domingo, 17 de dezembro de 2017

Um Buda, nesse mundo, é um milagre...

Somente estando em Satsang, diante de um Buda, você vê o quanto esteve longe de “casa”. Isso é assim com todos! Você precisa se dar tempo em Satsang para se aproximar, de longe, do significado da palavra Felicidade, o significado que um Buda dá à palavra Felicidade, porque, para você, felicidade é somente o alívio de um sofrimento superficial e específico que você está tendo no momento. Assim, se você não se der tempo em Satsang, para investigar isso, você não tem a menor chance de sair de maya, de ir além de samsara.
Vocês estão acompanhando o que eu quero dizer?
O estado de inconsciência é muito grande e o estado de “amor” a essa mentira é muito forte. Isso faz com que o ego se contente apenas com essa superficial alegria das distrações mundanas, até porque isso dá um alívio imediato a esse sofrimento específico e superficial em que a mente egoica se encontra. Mas, o que essa mente egoica traz no fundo, oculto por detrás desse sofrimento superficial, é muito maior... Esse sofrimento é muito maior. Então, é totalmente inconsciente, mas bastante proposital da parte da “mente” egoica, em sua ilusão, buscar o sofrimento e isso é devido ao seu estado miserável e ilusório de ser, algo que vive se passando por você.
Se vocês têm a oportunidade de estar aqui, como estão tendo agora, e simplesmente viram as costas para ISSO, estão prolongando a miséria, estão perdendo ISSO. Não façam tal coisa; não se mantenham “senhores de si mesmos”! Vocês estão completamente perdidos dentro dessa ilusão.
Qual é a pergunta?
Participante: Eu estava me perguntando se seria legítimo a gente querer estar diante do Senhor para aliviar o sofrimento, ou se é mais uma falcatrua do ego e da mente...
Mestre: Vocês não podem fazer outra coisa no momento. Qualquer movimento que vocês façam, ainda sem essa Consciência plena, nessa inconsciência que vocês trazem nesse estado egoico, ainda não é a coisa correta a ser feita.
Você não deve vir a mim para sentir alívio do sofrimento, mas sim para investigar a natureza ilusória do sofrimento. Mas é claro que, ao chegar aqui, você percebe que o seu sofrimento é aliviado. É melhor estar aqui com o sofrimento aliviado, mesmo que temporário, investigando a natureza real da ilusão do sofrimento, do que tomando um copo de pinga, enchendo a cara de whisky, de drogas ou em uma noitada de orgias.
Aqui, você tem um momento de Presença, de Graça, onde se sente aliviado temporariamente desse fardo, desse peso do sofrimento, mas, junto a isso, você está tendo a oportunidade de investigar a natureza ilusória do sofrimento. Então, isso aqui não representa mais uma fuga da sua dor, mas sim uma porta que se abre para lhe mostrar que a dor é uma ilusão.
Agora, você precisa se permitir aprofundar isso aqui comigo, porque de outra forma pode levar muito tempo até você ficar em pé com as próprias pernas. Se eu, como um médico, lhe prescrevo uma “medicação”, você deve tomar... Não deve questionar nada. Você não tem autoridade nenhuma para questionar meus “conhecimentos médicos”, se existe uma “medicação” melhor, outra forma de tratamento mais eficaz... Você pode até fazer isso, mas estará perdendo tempo.
Isso é como entrar num avião, chegar na cabine do piloto e dizer: “Posso falar com o senhor? O senhor bebeu hoje”? Você precisa confiar na companhia aérea e no seu piloto. Aqui, você precisa confiar no seu “médico”, precisa confiar no seu Guru. Se você não confia no seu médico, a doença pode evoluir para algo muito mais grave. Se você não confia no seu piloto, você vai, com certeza, perder o voo, e chegar atrasado para o seu compromisso no seu destino. Se você não confia no seu Guru, vai continuar sofrendo miseravelmente.
Minhas palavras são sábias, meu Coração é nobre e a atmosfera à minha volta é de Liberdade e de Felicidade. Você acolhe ou perde ISSO! Desde o primeiro dia que me encontra, você está diante de um milagre. Sábios são aqueles que não ficaram distantes dos meus olhos desde o dia que eu os encontrei. Bem-aventurados são aqueles que aceitaram, desde esse dia, desde o dia do milagre, essa aproximação que hoje eu tenho com eles.
Todas as vezes que você estiver comigo, esqueça tudo o mais. É a hora da confiança... é hora de aceitar piamente, cegamente, essas palavras. Você não tem a mínima condição de saber se o piloto bebeu ou não; tudo o que a sua dúvida pode produzir é perder o voo. Tudo o que a sua dúvida pode fazer por você é agravar o seu quadro clínico, porque você não tomou a medicação. Tudo o que a sua dúvida pode fazer nesse contato com Deus – que veio a você em um dia de milagre – é você não receber essa Benção. Essa expressão “aquilo que é impossível”, “aquilo que somente é possível para Deus em sua vida” é o que nós chamamos de milagre. Um Buda, nesse mundo, é um milagre... É o seu milagre!
Vocês acham que eu passo muitas horas estudando para trazer essas falas para vocês? Acham mesmo? Vocês acham que isso é conhecimento de segunda mão? É de conhecimento que eu estou tratando? Do que eu estou tratando aqui?
Participante: Para mim chega que é a Verdade, que não tenho mais para onde ir.
Mestre: Sim, eu sou a Verdade! Ela é Fresca, Nova, Espontânea e Natural e você é igualzinho a mim... O mesmo Frescor, a mesma Novidade, a mesma Liberdade, a mesma Inteligência, a mesma Sabedoria, a mesma “coisa”, mas tem que ficar quieto, aqui. Você precisa se dar Isso! Dar a si mesmo a Liberdade... Dar a si mesmo a Sabedoria... Dar a si mesmo a Felicidade, a Paz, a Sanidade. Você não precisa ir mais para lugar nenhum.
*Transcrito a partir de uma fala em um encontro presencial na cidade de Campos do Jordão, no Ramanashram Gualberto, em Outubro de 2017. Acesse a nossa agenda e se programa para estar conosco: http://mestregualberto.com/agenda/agenda-satsang.

2 comentários:

  1. Um dia o sofrimento aconteceu. Uma decepção,uma frustração, o desejo não realizado, a cada uma dessas experiências, a dor estava ali presente.
    Então de repente, a dor se torna insuportável. O desespero se estabelece.Para sobreviver e continuar vivendo, nos separamos dessa dor. Nesse momento, passamos à agir de forma ausente. Nos tornamos um robô.
    Não tem mais dor, "aparentemente". Só que o preço é muito alto. Nos tornamos cem por cento fingidos. Nada em nós é verdadeiro. A palavra seria, desconectados.
    Não tem mais dor e ainda assim, tem muita dor.Nosso sorriso é falso, nossa alegria... nossa tristeza, no começo, é verdadeira, mas depois nos separamos dela também. Somos tremendamente infelizes, mas dá para ir levando.
    Fazer o que? Na nossa inocência, acreditamos nessas experiências mundanas como reais, e passamos a agir de acordo.
    Sair disso, não é uma questão de esperança. Mas sim, de um trabalho intenso, em cima de toda essa mentira.
    O Satguru, o Amado, aquele que não vai nos consolar, é o que vai nos tirar desse enrosco. Nosso pensamentosentimento tem que se voltar para ele. Ele é o Céu, nós somos as nuvens, enquanto estivermos identificados com isso que acumulamos ao longo do tempo.

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