimento interno, que é o movimento da consciência. Isso requer um instrumento muito limpo para olhar, para tomar ciência de como nós funcionamos. Por isso, nós descartamos, já de início, essa ideia do que nós deveríamos ser, do que nós precisamos ser, do que nós podemos ser, como, em geral, se faz.

Para a maioria das pessoas, Autoconhecimento é uma prática, é uma técnica, é um exercício, é algo que se aprende para mudar a pessoa, para transformar a pessoa em uma pessoa melhor. Aqui, quando colocamos a expressão "Autoconhecimento", colocamos como a base para o Despertar da Inteligência Divina, da Sabedoria de Deus, da Verdade sobre essa Realidade Divina, além da mente. Assim, Autoconhecimento, aqui, requer um olhar sem qualquer ideal, alvo, propósito ou objetivo. É diretamente, simplesmente, olhar para aquilo que se passa aqui e agora, dentro de você, para as suas reações. É quando você se aproxima de si mesmo, e olha, e percebe com clareza a presença da inveja, do ciúme, do medo, da ambição, da raiva, de todo esse movimento interno de pensamento gerando preocupações, desejos conflituosos e todo tipo de desordem. Aprender a olhar para si mesmo sem qualquer intenção, para mudar, modificar, resolver coisas, escolher. nessa ideia do que você precisa fazer ou necessita mudar.

Estamos diante de uma nova forma de olhar para as nossas reações. É olhar sem esse elemento que, ao olhar, discorda, não gosta, quer mudar, faz escolhas. Isso requer a presença de uma atenção sobre as nossas reações. Aqui, quando tocamos com você na beleza da atenção, estamos falando de um olhar sem o observador. Essa é a forma real desse aprender sobre nós mesmos. É isso que estamos explorando aqui, com você, aprofundando aqui, com você. Então, algo além dessa condição surge, algo além desse "eu" - essa é a autodescoberta desse novo aprender. Temos diversos vídeos aqui no canal, aprofundando esse assunto.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de um inscrito aqui no canal. Ele faz a seguinte pergunta: "Quanto mais experiências com a Realidade, mais iluminada a pessoa é?"

MG: Não, Gilson, não se trata de uma experiência, não é uma experiência! Uma experiência requer a presença de um elemento presente, tendo experiências. O Despertar é exatamente o descarte desse experimentador. A visão que se tem é de acumular conhecimento e experiência, porque a crença é que isso vai dar uma formação para alguém alcançar o Despertar. A Realidade do Despertar é a Ciência da Verdade deste instante, sem alguém. Portanto, não se trata de experiências. Um outro ponto, aqui, importante é saber que essas experiências que a pessoa adquire, agora fazem parte da estrutura desta pessoa, desse experimentador. E essas experiências só são reconhecidas porque fazem parte de um conhecimento prévio que ele já tem, que ele já traz. Esse reconhecedor é o experimentador, e essas experiências ainda fazem parte de uma condição lincada ao passado. Você tem ciência reconhecendo aquilo que você já tem como conhecimento prévio, como informação já adquirida.

O elemento presente em todo esse processo é o ego, é o "eu", enquanto que a Realidade desse Florescer é o fim do experimentador e, portanto, é o fim da experiência. Estamos diante de algo completamente diferente daquilo que o pensamento idealiza, procura, busca ou possa experimentar e, naturalmente, guardar como parte do seu acervo, daquilo que ele tem, daquilo que ele conhece, daquilo que ele, depois, vai reconhecer. Aqui se trata, exatamente, do descarte dessa qualidade de pensamento, dessa qualidade de experiência. Isso é o fim do "eu", é o fim do ego, é o fim desse experimentador.

O que nós precisamos, neste instante, é de ciência da verdade sobre o Autoconhecimento, e não de experiências. Não se trata de experiências, se trata de um novo aprender sobre nós mesmos, aqui e agora.

GC: Mestre, nós temos outra pergunta de outro inscrito aqui no canal. O Durval faz o seguinte comentário, perguntando: "Ótima questão. O tempo existe sem o pensamento?"

