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quinta-feira, 31 de julho de 2025

A verdade da morte | Como lidar com a morte? | Sofrimento psíquico | Sofrimento e Autoconhecimento

Existe algo aqui que eu gostaria de ver com você: é a ilusão que temos entre o início e o fim das coisas. Nós temos uma ilusão presente em nossas vidas, nessa particular vida, que é a vida que o pensamento em nós tem estabelecido como sendo real: é a distância entre a vida e a morte. Eu quero tratar com você aqui dessa questão, que é algo que gera muito problema, muito desconforto. É parte do sofrimento, no ser humano, a questão da morte.

Nós nos perguntamos como lidar com a morte, nós perguntamos para o outro como lidar com a morte, mas nós nunca nos importamos, realmente, com a verdade da morte. Nós ficamos sempre nas teorias, nas abstrações, nos conceitos, em uma mera aproximação intelectual desse assunto ou através dessas assim chamadas experiências psíquicas e espirituais, para tentar desvendar a verdade da morte. Mas a verdade da morte consiste na compreensão do mistério da vida.

Não existe tal coisa como uma distância real entre a vida e a morte, isso é uma crença nossa; isso está dentro daquilo que nós temos observado a partir dos sentidos e temos interpretado a partir do pensamento. Para nós, a vida é o início de tudo e a morte é o fim, então nós temos o fim e temos o início. Desde criança, nós temos visto pessoas morrerem. O nosso contato com os nossos animais de estimação - aquele gatinho, aquele cachorrinho -, com nossos parentes. Então, desde pequenos nós estamos em contato com a morte, e nós encaramos a morte como o fim.

Qual será a verdade da morte? O que há por detrás desse mistério chamado morte? Eu volto a dizer: só haverá uma compreensão clara disso quando compreendermos o que é a vida; e diferente do que nós pensamos, aquilo que nós chamamos de vida está a todo momento desaparecendo. Nós nunca somos os mesmos. A cada minuto, psicologicamente e biologicamente, há uma outra estrutura de corpo, assim como temos uma outra estrutura de mente. Tudo na vida está, a cada momento, passando por mudanças, se renovando a cada instante; e só se renova a cada instante porque morre a cada momento.

Você olha para um rio, e após dois segundos, ali é um novo rio; após um segundo, você está diante de um novo olhar. Veja, o rio é o mesmo, mas não é o mesmo. Você olha para o céu, um segundo depois, com o olhar fixo no céu, você não tem mais o mesmo céu. Uma câmera em gravação em slow motion irá lhe mostrar isso, que a vida é algo que carrega esse dinamismo. Então, a vida e a morte não se separam, o fim de algo é o início de alguma coisa; o fim daquela coisa é o início de uma nova coisa.

Assim, a cada momento a vida está acontecendo, de uma forma tão dinâmica e real que não existe qualquer separação entre o que foi e o que será. Essa ideia da separação consiste na nossa tentativa de, pelo pensamento, criar uma estrutura fixa. Então, quando as pessoas vêm e dizem que estão com medo da morte e querem descobrir como lidar com a morte, é porque há um elemento presente em nós que procura dar estruturas fixas à vida, e não há qualquer estrutura fixa na vida.

Uma pessoa com quem você lida há trinta anos, você acha que é a mesma pessoa. Acabamos de colocar isso aqui para você: a cada minuto ela é uma pessoa nova, a cada minuto você é alguém novo. Todo problema no ser humano consiste na ilusão de um pensamento, de um modelo de pensamento que está procurando trazer estruturas fixas para a vida como ela acontece.

Aqui, com você, nós estamos tratando do Despertar da Divino, do Despertar da Verdade, do Despertar Espiritual, o que envolve ter um contato com a vida. Esse contato com a vida representa a ciência da compreensão sobre a morte. Nós não aceitamos a vida como ela acontece, porque nós não nos permitimos estar livre do passado, uma vez que esse passado é a estrutura fixa do pensamento.

Repare que é o pensamento em você que, ao fotografar algo, se apega àquilo. É o pensamento em você que tenta fazer uma leitura da vida como ela acontece, a partir do passado. Então, não sabemos lidar com a morte porque não sabemos lidar com o que foi, e não sabemos lidar com o que foi porque estamos vivendo pelo pensamento. A beleza do Florescer de sua Natureza Divina é que nos encontramos com a Vida na morte, não há mais essa continuidade do passado.

Todo sofrimento em você, todo sofrimento psíquico presente - ansiedade, depressão, angústia, medo, raiva, tédio, a dor da solidão - tudo aquilo que permanece a nível de estrutura fixa em você, pelo pensamento, se transforma, invariavelmente, em algum nível de sofrimento. É aqui que temos a estrutura do "eu".

Essa estrutura do ego, essa estrutura psicológica da pessoa, é fixada no pensamento, abalizada no pensamento, estruturada pelo pensamento, e isso é algo que está dando continuidade a esse modelo do tempo; e é nesse modelo do tempo que o pensamento tem estruturado essa ilusão de distância, de separação entre aquilo que está aqui e aquilo que será, no futuro. Então a vida tem início agora e a morte é o término desta vida, no futuro; entre esse "agora" e o "futuro", nós temos o início da vida e o fim da vida, nós temos a vida e temos a morte.

Será possível a vida livre dessa ideia de tempo, de continuidade? Para nós, a vida é a continuidade. Não existe tal coisa como a continuidade da vida. A vida é algo que está presente numa constante mudança, numa constante transformação, numa constante modificação de como ela acontece, momento a momento. Não existe tal coisa como a morte. É a ideia, é o pensamento, é essa estrutura do "eu", desse "mim", desse ego, algo que é apenas um condicionamento, um modelo de pensar, de sentir sobre a vida, que tem nos dado essa ilusão, a ilusão da morte.

Todo sofrimento em nós é psíquico. Quando você tem uma dor física, essa dor é localizada, ela está no corpo, em uma parte do corpo, mas o corpo não é a realidade sobre você. Você não é o corpo, a sua mão não é você, a sua perna não é você, o seu cérebro não é você. Qual é a realidade sobre você? Você desconhece! Você se confunde com o corpo, se localiza em uma parte do corpo, e essa dor você transforma em um sofrimento psicológico, em razão da presença do pensamento.

É o pensamento em nós que cria a ilusão da separação, da distância entre você e a vida, entre você e o corpo. O corpo é aquilo que acontece, a vida é aquilo que acontece, e isso é você. Quando você se vê separado do corpo, dizendo "eu e a minha mão", nessa separação existe uma ilusão. Repare, quando eu disse "você não é o corpo", o resto dessa fala pareceu para você contraditória, mas repare o que eu quero dizer com isso: eu estou dizendo que você não é só o corpo, você é a vida, e a vida contém tudo. A vida é tudo que aparece, não existe qualquer separação entre a vida, o corpo e você.

Nós acreditamos em particularidades, então, nós particularizamos essa mão e dizemos "minha mão". Nós particularizamos a pessoa em nosso relacionamento e dizemos "minha esposa", "meus filhos", "minha casa". Então, esse sentido do "eu" acredita ter um corpo, acredita ter uma família, acredita ter uma casa, acredita ter uma história. E eu continuo dizendo: você não é o corpo, não é a casa, não é a família. A Realidade do seu Ser é a Realidade da Vida. Não há qualquer separação entre você e a vida como ela acontece, mas ela acontece nessa mudança, ela está mudando a cada instante, passando por transformações.

Nós precisamos da ciência da Verdade sobre o Autoconhecimento. Então, Autoconhecimento nos dá a visão real da vida, que comporta a presença do aparecer e do desaparecer, que comporta o prazer e a dor, que comporta a alegria e a tristeza, mas não temos a presença de alguém que se vê separado, como uma entidade à parte, querendo sustentar, pelo pensamento, todas essas mudanças. A visão da Realidade Divina é a visão da Realidade do seu Ser, isso é a Realidade da Vida. Isso se revela quando acolhemos o fim do "eu", o fim dessa ilusão, desse sentido de separação, desse "eu e o corpo", desse "eu e o outro", desse "eu e a vida", desse "eu e Deus".

Aqui, a Verdade dessa Revelação da Vida, da Real Vida, dessa Vida onde tudo é o que é e está, a cada momento, se revelando novo, a visão desse Novo, dessa Vida, dessa Realidade, que é a Realidade Divina, é Aquilo que se mostra presente quando temos em nós o fim para essa condição psicológica de pensamento, onde temos a ilusão dessa separação. Esse é o sentido do "eu", esse é o sentido do ego.

Todo problema do ser humano consiste na ilusão de uma identidade presente, que é essa identidade do "eu". O fim para isso é o fim do sofrimento psíquico, é o fim do sofrimento psicológico, é o fim dessa ilusão de continuidade, que é a continuidade do ego, que é a continuidade do "eu". É a presença desse ego, é a presença dessa ilusão, que sustenta o medo; o medo de se desligar das coisas, o medo de perder as coisas, o medo da morte, o medo da vida.

Esse contato com a Realidade, aquilo que estamos propondo aqui para você, consiste em uma base, e essa base é a real visão da Realidade presente aqui e agora. Esta real visão traz essa clareza, essa lucidez, essa percepção da Realidade. Não é alguém tomando ciência disso, é a ciência disso presente, e essa ilusão desse "mim", desse "eu", desse "alguém", se dissolvendo, desaparecendo.

Portanto, o real encontro com a Vida Divina consiste na compreensão do fim dessa ilusão, que é a ilusão do "eu", que sustenta a crença nessa, assim chamada, morte. Isso termina quando essa clareza, essa lucidez está presente. É isso que alguns chamam de o Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual; é a ciência da vida, sem esse sentido de separação, portanto, sem essa ilusão da dualidade, dentro desse aspecto psicológico, nessa separação entre vida e morte. O fim dessa ilusão da separação, o fim dessa ilusão da dualidade é a ciência do Amor, da Felicidade, da Liberdade. É isso que estamos trabalhando aqui com você.

Uma nova visão de si mesmo é a real visão da vida como ela acontece, sem o pensamento, sem esse modelo dessa egoidentidade. Nós temos encontros online aqui nos finais de semana, onde estamos, sábado e domingo, aprofundando isso com você. São dois dias juntos. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido para você, já fica aqui um convite. Fora esses encontros, nós temos encontros presenciais e, também, retiros. Então, esse é o nosso recado aqui para você.

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terça-feira, 29 de julho de 2025

Joel Goldsmith | Setas no Caminho Infinito | Tempo psicológico | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal. Estamos aqui para mais um videocast. Mais uma vez, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Hoje eu vou ler um trecho do livro do Joel Goldsmith chamado "Setas no Caminho Infinito". Num trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "O amanhã de Deus é o desdobramento do agora. Deus é Deus agora". Sobre essa questão do tempo, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre esse assunto conosco?

MG: Gilson, esse é um dos assuntos básicos para todos nós aqui. A clara visão de que todo pensamento em você é um movimento em você, que está afirmando, o tempo todo, uma experiência que já foi. A ideia que temos é a de uma noção de algo que virá, de algo que acontecerá, mas esse algo é o próprio pensamento criando uma imagem sobre aquilo. Então, notem, nós temos aqui uma coisa muito importante para ser investigada: a ilusão do pensamento que temos sobre essa coisa chamada "tempo". Aquilo que temos aqui presente, como um pensamento presente, é uma lembrança; é apenas uma lembrança de algo que já foi. Se já foi, não está aqui; se é um pensamento, é uma imagem sobre aquilo. Então, quando falamos de tempo, estamos falando apenas de uma ideia, de uma crença, de algo que não existe.

Não existe tal coisa como "o tempo". O passado não é real; o futuro é o pensamento se projetando, ele também não é real; e essa ideia do presente, veja, é sempre o pensamento afirmando sua própria presença com essa palavra chamada "tempo", porque a única coisa que temos neste instante é o pensamento. Não existe tal coisa como o tempo. O tempo é uma ilusão! Nós temos o tempo cronológico: "Amanhã, às três da tarde, eu tenho um compromisso." Esse é o tempo cronológico. Para aprender alguma coisa, isso requer a presença da prática, da experiência, do conhecimento. Isso leva tempo, tempo cronológico; isso leva horas, dias, meses ou anos. Então, nós conhecemos esse tempo, que é o tempo do calendário, mas, psicologicamente, não existe tal coisa como o tempo.

É importante essa compreensão, Gilson, porque quando as pessoas têm, por exemplo, o ideal de Realizar Deus, é amanhã. Porque a ideia, no pensamento, é de que Deus está em algum lugar, e para chegar lá, isso requer, naturalmente, tempo. Se ele está em algum lugar, você precisa de tempo, porque você tem que sair daqui para encontrá-Lo lá. Se você quer se libertar de algum sofrimento, como raiva, medo, ciúme, a dor da solidão, a angústia, a depressão. veja, são inúmeras as formas de sofrimento que, como seres humanos, estamos vivendo. Todos esses sofrimentos têm origem na psique, têm origem na mente. O que é essa psique? O que é essa mente? Nós, aqui, estamos diante do próprio movimento do pensamento. É apenas com o movimento do pensamento que nós temos essa mente, temos essa psique, e esse movimento do pensamento é exatamente o movimento do tempo.

Assim, reparem que coisa interessante, aqui nós temos o próprio movimento do pensamento, que constrói exatamente essa ideia de tempo: "Eu passei por algo ontem e estou sofrendo exatamente por isso que passei ontem, aqui, hoje, neste presente momento. Eu estou aborrecido, com raiva, chateado, por algo que me aconteceu ontem". Se eu estou aborrecido, esse aborrecimento do que aconteceu ontem é neste momento, é neste instante. Isso está acontecendo agora, aqui, hoje, comigo, mas o que é, na verdade, esse sofrimento? Reparem: é a presença da imagem, é a presença da lembrança, é a presença do pensamento. Então, é a verdade do pensamento que cria esse tempo, esse passado e esse presente. É com base no pensamento que está toda essa estrutura psíquica, que é a estrutura da mente. É isso que afirma uma identidade presente neste momento, que é o "eu", e isso é exatamente a presença do tempo: esse ontem, esse hoje e a ideia do amanhã.

Reparem que tudo isso gira em torno do pensamento. Então, é o pensamento que cria o tempo e sustenta a identidade de alguém nesse tempo, sofrendo por alguma coisa. Esse sofrimento é um sofrimento construído, estabelecido pelo pensamento. O elemento presente nesse sofrimento é essa suposta entidade presente, que nós chamamos de "eu", de "mim", de "pessoa". Então, vejam como é importante nós termos, aqui, uma direta compreensão desse assunto. Quando eliminamos o pensamento, eliminamos o tempo, eliminamos o passado. Se eliminamos o passado, eliminamos a ilusão de alguém presente hoje, aqui. A eliminação desse alguém é a eliminação desse passado, dessa memória, dessa lembrança, desse pensamento. Isso é o fim do tempo. Quando o tempo termina, não existe o "eu". Então, nós temos aqui o fim do pensamento. Isso é o fim do tempo, porque é o fim do passado; isso é o fim do "eu".

O encontro com a Realidade presente é o encontro com este instante, livre do pensamento, livre, portanto, do passado, livre, portanto, do "eu", livre desse "mim", desse ego. Assim, a Realidade é que não existe tal coisa como o tempo, quando o pensamento não está. Mas, quando o pensamento chega, o tempo chega com o pensamento, e, com esse tempo, a ideia de alguém que viveu aquilo ou que irá viver, no futuro, alguma outra coisa. Tudo isso está dentro do modelo do pensamento. Podemos eliminar das nossas vidas o pensamento e, portanto, o tempo e, naturalmente, esse sentimento, emoção, sensação, desse "eu"? Com o fim de tudo isso, uma descoberta se mostra, neste instante, uma realização se apresenta neste momento: é a Ciência do seu Ser, é a Ciência da Verdade Divina. Essa Verdade Divina, que é a Verdade de Deus, não é algo no tempo, não é algo que está dentro do modelo do pensamento. Nenhuma relação tem com esse assim chamado "passado", "presente" ou "futuro".

É isso que estamos vendo aqui, juntos, trabalhando juntos: o fim dessa ilusão, da ilusão do tempo, da ilusão do "eu". Então, o Despertar de sua Natureza Divina, o Florescer da Verdade de Deus, é a Ciência d'Aquilo que está agora, aqui, livre do tempo. Assim, estamos diante de um novo sentir, de um novo pensar, de um novo perceber este instante, este momento. É isso que estamos, juntos, aprofundando em todos estes encontros. Descobrir a natureza do seu Ser requer o descarte dessa "pessoa", como você se vê, como você sente ser, como você pensa ser, como você se move a cada dia, sendo ela, se vendo como ela. Há algo presente, e esse algo presente não é essa "pessoa", não é esse "mim". Assim, estes encontros têm como propósito tomarmos ciência d'Isso, para esta Visão, para esta Compreensão Direta.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de um inscrito aqui no canal. O Rafael fez a seguinte pergunta: "Mestre, como observar os pensamentos?"

MG: Gilson, observe a pergunta. A sua pergunta é: "Como observar os pensamentos?" Se dando conta deles! Se torne ciente de sua presença. É bem interessante, nós passamos uma boa parte do tempo inscientes do movimento psicológico dentro de cada um de nós. Em um minuto - esse é o tempo cronológico que nós chamamos de um minuto, são 60 segundos -, nós temos, durante 60 segundos, dezenas de pensamentos, e nem nos damos conta de toda essa movimentação interna. centenas de pensamentos! Surge um pensamento, depois aparece outro, e outro, e outro, e outro, e a gente não se dá conta desse movimento interno. Esse movimento é um movimento de completa inquietude, de agitação. Juntamente com esses pensamentos, nós temos sentimentos, emoções, sensações. Durante uma hora do dia, nós passamos por centenas, milhares de pensamentos, mas não nos damos conta desses pensamentos.

É fundamental termos uma aproximação de como a mente funciona. Essa mente, aqui, não é outra coisa a não ser esse movimento, que é o movimento de pensamento, de inquietude interna. Sem essa base, não temos como ir além desse movimento, que é o movimento do "eu", do ego, do "mim". Uma vez que ele é algo que se constitui de memórias, de lembranças, de recordações, aquilo que nós denominamos de "mim", de "eu", de "pessoa", não é outra coisa a não ser um conjunto de memórias, um conjunto de lembranças, um conjunto de pensamentos. E nós estamos dentro desse movimento, nós somos esse próprio movimento, quando não nos damos conta dessas reações. Assim, tudo o que nós, de fato, precisamos na vida é a ciência da própria Vida, e não temos ciência da Vida quando todo o movimento em nós presente é um movimento do pensamento, ocorrendo, se processando, de uma forma inconsciente. Assim, essa identidade, esse "mim", esse "eu", é esse movimento psicológico inquieto, tagarela, aflitivo.

É bem interessante isso aqui: nós só queremos nos livrar dos pensamentos quando eles incomodam. Repare como é interessante: apenas quando o incômodo acontece é que você se dá conta de que está pensando. Então, aquilo que nós chamamos de "consciência do 'eu'", "minha consciência", é algo que, em geral, está passando despercebida. Nós só nos damos conta dessa consciência do "eu" - que, na verdade, é esse movimento de inconsciência - quando esses pensamentos criam algum nível de desconforto, sofrimento e conflito. Aí é quando você se dá conta e diz: "Eu preciso me livrar desses pensamentos tagarelas. Eu preciso me livrar desses pensamentos obsessivos, dessa compulsão de pensar, desses pensamentos negativos". Apenas quando nos damos conta do desconforto é que nos damos conta de que o pensamento é um elemento que está presente, criando problemas. Mas, a grande verdade é que ele, o tempo todo, está presente ocupando esse espaço, assumindo esse espaço, que é essa consciência desse "mim", dessa "pessoa".

Aqui, a pergunta é: podemos nos livrar do pensamento? Será possível esta Visão da Vida, livre dessa consciência do "eu", que é esse modelo de inconsciência de pensamento? É isso que estamos trabalhando aqui com você. Será possível uma mente silenciosa, livre do pensamento? Uma Visão da Vida clara, lúcida, inteligente, livre dessa posição, que é a posição dos pensamentos ruins, desagradáveis, que criam sofrimento, e dessa outra posição, desses assim chamados "pensamentos bons", "agradáveis" e "felizes"? Podemos ir além dessa dualidade criada pelo pensamento, sustentada pelo pensamento, produzindo em cada um de nós estados de dependência, de busca por mais, de anseio, a partir desses desejos, como são os "pensamentos bons", que nos geram esse impulso para realizar coisas para esse "mim"? E podemos nos livrar desses pensamentos ruins, desagradáveis, que geram medo, ansiedade, preocupações, para uma mente totalmente livre?

É este Silêncio, é esta Visão da Vida, que lhe dá a inteira compreensão de que nós temos uma Realidade presente, e essa Realidade não é o "eu", não é esse "mim", não é essa "pessoa". Assim, a nossa aproximação aqui deve ser essa aproximação real daquilo que se passa conosco, aqui e agora, para irmos além dessa psicológica condição de identidade do "eu", de identidade egoica. É essa identidade que está se movendo nesse tempo, como nós temos colocado. Todos esses estados internos de sofrimento, de conflito, de problema, de desordem, que naturalmente se refletem na vida das relações com pessoas, com situações, isso é algo que está presente em razão dessa interna confusão, desse estado conflituoso de existência do "eu". Tudo isso ocorre em razão da não ciência do próprio movimento do pensamento. Aqui, observar o pensamento é se tornar ciente de suas reações. Não se trata de alguém nessa observação, se trata da pura e direta observação. Ter uma aproximação de si mesmo requer essa habilidade de olhar sem o passado, sem o observador, sem o pensador, sem o experimentador. É quando nos aproximamos da Meditação.

É isso que estamos trabalhando com você nestes encontros, sobretudo nestes encontros on-line nos finais de semana e encontros presenciais. Tomar ciência da Verdade sobre o seu Ser é descobrir aquilo que está presente, que está além desse observador, desse pensador, desse experimentador, dessa condição de inquietude, de pensamento.

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta, de um outro inscrito aqui no canal. O Elias fez a seguinte pergunta: "Mestre, então o observador nunca pode ser visto?"

MG: Então, Gilson, esse observador, esse elemento chamado "observador", é aquele que aparece observando as coisas. Só existe observador observando as coisas. O pensamento em nós nos causa uma ilusão: a ilusão de que existe um observador e aquilo que ele está observando. Na verdade, ambos aparecem juntos. O próprio observador é aquilo que ele está observando. O fim desse observador é o fim dessa separação entre o observador e a coisa observada. Aqui, a verdade é que não existe tal elemento chamado "observador". Quando um pensamento está presente, o que temos presente é o pensamento. Não existe tal coisa como alguém sendo o pensador do pensamento. Então, a presença daquilo que ali está nos dá a ilusão de um elemento capaz de tomar ciência daquilo que ali está. Não existe esse elemento, isso é uma "pegadinha" do pensamento. O próprio pensamento está criando a ideia desse pensador. Aquilo que está sendo observado pelo pensamento está criando a ilusão de um observador naquilo que está sendo observado.

O que temos presente neste instante é a observação, é a percepção, é o olhar. Não existe um elemento nesse olhar, nesse perceber, nesse observar. Agora, isso que você está ouvindo aqui não pode ser encarado apenas do ponto de vista intelectual. Intelectualmente, qualquer entendimento sobre isso é algo inútil. Aqui, nós precisamos de uma direta visão do que está sendo colocado, de que há algo presente e esse algo está além daquilo que é observado, está além desse observador; há algo presente e esse algo está além do pensamento e do pensador, além do sentimento e daquele que sente; há algo presente e esse algo é a única Realidade. Todo e qualquer outro movimento é um movimento fenomênico de aparição, sem qualquer importância. Assim, a Verdade Divina, a Verdade de Deus, é a Verdade do seu Ser. Ela é aquilo que está presente sendo a única Realidade!

Você pergunta: "Então, o observador nunca pode ser visto?" Quem estaria vendo o observador? Quem seria esse para ver o observador? Percebe? Só há uma Realidade Presente, e essa Realidade é tudo! Constatar a ciência disso não é algo que alguém faz, que um observador faz, que alguém, nesse ver, pode ver, pode tomar ciência, pode se dar conta. Aqui, a ciência do seu Ser é o se dar conta, mas não é alguém se dando conta. A ciência do seu Ser é a observação, mas não é alguém na observação, não é algo observando; é a observação! Não há separação, não há dualidade. Não existe tal coisa como uma outra coisa, separada da vida como ela acontece, dessa ciência de Ser, como ela se expressa, como ela acontece. Assim, uma real aproximação da vida é a real aproximação, neste momento, d'Aquilo que está presente sendo a única Verdade de todas as coisas, sendo a única Realidade.

GC: Gratidão, Mestre, já fechou nosso tempo. Gratidão por mais este videocast.

E para você que está vendo o videocast até o final e realmente quer viver essas verdades, fica o convite para participar dos encontros intensivos de final de semana que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros que existem no formato on-line, existem presenciais e também retiros.

Nesses encontros, o Mestre Gualberto responde diretamente às nossas dúvidas, nossos questionamentos e muito mais do que isso: ele compartilha esse Estado de Presença em que ele vive, e esse compartilhar é um campo de Energia, é um campo de Silêncio, é um campo de tanto Poder que a gente acaba entrando de carona nessa Energia do Mestre. E isso é um facilitador incrível para podermos investigar a nós mesmos, para podermos entrar de maneira espontânea e natural no Estado Meditativo, para podermos silenciar nossas mentes.

Então, fica o convite. No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros. Além disso, já dá o "like" no vídeo, se inscreve no canal.

E, mais uma vez, Mestre, gratidão pelo videocast.

Abril de 2025
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quinta-feira, 24 de julho de 2025

O que é o pensamento? Autoimagem psicologia. Os relacionamentos de hoje em dia. Os relacionamentos.

Qual é a diferença realmente entre os relacionamentos de hoje em dia e os relacionamentos do passado? Veja, absolutamente nenhuma diferença; a diferença que encontramos é uma diferença de aparência, de superfície, e não de estrutura. Então, nesse sentido, não existe nenhuma diferença. Do ponto de vista estrutural, o sentido do ego, do "eu", desse "mim", é algo presente em nossas relações desde sempre.

Aqui com você nós estamos explorando essa questão do fim dos conflitos nas relações; mas não apenas isso e, sim, o fim do próprio sofrimento na vida. A vida consiste de relações. Nós estamos constantemente lidando com pessoas, com situações, com coisas que acontecem externamente e internamente. Externamente no mundo das relações, com objetos, lugares, situações, e internamente dentro de nós mesmos, em cada um de nós.

Aqui, nessa vida, estamos nos deparando com um desafio, e o desafio consiste em se ver dentro desse contexto da vida sem conflito, sem desordem, contradição e sofrimento. Isso requer a presença de uma visão da vida que nós não temos. Isso explica toda essa confusão em que nós nos metemos, em que estamos na vida, nesse contexto do viver. Isso porque não compreendemos a verdade sobre quem nós somos.

Nós estamos falseando a realidade da vida como ela acontece, não estamos satisfeitos com a vida como ela acontece. E de onde nasce essa insatisfação? Dessa complexa, psicológica condição em que nós nos encontramos. Nós vivemos dentro de uma complexidade psicológica aprendida, e nós não sabemos lidar com aquilo que nos foi dado, que adquirimos do mundo, da vida, exatamente nesse contato de relações.

Aqui com você nós estamos estudando, investigando, averiguando isso. O que é que ocorre conosco? Qual é a verdade sobre quem nós somos? Quem sou eu? A não resposta para isso nos colocou dentro de uma condição onde nós não sabemos, por exemplo, algo fundamental, que é lidar com as emoções, com os sentimentos e, acima de tudo, com essa questão do pensamento.

A resposta para a pergunta "o que é o pensamento" nós não temos. Nós estamos pensando, mas tudo que estamos pensando é o que nos foi dado pela cultura, pela sociedade, pelo mundo. Então, nós vivemos nesse pensar, mas não sabemos o que é o pensamento; e nós vivemos nesse pensar pensando o que nos foi dado para pensar, não sabemos como pensar.

Então, são duas questões aqui. A primeira é: o que é o pensamento? E a segunda é: o que é o pensar? Não compreendemos isso, e sem essa compreensão, nos colocamos dentro das relações falseando as relações. Não temos um contato direto de relação. Relação implica a presença de um compartilhar, de um encontro real, de uma comunhão, e isso nós desconhecemos.

O seu relacionamento com as pessoas não é relação; você se vê como alguém separado dela, com seus interesses, desejos, razões, motivos. Isso está presente e estabelecido em nós como regra de comportamento, de padrão de existência, de padrão de vida na relação. Portanto, não há relação, porque ele ou ela sente o mesmo, pensa da mesma forma, se comporta e age exatamente da mesma maneira. Então, não existe esse encontro, não existe essa comunhão.

O pensamento que você tem sobre quem você é, isso não passa de uma imagem que você estabeleceu dentro de você para você, sobre você. Se alguém lhe critica, está criticando essa imagem que você tem estabelecido dentro de você como sendo você. Essa autoimagem é conhecida em psicologia, mas, veja, teoricamente, conceitualmente, todo e qualquer conhecimento sobre isso não basta.

Nós precisamos compreender como se processa em nós a nossa vida de relação, porque a vida é de relação. Enquanto estiver estabelecido em nós esse impulso egocêntrico que nos mantém separado do outro e interessado no outro, apenas no que ele tem para me oferecer, porque vivo egocentrado, o sofrimento está presente dentro dos relacionamentos.

Assim, nossas relações com o mundo são relacionamentos que se estabelecem entre imagens: a imagem que você faz do outro, a imagem que você tem sobre você. Nesse sentido, os relacionamentos de hoje em dia são como os relacionamentos de há dez mil anos atrás, as relações se estabelecendo entre o ego.

A condição do ego é muito curiosa. Nós podemos usar expressões como "os egos se encontrando", mas na verdade o que temos presente é um único padrão, funcionando de uma forma aparentemente diferente, criando a ilusão de uma individualidade separada, então tem "eu" e o "não eu", tem "eu" e o outro, tem nós e eles. Mas a verdade é que o ego é um comportamento, é um modelo de existência, é uma forma de acontecer, onde o sentido do "eu" está presente, vivendo como um ente separado, uma criatura separada, com uma consciência individual, e não existe tal coisa.

Esse distanciamento, essa separação está sustentando, dentro das nossas relações, a ausência da Felicidade. Não há Felicidade, não há Liberdade, não há Paz, não há Amor, porque tudo que temos nesse sentido do "eu", do ego, é isso que nós somos dentro das relações.

Eu tenho colocado aqui de uma forma muito clara: com pessoas, nós chamamos de relacionamentos, e com objetos e situações, são relações, mas não faz a menor diferença esses termos que estamos usando. Se está presente o sentido de uma identidade que se vê separada da vida como ela acontece, do outro como ele se mostra sendo, sempre estará presente a confusão, a desordem, a ignorância.

Podemos descobrir, na vida, a vida sem o "eu", sem o ego e, portanto, sem essa separação, sem essa divisão, sem esse conflito, desordem e sofrimento? É o que estamos propondo aqui para você. Um pensamento está presente em você; esse pensamento está presente e você não está atento a ele quando surge, então você é capturado por ele. Veja, é uma condição de ilusão, de hipnose, de sonho, de sono essa condição em que o pensamento surge lhe dando a sensação de alguém tendo esse pensamento, dizendo "vou fazer", "vou falar", "vou realizar isso", "tenho algo para dizer", "tenho algo para pensar", "tenho algo aqui, nesse momento", "há algo nesse instante para eu sentir, para eu viver".

Então, estabelecemos a ilusão da separação em razão de que o pensamento presente nessa desatenção se separa para criar esse "eu". Nós não sabemos o que é o pensamento. O pensamento é um movimento em nós de recordação, de lembrança, algo que vem do passado, algo que responde nesse momento em razão de um estímulo, de um desafio.

O pensamento está estabelecendo em nós a realidade de uma identidade se mostrando presente; é o próprio jogo do pensamento na sua busca de segurança e continuidade, criando esse "eu", esse "mim", essa "pessoa", lincado, naturalmente, a sentimentos e emoções. Então você carrega essa convicção, a convicção de ser alguém na vida, separado do outro. É isso que tem nos colocado nesse movimento de separação, de egocentramento, de autointeresse, de busca de continuidade.

E por que nós buscamos essa continuidade? Porque é típico dessa estrutura do cérebro a busca de segurança. Veja como é interessante isso aqui. A busca de segurança nesse sentido do "eu", que é a busca de sua continuidade, se assenta na própria estrutura cerebral. O pensamento está dentro do cérebro, o movimento do pensamento é um movimento de memória cerebral, de consciência de continuidade dentro do pensamento e, portanto, dentro do conhecido.

Veja como é importante isso. Não há nada de espiritual nesse "eu"; esse "eu" é um movimento de memória, de continuidade do pensamento, algo material - esse é o sentido do ego, o sentido do "mim". Toda inclinação do ego é para manter a sua continuidade na materialidade, na busca de coisas, de pessoas, de sensações, de prazer, de fuga da dor.

Repare, esse ego é esse movimento do pensamento. Esse movimento do pensamento tem por princípio a memória. Isso faz parte de um movimento presente nesse cérebro, e tudo isso está dando existência a essa mente do "eu", a essa mente egoica, a essa consciência isolacionista, separatista, que nós chamamos de consciência. Veja, é algo que o pensamento tem estabelecido.

Aqui com você nós estamos trabalhando a constatação da Real e Divina Consciência, algo fora dessa consciência do "eu", dessa mente egoica, desse movimento de pensamento, que é memória, nesse cérebro. Então, o contato com a Realidade da vida revela algo além do "eu" e, portanto, além dessa autoimagem, que é a imagem dessa "pessoa", desse "mim", dentro desse contexto de relação. Então, nesse momento, nos deparamos com algo fora do pensamento, fora da mente, fora dessa consciência do "eu", fora desse ego centramento.

A Realidade do seu Ser é Ser-Consciência-Felicidade; mas não se trata dessa consciência nessa mente, nesse padrão de pensamento condicionado, de cérebro condicionado, de mente condicionada. É a Consciência Real, é a Consciência Divina. Seu Estado Natural de Ser é Amor, Felicidade, Liberdade. Quando essa Realidade se mostra, nós temos o fim desses, assim chamados, relacionamentos nesse nível. É quando nos deparamos com a verdade da relação, mas essa relação é a verdade da comunhão, é desse experimentar livre do "eu", livre dessa autoimagem, livre do ego.

Olhar para o outro sem a ideia desse "eu" nesse olhar - então o outro sem essa imagem que eu tenho dele e que faço sobre quem eu sou - é só o olhar da vida; nesse olhar da vida, nesse encontro, temos a presença da comunhão, a presença da real relação. Aqui estamos lhe convidando para uma mente nova, para uma mente livre, para o fim dessa mente condicionada, desse cérebro condicionado, dessa consciência separatista, isolacionista, que está em conflito, porque está em separação, vivendo nesse formato.

A Realidade do seu Ser é a Realidade da Vida, algo além de tudo aquilo que o pensamento tem estabelecido. Portanto, nós precisamos descobrir a verdade do fim do pensamento e, portanto, do fim do conhecimento e da experiência. Como nós temos colocado aqui para vocês, o pensamento, conhecimento e a experiência têm lugar apenas dentro desse contexto de sonho, de existência física, mas a ideia de uma identidade presente no pensamento, no conhecimento e na experiência é a ilusão de uma psicológica identidade separatista, que é o sentido do ego, do "eu".

Todos os problemas humanos consistem nessa ilusão, na ilusão de alguém presente, se vendo separado e à parte do outro, separado da vida, separado de Deus. Então, o que é esse Despertar, o que é essa Iluminação? É a ciência de que não existe alguém presente nesse instante, na vida como ela acontece. Então há um contato real com a vida nesse momento, essa é a verdade da relação, do real relacionamento com o outro, que agora não é o outro, é a Vida. Então ocorre aí, em você, a ciência de que não existe esse "mim", esse "eu"; há uma Realidade presente, e essa Realidade é Amor, é Liberdade, é Felicidade, é Inteligência.

Nós nascemos para realizar Isto nesta vida, para assumir essa Verdade, para se dar conta d'Aquilo que está presente além desse próprio nascimento, dessa assim chamada vida e dessa assim chamada morte. É isso que estamos trabalhando com você aqui aos sábados e domingos. Então, fica aqui um convite: são encontros online, ocorrendo nos finais de semana. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido para você, fica aqui um convite.

Março de 2025
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terça-feira, 22 de julho de 2025

Como vencer o medo? O que é o medo? Mente condicionada. Como lidar com o pensamento? Mente livre.

É bem interessante aqui algumas colocações que fazemos. Elas se tornam interessantes porque podem parecer contraditórias algumas vezes, mas a verdade é que nós estamos aqui fazendo uso da fala e, naturalmente, de palavras, e palavras carregam uma limitação, uma vez que toda fala e, portanto, toda palavra falada é apenas a expressão de uma imagem, algo que o pensamento representa.

Assim a fala nasce, a linguagem nasce, as imagens nascem de pensamentos. Mas há algo sendo comunicado aqui além da fala, da palavra e do pensamento. Quando você pergunta: "Afinal, o que é essa mente condicionada?" - nós temos uma playlist aqui no canal sobre esse assunto. A mente condicionada é essa mente que tem uma forma de ocorrer, uma maneira de se expressar. Quando nós fazemos uso da fala, estamos, por exemplo, fazendo uso de algo aprendido, de algo que é parte de um conhecimento que trazemos, de uma experiência que nós temos. Assim, toda fala, toda linguagem falada, está dentro de um projeto, de um plano, de um programa de acontecer, isso é parte do condicionamento.

Nossos gestos. Você pode escrever porque você tem uma memória motora, você fala porque tem uma memória motora, tudo isso faz parte de algo lincado a esse corpo, a essa mecânica cerebral de condicionamento. Aqui, com você, nós estamos investigando a questão do fim para a mente condicionada - e, aqui, a expressão "mente condicionada" estamos nos referindo a esta psicológica condição em que nós nos encontramos. Isso tem sido a base, o fundamento de uma identidade presente, completamente falsa, que é o sentido da "pessoa", que é o sentido do "eu".

Esse sentido de ser alguém dentro da vida, no viver, na experiência, isso é algo que o pensamento tem construído, e isso está em expressão em razão desse fundo de condicionamento psicológico. É nesse sentido que nós usamos aqui a expressão "mente condicionada". A verdade da ciência do seu Ser é o fim para essa mente condicionada, para essa consciência condicionada, para essa consciência egoica; é nela que está presente, por exemplo, essa questão, a questão do medo.

Quando queremos romper com o medo, precisamos descobrir quem é esse elemento presente no medo. Isso porque a pergunta que, em geral, as pessoas fazem é: "Como vencer o medo?" Há um equívoco aqui nessa pergunta, porque ela parte de um princípio errôneo, equivocado, de que existe um elemento presente, que é o "eu", a "pessoa", esse "mim", que pode se livrar do medo. Não existe qualquer separação real entre esse medo que a pessoa tem e ela. Notem que tudo isso requer de cada um de nós uma investigação, um aprofundamento, uma clareza. As pessoas querem vencer o medo da morte, mas o elemento presente na ideia do medo da morte, esse elemento, que é o "eu", não está separado do medo que tem, que sente, porque ele é o medo.

Então, nós aqui estamos com você nos aproximando dessas questões, aprofundando isso. "Como vencer o medo da morte?" Esse é um medo presente nessa condição, que é a condição do "eu". O próprio "eu", esse "mim", esse ego, uma vez que ele é esse padrão de condicionamento mental, algo que se repete há milênios dentro desse contexto de humanidade, e ele se sustenta nessa busca de autopreservação de sua continuidade a partir do pensamento, ele é o medo. Repare que tudo isso precisa ser investigado, compreendido, esclarecido. E tudo isso está dentro dessa mente condicionada; essa mente condicionada é a mente egoica.

Aqui nós temos também falado dessa mente livre. Repare, usamos os termos "mente condicionada" e "mente livre". Como é possível uma mente condicionada e uma mente livre? Qual será a verdade dessas expressões? Aqui, com você, nós estamos investigando a possibilidade da Vida acontecendo; quando ela acontece, e ela é a Realidade presente, e não temos mais esse fundo psicológico de condicionamento, nós temos a presença da Realidade. Essa Realidade em expressão é o que temos chamado de mente livre. Não há tal coisa como mente condicionada, não há tal coisa como mente livre. Essa mente condicionada é um modelo de condicionamento psicológico dentro dessa estrutura, desse cérebro, que está sempre repetindo seus antigos e velhos padrões. É isso que nós chamamos de mente condicionada.

Podemos romper com esses padrões? Podemos ir além dessa psicológica condição de ilusória percepção de realidade, de percepção de existência, de percepção da vida? Então há um rompimento com a "pessoa", com o "mim", com o ego, e isso requer a presença de um olhar novo para tudo isso que se passa conosco nesse instante. Assim, o trabalho juntos aqui que fazemos é um trabalho nessa direção, de uma aproximação da investigação da verdade sobre a mente. Qual é a verdade sobre a mente? Qual é a verdade sobre o "eu"? O que é essa "mente"? O que é esse "eu"? Assim como, o que é o medo?

Aqui, na vida, nós precisamos tomar ciência dessa Realidade presente além da mente, dessa mente condicionada, é a ciência disso que nós temos chamado de mente livre. Mas volto a dizer: estamos tratando de algo que está além de tudo aquilo que o pensamento conhece, que o pensamento reconhece. Portanto, a linguagem, a fala aqui, toda ela empregada aqui no canal, está dentro de uma limitação, porque essa linguagem, essa fala, são expressões de palavras, de imagens, de ideias. Nós precisamos, na vida, a ciência dela, a ciência da Verdade sobre ela.

Assim, qual é a resposta para essa questão sobre como vencer o medo? A resposta para isso consiste na visão de que o modelo do pensamento, como nós conhecemos, como ele está estruturado em nós, nesse cérebro, que está condicionado, esse padrão de pensamento, esse modelo de pensamento, está criando a ilusão de alguém aqui, nesse momento, que tem problemas para resolver, para lidar com eles.

Quando você passou por experiências ruins no passado, o cérebro guardou essas experiências, e isso se tornou uma memória, uma lembrança, um pensamento em você, nessa estrutura, nesse corpo-mente. Essa lembrança, quando aparece, aparece carregada com uma sensação ilusória, que é a sensação de uma identidade por detrás dessa lembrança, que é o "eu". Veja, essa é a estrutura do ego, é assim que ele se comporta em cada um de nós. E quando essa memória surge, o pensamento se projeta para o futuro. Você passou por uma experiência ruim e agora não quer que essa experiência volte novamente a acontecer. Então, o que temos presente é uma memória sendo projetada para o futuro, a partir desse "alguém", desse "você". Qual será a verdade sobre isso?

Quando aprendemos a olhar essa reação, há uma quebra dessa continuidade de padrão de pensamento, que está sempre se repetindo em cada um de nós, criando estados internos de sofrimento psíquico, de sofrimento psicológico. Esse é o medo, e isso está presente porque há essa ilusão desse centro, que é o "eu", o "mim", a pessoa, aqui, nesse instante.

O nosso enfoque aqui consiste em aprendermos a olhar para aquilo que se passa conosco. O fim para o medo é o fim para essa ilusão de alguém, desse "mim". Enquanto estivermos mantendo a crença da possibilidade de vencer o medo, nós estaremos constantemente procurando um método, uma fórmula, um jeito, um caminho de lidar com o medo, e tudo isso representa fugas. Como seres humanos, nós somos especialistas em fugir de estados de sofrimento psíquico, inclusive do medo. Mas, apesar de todas essas fugas, nós continuamos, como seres humanos, nesse sentido do "eu", do ego, presos a esse padrão de pessoa, de entidade separada, carregadas de ansiedade, de angústia, de depressão, de preocupação, e tudo isso é medo.

Então você se aproxima e pergunta: "Como vencer o medo?" Tome ciência da natureza do "eu" e descubra a verdade daquilo que está presente aqui quando esse "eu" não está. E como isso se processa, como isso se realiza? Pelo Autoconhecimento. Qual será a verdade sobre o Autoconhecimento? A verdade sobre isso é a verdade de como você funciona. E há um elemento principal em tudo isso, um elemento que sustenta ou norteia tudo isso que ocorre em nossas vidas: é a presença do pensamento.

Então, qual será a verdade sobre o pensamento? Como lidar com o pensamento? Essa é a pergunta. Como lidar com o pensamento? Observe o pensamento em você; é ele que traz do passado a lembrança de algo que lhe aconteceu, que você não quer que volte a acontecer. Mas esse pensamento está sempre acompanhado de um sentimento, de uma emoção, de uma sensação, ainda carregando essa dor para esse "eu", para esse "mim", para essa pessoa como você se vê.

Assim, não sabemos lidar com o pensamento. O que temos aqui, nesse momento, não é aquilo que está agora acontecendo, como aconteceu no passado. O que temos aqui, nesse momento, é a memória, a lembrança. Mas repare, isso ainda carrega um peso emocional de dor, e quando isso surge, nós rejeitamos, nós nos separamos para rejeitar essa experiência voltando - é algo que está voltando, surgindo de novo, vindo do passado. Nesse momento, nós nos separamos, e nos separamos a partir do pensamento, e projetamos isso no futuro. Então, há uma separação entre esse estado que surge e um pensamento que se separa. Esse pensamento é a ilusória sensação desse "eu", que não quer isso mais; ele está projetando no futuro algo que possa acontecer, ele está projetando no futuro algo que aconteceu no passado, e ele não quer que isso volte.

Notem, nessa separação entre esse "eu", que é o pensamento, e essa sensação, ou sentimento, ou emoção, há uma divisão. Nessa divisão, nós temos presente essa dualidade, esse "eu", que é o pensamento, e esse "não eu", que é o sentimento, que é a emoção. Repare, nós estamos fazendo isso o tempo todo, quando rejeitamos alguma coisa que o pensamento traz. Nós estamos constantemente lutando contra o que é desagradável quando surge, mas como uma entidade que se separa para rejeitar. Essa rejeição é algo presente dentro desse princípio de separação, de dualidade. Ao fazermos isso, nós estamos constantemente mantendo a continuidade da presença do medo para esse "eu" com medo.

Qual será a verdade sobre o medo? O medo é uma experiência que surge nesse momento, que vem do passado, mas não há separação entre o medo e esse "eu". É uma memória, uma lembrança, uma experiência que não terminou, que não acabou, que não se concluiu. De outra forma, ela não estaria voltando, ela está voltando agora; ela está voltando para ser vista, compreendida e, naturalmente, terminada, mas não sabemos lidar com isso, porque não sabemos lidar com o pensamento. Não sabemos lidar com esse "mim", com esse "eu". Esse "mim", esse "eu", esse pensamento não é algo que está separado dessa experiência.

O que nós temos feito ao longo de toda a vida é se separar do que acontece para controlar. Se é algo prazeroso, nós queremos o controle projetando esse prazer no futuro, pelo desejo. Se é algo doloroso, nós queremos controlar temendo essa situação dolorosa no futuro, esse é o medo. Nós estamos constantemente nos separando da vida como ela acontece, da experiência quando ela surge, então ela não se conclui, ela não termina. É assim que estamos mantendo a continuidade do "eu", a continuidade da pessoa, desse "mim", desse ego.

Aqui, qual é a verdade sobre o Despertar da Consciência, do Florescer de sua Natureza Essencial? É o fim do "eu", é o fim desse pensamento, é o fim, naturalmente, dessa experiência. Por que será que essas experiências estão sempre voltando? Por que será que esses pensamentos estão sempre se repetindo dentro de nós? Porque eles não terminam; eles não terminam porque há um elemento presente que está sustentando a continuidade dessas experiências, desses pensamentos. Esse elemento é esse sentido de alguém que se vê separado da vida como ela acontece.

Todos esses assuntos aqui, nós temos abordado com você no canal, todas essas questões que não se resolvem em nossas vidas, porque, psicologicamente, o sentido do "eu", do ego, que é essa mente condicionada, está sustentando. Então, a forma como nós sustentamos a continuidade do "eu", essa forma ocorre em razão dessa maneira programada de mantermos esse formato de ser alguém o tempo todo, na vida como ela acontece, nas relações com ele ou ela, na relação com acontecimentos, com situações, na relação com o próprio pensamento que surge dentro de você, ou um sentimento, ou uma emoção, ou uma memória, ou uma lembrança, ou uma experiência. Estamos juntos?

Eu sei que isso pode soar muito estranho, em razão disso nós temos diversos vídeos aqui no canal, aprofundando cada um desses assuntos. Podemos, nesta vida, assumir a Realidade da vida sem a presença dessa mente condicionada, nessa qualidade de Ser livre do "eu", livre do ego? Quando o cérebro se aquieta, a mente silencia, estamos diante de uma mente livre. Isso é possível quando nós nos aproximamos e eliminamos esta separação, que é a separação entre essa experiência e esse experimentador, entre a experiência presente e o pensamento sobre o que fazer com a experiência. Assim, eliminamos o medo; há uma eliminação para o medo.

Veja, não se trata de alguém vencendo o medo, trata-se da ciência do fim do medo, naturalmente quando esse alguém não está. É exatamente isso que você acabou de ouvir: é o sentido de alguém presente, que é o "eu", o "mim", esse pensamento que está sustentando o medo. O fim para esse pensamento é o fim para essa qualidade de experiência, que vem do passado, isso é o fim do "eu", isso é o fim do ego. Então nós temos o fim do medo, o fim para essa mente condicionada, então Algo novo está presente. Esse Algo novo é a ciência do seu próprio Ser, é a Realidade da Vida nesse instante, onde não há mais sofrimento, confusão, desordem, problemas, as diversas formas de medo, de temores que nós conhecemos.

Notem que o medo é do passado voltar a acontecer, mas também ele é do futuro, de que algo possa acontecer. Então notem, o futuro é o tempo, mas esse tempo é o pensamento. O passado é o tempo, mas esse tempo é o pensamento. Olhe para si mesmo neste instante, você não pode ter o futuro aqui e agora sem o pensamento, você não pode ter o passado aqui e agora sem o pensamento. Assim sendo, é impossível a presença do sofrimento quando o pensamento não está.

O contato com a experiência da vida como ela acontece nesse momento, sem o elemento, que é o pensamento, a vida como ela acontece é a Vida, mas quando o pensamento entra, ele avalia, julga, compara, gosta, não gosta, aceita, rejeita a vida como ela acontece, e quando isso ocorre, o sofrimento está presente. Esse sofrimento é a presença desse elemento, que é o "eu". Esse "eu" é a presença desse pensador, desse experimentador, desse elemento em nós que tem registrado, e esse é o padrão, é o modelo de mente condicionada presente em cada um de nós. Essa é a continuidade do "eu". O fim para essa psicológica condição é a presença de uma nova mente, de um novo coração, é a presença dessa ciência de Ser, livre da mente, livre do "eu", livre do ego - como foi colocado: me refiro a essa mente como nós conhecemos.

Então, o que estamos juntos aprofundando aqui com você? A ciência da Realização de Deus, a ciência da Realização de nós mesmos, a ciência da Realização da Verdade d'Aquilo que somos em nossa Natureza Essencial, em nossa Natureza Divina. A forma Real dessa aproximação para essa visão Real da Vida consiste em descobrir o que é olhar, se dar conta, tomar ciência daquilo que se passa conosco aqui e agora. Então, todo esse condicionamento mental, toda essa, assim chamada, experiência desse centro, que é o "eu", o ego, que é esse pensamento, que é esse pensador, o término de tudo isso requer a aproximação desse olhar. Tudo isso fica muito claro, e nessa clareza temos a presença do fim para tudo isso, quando nos aproximamos do Autoconhecimento. Daí a importância e o valor desse aprender sobre nós mesmos.

É parte dessa visão do Autoconhecimento, uma aproximação da Realidade Divina pela Meditação. Qual é a verdade dessa aproximação da Real Meditação, da beleza desse encontro com a Verdade Divina? Pelo Autoconhecimento, nesse olhar direto para esta ciência que revela o seu Ser, que é a Meditação. Como podemos nos aproximar disso? É isso que estamos propondo aqui para você. Temos que, nesta vida, assumir essa Verdade d'Aquilo que somos, para o fim dessa psicológica condição de ilusória identidade, para que a Vida, neste instante, apenas se revele como aquilo que ela é, sem o sentido ilusório de uma identidade, que permanece sempre mantendo sua continuidade, surgindo a cada momento, vindo do passado, dentro desse padrão de mente, dentro desse padrão de condicionamento mental.

Esses encontros online que estamos fazendo aqui é para aprofundarmos isso. São dois dias juntos. Sábado e domingo, nós estamos juntos aprofundando esse assunto aqui com você. Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online nos finais de semana. Fora esses encontros, temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso é algo que faz algum sentido para você, fica aqui um convite. Já deixe aqui o seu like, se inscreva no canal e coloque aqui nos comentários: "Sim, isso faz sentido". Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima!

Março de 2025
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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Joel Goldsmith | Vivendo o Caminho Infinito | Como encontrar Deus? | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal! Estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença.

Hoje, eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "Vivendo o Caminho Infinito". Num trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Que cada um possa experimentar Deus, conhecer Deus". Sobre esse assunto, o Mestre pode compartilhar a sua visão sobre como podemos encontrar Deus?

MG: Gilson, encontrar Deus significa tomar ciência da Realidade. Não é um elemento - esse "eu", esse "mim" -, não é alguém tendo um encontro com Deus, é a ciência da Realidade de que Deus é a única Verdade presente. Assim, há um equívoco aqui nessa pergunta, que parte de um princípio totalmente errôneo. O equívoco é de alguém presente aqui na vida, separado da vida; é de alguém presente na existência, separado da existência. Esse conceito é o conceito da separação. No pensamento, na crença, a ideia presente em nós é da existência de Deus separado daquilo que "eu sou". Então, existe isso que "eu sou" - observem, esse "eu sou" ou essa ideia desse "eu sou", toda a ideia que faço sobre quem "eu" sou. Estamos diante de algo que se assenta em pensamentos, em conceitos, em imagens que o pensamento constrói sobre "mim". Isso também, ainda, claro, naturalmente, é uma crença; toda a ideia que você tem sobre você. E temos também uma ideia sobre Deus. Tudo isso está dentro desse círculo, que é o círculo do pensamento.

Então, o pensamento é um círculo. Dentro desse círculo, estão as crenças, os conceitos, as ideias, as opiniões, as conclusões. Tudo que nos foi ensinado e que é parte, hoje, desse conhecimento que trazemos, está presente em nós ao nível intelectual, ao nível de palavras, de ideias, de pensamentos. Então, essa separação entre a realidade daquilo que é a verdade sobre "mim" e d'Aquilo que é a Verdade sobre Deus, essa separação, toda essa ideação que gira em torno de pensamentos sobre isso, é um equívoco. Assim, as pessoas querem encontrar Deus, mas qual é a verdade da pessoa? Nós não compreendemos a verdade sobre quem nós somos e temos todo tipo de ideia sobre quem é Deus, todo tipo de avaliação, de crença, de conclusão. E fazemos isso em razão de tudo o que nós já ouvimos, de tudo o que nós já lemos. Alguns avançam um pouco mais e conseguem obter experiências, mas essas experiências, por mais ricas e profundas, elas ainda continuam, depois, como uma lembrança.

Toda experiência presente que você tem é o resultado do passado, de algo pelo qual você passou, e quando você trata comigo de uma experiência, você está apenas me tornando ciente de algo pelo qual você passou. Assim são as experiências! Então, nem essa ideia de encontrar Deus é real, nem essas colocações que se fazem a partir de experiências adquiridas. Então, quando você tem experiências, quando passa por experiências, você relata essas experiências, mas estamos diante de um jogo intelectual, de palavras.

Você vem e pergunta como encontrar Deus. Aqui, a pergunta real seria: qual é a Verdade sobre esse "mim", sobre esse "eu"? Qual é a Verdade sobre quem eu sou? Ou: o que é isso que eu sou? Então, sim, temos um encontro com a Realidade. Mas como tenho colocado aqui inúmeras vezes para você, essa palavra "encontro" pressupõe algo que não está presente, para ser encontrado, e também um elemento presente separado daquilo que ele quer encontrar, deseja encontrar, precisa encontrar. Então, aqui nós temos três coisas: a primeira é aquilo que não está presente para ser encontrado; a segunda é esse elemento que, na verdade, é o elemento principal na busca, na procura, que quer encontrar; e o terceiro elemento é o movimento desse que busca para aquilo que ele está buscando. Nós estamos diante de uma construção do pensamento. Tudo isso é uma mera construção do pensamento! O pensamento lhe dá a sensação de "alguém" presente, lhe dá a crença de um Deus distante e, em razão da presença do pensamento, essa noção de algum momento para encontrar. Esse momento é, naturalmente, toda essa noção de tempo. Não existe tal coisa como o tempo sem o pensamento; não existe tal coisa como aquele que ainda não encontrou - que é o "eu" - sem o pensamento; e não existe tal coisa como Deus sendo uma ideia, uma crença, que também é um pensamento.

Podemos ter uma aproximação da vida, neste momento, para uma visão direta da Realidade, d'Aquilo que está presente quando o pensamento não está? Nós vivemos no pensamento, com o pensamento, pelo pensamento. Aquilo que nós chamamos de "vida" consiste na ideia de relacionamentos com coisas, com pessoas, com situações, com acontecimentos. O elemento principal em tudo isso ainda são, para o intelecto, para esse modelo condicionado de pensamento em nós, as ideias. As relações se assentam em ideias: "eu e você", "nós e eles", "eu e a vida". Observem a implicação, o que implica essa presença do pensamento em tudo isso. É ele que norteia o que você sente, o que você fala, o que você pensa e o que você faz dentro dessas relações. Essas relações não são verdadeiras quando se assentam no pensamento, porque é o pensamento que está sobrepondo a essa Realidade do momento, de tudo que acontece, esse princípio da separação - "eu e a outra coisa". Não sabemos a Verdade sobre nós mesmos, não sabemos a Verdade sobre o outro, sobre a vida, sobre Deus.

Você vem e pergunta: "Como encontrar Deus?" Tome ciência da Realidade que está presente aqui e agora. Isso jamais será possível nesse movimento, que é o movimento do pensamento. Assim, a Compreensão aqui consiste na Revelação desse encontro. Sim, esse encontro consiste nessa Revelação, que é essa Compreensão. Quando há uma Compreensão da Vida neste momento, esse elemento chamado "pensamento" desaparece, e quando ele não está presente, estamos em contato com a Realidade do momento. A Realidade do momento é a Realidade da Vida, quando o pensamento não está; e, sem o pensamento, não existe mais esse elemento, que é esse "mim", esse "eu". Sem esse elemento, não existe mais qualquer movimento de alcançar, de obter, de encontrar. Então, Aquilo que é essa Realidade Divina, essa coisa indescritível, inominável, que está além das palavras, se revela neste instante, como sendo a Verdade do seu Ser, como sendo a Realidade, a Verdade da Vida.

Assim, o propósito destes encontros aqui, é termos, deste momento, uma aproximação real, algo possível quando estamos livres do pensamento, livres desse sentido do "eu", desse "mim", então a Realidade de Deus está presente - essa Realidade é esse encontro. Não é alguém tendo um encontro, é o encontro se revelando.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de uma inscrita aqui no canal. A Ione faz a seguinte pergunta: "Quando você fala 'no momento em que o discípulo está pronto'... eu te pergunto: o que é estar pronto? Como é ficar pronto?"

MG: Gilson, repare na pergunta. A pergunta é: na frase "quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece", qual é o significado da expressão "pronto"? Qual será a verdade dessa prontidão? Quando é que, de fato, estamos prontos? Quando nós temos a real condição de tomar ciência de alguma coisa, de realizar alguma coisa. Então, essa prontidão não é outra coisa senão uma real disposição para assumir a Verdade daquilo que nos é mostrado, daquilo que nos é apresentado, aqui dentro deste contexto da fala. Quando é que você está pronto? Quando está pronto! Não existe uma definição intelectual de palavras ou verbal sobre isso. Uma aproximação direta daquilo que nos é mostrado como sendo a Realidade da Vida para ser vivida neste momento, sem a ilusão desse sentido do "eu", do ego, sem a ilusão desse movimento do pensamento - que são essas construções da imaginação, da memória, da lembrança. A Visão da Vida, clara, lúcida, real. essa verdadeira prontidão para assumir Isso é estar pronto.

De outra forma, nós ficamos nas teorias, nos conceitos, nas crenças, nas palavras. E podemos continuar repetindo essas palavras - que são meras palavras -, podemos continuar acreditando e achando bonito tudo isso, mas não existe uma prontidão para esse trabalho, para essa Realização, para essa Visão. Aquilo que denota essa prontidão de forma mais clara, é a rendição, é a verdadeira entrega ao próprio trabalho. Uma vez que exista a presença dessa entrega, desse trabalho, temos a presença da prontidão. Você pergunta: "Como ficar pronto?" A partir deste instante, deste momento. Se há algo aí que lhe mostra a verdade disso e a importância disso, para ser vivido neste momento, não se trata mais de como ficar pronto. Aqui, ou você está pronto, ou não está pronto. Ao se deparar com uma fala como esta, um trabalho como este, este trabalho já te encontra ou disposto a realizá-lo, ou a continuar teorizando sobre o assunto. Não existe essa coisa de "como ficar". A prontidão ou está presente, ou não está presente.

Gilson, existe aqui uma confusão. Nós acreditamos que podemos, pela ideia, pela crença, pelo desejo, pela intenção, pelo esforço, nos tornarmos prontos para isso. Essa prontidão vem dessa Presença misteriosa, que é a Presença da Graça. Essa prontidão é algo que opera em um nível fora dessa intenção, dessa volição, desse querer; é algo que está presente ou não está presente. Agora mesmo, ao se deparar com tudo que é colocado aqui, se isso é algo que realmente faz sentido para você, internamente - não só ao nível intelectual, mas ao nível de totalidade da mente e do coração -, se isso é algo que queima aí dentro e o impulsiona a essa rendição, a essa entrega, a esse envolvimento, é sinal de que você está pronto. Você está pronto porque a Graça lhe deu essa prontidão!

Este trabalho é muito, muito misterioso. Ele está além da vontade, do querer, do desejo. Ele está além do conhecimento que se adquire ouvindo falas, lendo livros. Este trabalho está além, também, das experiências. Então, não se trata de uma aproximação intelectual, de conhecimento. Não se trata do mero desejo, vontade ou intenção de realizar Isso, e também não se trata de experiências que se tem, que se obtém. Existe um toque em cada um de nós, além da mente, além desse sentido de alguém presente, que tem toda a disposição de ouvir, acompanhar e aprender sobre este assunto. Aqui, a forma real de aproximação desse ouvir não é ouvir como geralmente ouvimos; desse acompanhar esse assunto, não é acompanhar como em geral nós acompanhamos qualquer um outro assunto; e aprender não é esse aprender acumulando informações, adquirindo conhecimentos ou experiências.

Assim, esse encontro com a Realidade requer a Presença desta Graça, desta Verdade misteriosa presente, que o coloca nessa prontidão, nessa real condição de um envolvimento completo, de um envolvimento total, para o fim do "eu", para o fim do ego, para o fim dessa ilusão, para o fim desse sonho, dessa psicológica condição de separação, de dualidade.

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta, de um outro inscrito no canal. Ele faz a seguinte pergunta: "Como podemos chegar a esse Estado de Consciência?"

MG: Gilson, aqui nos deparamos com uma outra pergunta: "Como podemos chegar a esse Estado de Consciência?" A nossa noção é de chegar. É porque a ideia que temos é de que isso ainda não está aqui.

E, aqui, nós temos que parar e estudar isso, investigar isso, ter plena clareza sobre isso. É evidente que não se trata de algo do qual temos que nos aproximar intelectualmente, verbalmente, com palavras. Qual será a verdade da ausência desse Estado? Porque a ideia é a ausência desse Estado. A grande verdade sobre isso é que aquilo que conhecemos, que está dentro do conhecido, é isso que tem dado base para essa consciência que vemos presente em nós, que é essa consciência do "eu". Então, quando usamos expressões como "alcançar", "chegar", "obter", isso está dentro, exatamente, dessa condição de consciência do "eu" em que nós nos encontramos.

E, por que nos encontramos dentro dessa consciência do "eu"? Porque nos falta uma visão da Realidade de nossa Natureza Essencial, da Verdade sobre quem nós somos, da Verdade sobre Aquilo que somos, e a Verdade sobre isso é que essa Real e Divina Presença, Consciência, não está ausente. É algo presente, mas nós não temos ciência disso, em razão desse modelo de consciência, que é a consciência comum a todos, que é a consciência do "eu". E qual é a base dessa consciência do "eu"? É esse movimento, em nós, de pensamentos, de sentimentos, de emoções, de sensações, de percepções, ocorrendo de uma forma inconsciente aqui, neste instante. Assim, trazer ciência a esse movimento, se dar conta desse movimento, é isso que traz o Despertar desse Estado, desse Novo Estado, dessa Nova Consciência - Aquilo que eu tenho chamado de Real Consciência. Isso é o fim dessa consciência que conhecemos, que é a consciência do "eu". Isso é o fim dessa inconsciência que é a consciência do "eu", onde estamos envolvidos com o velho modelo do pensamento, dos sentimentos, das emoções, dentro de uma condição psicológica completamente, totalmente, adormecida.

A desordem, a confusão, os problemas, os conflitos, os sofrimentos diversos são algo presente em razão dessa consciência do "eu", dessa inconsciência. Você pergunta como alcançar esse Estado de Consciência... Aqui, se trata de como investigar a natureza dessa velha consciência, se aproximar disso, e é pela compreensão de todo esse processo, o que requer a presença dessa visão sobre como nós funcionamos. É exatamente assim que nós empregamos aqui a palavra - apontando exatamente para isso - "Autoconhecimento". Compreender a natureza do próprio "eu", a natureza da mente, como processamos essa questão de pensamentos, sentimentos, emoções. O Despertar de sua Natureza Essencial, de sua Natureza Divina, requer uma aproximação de suas reações, daquilo que se passa com você, daquilo que é você nesse movimento, que é o movimento do pensamento, do sentimento, da emoção.

O nosso contato com este momento é um contato que tem, por princípio, a ideia de alguém dentro desse contato, fazendo escolhas, tendo ideias, avaliações, conceitos, opiniões, enquanto que, na verdade, o que está presente é apenas esse movimento, que é o movimento do pensamento. Ao se tornar ciente desse movimento, você pode ir além dele, e quando estamos além do próprio movimento do pensamento e dessas velhas reações que vêm do passado, desse fundo de memória, de lembranças, de recordações, temos presente esse Novo Estado, essa Visão Real da Vida como Ela é, sem o "eu". Portanto, não se trata de alcançar, se trata de constatar essa Realidade presente, aqui e agora, sem o passado, sem o pensamento! Isso é Realização, isso é Ciência de Deus, isso é Ciência do seu Ser, isso é Ciência da Vida. Assim, estamos diante de uma única Realidade: a Realidade de Deus é a Realidade da vida.

GC: Gratidão, Mestre, já deu nosso tempo. Gratidão aí por mais este videocast.

E, para você que está acompanhando o videocast até o final e deseja realmente viver essas verdades, fica o convite para participar dos encontros que o Mestre Gualberto proporciona. Aqui, no primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar do grupo do WhatsApp sobre esses encontros. Nesses encontros, o Mestre Gualberto responde ao vivo às nossas perguntas, e muito mais do que isso: por o Mestre já viver nesse Estado Desperto de Consciência, a sua Presença é um campo de energia, e, nesses encontros, a gente acaba entrando de carona nesse campo de energia do Mestre. Isso é um facilitador incrível para a gente ter uma visão do que está além do entendimento intelectual.

Então, fica o convite. No primeiro comentário, tem o link do WhatsApp. Além disso, já dá um "like" no vídeo, se inscreve no canal. E, Mestre, mais uma vez gratidão pelo videocast.

Março de 2025
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terça-feira, 15 de julho de 2025

Sofrimento psíquico | O que é o pensamento? | O que é o Despertar Espiritual? | Relações humanas

A nossa vida consiste de relações - são relações acontecendo. Nós temos dividido as relações - essas relações humanas - em relações pessoais, interpessoais, intrapessoais. Veja, nós o que fazemos é criar divisões para tentar explicar ou procurar entender.

Aqui, com você, nós estamos buscando ter uma compreensão da verdade sobre as relações. Então, toda essa conceituação, todo esse planejamento ou plano de ordenar isso em palavras não funciona. Tudo que nós precisamos é investigar essa questão das relações, dos nossos relacionamentos, sobretudo essa relação que temos com nós mesmos e com o outro, porque é isso que irá determinar, também, nossa relação com a Totalidade da vida.

Esse contato que tenho com ele ou ela é, na verdade, uma oportunidade para a compreensão daquilo que se passa aqui, dentro de mim. Esse contato que tenho com pensamentos, sentimentos e emoções, com memórias e lembranças que surgem dentro de mim, é algo que se torna um portal para uma compreensão daquilo que eu sou nesse contexto da vida e, portanto, nesse contexto das relações. Então, essa relação comigo mesmo, essa relação com o outro, essa relação com a vida, é uma oportunidade para a compreensão dessa visão de Totalidade, dessa ciência da Realidade da vida.

Aqui, com você, nós estamos investigando isso, aprofundando isso, dizendo para você que, sim, há uma vida possível livre desse sentido do "eu", do ego, e isso representa uma vida onde essa relação com esse momento é a relação com o Todo, é a relação com Deus, é a relação da Verdade com Ela mesma. Veja, não se trata desse elemento presente, que é o "eu", nesse contato com a vida muito maior do que esse "eu". É a ciência da Verdade de que a Vida é a única Realidade, e esse "eu" é uma ilusão.

Assim, essas divisões na tentativa de encontrarmos um caminho para relações pacíficas, amigáveis, amorosas, felizes, é algo completamente sem sentido, uma vez que a única Verdade da vida em relação é a Vida n'Ela própria, com Ela mesma. Esse sentido do "eu", do ego, por mais que ele se ajuste para encontrar um certo equilíbrio na vida de relação, ainda teremos a presença do conflito, a presença da desordem, da confusão e do sofrimento, porque esse elemento é contraditório.

Esse elemento, que é o "eu", é um elemento que vem do passado, ele nada compreende desse momento aqui; é um conjunto de memórias, lembranças, e isso contextualiza uma identidade presente, mas essa identidade é uma fraude, é uma ilusão. Esse sentido de ser alguém não é real. Assim, o seu contato com ele ou ela, esse contato a partir do "eu", por maiores que sejam esses ajustes para um melhor contato, ainda será conflituoso, fomentador de sofrimento, de confusão e problemas.

Será possível a vida livre desse "eu" e, portanto, uma real relação com o outro, uma real relação em si mesmo, sem esse sentido desse "mim", desse "eu"? Veja, estamos falando da própria Vida em expressão, em sua Totalidade, sem essa divisão - é isso que temos chamado aqui de Não dualidade. A aproximação dos antigos sábios indianos era da Não dualidade, da Advaita, a verdade de que a única Realidade presente não tem um segundo separado dela, à parte dela; isso é Advaita: "o Primeiro sem o segundo".

Uma Vida Real é uma Vida onde Deus está presente, e apenas Deus É, isso é Você e seu Ser, essa é a Vida Real. Então, o seu contato com ele ou ela é o contato com a Verdade, com a Verdade Divina. Se esse contato está presente, a verdade da relação é comunhão de mente e coração, é comunhão onde está presente a Verdade do Amor, a Verdade da Vida.

Veja, a Verdade presente daquilo que se passa com você nesse instante, olhar para isso - não se trata de teorizar o que deveria estar aqui e não está, o que poderia estar aqui e não está, como deveria ser, mas que de fato não é - é o que revela Algo além disso, além dessa condição, sem qualquer ideia de como as coisas deveriam ser ou poderiam ser.

Eu digo isso porque, em geral, nós ficamos nesses ideais, nesses propósitos. Nós não ficamos com a vida como ela acontece, nós ficamos com ideias de como ela deveria ser: é aqui que se encontra nossa maior confusão. Não podemos lidar com o momento presente, com a vida como ela é, quando temos conceitos de como ela deveria ser, porque nós ficamos numa abstração mental, em um ideal, em um modelo de pensamento.

Aqui nós temos a vida acontecendo para ser investigada, para ser compreendida. Por exemplo, nessa questão das relações: o que sinto, o que penso, aquilo que sou nesse instante para ser visto. Um direto olhar para isso é a mudança, é a transformação, é o fim dessa condição. Assim, nós temos, por exemplo, essa questão do pensamento. O que é o pensamento? Repare, tudo isso requer a presença do Autoconhecimento, e não de teorias, crenças, conceitos, ideias.

Nós aqui estamos explorando com você essa questão desse contato com nós mesmos, com a verdade daquilo que se passa com você, em sua mente, em seu coração. Aquilo que se processa a nível de pensamento, emoções, sentimentos e sensações, descobrir o que é olhar para isso que está aqui presente. Esse sentido do "eu", que carrega essa ideia do "meu" e das "minhas coisas", é isso que estamos investigando aqui com você, é quando temos uma aproximação do que é o pensamento.

Repare, o pensamento é um elemento básico, fundamental para ser investigado, e nós não investigamos isso. Observe que o pensamento em você é uma resposta que surge nesse momento, em razão de uma memória que vem do passado, e nós estamos lidando com as nossas relações humanas com essa base; a base de nossas relações com objetos, situações, acontecimentos, pessoas e com nós mesmos no pensamento.

Mas o que é o pensamento? O pensamento é esse elemento presente em nós, que é a memória. Todo pensamento em você é a presença de uma lembrança, de uma recordação, de uma memória, é algo que vem do passado. O pensamento está sustentando em nós todo tipo de confusão dentro das nossas relações, isso porque internamente, psicologicamente, nós estamos sofrendo.

O ser humano vem vivendo, está vivendo há milênios em sofrimento. Então, não sabemos lidar com esse sofrimento psíquico em nós - ansiedade, estresse, angústia, a dor da separação, o medo. São inúmeros os sofrimentos psíquicos que nós temos e não sabemos lidar com eles; e todo o contato que nós temos com o outro, sem antes termos uma compreensão daquilo que nós somos e eliminarmos esses estados internos, irá, inevitavelmente, refletir dentro dessas relações.

Então, qual será a verdade de uma relação real com ele ou ela? A verdade dessa relação é a presença da comunhão, de um encontro onde está presente o Amor. A Verdade do Amor presente, em razão da presença dessa comunhão, nesse contato com ele ou ela, se reflete em nossa existência como Felicidade, como Paz, como Liberdade, e nós desconhecemos isso, porque não resolvemos esse problema do "eu", desse "mim".

Aqui, com você, nós estamos explorando essa questão do Despertar Espiritual. Então, estamos juntos investigando essa questão do Florescer da Verdade sobre nós mesmos. Então, o que é o Despertar Espiritual? É essa ciência que Revela a Verdade da Vida - e eu volto a dizer: a vida é aquilo que acontece nas relações, não há qualquer vida separada das relações, a vida é relação.

A nossa vida consiste de relacionamentos a cada momento, e ela só pode ser real quando o sentido do ego, do "eu", desse elemento que se isola, que se separa e que vive nesse impulso de autocentramento, não está mais presente. Assim, nós precisamos descartar da vida essa ilusão dessa particular vida do "eu", e isso é possível quando aprendemos a olhar, a observar, quando aprendemos a tomar ciência daquilo que se passa conosco aqui e agora, nesse momento.

Nós estamos vivendo dentro de uma consciência, que é a consciência do "eu", do ego, desse "mim". Então, todas as nossas relações, todos os nossos relacionamentos, por melhores que sejam, por mais ajustados que se encontrem, ainda são relações nesse autocentramento, nesse egocentramento, algum nível de contradição, de conflito, de desordem está presente aí.

Apenas quando tomamos ciência da Realidade Divina, da Realidade de Deus, d'Aquilo que é Você em seu Ser, é que temos ciência da verdadeira relação, da verdadeira presença do Amor, que é a presença de Deus. Estamos trabalhando o fim para essa psicológica condição de identidade separada, de identidade egoica. Nós aqui estamos investigando com você como ter da vida uma aproximação sem a ilusão desse elemento que se vê como uma entidade presente no controle, na escolha, com ideias particulares, com pensamentos pessoais.

Então, veja, não se trata de uma melhor relação com a vida nesse relacionamento ou nessa relação interpessoal. Aqui trata-se da Verdade da própria Vida em expressão; se Ela está presente, não há sofrimento, não há confusão, não há desordem. Então, esse contato que você tem com ele ou ela não é o contato que o pensamento está estabelecendo, é o contato livre do pensamento e, portanto, livre desse sentido de alguém que pensa, que sente, que sabe, que controla, que escolhe, porque o "eu" não está presente, o ego não está presente.

A verdade sobre isso é que nós passamos uma vida inteira nos relacionando com pessoas, nessa ideia, também, de ser uma pessoa, completamente alienados da Verdade da Vida Real, porque estamos dentro de uma particular vida, de uma particular realização, onde está presente esse sonho dessa identidade que se vê separada da vida.

Aqui, a verdade desse Florescer Divino, do Despertar da Consciência é o surgimento de uma nova Consciência e, portanto, uma nova relação com a vida, com o outro. O que nos dá a base para tudo isso é o Autoconhecimento, é a revelação daquilo que se passa aqui e agora, com cada um de nós, nesse momento.

É que nós fomos educados para aquele velho modelo de confiança em pensamentos, e nesses pensamentos estão presentes aquelas velhas ideias, aquelas velhas crenças do que deveria ser, do que poderia ter sido, de como deveria acontecer, de como deveria ter acontecido. Então, nós ficamos no campo das ideias, no campo das teorias, no campo das crenças.

Eliminar tudo isso é assumir a Vida nesse instante, é tomar ciência da beleza da vida como ela acontece aqui e agora, sem esse elemento que se vê separado da vida, tendo ideias, conceitos, pensamentos sobre a vida. Então, o que estamos trabalhando juntos aqui? A Revelação dessa ciência Divina, dessa ciência de Deus. O que nós precisamos, de fato, na vida, nesse momento, é aprender a arte de olhar, assim como escutar, perceber, acolher esse instante sem esse movimento do pensador, sem esse movimento do pensamento.

O pensamento tem funcionado como um elemento presente que cria uma realidade que se sobrepõe à vida como ela acontece; funcionando dessa forma, nós estamos, assim, presos a uma condição de sono, de sonho, de inconsciência, de alienação da vida. Então, quando há esse escutar, esse olhar, esse perceber sem o pensamento, esse "eu" não entra, esse elemento que se separa, que é o ego, não está presente.

Então há uma Revelação d'Aquilo que está fora da mente, fora do pensador, fora do pensamento; é quando, nesse instante, se compreende a Beleza da vida em sua Totalidade e, portanto, da verdade sobre essa relação com o outro, porque não há mais esse "outro" para esse "mim". Esse "outro" é a Realidade Divina, é a Realidade de Deus.

Uma vida em Inteligência, em Amor, em Sabedoria é uma vida onde está presente essa Realidade, que é a Realidade do seu Ser. É isso que estamos trabalhando aqui, com você, nesses encontros. Sábado e domingo temos encontros online. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso é algo que faz sentido para você, se isso lhe toca em algum nível, de alguma forma, fica aqui um convite.

Março de 2025
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quinta-feira, 10 de julho de 2025

Joel Goldsmith | A interpretação espiritual das escrituras | O que é a Advaita? | Marcos Gualberto

GC: Olá, pessoal, estamos aqui para mais um videocast. Novamente, o Mestre Gualberto aqui conosco. Gratidão, Mestre, pela presença. Mestre, hoje eu vou ler um trecho de um livro do Joel Goldsmith chamado "A Interpretação Espiritual das Escrituras". Num trecho desse livro, Mestre, o Joel faz o seguinte comentário: "Do Advaita, da Índia: 'Eu sou meu próprio espírito'". O Joel cita esse trecho da Advaita. Sobre esse assunto, o Mestre pode compartilhar o que é Advaita?

MG: Gilson, Advaita é uma expressão indiana para a não separação, não dualidade; significa "o primeiro sem o segundo". Os antigos sábios indianos, aqueles que realizaram a Verdade, deixaram isso escrito lá nos Vedas. Essa expressão vem dos Vedas, é a Verdade de que a Vida, n'Ela, não existe tal coisa como uma divisão, uma separação. Há uma única Realidade presente, há uma única Verdade presente. Podemos dar diversos nomes para essa Realidade presente, mas nenhum desses nomes, como uma palavra, uma expressão - como todas as palavras são -, como uma expressão do pensamento, pode explicar o significado disso.

Então, essa Realidade Divina que nós chamamos de Deus, de Verdade, de Ser, é a única Realidade da Vida. Isso é Advaita. Essa Realidade Divina, de Deus, que é Advaita, a não separação, é a Realidade do seu Ser, é a Realidade sobre você. Uma vez que esse Despertar esteja presente, essa visão que fica da vida é a visão da não separação. Não existe esse "eu" e a vida, essa vida e Deus; esse "eu", a vida, Deus e o outro. Há uma Realidade Presente. Ela está presente nessa manifestação, mas também além de tudo aquilo que chamamos aqui de "manifestação". Então, estamos diante de algo indescritível, inominável. Nenhum termo, nenhuma palavra, explica isso.

A boa notícia é que a Realização do seu Ser é a Realização de Deus, é a Realização da Advaita. A Verdade disso é o fim da ignorância, é o fim da ilusão, é o fim do sofrimento. Se aproximar da vida é se aproximar de Deus. E se aproximar de Deus, que é se aproximar da vida, é descobrir como descartar esse sentido do "eu", desse "mim". Todo esse movimento do "eu", do "mim", dessa "pessoa" em nós, tendo por princípio o modelo do pensamento como nós conhecemos, nos coloca em uma condição de ignorância, de ilusão, de separação. Se está presente essa separação em razão da ignorância, em razão da ilusão, está presente a confusão, o conflito, a desordem, o sofrimento.

Na vida, todos nós estamos aqui para tomarmos ciência de que há apenas uma Realidade aqui. Isso é o Despertar! Sem isso, essa vida, nesse sentido de separação, de dualidade, é um caos, é uma confusão enorme. O ser humano vive inquieto, desorientado, psicologicamente perturbado. Há uma inquietude interna, ele não sabe a Verdade sobre ele mesmo, ele se confunde com o modelo que o pensamento tem estabelecido como regra, como padrão. Essa regra, esse padrão, é o modelo que nós temos chamado aqui de "condicionamento mental". Nós estamos sempre atendendo à vida a partir desse elemento que se vê separado dela. Essa forma de atender é inadequada.

