Aquilo que temos colocado aqui pra você é algo muito básico, é muito simples. O ser humano vive alienado da verdade sobre quem ele é. Ele não toma ciência daquilo que ele confia, acredita e demonstra ser em suas relações.
Então, não há compreensão disso. Então nós temos aqui dois aspectos. O primeiro é esta ignorância.
Há uma expressão indiana para essa ignorância no ser humano que lhe mantém em uma condição de vida, de existência, em sofrimento. Isso é direto da visão dos antigos sábios da antiga Índia. Aqui a expressão é Avidya.
Avidya é uma expressão com palavras diferentes, todas as religiões do mundo tratam desta mesma questão, que é a questão da ignorância, e a palavra Avidya, para a pergunta: o que é Avidya? Avidya é essa expressão, dentro do contexto da cultura dos Vedas, para ignorância.
É a ignorância que sustenta o ser humano em uma vida de sofrimento, é o que aprisiona, é o que mantém, é o que estabelece, é aquilo que dá essa base para uma vida em sofrimento para o ser humano. Então, esse é o primeiro aspecto.
A ignorância é aquilo que está presente em razão da ausência da verdade sobre a ignorância. E a verdade sobre a ignorância, a compreensão desta ignorância, a clara visão do significado dela, nos traz esse segundo aspecto que nós estamos investigando, estudando, aprofundando aqui com você que é o aspecto da realização divina, que é o aspecto do Despertar da Consciência, algo presente quando há Autoconhecimento.
Assim, o Autoconhecimento, a verdade daquilo que é você em sua natureza essencial, em sua natureza real, é esse segundo aspecto, é esta visão da verdade sobre você. E o que é que nos sustenta, nos mantém, nos abaliza dentro desta complexidade psicológica de problemas na vida, onde está presente a ansiedade, a depressão, a angústia, o medo, as diversas formas de sofrimento dentro desse contexto de relações com o mundo à nossa volta?
Aquilo que sustenta tudo isso é a forma como psicologicamente respondemos à vida como ela acontece. Nós temos uma forma de dar respostas para a vida. A vida é um acontecimento nesse instante.
A vida não é algo que aconteceu. A vida não é algo que acontecerá. A vida é algo que está aqui e agora, de uma forma misteriosa, inexplicável, inédita, desconhecida, se mostrando, nesse momento. E você não tem como atender à vida.
Esse é o ponto. Você não tem como atender à vida. Apenas a vida pode dar a ela mesma uma resposta.
Porque ela é por demais misteriosa. Ela está além desta pessoa, desse "eu", deste "mim". A pessoa, o "eu", o "mim", é exatamente Avidya, a ignorância.
Aqui com você, nós estamos colocando de uma forma muito clara que há uma verdade presente e essa não é a verdade da pessoa, do "eu", do "mim". É a própria vida. A presença dessa própria vida, a ciência disso, é sabedoria, inteligência e real conhecimento.
Essa é uma playlist aqui no canal. Sabedoria, inteligência, conhecimento. Nós temos um conhecimento para fins objetivos e práticos na vida.
Agora, aqui mesmo, o uso da fala requer o conhecimento da linguagem, palavras são aprendidas. Então, nós temos uma forma de aproximação da vida, como ela acontece, a todo momento, desta forma única e estamos extraindo da vida um nível de conhecimento e de experiência.
Isso ocorre com base no modelo do pensamento. Então, em um certo nível, o conhecimento, a experiência e o pensamento é algo fundamental para essa atuação ou para esta movimentação nesta vida. Mas, veja, isso fica só a nível bem superficial, a nível periférico, a nível de sonho, a nível de superfície, de existência, a assim chamada existência humana. Então, o conhecimento, a experiência e o pensamento, é algo presente em você que lhe habilita a lidar com os assuntos triviais da vida, de superfície, de aparência, de uma forma eficiente. Você precisa disso. Precisa do conhecimento. Dirigir um carro requer conhecimento. Falar uma língua requer conhecimento.
Escrever requer conhecimento. Trabalhar em uma determinada profissão requer conhecimento, que é experiência, que é pensamento. O problema com o ser humano é que ele está tentando ajustar isso à totalidade da vida.