MG: Gilson, o tempo é o pensamento. A ideia de tempo é uma ideia que o pensamento construiu. Não existe tal coisa como o amanhã psicológico, como o passado psicológico. As lembranças que você tem são lembranças que estão ocorrendo aqui, neste instante; são lembranças de episódios que ocorreram no tempo cronológico. Em algum momento, no passado cronológico, você passou por alguma experiência. Essa experiência foi guardada no cérebro, ela agora é parte de uma informação que o pensamento tem, de algo que ocorreu no passado. Mas é no passado cronológico, em algum momento, dois dias atrás, dois meses atrás, dois anos atrás, ou há vinte anos! Esse é o tempo cronológico. Então, ao passar por uma experiência, o cérebro registrou aquela experiência. Agora, essa experiência é uma memória, é uma lembrança, é, portanto, um pensamento. Ao se lembrar disso aqui, neste instante, a lembrança é de algo que aconteceu no passado, mas no passado cronológico.

Não existe tal coisa como um passado psicológico nem um futuro psicológico, nem um presente para esse "mim", para esse "eu", que seria um presente, um momento presente psicológico. Não existe tal coisa, nós estamos diante apenas do pensamento. É o pensamento que nos fala do futuro ou do passado, mas o que o pensamento está nos dizendo, diz respeito a ele mesmo, e não ao futuro, não é real esse futuro, e não ao passado, porque não é real esse passado. Aqui estamos diante de algo fundamental para ser compreendido, porque as diversas formas de problemas que temos, se situam na condição em que o pensamento se encontra. É o pensamento que está produzindo em você ansiedade, preocupação, medo, desejos. e tudo isso implica a presença do tempo. O seu medo é de algo que possa lhe acontecer amanhã.

Veja, neste instante o pensamento se projetou no futuro, ele está imaginando um amanhã onde alguma coisa ruim pode lhe acontecer. Esse sofrimento é um sofrimento psíquico, é um sofrimento mental, é um sofrimento que tem, por princípio, o pensamento. O pensamento trouxe o tempo, projetou o futuro; o pensamento está sustentando o medo. Não há tal coisa como o medo sem o pensamento. Então, estamos diante de algo fundamental para ser visto. A presença do medo, esse é só um exemplo, mas todos esses quadros de sofrimento psíquico que nós conhecemos: ansiedade, angústia, depressão, culpa, raiva de alguém. tudo isso, quando você olha de perto, isso de uma forma clara, isso está presente em razão da presença do tempo, que o pensamento está construindo. É a presença do pensamento a presença do tempo. A presença do tempo, que é pensamento, é a presença da raiva de alguém, de medo de alguém, de medo do futuro, de medo do passado, de medo de perder coisas. É fundamental para o fim do sofrimento - desse sofrimento psíquico - o fim desta psicológica condição, que é a condição criada pelo pensamento, sustentando o tempo.

Esse encontro com a Realidade deste Ser, esse encontro com a Realidade do Divino, é a revelação d'Aquilo que está presente fora da mente, fora do pensamento e, portanto, fora do tempo. A ciência de Deus, a ciência do Despertar é a visão da vida, que é atemporal, que não se situa na memória, que não se situa na ideia de passado, de presente ou futuro.

Portanto, de fato, não existe qualquer tempo sem pensamento, a não ser o tempo cronológico.

Você tem um compromisso amanhã à tarde; amanhã será um outro dia. Então, nós temos o tempo do calendário, nós temos o tempo do relógio, porque o compromisso vai ser em uma determinada hora. Nós temos o tempo do relógio, temos o tempo do calendário, nós temos o tempo sendo marcado no cronômetro. Entre o nascer do sol e o pôr do sol, nós temos o tempo, mas não existe tal coisa como esse tempo psicológico. Esse tempo psicológico, em nós, está sendo monitorado, registrado por um movimento equivocado do pensamento. Esse pensamento que monitora, controla, gerencia esse tempo, que é o tempo psicológico, é o pensamento psicológico. É esse elemento presente, aí em você, que sustenta a ideia de um "eu", de uma pessoa, desse "mim". Olhe para a sua cabeça e você irá perceber que, durante o dia, boa parte do tempo cronológico - que é entre o nascer do sol e o pôr do sol - psicologicamente você está ocupado com o tempo mental, com o tempo da mente, indo para o passado ou indo para o futuro. Assim, a mente está constantemente nesse movimento de pensamento, nessa tagarelice interna. Esse é o movimento do tempo psicológico, onde vive o "eu", onde vive o ego.

