Páginas

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Praticando o Autoconhecimento. O que é o Autoconhecimento? A egoidentidade. O que é Atenção Plena?

Para algumas pessoas, a ideia do autoconhecimento é algo para ser praticada. Por isso elas usam o termo "praticando o autoconhecimento". A Verdade sobre o Autoconhecimento, desta ciência, a direta resposta para a pergunta o que é o Autoconhecimento, se refere a uma aproximação de si mesmo para a compreensão direta do movimento do "eu".

Diferente de estudar isso em livros ou através de um sistema, de uma metodologia técnica, esse olhar para as nossas reações, que são esses processos internos que ocorrem dentro de cada um de nós, requer a presença de uma atenção sobre isso. Essa atenção é olhar diretamente para aquilo que ocorre dentro de cada um de nós e fora de nós mesmos.

E por que isso é fundamental? Porque é isso que lhe faz ter um contato direto com a forma, com o padrão, com o modelo dessa consciência, que é a consciência egoica, que é a consciência egocêntrica, que é a consciência do "eu". Sem essa aproximação, não há compreensão; e sem essa compreensão, a vida da pessoa é a vida egocêntrica, dessa egoidentidade.

A qualidade de vida no ego, a vida no "eu", a perspectiva, a visão particular de mundo presente na pessoa é aquela onde está presente a presença da ignorância. Isso sustenta em nós o sofrimento, a ilusão de uma relação com o outro, tendo por princípio esse equívoco, que é o equívoco da mente egoica, dessa consciência pessoal; isso nos coloca vivendo uma vida egocêntrica, exclusivista, isolacionista, separatista. Assim, basicamente essa é a vida da egoidentidade.

O que é essa egoidentidade? É a identidade egocêntrica. Nós não estamos em contato com a beleza da vida, com a singularidade da vida, com a totalidade da vida, porque as nossas ações nascem desse fundo de experiência e de conhecimento, presente em cada um de nós, que é o resultado da memória. Nós temos diversos assuntos não resolvidos; esses assuntos não resolvidos são os problemas.

Os diversos problemas presentes na vida do ser humano são algo que estão presentes em razão da não ciência da Verdade da Vida. Quando as pessoas falam dos problemas, invariavelmente - e essa é a base para os problemas que elas têm -, estão falando exatamente a partir de uma perspectiva de alguém presente, tendo uma visão da vida em resistência.

Nós não compreendemos a vida e, no entanto, estamos projetando, sobre a vida, objetivos para realizar, para ser feliz. Nós não temos a Verdade de que a Felicidade é algo que já está presente, sendo algo inato, inerente, algo presente na própria vida, quando não há mais ilusão. Mas o fato é que nós nascemos dentro de um contexto de vida em separação; essa separação está estabelecida em nós em razão da presença do equívoco do pensamento.

O elemento da separação é a condição onde a memória assumiu esse lugar de destaque. Nós temos dado ao pensamento um valor extraordinário, e como o pensamento é o resultado da memória, a memória assumiu nossas vidas. Veja que coisa importante nós temos aqui para compreender; daí a necessidade da visão real sobre o Autoconhecimento.

Nós precisamos compreender o lugar que tem o pensamento em nossas vidas ou, de outra forma, o pensamento estará ocupando esse lugar, esse lugar de comando, de controle. Você jamais duvida, por exemplo, das crenças, e o fato é que, psicologicamente, toda a nossa formação de consciência se assenta em crenças, em coisas que nos foram mostradas, nos foram ensinadas, nos foram dadas por esse contexto de história humana, por esse contexto de cultura dentro da humanidade.

Nós fomos criados dentro de padrões de comportamento, de fala, de pensamento, de linguagem, dentro de uma doutrina de cultura humana. Então nós fomos doutrinados para sermos exatamente quem nós somos, para vivermos exatamente como estamos vivendo, e a qualidade de vida que temos é a qualidade de vida centrada nessa ilusão de separação, onde existe um sentimento forte, um pensamento frequente de que a vida é algo separado daquilo que nós somos; então temos "nós e a vida", temos "nós e eles", temos esse "eu" e o "não eu".

