domingo, 25 de janeiro de 2015

Ouvindo o meu cântico, o som da alegria que se espalha por todas as partes!

Mais uma vez, bem-vindos a esse Espaço desconhecido, esse Espaço inédito! A Consciência é esse Espaço... Todos os dias, estamos compartilhando Isso, pela fala ou pelo silêncio; compartilhando esse encontro... um encontro neste Lugar. Você pode sempre acolher aqueles que se aproximam de você neste Lugar, que é um Lugar novo, desconhecido, inédito, chamado Consciência.

Consciência é esse oceano sem praias; é essa indescritível quantidade de água por todos os lados. Essas águas representam, nesta metáfora, essa Luz... Aquilo que permeia, interpenetra... e está em toda parte. E mais do que isso, sendo todas as coisas, nada está separado Disso.

Estou todos os dias convidando você para ir além dessa limitação, que é ser um objeto, ser uma coisa ou ser algo, para ser Aquilo que você É: esse oceano sem praias. Esse oceano sem praias é Deus; Aquilo ou Aquele que permanecerá sempre sem nome, sem localização, sem tempo e sem espaço. É essa Coisa imensurável, que banha tudo em suas águas. Nada pode escapar d'Ele.

Você não sabe porque veio a esse espaço chamado Satsang, mas eu sei porque você veio. Você está ouvindo a minha canção, meu cântico. A dança que acontece, ao som dessa música, espalhou alegria por toda parte... Você ouviu isso... Você veio. Você é o meu convidado... minha convidada. Meu convite lhe permite banhar-se nessas águas, ao ouvir esse cântico, e dançar comigo.

Há tantas lágrimas em toda parte... Há a aparência da escuridão diante de toda essa luz da Consciência... Há a aparência da secura de todo esse deserto, diante dessa imensidão de águas, que umedece e molha tudo. Nada escapa.

Na Índia eles chamam de Sat-Chit-Ananda: Ser, Consciência, Felicidade. Essa é a sua Natureza Real, a natureza de Deus. Essa é a música dos seus lábios, os passos da sua dança e o brilho no seu olhar. Parece que você esqueceu... parece que você esqueceu.

Você não escolheu vir. Eu resolvi buscar você, apesar de você e de toda a sua briga comigo; apesar de você e de toda a sua resistência e aparente surdez, pois você se diz surdo e paralítico, sem poder ouvir e sem poder dançar, como esse deserto seco, sem vida. Mas, apesar de você, apesar de toda a sua persuasão, seu empenho e desejo de me convencer do contrário, você continua sendo para mim aquilo que você É: Sat-Chit-Ananda. Eu não vou desistir de você, porque você É o que Eu Sou... Você É o que Eu Sou.

Satsang é isso: assumir essa imensidão de águas... de luz da Presença, que é Consciência. Satsang é não só ouvir o cântico, mas cantar também... Não só ver a dança, mas abandonar a ilusão da paralisia e da surdez... Ouvir e também dançar.

Eu Sou Aquele sem nome, que não pode ser localizado no tempo... não está no passado... não está no presente... não está no futuro. Não estive lá, não estou aqui e não estarei acolá.

Esse momento é o seu momento, que, embora haja muita Graça, está muito sem graça. Eu trago Graça, trazendo você para essa festa. Vai ficar bem melhor assim. Foi por isso que Eu entrei, cheguei e parei aqui, agora, na Sua Vida. Eu Sou Ela... Ela sou Eu... Ela é o Eu Sou... Eu Sou. Você não sabe disso? Não mesmo? Você sabe, mas esqueceu. Eu repito, você sabe, mas esqueceu. Você se confunde, se deixa perturbar, se deixa afligir pelo sonho de ser "alguém"... alguém que está só... alguém que tem medo. Você não percebe ou não quer perceber? Não é possível estar só, porque Eu estou com você... Não é possível estar só, porque Eu Sou Você. E onde estou há muita celebração, há muita alegria, há muita dança, há muita música. Apenas pare de mentir, confiando em historinhas mentais, em sonhos, em crenças, ou dando a si mesmo, a si mesma, esse sentido de ser alguém só, alguém em solidão. Eu Sou a sua alegria; você É a minha alegria.