Aqui, a real aproximação da vida neste instante, é a beleza da ciência desse encontro com este instante, onde não há tempo, onde não há mais esse movimento de pensamento psicológico, sustentando a ilusão de uma entidade presente que é a pessoa, que está sempre indo para o passado ou para o futuro, vivendo no pensamento. É isso que estamos com você, aqui, trabalhando, tomando ciência. Precisamos descobrir a Verdade da Vida, da real Vida Divina, da real Vida livre do tempo, livre do pensamento.

GC: Gratidão, Mestre, já deu nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E, para você que está acompanhando o videocast até o final, e deseja realmente viver essas verdades, fica o convite para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona.

São encontros intensivos de final de semana. Existem no formato on-line, presencial e também retiros de vários dias. Nesses encontros, além do Mestre responder diretamente às nossas perguntas, acontece algo muito mais profundo e poderoso. Pelo Mestre já viver nesse Estado Desperto de Consciência, Ele compartilha um campo de energia à sua volta. E, nesses encontros, a gente acaba entrando neste campo de energia com o Mestre; a gente acaba pegando uma carona nessa energia de Presença do Mestre. E, nessa carona, de maneira espontânea e natural, aquietamos nossas mentes, entramos no estado de Meditação, podemos ter uma visão do que está além de toda a limitação do nosso conhecimento intelectual.

Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp, para poder participar desses encontros. Além disso, já dá o like do vídeo, se inscreve no canal. E, mais uma vez, Mestre: gratidão pelo videocast.

Maio de 2025
Gravatá-PE
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terça-feira, 9 de setembro de 2025

Joel Goldsmith | Deixe Suas Redes | O que é o ego? | Realidade Divina | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Mestre, hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "Deixe Suas Redes". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel Goldsmith faz o seguinte comentário: "Sim, eu sei que parece egoísta, mas não temos muito a oferecer a este mundo enquanto não tivermos algumas provas do fruto destes princípios". Mestre, neste trecho, o Joel comenta sobre o egoísmo. O Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o que é o ego?

MG: Gilson, o ego é esse elemento que se vê presente sendo o autor das ações, o autor das experiências, sendo ele o experimentador dessas experiências. É esse que se vê presente sendo o pensador dos pensamentos, aquele que, na emoção, é alguém presente na emoção. Nesse sentir, é alguém presente nesse sentir. Portanto, o ego é basicamente a ideia de alguém presente. Esse sentimento de pessoa, essa sensação de pessoa, esse pensamento de pessoa, presente em nós, essa é a presença de uma ilusória identidade que se vê dentro do viver sendo essa entidade - esse "eu", esse "mim" - o elemento mais importante nesse contexto, no contexto de suas experiências, dos seus pensamentos, das suas emoções, das suas ações. Isso termina nos levando a uma condição de existência, de vida, onde o sentido desse "eu" é o elemento mais importante nesse contexto.

Assim, nós estamos constantemente nos movendo na vida a partir desse centro, desse elemento que se vê cercado de coisas, de pessoas, de experiências, de situações acontecendo. Esse centro é um centro artificial presente, criado pelo pensamento, sustentado por um conjunto de crenças, de opiniões, de ideias, conceitos. E nós estamos constantemente reafirmando a vida desse "eu", a vida dessa "pessoa", desse "mim", dessa ilusória identidade. E nós fazemos isso em razão da presença da ignorância. Nós vivemos de uma forma ignorante; nós ignoramos a Verdade sobre nós mesmos. Nós não tomamos ciência daquilo que nós somos nesse contato com o momento presente, nesse contato com a vida acontecendo. Assim, essa condição interna de ignorância, de ilusão, sustenta para cada um de nós uma existência em separação.

Nós temos a presença da vida e temos a presença de alguém. Quando você olha para a natureza, você percebe a presença da dualidade da natureza. Nós temos o positivo e o negativo, o masculino e o feminino. Nós temos o nascer e o morrer, a luz e a escuridão. Mas qual será a razão dessa dualidade interna em nós? Por que temos a presença dessa separação psicológica presente em nós - que é a ideia desse "eu" e o "não eu", desse alguém presente e o mundo lá fora? Por que psicologicamente nós vivemos em dualidade, entre violência e não violência, amor e ódio, prazer e dor, felicidade e infelicidade, apego e desapego, desejo e medo? O que há por detrás dessa condição interna em que nós nos encontramos? Aquilo que está presente é a não compreensão, é a não visão, é a não percepção direta desse elemento presente que sustenta essa condição. Esse elemento é o ego.

