segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Não confie em pensamentos

Todos os conflitos são sinais de resistência à vida. Conflito na vida é resistência à vida. A vida em conflito é sinal do sentido de alguém presente nesse experimentar. A vida, em si, não carrega conflito; a pessoa, em si, não vive sem conflito. Esse alguém a experimentar é a pessoa. Todas as vezes que você se deparar com a vida, você não terá conflito se não houver resistência. Quando não há resistência, não há conflito, quando, então, você é a própria vida. Mas todas as vezes que você se deparar com a vida e houver conflito, você é o conflito nessa vida pessoal.

O sinal do conflito é a presença da pessoa. Esse sentido de ser e ter é o que cria essa mente, esse “eu”, esse “mim mesmo”. Esse é o sentido da vida que jamais deixa de carregar conflito, porque você estará lá sempre resistindo ao que É, àquilo que acontece. A primeira coisa é que nada está acontecendo porque você está presente. Tudo que parece acontecer é só a vida se expressando, e a vida não é pessoal. Não é essa presença desse “você” que determina as coisas que acontecem, ou que as controla, ou que as pode mudar. Essa presença desse “você” é a resistência, é a ilusão de uma vida pessoal na Vida única, na única Realidade que é a Vida como ela é.

A ciência, ou a arte da felicidade, que é viver sem conflito, é “viver a vida” como ela é! Isso significa uma profunda confiança naquilo que acontece, como sendo Deus acontecendo, a Vida acontecendo, a Verdade acontecendo. Isso significa não ser importante, o que significa não resistir, não ser pessoal, não ser o experimentador nessa experiência que é a vida. Todas as vezes que você estiver sofrendo, é porque há a ilusão de alguém presente podendo bater de frente ou confrontar com aquilo que a vida manifesta, com aquilo que a vida é, com Aquilo que É!

Não há nenhum sofrimento, não há nenhum conflito, não há nenhum problema quando não há resistência, que é quando não há o “eu”, que é quando não há essa mente egoica, que é quando não há esse movimento separatista que cria essa dualidade: eu e a vida; eu e aquilo que acontece. Nessa separação você tem o conflito, porque nessa separação você tem a resistência.

Viver sem ego é simples; viver no ego é que é complicado! Viver no ego requer muita coisa! Para ser feliz, basta Ser! Para ser infeliz, basta ter qualquer coisa: ideias, crenças, conclusões, opiniões, julgamentos, comparações, coisas, pessoas... Resistência! Você não precisa de nada para ser feliz, porque ser feliz é a sua natureza como Ser. Agora, você precisa de qualquer coisa para ser infeliz, porque essa não é sua natureza como Ser. É a natureza da mente dualista, é a natureza da mente ilusória, é a natureza do sentido de alguém presente, tentando ajustar, consertar, reformar, controlar, determinar…

Não é simples isso?

O que é que você espera? O que você espera é a ilusão; estar nessa separação entre você e o que vai acontecer. Essa ilusão é o conflito. Isso é ser uma “pessoa”, o que, basicamente, é uma ilusão, porque não há pessoa. É só um movimento de pensamentos com o qual você se confunde, de crenças com as quais você se identifica, de opiniões, julgamentos e desejos com os quais você se identifica. Você passa a existir separado para “ser alguém” e, é claro, para sofrer. Ego não pode viver sem isso! É por isso que encontro poucos interessados no que tenho para compartilhar, porque todos querem “ser alguém”. Todos querem ter, alcançar ou realizar algo. Todos querem resistir, como se estivesse faltando alguma coisa agora! Como se estivesse faltando o controle, ou aquela coisa, ou aquela outra, ou aquele lugar, ou aquela… para serem felizes. A mente, o ego, cria isso: essa ilusão da pessoa que precisa de algo.

Está claro isso?