O que nós temos enfatizado aqui com você é a importância dessa visão, dessa nova visão, dessa real visão de si mesmo. É apenas quando você começa a olhar para aquilo que se passa dentro de você, é apenas quando você começa a olhar para o mundo do lado de fora, sem a interferência do pensamento, sem a interferência de ideias preconcebidas, que você começa a perceber a vida como ela acontece, externamente e internamente.

Nós não fomos educados para essa Inteligência, para essa aproximação do momento, da experiência, dos acontecimentos, daquilo que se passa externamente, ou seja, do lado de fora do corpo, e daquilo que se passa dentro de cada um de nós, ou seja, em nossa mente e em nosso coração. Nós não fomos educados para olhar, para ver, para escutar, para perceber, para saber o que é isso que ocorre conosco. Pelo contrário, nós fomos educados exatamente para seguir, para copiar, para imitar, para ser como as demais pessoas à nossa volta.

Assim, esse padrão de condicionamento em que nós nos encontramos nos coloca dentro de uma consciência que não é essa verdadeira Consciência, que não é essa Real Consciência - o sentimento que nós temos, por exemplo, presente de uma consciência individual. Você tem a sensação ilusória de que você pensa o que quer, de que você sente o que deseja, de que você sabe do que precisa.

Nós temos diversas formas de percepções da vida, tanto externamente quanto internamente, que têm por princípio a ilusão de uma crença, que é a crença desse "eu" no controle. Por exemplo, você se vê como alguém que está pensando nas coisas. Uma das coisas que temos estudado aqui com você é a verdade que você não está pensando; o pensamento é um processo em você que ocorre no cérebro. É parte da mente, dessa conhecida mente em nós, a presença do pensamento, a presença do pensar, mas nós não temos alguém no pensamento.

Se eu pergunto o seu nome, você tem o nome; se eu pergunto o seu endereço, você tem o seu endereço; se eu pergunto algo da sua história, você tem a sua história. Mas essa história, o seu nome, o seu endereço, não são a verdade sobre você, são só uma lembrança, uma recordação, algo que vem dessa memória. E nós estamos vivendo na memória, vivendo pela memória, vivendo dentro da memória, sendo a própria memória: essa é a vida desse "eu".

Mas o que é esse "eu", o que é esse "mim", esse sentimento de ser alguém? Nós desconhecemos! Nós estamos identificando isso exatamente com o nome, com a história, com o endereço, com todas as lembranças que temos do passado. O que são essas lembranças? Essas lembranças em nós são a presença do pensamento. O que são esses pensamentos? Essas memórias, essas recordações da história, desse corpo e dessa mente.

Mas qual é a verdade sobre você? Parece simples a pergunta, mas estamos diante de uma pergunta que requer uma profundidade, uma dimensão de visão que no intelecto nós não temos. Tudo que podemos responder a partir do intelecto serão respostas dadas pelo pensamento, e esses pensamentos são essas lembranças.

Acreditamos que nós somos esses pensadores, acreditamos que nós somos o elemento dessa resposta, como sendo alguém, como sendo esse "eu", enquanto que essas respostas estão vindo desse intelecto, dessa memória, desse cérebro. Nós continuamos sem saber a Verdade sobre nós mesmos, nós continuamos presos à ilusão desse "eu", à ilusão dessa mente. Aquilo que chamamos de mente é esse processo mecânico, inconsciente, é esse movimento de memória, de resposta de memória, são meras reações que estão surgindo a todo momento em razão de estímulos, de desafios. Nós continuamos na ignorância.