Veja, acabamos de dar aqui alguns exemplos. Para trabalhar em uma profissão, para se comunicar, para realizar um projeto, para fazer algo ou deixar de fazer algo na periferia, na superfície desta assim chamada vida ou existência, o pensamento se faz necessário, o conhecimento se faz necessário, a experiência se faz necessária. Mas, do ponto de vista íntimo, interno, profundo, do ponto de vista da totalidade da vida, o pensamento não se faz necessário.
Esse nível de conhecimento não se faz necessário e de experiência também. Aqui estamos tocando em algo além desta periferia, além desta superfície, estamos tocando em algo mais íntimo, profundo, significativo, por demais misterioso, que é o contato com a vida como ela acontece, aqui e agora, neste instante. Por exemplo, em nossas relações com pessoas, o pensamento, o conhecimento e a experiência é um desastre.
É algo que cria confusão, desordem e toda forma de sofrimento. Veja como é simples termos clareza sobre isso. Basta observarmos isso.
Basta olharmos o que ocorre conosco em nossas relações. Quando, por exemplo, eu estou em contato com ele ou ela, o meu contato com ele ou ela é com base no pensamento, no conhecimento e na experiência que já tive com ele ou ela. Veja, tudo isso eu já tive com ele ou ela.
É algo que vem do passado. Uma experiência é algo que vem do passado. Um conhecimento é algo que vem do passado.
Um pensamento é algo que vem do passado. Mas eu estou com ele ou ela agora, aqui, pela primeira vez. Repare que isso nos escapa, a verdade de que a vida está acontecendo agora. E eu estou trazendo sempre do passado esse elemento que é o pensamento, a experiência, o conhecimento para lidar com a vida nesse instante.
Ao fazer isso, estamos dando uma resposta irregular, inadequada, incompleta para esse momento presente, nesse contato com ele ou ela ou com situações ou acontecimentos. Mas é exatamente assim que estamos estruturando, temos estruturado, estamos estruturando e continuaremos estruturando essa história de pessoa, de identidade, que é a identidade do "eu", dentro da vida, dentro das relações. Então, isso explica todo problema, toda confusão, todo sofrimento, toda desordem presente.
Esta é a presença de Avidya, a presença da ignorância. Isso porque a vida, nesse momento, é um desafio. Quando você se encontra com o marido, você está se encontrando com uma ideia que você tem dele ou dela, se é esposa, com o filho ou com a filha, com o colega de trabalho, com o chefe, com qualquer pessoa que você reconhece.
Esse reconhecimento é um elemento presente em razão da presença do pensamento. E o pensamento não é outra coisa, a não ser uma memória que vem do passado. Portanto, o seu contato com ele ou ela é só uma memória, uma lembrança, uma fotografia presente nesse instante.
Essa fotografia, essa memória, esse pensamento é uma cortina, entre você e ele, entre você e ela. Assim não temos um contato, notem, um contato com a vida aqui e agora porque há em nós presente um elemento que funciona como uma cortina.
Esse elemento está sempre trazendo uma cortina. É como se você procurasse saber o que está acontecendo do lado de fora da casa, mas tentando saber, apenas escutando, tendo a oportunidade de simplesmente se livrar da cortina e abrir a janela, você está tentando, do lado de cá, sem abrir a cortina, sem abrir a janela, está tentando, do lado de cá, pela audição, adivinhar o que está acontecendo do lado de fora. Por que você não abre a cortina e não abre a janela e toma ciência do que está acontecendo do lado de fora? Por que ficar tentando adivinhar o que está acontecendo na vida, através do pensamento, das crenças, opiniões, ideias, conceitos, julgamentos e avaliações particulares?
O nosso contato com o outro é exatamente assim. Assim nós estamos tentando adivinhar o que está acontecendo do lado de fora da casa. Estamos tentando adivinhar se está chovendo ou fazendo sol, ou se está nevando, se existe um ar fresco do lado de fora ou não. Podemos estar aqui, do lado de cá, com a janela fechada e as cortinas, e apenas imaginando algo sobre isso, sem saber o que está acontecendo do lado de fora.