Você está comigo em toda parte, espalhado, espalhada, por todos os lados, como essa luz presente, na qual o mundo inteiro aparece. Você é essa Luz, a Luz desse mundo. Um dia Cristo falou dessa Luz, referindo-se a você, quando Ele disse: "Vós sois a luz do mundo"; Ele falava dessa imensidão, dessa indescritível Presença em toda parte, tornando possíveis todas as aparições. Você esquece quem você É e para de dançar, vendo-se sem pernas, inútil, numa suposta paralisia; além de surda, sem ouvir. Por isso, Eu vim lembrá-lo, lembrá-la, de quem você É: Deus é o seu nome; Verdade é o seu nome; Paz é seu nome; Liberdade é seu nome; Felicidade é seu nome; Graça é seu nome; Santidade é seu nome; Presença é seu nome; Silêncio é seu nome. E assim é: Eu estou aqui por Você.

É isso... Alguma pergunta? Então, pessoal, vamos ficar por aqui.

Até o próximo encontro.

*Transcrição de uma fala ocorrida em 16 de janeiro de 2015, num encontro aberto online. Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A Verdade daquilo que somos é o caminho da autorrealização

A Verdade daquilo que somos, o descobrimento dessa Verdade daquilo que somos, acontece quando estamos inteiramente livres e completamente despidos de tudo aquilo que aprisiona o homem. Essa Liberdade é nossa por herança, advinda do nosso nascimento. Nós já somos livres, mas não temos consciência, nem estamos apercebidos, dessa liberdade que trazemos, porque estamos presos dentro de uma identificação com os pensamentos. Esse é o estado em que todos nós, como seres humanos, nos encontramos. Boa parte dos seres humanos permanece nesse estado do nascimento até a morte, sem uma real compreensão de si.

Toda essa tentativa nossa de compreender o mundo, sem compreendermos a nós mesmos, é algo fútil e que não nos leva à Verdadeira Vida, que é a Vida de Graça, a Vida de Plenitude, a Vida de Sabedoria, a Vida de Liberdade. A Liberdade é a Consciência de quem somos; não se trata de um esforço em direção à liberdade, mas a percepção da Liberdade que nós já trazemos.

Se pudéssemos definir "Realização", diríamos que é a compreensão do "não-eu", da não-existência de um "eu" separatista, que divide, que se afasta, por suas divisas, seus caprichos, medos e desejos, Daquilo que é. A visão simples e clara da realidade que somos, como Pura Consciência, na qual tudo surge e desaparece, é o que poderia ser definida como "libertação", ou "Realização Divina". Realização Divina é a compreensão da realidade que somos, além dos pensamentos. Somos Pura Consciência, fora dos pensamentos.

É muito simples você constatar isso. Os pensamentos vêm e vão, mas a Consciência se mantém. Os sentimentos vêm e vão, mas a Consciência se mantém. O corpo sofre mudanças ao longo dos anos, mas a mesma Consciência se mantém, observando todo esse processo de mudança nos pensamentos, nos sentimentos e no corpo. A Consciência é o fator único, o fator principal, o fator real, a base na qual tudo surge e tudo desaparece. Realização é a clara visão, o claro sentimento e o experimentar Isso, a Consciência Pura, que é livre do pensamento, de tudo que o pensamento tem produzido. Essa Verdade, que é a Verdade de quem somos, no íntimo, é a Verdade que, quando se manifesta plenamente, faz desaparecer todos os conflitos, medos, desejos e ambições; é a Plenitude da realização humana, é a Plenitude da Realização Divina.