No dia em que não houver mais essa imaturidade aí, esse posicionamento baseado no desejo de ser algo, de ter algo, de fazer algo, ou de poder realizar algo, de chegar a algum lugar, de chegar a alguma coisa... No dia em que isso não estiver mais presente, pronto! Aí a existência toda se derrama e nada mais lhe falta. Nada mais lhe falta quando você não deseja. Na verdade, a única forma de você ser verdadeiramente milionário, multimilionário, é não desejar nada, porque nada lhe falta. A maneira de ser pobre e profundamente miserável é ter desejos. Os pobres querem ser ricos, os ricos querem ser milionários e os milionários querem ser multimilionários. Todos são pobres! Nessa resistência, a pobreza se mantém. A pobreza é essa miséria dessa alienação de sua verdadeira natureza, que é Riqueza, Plenitude, Completude, Felicidade. Essa alienação é a verdadeira miséria, é a verdadeira pobreza, e ela se encontra em cima dessa resistência.

O que está faltando? Qualquer coisa que esteja faltando o torna miserável. Qualquer coisa! Não importa o quanto milionário, bilionário, você seja. Se tem algo faltando, você continua pobre, continua um pedinte. Mas se você não tem desejos, você é um príncipe, você é um rei.

Buda andava como um rei depois que deixou tudo, toda sua riqueza, os seus três palácios... Tudo! Era toda essa sua riqueza que o tornava miserável! Depois que ele abriu mão de tudo, de toda sua riqueza e não era mais rei, não tinha mais três palácios, não tinha mais reconhecimento público como rei, ele, então, se tornou um rei. Quando “acordou”, quando foi além do desejo, ele andou e viveu como um rei. Buda foi assim: viveu como um rei!

Ramana Maharshi também viveu como um rei. Teve um período de sua vida em que ele pedia comida em todas as casas. Ele disse que passou por todas as ruas de Tiruvannamalai, que, na época, era uma cidade muito pequena. Ele não repetia as casas. Ele ia em uma casa e pegava uma refeição; o que dessem para ele, ele comia. Era um rei! Não tinha outra necessidade, não havia nenhum outro desejo! Foi um período em que ele viveu como um sadhu, mas já não era um sadhu, era um sábio! Aí, depois da refeição, voltava para a gruta lá na montanha.

Jesus também! Uma vez, ele disse: “As raposas têm covis e as aves têm ninhos, mas o filho do homem não tem nem onde reclinar a cabeça”. Mas ele viveu como um rei! Em outra ocasião, quando Pilatos lhe perguntou se ele era um rei, Jesus respondeu: “Para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar o testemunho da Verdade. O meu reino não é deste mundo”. Ele era um rei!

Quando você é um Buda, quando você é O que Você É, você é um rei! Quando você acredita na mente, quando confia em pensamentos, você esquece que é um rei. Você continua sendo um rei, só que se esquece disso. Você está vivendo fora do reino. Na verdade, a miséria egoica é a ilusão do sentido de ser alguém, não é a verdade do sentido de ser alguém. Não há verdade nisso! Só há essa ilusão, mas ela é muito real para a mente que confia nisso. Por isso, a minha dica para você é: não confie em nenhum pensamento, em absolutamente nenhum! Todo e qualquer pensamento vai aliená-lo desse reino de Suprema Beatitude, de Suprema Liberdade, de Supremo Amor, de Suprema Felicidade. Qualquer pensamento vai fazer você deslizar para a “realidade” do tempo e do espaço, onde a pessoa vive. E pessoa sempre é miséria! Qualquer pensamento em sua cabeça não é real, é só um pensamento. São os pensamentos que criam as necessidades, que criam as crenças, os conceitos, os desejos e os medos.

Está claro isso?

Meu Guru me mostrou isso há muito tempo. Não confie em pensamentos! Se você confia em pensamentos, passa a viver como uma pessoa. Você perde esse seu olhar de realeza, esse seu porte de realeza, esse seu andar de realeza, esse sorriso de realeza, essa compaixão de realeza. Repare que o rei não tem necessidades, então, ele não olha como um pedinte, ele não age como um pedinte, ele não se comporta como um pedinte, não se senta como um pedinte, ele não se vê miserável… Ele é um rei! Ele tem um porte silencioso, majestoso; não é um sofredor… não pode ser um sofredor! Se é um sofredor, não é um rei, é alguém que sente falta de algo.

Buda descobriu isso quando era rei. Ele era um rei desses reis do mundo, um desses multimilionários. Chegou uma hora que, como multimilionário, ele descobriu que ainda estava desejando alguma coisa, ainda estava faltando algo. Então, ele olhou e disse: “Mas eu ainda sou miserável, mesmo tendo tudo! Tem que haver um reino diferente desse, porque nesse reino aqui ainda falta alguma coisa… ainda está faltando algo para mim”.

Quando ele descobriu que podia adoecer, envelhecer e morrer, ele disse: “Não! Será possível que até eu terei que passar por isso?” Então, alguém respondeu para ele: “Sim, majestade. O senhor também irá adoecer, envelhecer e morrer!” Ele disse: “Não é possível! Então, eu não sou um rei de verdade! Eu tenho que descobrir algo além desse envelhecer, adoecer e morrer!” Foi quando ele abriu mão do seu reino, onde ele era multimilionário, e se despiu dessa ilusória riqueza.

Parece que esse é o caminho proposto nessa Realização. Você tem que se despir dessa sua riqueza, dessas suas crenças, opiniões, julgamentos, desejo de controle, de possuir, de dominar, de ter coisas… Parece que você tem que se despir também do seu reino, não é? Você é, de uma certa forma, multimilionário. Um miserável multimilionário! Você tem que se despir de tudo, inclusive da ideia “eu sou o corpo”, “eu sou uma menina”, “eu sou um menino”… Despir-se de tudo atrelado a isso, à ideia, à história desse alguém. Aí você pode entrar no Reino de Deus. Jesus disse: “Quem não deixar tudo que tem, não pode entrar no Reino de Deus!” Ou seja, quem não deixar tudo não pode ser rei dessa Realidade, dessa Verdade, que é o Divino, que é o fim da pobreza, da miséria que toda essa “riqueza” do mundo dá. Um dia, ele disse para um jovem: “Vai, vende tudo que tens, dá aos pobres e me segue!” Diz o texto bíblico que aquele jovem era dono de muitos bens. Ele ficou triste e não quis mais voltar a Satsang. Virou as costas e foi embora. Ele tinha muito a perder. Ou seja, ele tinha a ilusão de que tinha muito!

Não é interessante isso?

Então, o caminho de Buda é o seu caminho; o caminho de Cristo é o seu caminho; o caminho de Ramana Maharshi é o seu caminho. Paradoxalmente, o seu caminho é o seu caminho, não é o caminho deles. O seu reino, do qual você tem que abrir mão, não é o reino que eles tiveram que abrir mão. É o seu reino! E, aqui, não se trata de abrir mão, mas de soltar a ilusão de que há alguém aí. Então, esse reino ilusório cai e o reino real se mostra presente.

Não é simples isso? É simples…

*Transcrição de uma fala ocorrida em setembro de 2016, num encontro presencial, na cidade de Fortaleza/CE. Para informações sobre os encontros e instruções de como participar, clique aqui.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Sem simplicidade é impossível

Olá, pessoal! Hoje nós estamos aqui no terraço do hotel, de onde vemos uma das entradas do templo principal daqui de Tiruvannamalai. Essa é a cidade em que Ramana Maharshi veio morar quando tinha 17 anos de idade, após o Despertar.

Ouvindo uma conversa entre os seus parentes, ele descobriu que a montanha de Arunachala estava nesta cidade. O nome ficava voltando para ele, até que ele descobriu que esse nome se tratava exatamente desta montanha. Ele achava que era um lugar celestial, que não havia esse lugar na Terra. E, agora, nós estamos aqui na Índia, visitando todos os dias esta montanha. É uma montanha sagrada! Essa montanha é um desses espaços geográficos misteriosos. Por que a Graça faz assim? Ninguém sabe. A Graça separou esse lugar, onde muitos, por vários anos, têm realizado Deus. E aqui estamos nós, nesse mesmo espaço, visitando o Ramanashram e os edifícios construídos à sua volta, tendo sua maior parte sido construída após Ramana ter deixado a forma física.

Aqueles que têm a oportunidade, concedida pela Graça, de vir a esse lugar, são trazidos por Shiva, pela Presença de Deus. Há algo em você que é Arunachala; há algo em você que é essa Presença; há algo em você que reconhece essa Presença.