O nosso contato com a vida é assim. O nosso contato com o outro é assim. Nós estamos olhando a partir do pensamento, que o pensamento é a cortina. Então, o que é o pensamento? Essa é uma playlist aqui no canal. O que é o pensamento? O pensamento é a memória, é a lembrança, é a recordação, é a ideia, é a imaginação.
Nenhum pensamento lida com o que é. Reparem isso, ele não lida com o que está aqui. Porque o princípio do pensamento é a memória, algo que vem do passado.
Então o pensamento sempre lida com o que foi, não com o que é. O pensamento se projeta no futuro, no que deveria ser ou poderia ser. Ou ele lida com o passado, no que foi ou no que deveria ter sido.
Mas ele não lida com o momento presente. Veja como é básico isso. Duas pessoas conversando, elas não estão conversando sobre o que está aqui.
Elas estão conversando sobre o que aconteceu. Nós não podemos, nesse exato instante, nesse exato momento, neste exato segundo ter uma visão e uma declaração verbal descritiva do que é. Tudo o que podemos descrever já foi, já passou há um minuto atrás, há cinco segundos atrás, há dois segundos atrás. Reparem que a vida, nesse momento, é indescritível. Ela está além da descrição nesse instante. Ela não está passiva de ser descrita.
Assim, o nosso contato com a vida, como ela acontece, nessa relação com o outro, nesta relação com situações, quando nós trazemos esse elemento que vem do passado para se envolver com isso, o que estamos fazendo é colocando a presença desta cortina, desta janela. Assim, nós não temos a ciência da verdade sobre quem nós somos. Em nossa natureza real a vida é aquilo que está presente sendo a própria vida.
Apenas com esta presença daquilo que é você em sua natureza essencial é que se tem uma resposta completa para esse momento. Assim, o contato que temos com o outro não é a verdade sobre ele ou ela. É a ideia, é o pensamento, é a imaginação sobre ele ou ela que eu tenho, que esse "mim" tem, que essa pessoa tem. Aqui estamos juntos vendo a possibilidade de irmos além desta ignorância, que é esta condição, onde o pensamento é o elemento principal que dita as regras.
Acabamos de colocar para você isso. Do ponto de vista prático, nesse modelo de sonho de existência, esse contato com o pensamento, nesse nível, tudo bem. Mas, a nível de realidade, e aqui abarca esta totalidade da vida, esta ciência das relações, onde uma ação nova se faz necessária, que é esta ação desta sabedoria, desta inteligência divina, deste real conhecimento, esse velho modelo do pensamento não funciona, não se aplica.
Aqui estamos com você investigando o que é o despertar da sabedoria, dessa inteligência e desse conhecimento. Então, o conhecimento, com base no pensamento e na experiência, para efeitos práticos, nesta relação com o trabalho, com algumas áreas específicas da vida, é algo perfeito.
Mas a presença do pensamento, acabamos de dar um exemplo, nessas relações com pessoas, com nós mesmos, com os acontecimentos, com tudo que ocorre na vida, não funciona. Aqui estamos com você, trabalhando o despertar desta sabedoria, desta visão da realidade divina.
Aqui, nossa ênfase consiste nesta autodescoberta, nesta aproximação de nós mesmos, no descarte desse modelo do pensamento, algo muito próximo dessa questão do pensamento. Me parece que vai ficando claro aqui para você, dentro dessa mesma fala, que o pensamento em você não é outra coisa, a não ser um conhecimento adquirido e, portanto, uma memória guardada em você. E o seu contato com a vida, como ela acontece aqui e agora, esse elemento que é o pensamento, não irá funcionar.
Assim, o nosso grande desafio na vida é o desafio da própria vida, da resposta a ser dada à própria vida. E, nesse formato do pensamento, como nós fomos educados para viver sem a compreensão da verdade sobre o pensamento, não conseguimos atender isso. A forma real de atender à vida é livre do pensamento.
É aqui que entra essa outra questão, a questão do que é o pensar. Pensar, em você, é um funcionamento mecânico, a lembrança de uma memória, de uma recordação, de uma imagem. Essa lembrança ocorre em razão desse processo do pensar.
Então, quando você está tendo uma lembrança, o cérebro está dando uma resposta. Ele recebeu um estímulo, um impulso, um desafio e está dando uma resposta. Então, aqui, a questão agora é termos muito claro essa diferença entre o pensar e o pensamento.