Qual é a verdade sobre você? Esse encontro com o Autoconhecimento vai revelar essa Verdade sobre você. O primeiro aspecto dessa Verdade é esse estado de condicionamento psicológico em que nós nos encontramos. Como pessoa, você é o medo, é a raiva, você é alguém que tem amigos, que tem inimigos. Como pessoa, o ser humano é aquilo que ele demonstra ser, que ele aparenta ser. É isso que nós somos nesse sentido do "eu", nesse sentido do ego, nesse sentido de alguém presente nesse momento, se vendo como alguém separado do outro, separado da própria vida.

O que é esse olhar para cada um de nós? É esse observar tudo isso que se passa nesse instante. Quando você está diante de um pensamento, a ideia de você presente pensando é uma ilusão criada pelo próprio pensamento. Todos nós já tivemos momentos de raiva na vida, por "N" números de razões. As razões da raiva são muitas, as diversas formas de expressão da raiva são inúmeras, mas a raiva em si, o sentimento, sensação, emoção, a presença da raiva é uma.

Todos nós sabemos o que é raiva, todos nós temos convivido com a raiva desde a infância, mas repare, quantos prejuízos, quantas confusões, quantos problemas você criou em sua vida em razão de momentos tempestivos de raiva, da presença da raiva e, no entanto, você continua sem saber o que é raiva. Nós convivemos com a raiva desde a infância; mas não só com a raiva, nós convivemos com o medo. São inúmeros os medos, são diversas as formas de temores.

Nós sabemos o que é o medo? Continuamos sem saber! Nós sabemos o que é a raiva? Continuamos sem saber! E, no entanto, somos vitimados, nesse sentido do "eu", do ego, por esses estados, que são estados problemáticos, que são estados de desordem, de confusão, de desequilíbrio, de sofrimento, e nós estamos constantemente mantendo essa continuidade da raiva, do medo. A inveja é parte disso, o ciúme é parte disso.

Alguns associam, de uma forma prazerosa, essa questão do ciúme à presença do amor. Amor não é prazer. Prazer se torna desprazer, prazer pode produzir irritação, insegurança, contrariedade; prazer pode produzir medo, pode produzir ciúme: isso não é Amor. Observe que nós estamos vivendo em diversos estados conflituosos, aflitivos, de sofrimento, de desordem, de desequilíbrio, em razão do fato de que nós não nos conhecemos.

Não sabemos o que é ter uma aproximação dessas reações para, de perto, olhar para elas, entrar em contato direto com elas, irmos além delas. É o que aqui estamos trabalhando juntos, lhe falando da possibilidade de uma vida livre de toda essa complicação, de toda essa desordem, de toda essa insciência, de toda essa inconsciência; uma vida livre desse modelo dessa consciência egocêntrica, dessa consciência do "eu", que é, na verdade, inconsciência sobre tudo isso, que é a não verdade, é a não compreensão de tudo isso.

Um encontro com a Realidade Divina é um encontro com a visão de Deus, é um encontro com a visão do seu Ser, é um encontro com a visão da vida, livre do "eu". Assim, é essa aproximação de si mesmo, neste instante, para o fim dessa confusão interna em que esse sentido do "eu", do ego, tem nos colocado, que nós precisamos compreender, que nós precisamos descobrir. A Verdade de Deus é a Verdade da Vida, livre do "eu", livre do ego, livre dessa consciência, que é a consciência egoica. Assim, esse modelo do pensamento, que é o modelo da memória, que tem se tornado a parte mais importante da vida egocêntrica, da vida egoica, se desfaz.

Nós precisamos da memória, como nós precisamos do pensamento, mas apenas a nível prático, objetivo, direto, para lidar com assuntos bem simples na vida. O seu endereço é só um conhecimento técnico; a data do seu aniversário é parte da história desse corpo, dessa mente; o número do seu telefone, toda e qualquer forma de conhecimento que você tenha, profissional, é algo prático. Aqui estamos lidando com o pensamento, mas com o pensamento prático.