Quando, por exemplo, você lida com pessoas, lida com pessoas a partir da ideia de ser, também, uma pessoa. Você não a vê como de fato ela é. Mas, como poderia ser diferente? Se você não consegue tomar ciência da Verdade sobre si mesmo, como teria a Verdade sobre ele ou ela? Assim, a particular visão do "eu" é a visão que o pensamento tem estabelecido como sendo verdadeira, como sendo real, sobre a vida, sobre o outro, sobre ele mesmo. Então, essa condição é algo que o pensamento está estabelecendo como padrão, como regra. Esse é o princípio equivocado de separação, de dualidade. Foi o pensamento que criou a ideia desse "eu" e o não "eu", desse "eu" e a vida, desse "eu" e Deus. Se aproximar de um encontro como este aqui é se aproximar da possibilidade da averiguação, do investigar, do aprofundar essa questão.

A questão é: "O que eu sou?" Qual será a verdade desse "quem sou eu"?

Esse "quem sou eu" é uma construção do próprio pensamento. Ter uma aproximação daquilo que "eu sou", é a aproximação do Autoconhecimento, exatamente para o descarte dessa ideia sobre "quem sou eu". Não existe esse "eu", não existe esse "quem". Há uma Realidade aqui, e você constata essa Realidade além do "eu". Esse "você", nessa constatação, é a própria Realidade Divina cônscia d'Ela mesma. Não existe qualquer separação entre você, Deus e a vida. Você é Deus em sua Natureza Real, mas no pensamento você é uma pessoa. No modelo de se comportar, agir, sentir e viver, algo que o pensamento está produzindo dentro de uma resposta de condicionamento de pensamento, algo comum a todos, você é uma pessoa, e uma pessoa está em apuros, uma pessoa tem problemas, uma pessoa está alienada da Verdade - exatamente por ser uma pessoa -, alienada da Realidade, da Verdade, da Vida.

Então, o que é Advaita? É a Verdade do seu Ser, é a Verdade de Deus, é a Verdade da Vida, quando não há mais essa ilusão, quando não há mais esse modelo do pensamento.

GC: Mestre, nós temos uma pergunta de um inscrito aqui no canal. O Pedro faz o seguinte comentário e pergunta: "O que faz surgir, gerar pensamentos? Qual é a causa primária desse fenômeno?"

MG: Então, Gilson, a causa primeira do pensamento - veja, isso tem uma base muito simples. a causa primeira do pensamento é memória. Todo pensamento presente é uma recordação do passado. Ao passar por uma experiência, isso é registrado no cérebro. Esse registro aparece nesse formato de pensamento. Como isso se processa? Com base em um estímulo, em uma resposta a um desafio. Quando você vê uma cena, aquilo lhe traz uma lembrança, veja, essa lembrança surgiu em razão desse estímulo, desse desafio. Essa é a mecânica do cérebro, é assim que o cérebro trabalha: ele produz pensamentos. Mas essa produção de pensamento, na verdade, é só a memória surgindo. Ele não traz o pensamento do nada, ele traz o pensamento do passado e da memória. Assim como o nosso coração físico bate em razão de estímulos elétricos que vêm do cérebro, o nosso cérebro reage a estímulos, a desafios, e produz pensamentos. Mas não é que ele produza pensamento do nada, ele reproduz pensamentos em razão do pensamento, da memória, da lembrança que ele tem. É um registro nele que está respondendo. Esse é o fenômeno do pensamento.

Agora, vamos aprofundar um pouquinho mais isso aqui com você. O problema não está em ter pensamentos. O problema é que o ser humano, como ele funciona - eu me refiro à massa, à humanidade. o ser humano comum não tem ciência do pensamento. Ele está vitimado de uma condição de inquietude interna, de tagarelice interna, de desordem psicológica, em razão desse movimento, desse movimento de pensar, do cérebro. Aqui, precisamos compreender isso: essa condição psicológica de vida não é natural. Isso é algo comum a esse modelo de cérebro condicionado, de mente condicionada, que o ser humano conhece. Assim, o problema com o pensamento é que, no ser humano, ele funciona de uma forma inconsciente, mecânica, repetitiva, tagarela, produzindo, juntamente com esses pensamentos, estados internos de sentimentos, de emoções, de conflito, de desordem e sofrimento.

Nós não temos, nesse sentido do "eu", do ego, dessa mente condicionada, dessa mente egoica, desse cérebro condicionado, quietude, silêncio, ausência de pensamento. O cérebro está constantemente produzindo pensamentos, ou seja, se ligando, a cada momento, a todo tipo de estímulo e desafio, e produzindo a ilusão de uma identidade dentro dessa experiência, que é a experiência do pensar. Veja, isso não é natural. Isso ocorre porque o ser humano não conhece a Verdade d'Aquilo que ele é fora desse condicionamento. Tudo que o ser humano sabe sobre ele mesmo é aquilo que o pensamento está dizendo, e ele está se confundindo com o pensamento, se identificando com essas reações e vivendo nessa inquietude, nessa tagarelice. Assim, o cérebro no ser humano está funcionando de uma forma equivocada, caótica. Não existe essa liberdade dessa ciência da ausência desse tempo psicológico. O ser humano vive no pensamento, nessa psicológica condição do pensamento. Assim, estamos constantemente entre o passado e o futuro, e esse movimento do presente é a inquietude entre o que foi e o que será.

Podemos romper com isso, para uma qualidade de mente nova, de cérebro novo, onde o pensamento seja funcional, para que apenas quando se fizer necessário, ele esteja presente, e não esteja, assim, ocupando, o tempo todo, todo esse espaço? Quando ele está ocupando todo esse espaço. esse espaço o tempo todo ocupado é aquilo que nós temos chamado aqui de consciência egoica, de consciência do "eu". Podemos conhecer, na vida, a Liberdade, ou seja, o fim para essa consciência do "eu", para essa consciência do ego? Isso requer a presença do Autoconhecimento, a presença da Meditação, a presença desse Espaço que se revela quando o cérebro se aquieta, quando a mente silencia. Então, se revela algo além da mente, além do cérebro, além do "eu", além do ego.

É isso que estamos juntos trabalhando aqui com você, lhe mostrando que, nesta vida, o Despertar da Inteligência requer a presença do Silêncio, de um novo modo de pensar, de sentir, de agir na vida. E isso só se torna possível quando temos o fim para essa psicológica condição que acabamos de colocar aqui para você, onde o cérebro está o tempo inteiro ocupado. Repare, você está almoçando ou trabalhando em alguma atividade, mas internamente o cérebro está ativo, tagarelando, dizendo coisas, colocando esse sentimento e pensamento aí, localizando aí uma entidade presente, que é esse "mim", no passado ou no futuro. Nós não temos ciência deste instante, ciência do agora, porque não há espaço, não há quietude, não há silêncio. E aqui estamos dizendo para você que isso não é natural. Isso é comum, mas é porque o ser humano está em desordem psicológica. A grande verdade sobre isso é que o ser humano é neurótico, ele está construindo exageros, ele está exagerando. O modelo do pensamento é de exagerar.

Então, essa disfunção interna, essa confusão psicológica, esse movimento de pensamento é a continuidade desse ego, desse "eu", desse "mim". Quando isso termina, algo novo está presente, e é isso que estamos trabalhando aqui, com você. A única coisa na vida é realizar a Vida, a Ciência da Vida, a Beleza da Vida, o Amor que é a Vida. Então, temos a presença da Inteligência, a presença da Liberdade, dentro das nossas relações com o outro, com nós mesmos, com as experiências. É quando os pensamentos estão apenas ocupando o espaço real deles, e não esse espaço psicológico, como ocorre com a presença do ego. A forma como psicologicamente nós, seres humanos, estamos funcionando é um problema, é algo para ser descartado!

Então, o Florescer do seu Ser é a Ciência da Realidade, d'Aquilo que está além do "eu", além desse cérebro, além dessa mente, além desse ego. O que torna isso possível é um trabalho de Autoconhecimento, de Meditação, em razão do Poder dessa Presença, que é o Poder dessa Graça Divina.

GC: Mestre, nós temos uma outra pergunta de um outro inscrito aqui no canal. A Tânia faz o seguinte comentário, perguntando: "Mestre, então só depois da investigação sem o ego é que se chega à Verdade?"

MG: Você pergunta: "Só depois da investigação sem o ego é que a Verdade se revela?" Repare na sua pergunta. A verdade da aproximação, da autoinvestigação, da investigação do "eu", é a investigação do próprio ego, é a ciência desse olhar para essas reações. Então, vamos corrigir um pouquinho aqui essa questão da pergunta. Nós precisamos ter uma aproximação de nossas reações, mas essa aproximação requer um olhar, um olhar livre do próprio movimento do "eu", mas esse olhar compreende uma visão clara desse movimento.

Nós temos que descobrir, aqui, o que é observar essas reações. Esse observar requer, sim, a presença da ausência desse observador, desse pensador, desse experimentador, mas não se trata de alcançar a Verdade. A ciência dessa pura observação revela algo fora do conhecido. A Verdade já está presente, é Aquilo que já está presente, mas que, de fato, só se revela quando nos damos conta dessa ciência do Autoconhecimento. Assim, aprender a observar nossas reações sem o observador, aprender a tomar ciência daquilo que se passa aqui e agora, sem se confundir com esse elemento que é o experimentador se separando da experiência, o observador se separando daquilo que observa, aquele que escuta se separando daquilo que ele está escutando. Tomar ciência disso é ter a real aproximação da visão da Meditação. Isso está dentro dessa aproximação do Autoconhecimento.

Aqui, essa Atenção sobre as nossas reações requer um olhar livre desse elemento que se separa para interferir, que vive dentro de um movimento de gostar e não gostar, ou de querer alterar ou mudar, que julga, avalia, compara. Assim, a base para essa auto-observação, para essa autoinvestigação, é trazer para este instante essa Atenção, uma Atenção livre de escolha, livre de alternativas, livre de ideias, conclusões, crenças, avaliações, julgamentos e todo tipo de resposta que venha do passado, que possa surgir do passado. É apenas olhar, é apenas constatar, se dar conta daquilo que se passa aqui e agora. Quando você olha um pensamento, sua inclinação, em geral, quando você olha, é de gostar ou não dele. Quando um sentimento surge, você gosta dele ou não gosta. Então, em geral, estamos sempre aceitando ou rejeitando aquilo que se passa dentro de nós e aquilo que se passa externamente nessa relação com o outro. Estamos sempre nos aproximando da vida, deste instante, deste momento, a partir desse experimentador, desse pensador, desse observador, enquanto que aqui estamos colocando para você que há uma nova forma de nos aproximarmos deste instante. Essa nova forma requer a presença dessa Atenção, exatamente, sobre essas reações. Essa Atenção não interfere, ela não se envolve. Essa Atenção é que nos dá a base do Autoconhecimento, e com a base do Autoconhecimento, nos aproximamos da Meditação. Então, há uma qualidade nova de ação que surge quando o "eu" não está, quando esse experimentador, esse observador, esse elemento que se separa, que julga, avalia, não está mais presente.

Assim, qual é a real aproximação da vida? A real aproximação da vida é a real aproximação da verdade sobre nós mesmos. Sem esse constatar aquilo que se passa aqui e agora em você, com você, não há como romper com essa velha condição, para essa Realidade se mostrar, para essa Verdade florescer. É disso que estamos nos aproximando aqui nestes encontros.

GC: Gratidão, Mestre, já chegou o nosso tempo. Gratidão por mais este videocast.

E, para você que está acompanhando o videocast até o final e realmente quer viver esses ensinamentos e ter essa visão em Liberdade como o Mestre tem, fica o convite para participar dos encontros intensivos que o Mestre Gualberto proporciona. São encontros intensivos de final de semana no formato on-line e existem encontros presenciais e retiros. Nesses encontros, o Mestre Gualberto, além de responder diretamente às nossas perguntas, por já viver nesse Estado Desperto de Consciência, compartilha um Campo de Energia que é um Poder, uma Graça, que nos ajuda demais nessa compreensão de nós mesmos, porque a gente acaba entrando de carona nesse Campo de Energia do Mestre. E isso realmente facilita muito para podermos entrar de forma espontânea no estado meditativo, silenciarmos nossas mentes. Então, fica o convite.

No primeiro comentário, fixado, tem o link do WhatsApp para poder participar desses encontros.

E, Mestre, mais uma vez, gratidão pelo videocast.

Março de 2025
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