Há uma inquietude em todos, que só termina quando essa Realização se assenta. Essa procura pelo Divino, essa busca por Deus, é uma coisa paradoxal. Todos têm um movimento de busca, mas alguns estão buscando Isso no prazer, em toda forma de realização pessoal: no dinheiro, no conforto material, no sexo e tudo o mais que vocês conhecem. Porém, tudo isso ainda é uma busca por Deus, é uma busca pelo Divino, porque é uma busca pela Felicidade, pelo Descanso, pela Liberdade, pela Paz, pelo Silêncio, pela Consciência. Ainda é uma busca por Deus, pois só Deus traz Quietude, só Deus traz Descanso. Só a Verdade é Silêncio, é Paz, é Felicidade.

Mas a mente não aceita isso, então ela vai buscar Deus nas coisas do lado de fora. Ela vai buscar a Verdade no conhecimento; vai buscar a Alegria no prazer; vai buscar Realização no sucesso econômico, no sucesso financeiro; vai buscar o Amor nos relacionamentos. Então, a mente faz tudo do jeito dela. O problema não está na busca, o problema está no equívoco da ilusão de alguém na busca. Esse “alguém” é a ilusão de uma identidade presente, que acredita ser capaz de realizar Isso. Mas a busca é algo natural; não há nenhum problema nela.

A questão é: quem está nessa busca? Quando você vem a Satsang, eu lhe mostro que a busca não é necessária. A busca mantém, sustenta, estabiliza, fortalece a ideia de um buscador. Então, a busca não é necessária. É necessário que a busca termine! Acabei de dizer que a busca não é o problema e agora estou dizendo que a busca é um sério problema. Compreendem isso? Deixem-me tentar tornar isso mais claro.

A minha proposta a você é para que permaneça quieto, para que pare de buscar. Contudo, se você parar de buscar e não ficar verdadeiramente quieto, e, mesmo assim, acreditar que a busca tenha terminado, a sua situação será bem pior do que a situação daquele que ainda estiver buscando. Compreendem a diferença? Eu posso simplesmente ouvir que a busca não é necessária e achar isso muito bonito, porque eu escuto os sábios todos dizendo isso... Eles dizem: “Pare de buscar!” Aí, eu paro completamente. Não quero mais saber de ir ao templo, de rezar, não quero mais saber de guru, de sadhana, não quero receber upadesa… Agora, eu digo: “Eu não preciso mais disso. Eu não preciso de nada disso. Eu sou a Consciência, eu sou a Verdade, eu sou o Buda”. Mas é o ego dizendo isso. Ainda é a velha mente dizendo: “Eu não preciso de mais nada”. Aí, eu começo a citar Buda: “Buda um dia disse: 'Seja uma luz para si mesmo'. Não dependa de nada! Não dependa de ninguém!” Buda é um mestre antigo, que disse essa coisa. Então, eu deixo ele de lado e cito um mestre mais recente – um mestre que faz a figurinha de mestre dizendo que você não precisa de mestre, e, no entanto, ele mesmo está ensinando. Aí, ele diz: “Eu não sou um mestre. Não siga nenhum mestre, mas eu estou aqui. Todas as vezes que você entrar por essas portas, você vai ouvir a minha fala. Eu não sou um mestre, mas tenho muita coisa para lhe dizer”.

Compreendem o que eu quero dizer? Compreendem o truque? Uma grande brincadeira divina. Não estou dizendo que isso está certo nem que isso está errado. Eu estou dizendo que Deus está brincando, brincando com vocês, brincando com todos nós.

Portanto, se eu repito como um papagaio a não necessidade da busca, a não necessidade do guru, porque eu aprendi isso, porque eu decorei isso, então isso, agora, é apenas parte de um condicionamento novo. Tudo continua da mesma forma. “Eu não necessito de um guru; eu não necessito de um ensino; eu não necessito de busca...” E agora? O que acontece? Nada. Absolutamente nada. Essa é uma outra ilusão, uma ilusão nova… se é que existe ilusão nova. O que é que vocês vão fazer para sair disso? Essa fala explica. Ela diz: “Não faça nada!” Aí, você não faz nada. E quando você não faz nada, o que acontece? Também não acontece nada.