Um pensamento sobre os fatos não é um pensamento que lida com o propósito de uma identidade egocêntrica, para imaginar coisas sobre aquilo. Você não pode criar nada de especial com o seu endereço, com o seu conhecimento técnico, profissional. No entanto, o sentido do "eu", o sentido do ego, que é esse sentido de autopreservação psicológica, nessa vida egocêntrica, está criando uma particular vida para uma identidade que não existe, para um ser que não é real, que é esse "mim", essa pessoa.

Podemos entrar em contato com a vida de uma forma tal que esse sentido de pessoa seja visto, seja compreendido e, portanto, desfeito, anulado, aniquilado? Isso é o fim do ego, isso é o fim do "eu", isso é o fim desse sentido de identidade que se vê separada do outro, da vida e de Deus. É a presença da compreensão dessas reações presentes em cada um de nós. Como podemos nos aproximar disso? Observando!

Observar não requer a presença de um observador; é exatamente esse observador que, quando observa, julga, ele avalia, ele gosta, ele não gosta, ele aceita, ele rejeita: essa é a vida do "eu". Nós estamos vivendo nesse observador, como sendo esse observador, estamos vivendo como sendo o pensador dos pensamentos, como sendo esse que tem os sentimentos.

Quando você está triste, a ilusão presente é a ideia de alguém na experiência da tristeza; esse alguém sou "eu", esse "mim", essa pessoa. Aqui, o que temos presente é uma sugestão dada pelo pensamento; é ele que criou esse que está no sentir, é ele que criou esse que está pensando sobre o que está sentindo. O pensamento criou esse "eu", o pensamento está sustentando a vida e a continuidade desse "eu". É dessa qualidade de pensamento que precisamos nos livrar, e nós nos livramos quando tomamos ciência de que não existe esse "mim", esse "eu".

É apenas a constatação, o olhar, o perceber, o escutar essas reações que põem fim à continuidade de alguém presente nesse velho modelo, que é o modelo desse pensamento de memória, de história para essa identidade. Olhar a vida sem esse modelo do pensamento é romper com esse intelecto condicionado, com essa mente condicionada, com essa consciência condicionada, com esse padrão de pessoa, de "mim", de "eu", de identidade egoica. É isso que estamos juntos, aqui, trabalhando com você.

Podemos ter um contato com a vida, com o momento presente, com aquilo que está aqui e agora, sem esse padrão de mente condicionada, intelecto condicionado, memória psicológica, que é esse padrão de pensamento que está dando continuidade à ilusão desse "mim"? Podemos ter um contato com este instante, sem o passado? Notem a beleza disso. A vida é algo agora, aqui acontecendo, não precisamos do pensamento - não dessa qualidade de pensamento.

Agora, aqui, no momento, estamos fazendo uso da fala. A fala, naturalmente, é a presença de expressões verbais; a palavra é parte do pensamento. Mas qual é a base dessa palavra? Ela estará vindo desse fundo psicológico de condicionamento, dessa memória de pensamento psicológico? Então, reparem, nós podemos fazer uso da fala, como uso do pensamento em nossas relações, sem a presença do modelo de uma identidade por detrás desse pensamento. Podemos fazer uso da fala sem esse intelecto condicionado, que está se promovendo e mantendo sua continuidade egocêntrica, a partir do pensamento.

Nós podemos simplesmente lidar com a vida, neste momento, como ela acontece, sem o peso desse pensamento psicológico, desse intelecto condicionado, dessa visão particular desse "eu", desse ego. Assim, o contato com o momento é o contato da vida com a vida, esta é a ciência de Deus, esta é a ciência do seu Ser. É o que estamos trabalhando com você nesses encontros on-line nos finais de semana; são dois dias juntos: sábado e domingo.

Nesses encontros, nós estamos aprofundando esses assuntos com você, descobrindo a arte desta aproximação do Autoconhecimento e da Verdade sobre a Meditação, que é o que torna tudo isso possível. Então, são dois dias juntos. Além disso, nós temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido para você, já fica aqui um convite.

Maio de 2025
Gravatá-PE
Mais informações

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário