GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "A União Consciente com Deus". Em um trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Traga sua atenção de novo e de novo, e quantas vezes você perder esse foco, trago-o de volta suavemente." Bom, sobre essa questão da atenção, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre o que é a atenção?
MG: Gilson, essa questão da atenção é aquela que, investigada, nos faz compreender a realidade daquilo que está presente. É a presença da atenção que nos aproxima, exatamente, da vida como ela está acontecendo. Nós não temos um olhar direto para a vida como ela acontece, isso porque nos falta esse perceber diretamente. Nos falta isso de estarmos próximos de uma forma direta desta dada coisa, porque nos falta atenção. Algumas vezes nós expressamos atenção; quando algo nos desperta o interesse, nós olhamos para aquilo. Nesse olhar, ocorre de uma forma natural, em razão desse interesse por aquilo, uma completa atenção naquele momento. Então, nós estamos diante daquilo, em atenção. Nós passamos a vida, Gilson, de fato, desatentos. Nós não temos atenção para aquilo que está presente aqui, nem externamente, nem internamente. Esse momento de interesse para uma dada coisa, particulariza um momento em que ficamos inteiros, em que ficamos completos, ali, naquela dada situação; é quando estamos atentos.
Assim, a presença da atenção é fundamental. Nós não nos conhecemos, em razão da ausência dessa atenção. Nós passamos o dia, por exemplo, carregados de pensamentos, pesados, onerosos de pensamentos, sobrecarregado de ideias, de opiniões, julgamentos, crenças. assim como de sentimentos, emoções, sensações. E, em geral, nessa forma de consciência, que é a consciência que nós temos, nós não trazemos atenção para este instante. É isso que nos dá esse formato de consciência que somos, que expressamos, que manifestamos ser. Essa forma de consciência em nós é inconsciência. nós não estamos cientes dos pensamentos acontecendo em nós. Os sentimentos, as emoções se processam - assim como todo tipo de resposta que estamos dando para a vida neste momento - geralmente tudo isso ocorre de uma forma inconsciente. É só uma resposta automática, é somente uma resposta mecânica! Essa resposta em nós é algo que vem do passado.
Nós somos, psicologicamente, internamente, o resultado da memória. As experiências pelas quais nós passamos nos deram essa formação - essa formação é a formação do "eu". Assim, a forma como atendemos a vida é, invariavelmente, a forma do passado, porque é a maneira da lembrança, é a maneira, é no formato das experiências passadas, e essa resposta é automática, é inconsciente, é mecânica. Nós não sabemos lidar com o momento presente, porque não temos, neste momento, ciência do que está aqui. É só a forma automática de responder, é só a forma mecânica, inconsciente, de atuação do pensamento, do sentimento, da emoção. Em alguns momentos, como coloquei agora há pouco, nós temos algum interesse por este momento, por este instante. Então, em alguns momentos, este instante nos causa um interesse profundo, significativo. Quando isso acontece, ocorre naturalmente um momento de atenção.
Quando você está passeando em um parque, olhando tudo ali. quando você está caminhando numa floresta, fazendo uma trilha, na beira de um rio ou sentado na praia. esses momentos nos despertam de uma forma natural o interesse para olhar, para observar, para ficar com os detalhes, com a visão, de tal forma presente, que não exista qualquer separação, porque todo o nosso coração está ali, toda a nossa mente está ali, todo o nosso ser está ali, nesse olhar para esses detalhes. Então, nesse instante, nós temos um nível interno de percepção. Esta percepção é uma percepção onde não existe mais a separação entre "eu" que observo e aquilo que está ali, sendo observado. O real interesse traz essa atenção a ponto de que, aquilo que ali está seja a única coisa. Nesse instante há um contato; nesse contato o sentido do "eu" desaparece e fica esse olhar, esse perceber, sem a separação, sem a divisão. Esse momento é o momento da atenção.
Na vida, nós precisamos despertar para a atenção, nós precisamos tomar ciência daquilo que aqui está presente, neste momento. É nesse contato, é nessa aproximação, que afastamos as ideias. Não há espaço neste instante, porque não há separação, não há qualquer divisão entre você e aquilo que ali está presente. Notem que isso é muito simples de acontecer e com muita frequência acontece, quando estamos em contato com a natureza. Quando você está diante de uma árvore ou diante de uma flor, no jardim ou num descampado, aquela flor solitária lhe atrai a atenção. Assim, nesse contato com a natureza, é muito comum isso acontecer, mas nós não temos a mesma atenção para aquilo que acontece aqui, dentro de cada um de nós.
Quando você tem um modelo de pensamento, se ele é agradável, prazeroso, confortante, causa ânimo, nesse momento a sua atenção não existe, porque você está tão envolvido com o pensamento, tão identificado com o pensamento, que está presente uma condição de inconsciência para essa qualidade de pensamento. Não existe uma atenção para esta reação. Pela força do hábito, nós temos uma tendência muito forte a nos confundirmos, a nos identificarmos, a valorizarmos o pensamento que nos causa prazer, a imagem mental que nos causa prazer. Nesse instante de identificação com o pensamento, esse desfrutar dessa qualidade de memória, de lembrança, de imagem - porque o pensamento é isso -, nós estamos nesta consciência do "eu", nesta consciência egoica.