Portanto, quando você pergunta: "O que é o ego?"... O ego é esse "mim", é essa "pessoa", é esse sentido de alguém presente, olhando a experiência a partir de uma máscara. Algo que temos tocado aqui, com vocês, é isso. Observe que a palavra "pessoa" vem de "persona", assim como a palavra "personalidade". E a persona eram aquelas máscaras que eram usadas nos teatros na Grécia Antiga. Assim, no passado, em uma peça teatral, os atores entravam com uma máscara. Essa máscara era a persona. A palavra pessoa e a palavra personalidade vêm desta persona, que é esta máscara. Nós temos um modo de lidar com a vida, de lidar com o outro, de lidar com nós mesmos: é a partir de uma máscara, de uma ideia que fazemos sobre quem nós somos, sobre quem o outro é, sobre o que a vida representa. Tudo isso é visto a partir dessa ótica. Essa ótica é a ótica do "eu", do ego, desse "mim", desta persona, desta pessoa.

O encontro com a Realidade Divina é o descarte dessa máscara. É o descarte desta psicológica condição, dessa ideia de alguém presente: alguém no pensar, alguém no sentir, alguém no fazer, alguém nesse interagir com o momento presente. Não existe esse "alguém". Nós estamos diante de uma psicológica condição, construída pelo pensamento. Nesse sentido, isso é aquilo que nós somos. Então, sim, toda a resposta que estamos dando à vida, a partir desta condição psicológica, se mostra muito real, mas é nesta condição, numa condição de ignorância. Então, toda atrapalhação, confusão, desordem, sofrimento em nossas vidas, é algo presente, porque a nossa vida é a particular vida desse centro, que se move de uma forma egocentrada, pessoal, particular, autointeressada nela mesma. Essa é a intenção da pessoa, desse "mim".

Esse contato com a vida sem a presença desta separação é a vida se revelando, sem a pessoa. É a própria vida assumindo o espaço dela. Nesse espaço onde a vida está não há conflito, não há contradição, não há desordem, não há confusão. É na ideia de ser alguém, é na atitude de ser alguém, é no modelo da pessoa, desse "mim", desse alguém, que está presente o problema, o problema da vida. Esse é o problema do "eu"! A vida é Beleza, é Amor, é Liberdade, é Felicidade, a vida é completude, não a vida que o pensamento conhece, que nós conhecemos nesta consciência pessoal.

Eu me refiro à Vida Real, à Vida Divina, à Verdadeira Vida deste Ser - essa é a Vida de Deus. É o que estamos juntos, aqui, aprofundando, compreendendo, esclarecendo, tomando ciência por nós mesmos, de uma forma direta. Não é ouvir essas falas, ouvir essas palavras e ficar intelectualizando sobre elas, formando novas crenças, acrescentando às crenças que você já tem, essas crenças novas, que você acredita estar recebendo aqui. Não se trata de uma crença, se trata de algo para ser visto, e quando é visto, é um fato, é uma realidade. Não é uma ideia para se colocar em ação no futuro. Não existe tal coisa como esse futuro.

Não podemos continuar levando a vida a partir de ideias. A vida é Real quando estamos livres no viver, na própria vida. Não precisamos de ideias, precisamos de compreensão, de visão, de clareza, de Realização de Deus, que é o que estamos trabalhando aqui com você. Isso é o fim do "eu". Isso é o fim do ego.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de um inscrito aqui no canal. O Rony faz a seguinte pergunta: "Mestre, a prática da auto-observação é a melhor maneira de se livrar do ego?"

MG: Gilson, a verdade da aproximação desse olhar para si mesmo é se tornar ciente daquilo que está presente aqui. Aprender a escutar, a olhar, a perceber, sem alguém presente interferindo nisso, envolvido com isso, querendo modificar, transformar, fazer algo com isso, é a aproximação do Autoconhecimento. A base para o Autoconhecimento - sim, no Autoconhecimento temos a necessidade clara desse olhar, que é a auto-observação. Se auto-observar é a base para esse Autoconhecimento, mas é a verdade do Autoconhecimento que traz a clareza daquilo que está presente aqui, sem qualquer ideia sobre como modificar ou transformar isso em uma outra coisa. Assim, a base para esse Despertar, para esta Realização, é a compreensão de nós mesmos, que é o Autoconhecimento.