O que é o pensar? O pensar é uma resposta que o cérebro reage com base na memória, trazendo essa resposta. Isso é o pensar. Ao se lembrar de alguém essa lembrança é o pensar, mas é o cérebro trazendo essa lembrança, porque a Avidya pressupõe essa ignorância, a não visão da realidade e, portanto, dessa ilusão.
Essa é a proposta de Avidya nessa ignorância e, nessa ignorância a ideia é de alguém pensando. Não existe alguém presente no pensar. O pensar é uma atividade do próprio cérebro, do próprio mecanismo, trazendo a memória, trazendo a recordação.
Então, quando o pensamento surge, ele aparece em razão desse pensar. Mas, não há alguém nesse pensar. Você não é a pessoa, o pensador desse pensar.
O pensar acontece em resposta a um estímulo, a um desafio. Então, aparece a lembrança, aparece a memória. Você olha para uma fotografia e tem a lembrança de uma outra pessoa.
Ela tem traços no rosto de uma outra pessoa. E, nesse momento, o cérebro processa, traz, expressa, manifesta esta imagem. Não tem você nisso.
Mas aqui nos deparamos com essa ilusão, a ilusão de alguém presente nesse pensar. Só há o pensar, assim como só há o pensamento, não existe esse pensador. Essa é uma mecânica cerebral, é um processo de reconhecimento do próprio cérebro em razão do fundo que ele tem de lembrança, de memória.
Aqui nesse trabalho nós estamos aprofundando isso com você. Se aproximar de uma visão de si mesmo, tomar ciência de suas reações, é ir além da ilusão de alguém presente nessas reações. É quando, nesse momento, eliminamos a ilusão desta cortina de pensamento, onde eliminamos esta janela onde eliminamos esta separação, então, nesse instante, fica a ciência desse observar sem o pensador, sem o observador.
É quando a vida, nesse instante, nesta relação com ele ou ela, ou com situações, ou acontecimentos, é a vida acontecendo onde há esse experimentar sem o experimentador. Onde há esta visão de que o pensamento pode estar presente, mas ele não tem a presença do pensador. Então, nesse momento, é possível reconhecer o outro sem a ideia de um pensador por detrás desse reconhecimento porque não existe mais esta autoimagem. Então, é observar sem o observador. É o pensamento sem o pensador. É a experiência sem o experimentador.
E, quando temos a experiência desse momento sem o experimentador, não temos mais a experiência, é só o experimentar. Quando temos a ciência do pensamento, sem o pensador, não temos mais o pensamento. É só esse novo pensar. Quando temos a ciência desse olhar, sem esse elemento no olhar, temos só a observação, sem o observador. Reparem, é quando podemos ter um contato com a vida nesse momento, dando a ela uma resposta real, livre do passado, livre desse sentido de alguém presente, que é o "eu", que é o pensador, que é o experimentador, que é esta pessoa.
Isso é o fim para a Avidya. Isso é o fim para essa ilusão da separação. Aqui, a forma direta desta aproximação requer a presença desse estudar a nós mesmos, aprender o que é olhar, perceber, tomar ciência do momento, sem colocarmos esse elemento presente, que é o "eu", que é esse "mim".
É o que estamos trabalhando aqui, lhe apresentando aqui. Então, a verdade da sabedoria é aquilo que está presente quando há esta inteligência divina, essa inteligência real, nesta verdadeira compreensão da vida, sem o sentido de alguém nisso.
Então, a verdade desse florescer, que é o florescer de sua natureza divina, é o fim da ignorância, é o fim desta separação, desta cortina que o pensamento tem estabelecido dentro das relações, dentro desta totalidade da vida.
Então, este é o nosso trabalho aqui nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, aprofundando este assunto com você, tendo uma aproximação desta revelação da verdade sobre quem nós somos.
Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp, para participar desses encontros online nos finais de semana. Além disso, temos encontros presenciais e também retiros.
Se isso é algo que faz algum sentido para você, já fica aqui o convite. Já deixe aqui o seu like, se inscreva no canal e coloca aqui no comentário: sim isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.