Um dia desses, alguém falou comigo que tinha descoberto que não era necessário guru. Ele esteve em alguns dos nossos encontros e depois descobriu que não era necessário mais. Eu perguntei para ele: “O que aconteceu?” Ele disse: “Eu não necessito mais”. Então, indaguei: “E agora?” Ele respondeu: “Agora está tudo bem!” Eu disse: “Tudo bem como?” Ele disse: “Estou apenas aguardando”. Eu disse: “Aguardando?” E ele: “É... Eu aprendi que isso é como um raio. Isso vem e atinge a sua cabeça, e eu não posso fazer nada”. Então, eu disse: “Ok. Compreendo”.

Assim, esse menino está aguardando o raio. Enquanto aguarda o raio, ele continua na sua antiga vida, no seu antigo modelo, nas suas antigas práticas. Não quer saber da autoinvestigação, não quer saber dessa entrega ao divino, e continua tocando o seu violão. Ele é músico. Enquanto toca o violão, aguarda o raio da iluminação atingi-lo. Esse menino aprendeu muito bem. Ele tem na ponta da língua todo o ensinamento que diz que não é preciso fazer nada. Então, se você vai ouvi-lo, ele olha para você e você percebe que seus olhos estão opacos, sua mente está agitada... Ele não gosta da palavra Deus, não suporta a ideia de um guru e detesta tudo aquilo que é sagrado. Se falarmos para ele de uma montanha que é a manifestação da Graça numa forma de rocha, ou de rochas, árvores, macacos e cobras, ele vai rir. Compreendem o que eu quero dizer?

O próprio Ramana Maharshi disse que essa montanha era Deus para ele! Era o Guru para ele! Ele considerava sagrado cada palmo e cada pedra dessa montanha. E esse menino com o seu violão, carregando todos os conflitos da ilusão da separatividade, diz que Ramana estava errado; não só Ramana, mas milhares e milhares de homens e mulheres que realizaram Deus e terminaram os seus dias livres do sentido de separação, livres do sofrimento, livres da ilusão de uma identidade separada. Isso para mim é muito engraçado (risos). A mente é muito estúpida, em sua arrogância, em sua vaidade, em sua presunção de saber.

Assim, eu tenho algo pra lhe dizer nesse encontro: sem humildade é impossível. Se você já sabe, há uma muralha na sua frente. Eu lhe recomendo ter uma real aproximação: olhar sem preconceito, olhar sem medo, olhar sem conclusões. Você pode recusar tudo e se fechar para tudo, mas isso não passará de um comportamento estúpido.

Vou lhe contar uma coisa, como ilustração:

Dizem que um homem vinha descendo uma ladeira dirigindo o seu carro, quando, de repente, na outra mão, uma mulher passa, também em seu carro, abre o vidro, olha para ele e grita bem forte: “PORCO!” Ele olha para aquela mulher e diz: “Mas como pode? O que é que eu fiz?” Naquele momento, ele é tomado pela ira. Aquela mulher o chamou de porco e ele não fez nada! Ele fica muito irritado e começa a xingar. Ele agora está com raiva e continua descendo. Lá na frente, ele pega uma próxima curva, e, quando sai dela, se depara com um enorme porco na sua pista e, aí, não tem mais tempo... Ele se acaba no porco! Isso se chama reatividade. Mente reativa.

Se você está fechado, há uma muralha. Não dá para realizar Deus assim, sem humildade. Eu não uso muito essa palavra. A minha palavra predileta para isso é simplicidade. Humildade pode ser uma coisa cultivada e não é disso que estou tratando; estou falando de simplicidade: viver sem reatividade, sem uma mente reativa, sem preconceitos, sem conclusões, sem opiniões formadas, permanecendo aberto, com o coração aberto para ouvir, para ser ensinado, para descobrir, para investigar.

Ok? Vamos ficar por aqui? Valeu pelo encontro. Namastê!

*Transcrito de uma fala num encontro aberto online transmitido de Tiruvannamalai, Índia, em Setembro de 2016.
Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.

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