Se auto-observar é algo que lhe dá a base para esta atenção sobre suas reações. Portanto, existem diversos elementos envolvidos em um trabalho direto para esse Despertar. Em geral, as pessoas usam a expressão "auto-observação" ou "se auto-observar", de uma forma equivocada. Não se trata de alguém presente se auto-observando. Há uma forma de nos aproximarmos nesse instante desse olhar, escutar, perceber. E a única forma real para isso é trazendo atenção sobre as nossas reações. Uma atenção que, quando presente, lhe coloca diante deste instante, sem esse elemento que é o "eu".

Quando temos a presença dessa atenção, nós não temos a separação entre o observador e aquilo que ele está vendo. Não há uma separação entre aquele que está presente nesse ouvir o som - temos a presença do som. Temos a presença do escutar, mas não há qualquer separação entre esse que escuta e o som que está sendo escutado. O escutar revela o som, o olhar revela a visão, não há alguém nisso - essa é a presença da atenção. Ela requer, sim, esse olhar para nós mesmos. Mas não é só olhar para nós mesmos, é aprender a olhar para o que está presente aqui e agora. Não há uma separação entre aquele que está do lado de fora e aquele que está do lado de dentro. Esta separação psicológica é uma ilusão! Portanto, se trata desse "olhar". Você começa a se dar conta dessas reações, os gestos, o tom de voz, a fala. o que quer que esteja presente aqui, assim como as ações, o que quer que esteja surgindo aqui, aquilo que está presente, vindo de você, vindo do outro, surgindo como a vida, tudo aqui precisa ser visto sem o "eu", nesse olhar. Essa é a presença da Meditação.

Quando temos presente a Meditação, temos um olhar sem escolha, um perceber sem separação entre o que percebe e aquilo que está sendo percebido. Há um constatar da vida. Há um perceber do momento. Assim, tudo isso é parte desse encontro com a ciência deste Ser, com a compreensão da vida, com a visão do momento. Não há alguém presente neste momento, não há alguém presente na vida. Não há alguém presente nas respostas sendo dadas, na compreensão acontecendo, na ação surgindo. Tudo está presente como a vida, sendo a vida. Assim, a forma real desta aproximação de nós mesmos requer uma visão nova destas reações que surgem neste instante.

Nós não podemos ter uma fórmula como nós queremos. Alguns pensam que a meditação é o caminho para a Iluminação; outros podem pensar que a autoinvestigação é o caminho para a Iluminação; outros podem pensar que a auto-observação é o caminho para a Iluminação. Veja, não podemos particularizar essas expressões sem compreender o contexto em que elas se encontram. Tudo isso é parte do trabalho desse Despertar, mas não particularizam uma técnica, um sistema, um método, porque estaremos diante de uma ilusão, de uma crença, de uma sugestão, ainda, dada pelo pensamento.

O elemento fundamental nesse Despertar continua sendo a presença misteriosa, indescritível da Graça Divina. Todo o trabalho que ocorre, que acontece dentro desse processo do Despertar, não é o elemento determinante. O elemento determinante para esse Florescer é o poder desta Graça, é o poder desta Presença Divina. É isso que torna possível a Ciência de Deus, é a Presença do Próprio Deus. Não é da ideia, não é da crença, não é da imagem que nós chamamos de "Deus", estamos falando da Realidade desse Mistério. Nós podemos ter crenças, ideias, imagens sobre Deus, não é disso que tratamos aqui. Estamos falando desse Mistério, dessa Realidade indescritível, inominável que, quando está presente, realiza tudo. Então, se aproximar desse trabalho é permitir que esta Realidade encontre o espaço d'Ela e realize esse trabalho aqui neste corpo, nesta mente.

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de um outro inscrito aqui no canal. O Guilherme faz a seguinte pergunta: "Mestre, como abandonar o que ainda se tem apego?"

MG: Gilson, esse é um outro ponto bem interessante. Nós temos ideias, nós temos ideais, nós temos propósitos, objetivos. Cansados de propósitos e objetivos e realizações materiais, chega o momento em que nós nos voltamos para realizar esses ideais, objetivos e propósitos assim chamados "espirituais". E termina que nós aprendemos muitas coisas. Esse aprender, como se conhece, é adquirir conhecimento das coisas. E a gente termina adquirindo esse conhecimento, nesse velho aprender sobre a vida espiritual, de que nós precisamos nos livrar dos nossos apegos. Mas o que é a realidade do apego? Por que precisamos de um ideal para nos livrarmos do apego?