Alguém chama isso de Iluminação, de Realização, de Salvação, de mente de Cristo, mas os nomes não são importantes, porque nomes são apenas nomes. O que nos interessa é assumir nossa Real Identidade e viver Nela, quer alguém defina ou não, use termos para descrevê-La ou não; isso não importa. O que importa verdadeiramente é estarmos cientes de nós mesmos, vivendo essa Plenitude, que é a Plenitude da realização no Estado livre de todos os outros estados.

Todos os estados que nós conhecemos vêm e vão, eles aparecem e desaparecem. Nós não continuamos permanentemente alegres, pois logo depois da alegria, a tristeza surge; depois da tristeza, vem a euforia; depois da euforia, o tédio; depois do tédio, o medo; depois do medo, a ansiedade... E esses estados vão mudando constantemente. Durante o dia, nós passamos por muitos estados e estes estados são acompanhados por pensamentos peculiares. Cada pensamento toca uma nota, despertando determinado sentimento, determinado estado, porque os pensamentos são acompanhados por esses estados. Por sua vez, esses estados são acompanhados por pensamentos. Desta forma, seguimos o curso de nossa vida, durante 50, 60, 80 anos, sem a plena compreensão daquilo que somos, sem a plena visão da Realidade Divina que trazemos dentro de nós. E, assim, vivemos dentro de estados que mudam. Por isso eu digo que esse Estado, na realidade, é um Estado livre de todos os estados; é o Estado Real onde a Consciência Pura é o pleno sentido de unidade ou unicidade, livre de toda dualidade.

Libertação é a simples visão desta não-existência do "eu", é a simples e clara, lúcida e autêntica compreensão de quem somos em nossa essência, em nossa Natureza Verdadeira. Não é algo que alguém possa fazer por nós – é algo que nós já somos, é algo que nós já trazemos. A única coisa é que naturalmente precisamos despertar para Isso. A autoinvestigação e o estudo de si mesmo, a aplicação desse estudo cuidadoso, dedicado, aplicado, de nós mesmos revela esse Estado, o Estado Real no qual nascemos e também morremos. Talvez, do nascimento à morte, seja possível que alguém não tome consciência nenhuma de sua Real Natureza, mas ela é a nossa Natureza Real, ela é a nossa Natureza Verdadeira. Portanto, a coisa mais importante na vida, em nossa vida, é tomarmos consciência de quem somos; de outra forma, aquilo que chamamos de vida prossegue dentro desse processo de identificação com os pensamentos, e vivemos inconscientes da Realidade que somos, que é Paz, Amor, Alegria, Liberdade, Felicidade.

Não há necessidade de buscarmos fora aquilo que está dentro.

Ao longo de muitos anos, temos feito esse tipo de coisa. Estamos "buscando" na apreciação dos outros, na realização de projetos pessoais e sonhos, na conquista do reconhecimento público, da fama, e na conquista de mais dinheiro para, por sua vez, conseguirmos mais coisas; e todo o tipo de coisas que fazemos é dentro dessa direção de realizarmos a nossa Felicidade, Paz Eterna, a nossa Suprema Liberdade. Entretanto, Ela não acontece porque estamos olhando para fora, dedicando nosso coração, nossa energia, nossa mente, à aplicação de toda uma vida direcionada para o mundo externo, para o mundo exterior. Isto acontece porque esse tem sido o padrão, porque foi assim que fomos educados, ensinados, e, como esse tem sido o caminho de todos, acreditamos que deve ser, consequentemente, o nosso caminho.

Nós estamos falando de algo completamente diferente, estamos dizendo que você pode ser feliz sendo você mesmo. E, quando digo "você mesmo", é sendo essa Realidade que ultrapassa esse sentido do "eu", do "meu" e tudo aquilo que o "eu" busca, persegue e pelo qual trabalha arduamente. Portanto, esse é o caminho do Autoconhecimento, esse é o caminho da Autorrealização e da Libertação, da Liberdade de si mesmo.

*Texto escrito pelo Mestre em setembro de 2011. Para informações sobre o Mestre e nossos encontros, clique aqui.

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