Isso vale também para os pensamentos ruins. Quando eles são desagradáveis, ao invés de nos identificarmos com eles, nós os rejeitamos. Queremos nos livrar dessas imagens ruins, desagradáveis, dessas lembranças, dessas recordações, desses pensamentos. E, nesse momento, ocorre esta separação, esta divisão. Portanto, nós estamos, ou identificados com o pensamento ou rejeitando os pensamentos, e das duas formas, nós estamos alimentando a condição de inconsciência. Não existe uma atenção sobre essa reação, não existe uma atenção sobre este instante, sobre este momento. Seja para um pensamento, para um sentimento. depois isso se transforma numa emoção, numa forma de expressão desse sentimento, e tudo isso ocorre conosco de uma forma inconsciente, mecânica.
Já quando existe esta atenção, esta consciência, há uma liberação desta consciência do "eu", há uma liberação desta inconsciência. Não existe nem identificação com o pensamento, nem rejeição do pensamento, ou do sentimento, ou da emoção. Há somente um olhar, um olhar livre do "eu", um olhar livre desta separação. A verdade desta atenção lhe aproxima do Autoconhecimento e o Autoconhecimento lhe revela a Meditação. É o que temos trabalhado aqui e lhe mostrado aqui: como, nesta vida, assumir a Verdade sobre o seu Ser, sobre Aquilo que é você nesta Real Consciência, nesta verdadeira Consciência que é esta atenção, que é a base do Autoconhecimento e da Meditação, torna possível. Ok?
GC: Mestre, nós temos uma pergunta de uma inscrita no canal. A Maria das Graças faz o seguinte comentário e pergunta: "Então, não existe o Acordado, nascemos dormindo e morremos dormindo. A vida é o quê? Bem complicado! Na verdade, uma grande confusão e que ninguém consegue explicar, pois ninguém tem acesso e conhecimento de verdade. Na Consciência Divina somos indivíduos com pensamentos únicos".
MG: Gilson, há uma confusão aqui nessa pergunta: Nós nascemos dormindo, vivemos dormindo e morremos dormindo nesta inconsciência, nesse modelo de consciência egoica, de consciência do "eu". Então, nesse modelo desta mente egoica, desta inconsciência, aquilo que a vida é, é confusão! Então, o que é a vida nesse estado de inconsciência? Sofrimento, confusão! Nós temos que nos tornar cientes do que é, para irmos, naturalmente, além disso. Por que o que é a vida, nesta vida do "eu"? Inveja, ambição, o conflito presente nesses desejos, a presença do medo, tudo isso está presente na vida como ela é nesta condição egoica. Não é isso que estamos colocando aqui, para você. Nós precisamos tomar ciência do que é, para a compreensão do que é, e isso é o fim desta condição desta inconsciência. O seu Natural Estado de Ser é Desperto. Sim, é Acordado, é livre desta inconsciência, é livre deste sonho, é livre disso que é nesta particular vida do "eu". Portanto, nós temos a vida Real, a vida Real como ela é, mas nesse sentido do "eu" nós desconhecemos, nós estamos vivendo a vida criada pelo pensamento, alimentada por essa condição de inconsciência. Então, essa vida como ela é, a vida que é como ela é no ego, é dela que precisamos nos livrar, juntamente com esse sentido do "eu", porque não é natural. Nós estamos diante da vida comum, do pensamento comum, do sentimento comum, das respostas comuns para esse padrão de vida que nós conhecemos.
Nós precisamos, Gilson, nos aproximar da vida. Sim, para compreender como ela é, para irmos além disso que é, para a ciência da Real Vida Divina, da Real Vida de Deus, da Real Vida deste Ser. Portanto, Despertar nesta vida é a única coisa que importa. Ir além desta interna, psicológica, emocional, sentimental condição de existência egoica, onde todo esse mover em nós é o mover egocêntrico. o mover que se separa da vida como ela acontece, porque não estamos lidando com a vida como, de fato, ela é, e sim como o pensamento idealiza. Essa idealização do pensamento está nos dando a vida como ela demonstra ser, como ela parece ser, como ela é, mas estamos diante desse modelo artificial de vida, que é o modelo da separação. Temos a presença desse "eu", desse "mim"; desta pessoa e a vida. Não existe tal coisa como uma separação entre esse "eu" e a vida; a Verdade é a vida. Mas a vida, sendo a Verdade, ela é a presença deste Ser, desta Realidade Divina. Este é o Estado Desperto, este é o Estado Acordado. Assim, essa confusão no pensamento é algo que desaparece quando há esta Ciência da Verdade, esta Ciência Divina, esta Ciência de Deus.