Alguns têm o ideal de se livrarem dos apegos. Aquilo ou aquela coisa ou aquelas coisas a que eles se sentem apegados. Então, "eu preciso me livrar dos meus apegos". Esse é o ideal do desapego para continuar se voltando para maiores desapegos e se tornando alguém desapegado. Você não precisa se livrar dos seus apegos, você precisa tomar ciência da ilusão desse elemento presente, que se vê apegado e que também pode se ver, daqui a pouco, desapegado. Essa separação entre aquilo a que estou apegado e aquilo do qual não tenho apego, esta separação está sendo criada por esse elemento presente em nós, que é a pessoa, o "mim", o "eu".

Nesse formato do pensamento, nós temos apegos e temos desapegos, mas não investigamos a natureza do "eu". O seu problema não é o seu problema; o seu problema não é o seu apego. A ausência do desapego, esse não é o seu problema. O seu problema é a presença desse "eu". Enquanto estivermos situando nossas vidas na ideia de alguém presente na vida, essa nossa vida, essa particular vida, é a particular vida ilusória de uma identidade presente. Quer esta pessoa reconheça seus apegos ou reconheça os seus desapegos, ela ainda continuará na ilusão de existir como alguém, sendo ela o centro de suas experiências, de suas respostas para a vida, para si mesmo, para o outro, para o mundo.

É aqui que nos deparamos com o problema: o problema não são as coisas que você tem. O problema é a ideia de que você existe tendo coisas. É alguém presente tendo coisas. É alguém presente existindo as alguém. Não se trata de se desprender dos objetos, mas de soltar o "eu", esse ego, essa pessoa. O real desprendimento do ego, o real desprendimento do "eu", consiste na compreensão da natureza, da estrutura daquilo que representa esta pessoa. Isso requer Autoconhecimento.

Você tem um galho enorme entrando no seu quintal. Isso vem da árvore do seu vizinho - ele tem uma árvore enorme e tem um galho para o seu quintal. Então, as folhas vêm e elas caem no seu quintal. Você está sempre limpando o seu quintal, tirando as folhas, mas as folhas continuam surgindo daquele galho da árvore que está no quintal do seu vizinho. Aquele galho se estende pelo muro, passa pelo seu muro e as folhas caem no seu quintal. E você está sempre limpando aquelas folhas, e você olha para cima e lá está o galho sempre produzindo folhas. Assim nós queremos nos livrar dessas folhas: limpando o quintal. Não há como se livrar dessas folhas de uma forma real, você não vai se livrar dessas folhas limpando o seu quintal. É algo provisório, é algo temporário. Você limpa e daqui a pouco as folhas estão lá novamente. A não ser que você se livre daquele galho, que está vindo daquela árvore do seu vizinho e que está atravessando por sobre o seu muro para o seu quintal, você sempre terá folhas no seu quintal.

Assim, nós estamos em busca de soluções paliativas, secundárias, para problemas primários, para problemas fundamentais. O problema é a presença de uma identidade aqui e agora, uma ilusória identidade, o sentido de alguém, que se vê tendo coisas, possuindo coisas, controlando coisas. É o fim do "eu", é o fim do ego, é o fim dos problemas.

GC: Gratidão, Mestre, já fechou o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E para você que está acompanhando o videocast até o final e tem esse desejo de realmente viver essas verdades, fica o convite para participar dos encontros intensivos que o Mestre Gualberto compartilha. Nesses encontros, que são encontros on-line de final de semana - existem também encontros presenciais e retiros de vários dias. Nesses encontros, o Mestre Gualberto, além de responder diretamente às nossas perguntas, ele compartilha esse Estado de Presença em que Ele vive, e nesse compartilhar há um campo de energia, de Poder e Graça. E a gente acaba entrando de carona nessa energia do Mestre, e, entrando nessa carona, de forma natural e espontânea, entramos num estado de Meditação, aquietamos nossas mentes, podemos ter uma visão do que está além do entendimento intelectual.

Então, fica o convite: no primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Além disso, já dá o like no vídeo, se inscreve no canal, e faz comentários aqui trazendo outras perguntas para a gente trazer para os próximos videocasts. E mais uma vez, Mestre, gratidão pelo videocast.

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