terça-feira, 20 de outubro de 2015

A felicidade é a natureza da Consciência

Não há nenhum grau de alegria ou realização, em qualquer nível que seja, separado dessa Consciência Divina. A alegria desse copo de cerveja, desse orgasmo, dessa mãe que vê a criança se realizando e, assim, se realiza nela, é sempre uma alegria sagrada, uma alegria divina; é sempre um instante de encontro com o Ser, com a Consciência, com Deus.
E quando é que isso acontece? Quando a mente descansa de sua procura, de sua atividade, de seu movimento, neste espaço chamado Consciência, neste espaço que é Deus; quando a mente, por alguns segundos, por alguns minutos, interrompe todos os desejos, porque o objetivo, o alvo, o propósito está, naquele momento, sendo realizado. Então, o movimento da mente para e a Consciência aflora! Mas logo a mente volta de novo criando novos desejos, dizendo: "preciso de mais preenchimento!" Ela atribui a si mesma a realização disso, e acredita que é nela que essa felicidade está sendo encontrada. Então, ela vai em busca de mais! É simples assim! Ou seja, a busca do prazer, da realização, da felicidade é o que impede a Felicidade e a Realização Real, a Alegria dessa Realização Real.
Esse movimento é o impedimento, enquanto a "aquietação" é a felicidade. Por isso, em toda dor, você vai encontrar o prazer, e vice versa, porque a dor e o prazer estão nesse movimento da mente, enquanto a felicidade está na ausência da mente – que é o que acontece quando a mente silencia no orgasmo, no copo de cerveja, ou na realização de um desejo.
A Felicidade é a natureza da Consciência, é a natureza do Ser, e ela não é temporária. Temporária é a chegada e a saída da mente. Temporário é o movimento da mente, que vem e vai. Então, essa felicidade que vem e vai se apresenta dessa forma só por essa ilusão, que é a ilusão da mente nesse movimento. Em seu Estado Natural, você é Felicidade!
Você não realiza Felicidade, você não experimenta Felicidade, você não desfruta Dela. Você é Felicidade! E como Você é Felicidade, Você está liberto da suposta felicidade em objetos, em sensações, em sentimentos, em emoções. Como você é Felicidade, você não depende de sexo para ser Felicidade; você não depende de cerveja para ser Felicidade; você não depende de prazer sensorial para ser Felicidade. Essa Felicidade reside na Consciência, no Ser, nesta Liberdade do não-movimento da mente.
Por isso é que o Sábio está livre de tudo: porque ele está livre da mente. Estando livre da mente, está livre dessa busca por prazer e preenchimento, que a mente, ilusoriamente, conquista ou realiza nos seus supostos feitos.
A Felicidade é a natureza da Consciência, agora! Agora, Consciência, Felicidade, Presença, Deus, Completude e Amor são sinônimos; palavras diferentes dizendo uma única coisa. Verdade, Realidade, Salvação, Liberação, Nirvana, Felicidade, Bem-Aventurança, Ananda... qualquer palavra. Palavras diferentes, mas palavras nunca dizem nada sobre "a coisa" em si. São só palavras...
*Transcrito de uma fala ocorrida em agosto de 2015, num encontro presencial, na cidade de Fortaleza/CE. Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A ação nascida da verdade

A reação que nasce de uma atitude interna, do desejo, é esse movimento da mente na busca de algo que ela projeta como sendo a sua felicidade. A ação natural não nasce de uma premeditação, de uma intenção; não nasce de um pensamento, de um desejo. Há uma energia presente que move, que torna possível essa ação, e essa energia presente é a Clareza, é a Consciência, a Presença, a Verdade. Ela nunca é intencional, voluntariosa, desejosa; ela não procura um resultado, ela acontece... só acontece.
Se a sua pergunta é se você vai ficar inativo, a resposta é não. A ação vai acontecer, mas não será uma ação sua, será uma ação natural dessa Liberdade, dessa Consciência, dessa Clareza, uma ação dessa própria Felicidade. Sendo uma ação assim, não poderá gerar conflito, sofrimento, frustração e perturbação.
Então, a dica aqui é: fique parado, não se mova! Se você ficar parado, não se moverá nessa ação. Não pense! Mova-se e não pense! Esse movimento sem o pensamento é infalível, produz uma ação natural, não premeditada, não planejada por essa ideia de alguém para realizar algo, para obter algo, para conseguir algo. É possível essa ação sem "você". Mova-se sem "você"! Não para dar mil passos, mas para dar o próximo passo. É sempre o próximo passo, o passo seguinte. Com "mil passos" a coisa está muito certinha, contada, calculada; o passo seguinte é só o passo seguinte.
Eu tenho uma pergunta para fazer sobre isso: qual é a coisa mais importante para você fazer, e quando é que você vai fazer? Quer que eu responda? A coisa mais importante é a próxima. E quando? No momento seguinte. Esse é o momento e a coisa mais importante da sua vida, a única coisa que pode preenchê-lo, e por uma só razão: não tem "você"! É infalível porque não tem "você"; é a coisa certa porque não tem "você"; é no momento certo porque não tem "você". Agora acontece tudo, e está acontecendo a coisa mais importante! Mil passos? Eu estou lhe convidando a dar o próximo passo, não mil passos.
Se eu lhe falar: "Vamos dar mil passos!", você vai perguntar: "onde vamos chegar com mil passos?" Mas, se eu disser: "Dê o próximo passo!", você não vai ter essa pergunta para mim. No próximo passo, você não chegará a lugar algum, mas, com mil passos, você chegará em algum lugar. Para o próximo passo, você não precisa pensar, mas, para mil passos, você tem que entender o que está fazendo, saber em que direção está seguindo e para fazer o quê, e também tem que ganhar algo com isso.
Eu amo essa coisa chamada Satsang, porque não fazemos nada aqui. Eu amo essa coisa chamada Satsang, porque a gente não quer nada aqui.
Sobre essa pergunta aí, a resposta é essa: fique quieto e faça a coisa mais importante! E a coisa mais importante é a próxima. Mantenha-se quieto e continue fazendo a coisa mais importante. Quieto, e dê o próximo passo. Quieto, e fale a próxima palavra. O próximo pensamento é o mais importante. Fique quieto! Não em uma sequência de pensamentos, ou em uma história, mas no próximo pensamento que surge, no próximo passo que acontece, na próxima palavra que acontece. Fique quieto! Nada de mil palavras, de mil passos. Não se mova!
O que você acha que eu estou fazendo?
*Transcrito de uma fala ocorrida em agosto de 2015, num encontro presencial, na cidade de Fortaleza/CE. Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.

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