Esse contato com a vida é um contato possível quando não existe mais esta separação. Nós não estamos em contato com a vida; o nosso contato com a vida é o contato através do pensamento. Nós não reconhecemos a vida, nós estamos sempre no reconhecimento do pensamento; toda forma de reconhecimento se baseia no passado. Nós acreditamos que estamos em contato com a esposa e, na verdade, estamos em contato com a imagem que temos dela. em contato com o marido, com a família com o mundo à nossa volta. é através da cortina do pensamento, é através da forma como o pensamento representa o marido, a esposa, a família, o mundo. Assim, não existe um real contato - o real contato é aquele que está presente quando o "eu" não está. Então, nesse momento, não há separação. Esse é o Despertar, esse é o seu Estado Natural livre do "eu", livre do ego. Ok?
GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de um outro inscrito aqui no canal. O José faz a seguinte pergunta: "E para quê esse sonho? E depois?. E para que vir a sonhar?"
MG: A sua pergunta é: "Para quê esse sonho?" Eu que lhe pergunto: Para quê esse sonho? Por que esse sonho está presente? Porque nós fomos condicionados a uma forma de responder ao instante, ao momento presente, dentro do modelo do pensamento. Como o pensamento é uma resposta que vem do passado, toda a nossa resposta a partir do pensamento é a partir de um elemento que está dentro dessa experiência, que é o experimentador, que é o pensador. É isso que torna o sonho possível. É isso que faz o sonho acontecer. Sim, é uma boa pergunta: "E para quê esse sonho?" Realmente, qual é a necessidade de viver nesta psicológica condição de padrão de pensamento, onde permanecemos constantemente dando continuidade a uma vida tão artificial como essa, que é a vida da separação? E você continua perguntando: "E depois? Por que continuar nesse sonho?" A Realidade da vida é a compreensão da Beleza desse encontro com este instante, sem o passado. Esse é o fim do sonho!
Dentro destes encontros nós estamos trabalhando exatamente isso, com você: ter a compreensão clara de que a vida consiste naquilo que ela é. Não é aquilo que o pensamento diz que ela é, que um sentimento envolvido com o pensamento diz que ela é, que uma emoção envolvida com o sentimento - que, por sua vez, esse sentimento está envolvido com o pensamento - diz que ela é. É quando, a partir do pensamento, a nossa identidade consiste nesse alguém no sentimento e na expressão da emoção, que está presente esta identidade ilusória, que se vê separada da vida - essa é a condição do sonho. O encontro com a Realidade da vida é um encontro com a Beleza, é a presença da sensibilidade que traz essa inteligência nesse encontro com a Beleza da vida. É isso que nos mostra a Realidade d'Aquilo que está aqui, livre do passado, livre do experimentador, livre do pensador, livre do ego. Esse contato com a Beleza é o contato com a Inteligência, que é o contato com essa sensibilidade de uma resposta para este momento, sem o passado. É assim que, nesse encontro com Realidade, se revela Aquilo que está além do "eu", além do ego, além de todo esse movimento de autocentramento, de autointeresse egocêntrico.
Sim, não há qualquer necessidade de manter essa continuidade do sonho - isso termina quando o pensamento cessa. Não se trata de parar de pensar, se trata de se libertar do pensamento condicionado, do pensamento mecânico, do pensamento psicológico, do padrão de pensamento que dá base para esta vida do "eu", para esta vida do ego. Aqui nestes encontros, nossa aproximação é para essa visão da vida, é para essa visão da Realidade, é para esta visão de Deus. Não há sonho em seu Natural Estado de Ser. Esse sonho está no modelo do pensamento, nessa imaginação do "eu", nessa ideia de alguém que está vivendo neste instante porque veio do passado e está indo para o futuro. Tudo isso termina quando a ilusão termina. Tudo isso se dissolve, tudo isso desaparece. A vida neste instante é a Verdade do seu Ser, e não há sonho aqui. Ok?
GC: Gratidão, Mestre, já fechou o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast. E para você que está acompanhando o videocast até o final, e realmente quer ter uma compreensão real destes ensinamentos, fica o convite para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros intensivos de final de semana. Existem no formato on-line, presenciais e também retiros. Nestes encontros, além do Mestre responder diretamente as nossas perguntas, ocorre algo muito mais impactante do que isso. Pelo Mestre já viver neste Estado Desperto de Consciência, Ele compartilha esse Estado de Presença em que Ele vive. E nesse compartilhar há um Poder, uma Força e uma Graça, que a gente acaba entrando de carona nessa energia do Mestre. E entrando nessa carona, de maneira espontânea e natural, entramos no estado meditativo, silenciamos nossas mentes. Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar destes encontros. Além disso, já dá um like no vídeo, se inscreve no canal e também faz comentários aqui, trazendo perguntas para os próximos videocasts. E mais uma vez, Mestre, gratidão pelo videocast.
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